Instrumentista. Regente. Compositor.
Iniciou seus estudos musicais aos 12 anos de idade. Mais tarde, morando na Itália, teve aulas de piano e violino. Morreu aos 91 anos na cidade norte americana de Las Vegas.
Em 1936, teve sua primeira composição gravada, o samba canção “Longe dos olhos”, com Cristóvão de Alencar, gravado por por Francisco Alves na Victor. A partir de 1940, passou a atuar como pianista em casas de jogos como o Cassino da Urca, no Rio de Janeiro, e na cidade mineira de Poços de Caldas. Trabalhou, também, na boate do Hotel Quitandinha (Petrópolis, RJ), apresentando-se ao lado de José Menezes (violão), Chuca-Chuca (vibrafone) e Oscar Belandi (percussão). Participou do programa de rádio “Samba e outras coisas”, ao lado dos irmãos Henrique e Marília Batista. Em 1945, formou o grupo Os Milionários do Ritmo. De 1946 a 1950, excursionou com o conjunto pela América do Sul se apresentando na Argentina, Uruguai, Chile, Bolívia e Peru onde, em Lima, inaugurou a casa noturna Embassy.
Em 1951, gravou na Continental com seus Milionários do Ritmo o “Samba que eu quero ver” e o baião “Bicharada”, de sua autoria, utilizando o solovox para imitar som de bichos. A música obteve sucesso e permaneceu sendo executada nas décadas seguintes. No mesmo ano, gravou os sambas “Louco por samba”, com Oscar Bellandi e “Penumbra”, com Jair Amorim, e o choro “Quitandinha”, de sua autoria. Ainda no mesmo ano, apresentou-se com Helena de Lima e Nestor no norte do país. No ano seguinte, gravou sozinho o fox-trot “Canção das ilhas”, de Queen Lili Uokalami, e o bolero “What is this thing called love”, de Cole Porter. Ainda em 1952, gravou com seus Milionários do Ritmo o beguine “Romance” e o samba “Samba no Perroquet”, de sua autoria. Em 1953, lançou seu primeiro LP, “Parada de dança Nº 1 – Djalma Ferreira e Milionários do Ritmo” pela Musidisc no qual foram interpretados os sambas “Samba no Perroquet” e “Concerto em samba”, de sua autoria, e “Tanto quanto eu”, de Nestor Campos e W. Santos, “Eu já não sei”, com C. Nunes, esses dois com interpretação de Helena de Lima, e os beguines “Romance”, “Fantasia”, “Brigas e pazes”, de sua autoria e “Casa do Loló”, com J. Bicalho. No mesmo ano, lançou o LP “Parada de dança Nº 2 – Djalma Ferreira e Seus Milionários do Ritmo” interpretando os sambas “Samba para americano” e “Gafieira”, de sua autoria, os beguines “Misterioso” e “Eu e tu”, de sua autoria, e “Dama da noite”, de Nestor Campos, o choro “Língua de sogra”, de Nestor Campos, e o fox Solovox blues”, e o baião “Pagão”, de sua autoria. Em 1955, gravou ao solovox, com seus Milionários do Ritmo, a batucada “Carnaval”, de sua autoria e o samba “Casa de Lolá”, parceria com Bicalho. Abriu a boate Drink (RJ), responsável pelo lançamento de vários artistas, como Miltinho, Ed Lincoln, Silvio Cesar e Helena de Lima, entre 1954 e 1960. Ainda em 1955, lançou pela Musidisc as composições “Gafieira” e “Dama da noite”, parcerias com Nestor Campos, e “Concerto em samba” e “Pagão”, de sua autoria. Em 1956, seu “Samba que eu quero ver” foi gravado por Raul de Barros e sua orquestra na Odeon. Também no mesmo ano, gravou na Musidisc as músicas “Romance”, “Samba no Perroquet”, “Fantasia” e “Brigas e pazes”, todas de sua autoria. Em 1957, lançou dois LPs pela gravadora Continental. No primeiro, intitulado “Djalma Ferreira em música para dançar” registrou a batucada “Carnaval”, de sua autoria, os sambas “Louco por samba”, de sua autoria e Oscar Bellandi, “Penumbra”, com Jair Amorim, e “Samba que eu quero ver”, de sua autoria, o baião “Bicharada”, o choro “Quitandinha”, e o beguine “Romance”, os três de sua autoria. No segundo LP, “Dançando no Drink com Djalma Ferreira” foram gravadas as músicas “Samba no Drink”, “Lusitano”, “Organizando”, e “Nosso samba”, todas de sua autoria, “Longe dos olhos”, com Cristóvão de Alencar, e “Samba fantástico”, de P. Mendes, José Toledo, Jean Manzon e Leônidas Autuori, além de clássicos da música internacional como “Cubanacan”, de M. Simoms e S. Chamfleury, “Love is a many splendored thing”, de Paul Francis, Webster e S. Fain, “I love you Samantha” e “Begin the beguin”, de Cole Porter, “The Continental”, de C. Conrad e H. Magdson, e “I could have dance all night”, de A. Jay, Lerner e F. Loewe. Em 1958, lançou pelo selo Drink Discos o LP “Drink – Djalma Ferreira e Seus Milionários do Rítmo” em disco que contou com o cantor Miltinho como croner do conjunto e interpretou as músicas “Lady be good”, de George Gershwin e Ira Gershwin, “Tea for two”, de V. Youman, “Samba do Drink”, “Bicharada”, “Organizando”, “Carnaval”, e “Solovox blues”, todas de sua autoria, “Se todos fossem iguais a você”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, “Lamento”, de sua autoria e Luis Antônio, “Concerto de outono”, de C. Bergoni e Danpa, e os sambas “Mulata assanhada” e “Você não quer nem eu”, ambos de Ataulfo Alves. No mesmo ano, lançou o LP “Drink em São Paulo – Djalma Ferreira e Seus Milionários do Ritmo” do qual constaram as músicas “Choro sim”, com Iza Ferreira, “Agradeço a você”, com Luis Bandeira, “Já me convenci”, com Iza Ferreira, “Tamborim”, de Carlos Barroso e Humberto Teixeira, e “Confissão”, com Luis Bandeira, todas tendo como croner o cantor Luis Bandeira, e “Nunca mais”, de Ed Lincoln e Silvio César, interpretada por Lila de Oliveira, além de “Vendaval”, com Carlos Barroso, “Saint Louis blues”, de W. C. Handy, “Drink em São Paulo”, com Paulinho, “Penumbra”, com Jair Amorim, “The breeze And I”, de R. Korsakow, e “Aniversário de casamento”, de sua autoria. Em 1959, lançou o LP “Drink no Rio de Janeiro”, alcançando grande vendagem. Nesse disco foram interpretadas as músicas “Fala amor”, “Cheiro de saudade”, “Recado”, “Devaneio”, “Destinos”, e “Cansei”, com Luiz Antonio, “Café do Brasil”, de sua autoria, Samba do Drink” e “Nosso samba”, com Iza Ferreira, “Carnaval”, com Ataulpho Alves, “Zé Marmita”, de Luiz Antonio e Brazinha, “Tumba Lelê”, de Francisco Netto, M. Novaes e J. Reis, “Levanta Mangueira”, de Luiz Antonio, e “Madureira chorou”, de Carvalhinho e J. Monteiro. No mesmo ano, gravou o LP “Depois do Drink” – Djalma Ferreira e Seus Milionários do Ritmo”, um disco totalmente instrumental com as músicas “All the way”, de S. Cahn e J. Van Heuser, “Drinkando”, de sua autoria, “Anema e core”, de DExpósito e Manllo, “Accarezzame”, de P. Calvi e Nisa, “Longe dos olhos”, de sua autoria e Cristóvão de Alencar, “An affair to remember (Our love affair)”, de H. Adenson, L. McCarey, T. Chandler e H. Warren, “Sweet Georgia Brown”, de Bernie, Pinkart e Casey, “Its all right with me”, de Cole Porter, “Suas mãos”, de Pernambuco e Antônio Maria, “Youll never know”, de H. Warren e M. Gordon, “My funny Valentine”, de R. Rodgers e L. Hart, “Deep in the heart of Texas”, de D. Swander e J. Hershey, “Oh Suzana”, de S. Foster, e “My bonnie lies over the ocean”, de W. Rolfe. Em 1960, abriu a boate Djalma (SP), atuando com Rubinho (bateria) e Luis Chaves (contrabaixo) – futuros integrantes do Zimbo Trio – e lançando Jair Rodrigues como crooner. Também no mesmo ano, seu samba “Cheiro de saudade”, parceria com Luiz Antônio, foi gravado por Maysa na RGE e por Elizeth Cardoso na Copacabana. O samba “Murmúrio”, também parceria com Luiz Antônio, foi gravado por Vera Maria na Columbia e o fox “Devaneio”, com Luiz Antônio, foi gravado por Moacir Gomes na Continental e por Elza Laranjeira na RGE, sendo essas músicas seus maiores sucessos como compositor. Ainda em 1960, lançou os LPs “Convite ao Drink – Djalma Ferreira e Seus Milionários Do Ritmo” que teve como croner do conjunto o cantor Luis Bandeira, e “Combinação insuperável”. No primeiro desses LPs foram interpretadeas as músicas “(Pourquoi ) Essa nega sem sandália”, de Caco Velho e J. T. de Castro, “Gafieira”, com Iza Ferreira, “Murmúrio”, com Luis Antônio, “Se você disser que sim”, de Luis Bandeira, “Samba do Perroquet”, com Ivone, “Volta”, com Luis Bandeira, e “Casa da Loló”, com Bicalho, além de uma seleção de carnaval que incluiu as músicas “Guarda a sandália dela”, de Sereno e Germano Mathias, “Cadê o pandeiro”, de Roberto Martins e Walfrido Silva, e “Madeira de lei”, de Luis Bandeira e Renato Araújo. O outro LP lançado em 1960 trouxe as composições “Pergunte ao João”, de Helena Silvia e Milton Costa, e “Maravilha morena”, de Luis Bandeira e José Batista, interpretadas por Luis Bandeira, “Sempre você”, com Iza Ferreira, cantada por Issa Ferreira, e “Pergunte o que quizer”, com Iza Ferreira, na interpretação de Expedito, além de “Smile”, de J. Turner, G. Parsons e Charles Chaplin, “Dançando no espaço”, de sua autoria, “Murmúrio”, com Luis Antônio, “Love for sale”, de Cole Porter, “Foi a saudade”, com Iza Ferreira, “Andalucia”, de Ernesto Lecuona, e “A foggy day”, de George Gershwin e Ira Gershwin. Em fevereiro de 1960, em pesquisa do jornal O Globo seu LP “Drink no Rio” era apontado como o mais o quarto mais vendido no Rio de Janeiro.
Em 1961, teve os sambas “Volta”, parceria com Luiz Bandeira, e “Murmúrio”, com Luiz Antônio, gravados por Miltinho na RCA Victor. Por essa época, gravou com seus Milionários do Ritmo os sambas “Lamento” e “Recado”, parcerias com Luis Antônio, e “Nosso samba”, com Isa Ferreira, com Miltinho nos vocais. O samba “Recado”, também conhecido como “Recado bossa nova” foi uma das músicas brasileiras mais gravadas no exterior, sendo gravada entre outros pelo Modern Jazz Quartet, Sivuca e Nana Caymmi. Ainda em 1961, lançou o LP “Depois do Drink” interpretando com seus Milionários do Ritmo as músicas “All the way”, de de S. Cohn e J. Van Heusen, “Drinkando”, de sua autoria, “Anema e Core”, de D Exposito e Manlio, “Accarezzame”, de P. Calvi e Nise, “Longe dos olhos”, com C. de Alencar, “Na affair to remember”, de H. Adenson, Leo MacCarey, T. Chandler e H. Warner, “Sweet Geórgia Brown”, de Bernie, Pinkert e Casey, “Its all right with me”, de Cole Porter, “Suas mãos”, de Pernambuco e Antonio Maria, “Youll never know”, de H. Warren e M. Gordon, “My Funny Valentine”, de R. Rodgers e L. Hart, “Deep in the heart of Texas”, de Don Swander e June Hershey, “Oh Suzana”, de Stephen Foster, e “My bonnie lies over the ocean”, de W. Rolfe.
No mesmo ano, seu samba “Fala amor”, com Luiz Antonio, foi gravado por Waldir Calmon no LP “Waldir Calmon e seu novo “Feito para dançar”. Em 1962, lançou o LP “Week end in Rio – Djalma Ferreira e Seus Milionarios do Ritmo” com as músicas “Foi a saudade”, com Iza Ferreira, com interpretação de Expedito, “Ai Aurora”, de Ataulfo Alves, “Não peço outra vez”, de Jair Milanez, “Devaneio”, com Luis Antônio, “Sinal dos tempos”, com Iza Ferreira, “Retôrno”, com Iza Ferreira, “Ela não vem”, com Iza Ferreira, “Se você me deixar”, de Luis Bandeira e Luis Mergulhão, na interpretação de Luis Bandeira, “Sempre você”, de sua autoria na voz de Expedito, “A tua volta”, de Sebastião Barros, “Drink na praia”, de Gilberto Panicali e Luis Antônio, e “Route 66”, de B. Troupe, na interpretação de Fausto. No mesmo período lançou o LP “Djalma Ferreira e seus Milionários do Ritmo – Volume 2 – Solo piano” que apresentou as interpretações de “Uma noite no Drink”, de Britinho, “Samba que eu quero ver”, com João de Barro, “Favela”, de Roberto Martine e Waldemar Silva, “Arrivederci Roma”, Sigman e Rascel, “Three coins in the fountain”, de S. Cahn e J. Styne, “Sou baiana”, de Luiz Bittencourt, “Cabecinha no ombro”, de Paulo Borges, “Stella by Starlight”, de Washington e Victor Young, “Choro na gafieira”, de Britinho, “Laura”, de João de Barro e Alcyr Pires Vermelho, “Arrasta a sandália”, de Oswaldo Vasques e Aurélio Gomes, e “As time góes by”, de H. Hupfeld. Ainda em 1962, foi lançada a coletânea “Dançando com Djalma Ferreira” pela Audiola/Musidisc, com músicas extraidas dos discos “Parada de dança Nº 1” e “Parada de dança Nº 2”, sendo destacadas as composições “Gafieira”, “Samba para americano”, “Tanto quanto eu”, “Língua de sogra”, “Dama da noite”, “Casa da Loló”, “Concerto em samba”, “Eu já não sei”, “Pagão”, e “Eu e tu”. Em 1963, transferiu-se para os Estados Unidos, indo morar na cidade de Los Angeles, e em 1968, mudou-se definitivamente para a cidade de Las Vegas, onde se apresentou em cassinos e hotéis, como Stardust Sahara e Silver Slipper. Continuou a compor, nessa época em parceria com Leonard Feather, destacando-se as canções “You cant go home”, “My place”, “Im happy now” e “Its my turn to swing”. Ainda em 1963, lançou o LP “Baile de formatura – Djalma Ferreira com órgão e orquestra” com as músicas “Lamento”, com Iza Antonio, “Volta”, com Luiz Bandeira, “Samba do Drink”, com Iza Ferreira, “Fala amor”, com Luiz Antonio, “Nosso samba”, com Iza Ferreira, “Murmúrio”, com Luiz Antonio, “Sambadin”, de sua autoria, “Recado”, com Luiz Antonio, “Cheiro de saudade”, com Luiz Antonio, “Foi a saudade”, com Iza Ferreira, “Cansei”, com Luiz Antonio, e “Casa da Loló”, com J. Bicalho.
Voltou em 1965 para o Brasil, retornando aos Estados Unidos no ano seguinte. Em 1966, lançou nos Estados Unidos o LP “The brazilliance of Djalma” pela Editora Djalma and Fields, disco no qual foram interpretadas as músicas “Its my turn to swing”, de sua autoria, “Daydream”, com Luiz Antonio, “Why”, com Luiz Bandeira, “The Flame”, “I am happy now”, “The cat from Brazil”, “Sambadin”, e “Balanço”, de sua autoria, e “My place”, “Lady from Leblon”, “You cant go home again”, e “Peace of mind”, com Feather. Pouco tempo depois, também nos Estados Unidos, lançou o LP “Help yourself to the brazilliance of Djalma” pela Djalma Ferreira Editora Dot Records, com as composições “Help yourself”, de Fishman, Mongol e Donide, “Where is love?”, de Lionel Bart, “Soul limbo”, de Jones, Cropper, Dunn e Jackson, “Recado”, com Luiz Antonio, “Cabo Frio”, de sua autoria, “The odd couple”, de Cahn e Hefti, “Polpa de tamarindo”, de Paco Chanone, “Zorba”, de Ebb e Kander, “Second hand rose”, de Hanley e Clarke, “Lamento”, com Luiz Antonio. Em 1973, esteve no Brasil, apresentando-se na casa noturna Le Roi (RJ). Em 1978, a RGE lançou o LP “Bicharada” que trouxe seus grandes clássicos “Bicharada”, ” Samba do Drink”, “Café do Brasil”, e “Garota do Leblon”, todas composições solo, “Lamento”, “Murmúrio”, e “Cheiro de saudade”, com Luis Antônio, “Meu lugar”, “. Isabella”, e “Nosso samba”, com Iza Ferreira, “Penumbra”, com Jair Amorim, “Confissão”, com Luis Bandeira, além de “Se todos fossem iguais a você”, de Vinicius de Moraes e Tom Jobim, “The breeze and I”, de Lecuona. Em 1981, apresentou-se com muito sucesso, durante alguns meses, no Um Deux Trois, na rua Bartolomeu Mitre, no Leblon, novamente com Miltinho integrando o conjunto Milionários do Ritmo. Em 2013, o selo Discobertas lançou uma caixa com sete CDs reproduzindo seus albuns gravados entre 1953 e 1959.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.
VASCONCELLO, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira – volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.