3.673
© Divulgação / Jornal O Globo
Nome Artístico
Dom Salvador
Nome verdadeiro
Salvador da Silva Filho
Data de nascimento
12/9/1938
Local de nascimento
Rio Claro, SP
Dados biográficos

Instrumentista. Compositor.

Caçula de 11 irmãos, Dom Salvador cresceu em uma família musical: as irmãs formavam o quarteto “As Irmãs Silva”. Os irmãos também tocavam instrumentos musicais: Paulo e Nestor tocava violão, contrabaixo e saxofone; Marcelo, banjo e Nestor, violão. Chegou a estudar bateria mas, quando se mudou par São Paulo, foi para o piano. 

Em São Paulo, conheceu a cantora Maria Ignes Vieira, com quem se casou em 1965. Com ela teve dois filhos: Marcelo, nascido em 1966, e Simone, em 1970.

Dados artísticos

Na adolescência, entrou na Orquestra Excelsior, de Mário Florim. Na idade adulta, entrou no Conservatório Carlos Gomes, em Campinas, para terminar os estudos no seu instrumento, formando-se em 1960.

Em 1961, tornou-se conhecido no meio artístico por suas apresentações na boate Lancaster (SP), ponto de encontro de músicos de jazz. Mudou-se para o Rio de Janeiro, a convite de Dom Um Romão, passando a integrar o Copa Trio. Atuou com o grupo no Beco das Garrafas. Acompanhou Elis Regina, Jorge Ben (hoje Jorge Benjor) e o Quarteto em Cy.

Em 1965, formou, com Edson Lobo (baixo) e Victor Manga (bateria), o Salvador Trio, com quem o qual gravou disco homônimo para o selo Mocambo. Em seguida, formou, com Edison Machado (bateria) e Sérgio Barrozo (contrabaixo), o Rio 65 Trio, com o qual se apresentou em shows e gravou o LP “Rio 65 Trio”, lançado nesse mesmo ano.

Em 1966, o trio viajou para a Europa, juntamente com Edu Lobo, Sylvia Telles, Rubens Bassini e Rosinha de Valença, apresentando-se em nove países. Devido ao sucesso, o grupo gravou um LP na Alemanha que teve incluída no repertório a música de sua autoria “Meu fraco é café forte”. Ainda nesse ano, foi para os Estados Unidos com Chico Batera, Copinha e Sérgio Barroso, apresentando-se em Nova York, Minneapolis e Texas. Algum tempo depois, voltou a Nova York com Elza Soares para um show no Waldorf Astoria Hotel. Nessa ocasião, fez amizade com vários músicos de jazz, como Bill Evans, Thelonious Monk, Sonny Rollyns, Elvin Jones, Hamad Jamal e Charles Lloyd, entre outros. De volta ao Brasil, afastou-se do palco, atuando, no entanto, em diversas gravações. Viajou por vários países, trabalhando como pesquisador de música.

Em 1970, tocando piano e acordeom, formou o grupo Abolição, com Darci (trompete), Oberdan (sax-tenor e flauta), Serginho (trombone), Lulu (bateria e vocal), Rubão Sabino (contrabaixo), Nelsinho (tumbadora) e a cantora Mariá. Com o conjunto, embrião do movimento Black Rio, classificou-se, nesse mesmo ano, em 5º lugar no V Festival Internacional da Canção, com sua música “Abolição 1860-1960” (c/ Arnoldo Medeiros).

Em 1971, gravou com o conjunto gravou o LP “Sangue, suor e raça”.

Em 1973 uma sobrinha o convidou para passar um tempo em Nova York. Acabou ficando por lá, com a esposa se mudando oito meses depois e os filhos dois anos depois de sua chegada.

Em 1977 se tornou pianista e diretor musical do cantor Harry Belafonte. Nesta condição, gravou no álbum “Turn the World Around” e da turnê mundial que promoveu o álbum. No mesmo ano começou a tocar no River café, em Nova York, na inauguração da casa. Continuou tocando lá por toda a carreira musical.

Em 2003, apresentou-se no Chivas Jazz Festival (RJ), acompanhado por Duduka da Fonseca (bateria), Rogério Butter Maio (baixo) e Dick Oats (sopros).

Lançou, em 2010, o CD “The Art of Samba Jazz”, com o qual foi contemplado, em 2012, com o Prêmio da Música Brasileira, na categoria Melhor Álbum/Instrumental.

Em 2015, reuniu o Rio 65 Trio para um show em comemoração ao seu cinquentenário no Carnegie Hall nos Estados Unidos, com o baixista original, Sergio Barrozo, e o baterista Duduka da Fonseca, substituindo Edison Machado, morto em 1990. O show se tornou disco, “Live at Zankel Hall in Carnegie Hall”, lançado em 2018, pela Universal Music.

Em dezembro de 2022 lançou o álbum “Samborium”, acompanhado por Gigi Lopes no baixo e Graciliano Zambolin na bateria. No repertório do álbum foram incluídas as músicas “Upper Manhattan Medical Group” (Billy Strayhorn), “Samba de Esquina” (Dom Salvador), “Monk’s Mood” (Thelonius Monk), “Dedication” (Dom Salvador), “Welcome” (Dom Salvador), “Gafieira” (Dom Salvador), “Pannonica” (Thelonius Monk), “Sertão” (Dom Salvador), “Samborio” (Dom Savador) e “Criss Cross” (Thelonius Monk). O álbum foi gravado no estúdio Astoria Soundworks e mixado e masterizado por Dave Darlington.

Em 2024 aconteceu o lançamento de tiragem especial em vinil do álbum “Samborium”, gravado com com o baixista Gili Lopes e o baterista Graciliano Zambonin. O disco ganhou a medalha de ouro no Latin Jazz do Global Music Awards, em 2022. A prensagem foi feita e lançada pelo  Estúdio Caixa de Som com disco em vinil dourado 180 gramas  e mais um vinil  de 7 polegadas com duas músicas, capa gatefold, encarte com liner notes e entrevista exclusiva, além de quatro cards com fotos inéditas.

 

Discografias
2022 Records DK Dom Salvador Trio (Samborium)
2018 Universal Music CD Live at Zankel Hall in Carnegie Hall
2014 Independente CD Música nova
2010 The Art of Samba Jazz (Sexteto Dom Salvador) - CD
1986 Imagem Dom Salvador Trio (Dom Salvador)
1971 CBS Som, sangue e raça (Dom Salvador e Abolição)
1971 Sony Music CD Série Samba Soul - Dom Salvador & Abolição

Lançamento Digital

1971 Odeon Tony Tornado (Tony Tornado) - participação como arranjador
1969 CBS LP Dom Salvador (Dom Salvador)
1966 Mocambo Tristeza
1965 Philips LP Rio 65 Trio (Dom Salvador, Sérgio Barrozo e Edison Machado)
1965 Mocambo LP Salvador Trio (Dom Salvador)
Obras
Abolição 1860-1960 (c/ Arnoldo Medeiros)
Farjuto
Meu fraco é café forte
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.

REPPOLHO. Dicionário Ilustrado de Ritmos & Instrumentos de Percussão. Rio de Janeiro: GJS Editora, 2012. 2ª ed. Idem, 2013.