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Nome Artístico
David Tygel
Nome verdadeiro
David Tygel
Data de nascimento
4/7/1949
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor. Instrumentista. Arranjador. Cantor.
Irmão do instrumentista Paulo Steinberg.
Estudou com Ester Scliar e John Neschling (teoria e análise musical), e com Leo Soares na Pró Arte do Rio de Janeiro (violão clássico). Participou de cursos na Orquestra Sinfônica Brasileira do Rio de Janeiro (orquestração) e no Conservatório Brasileiro de Música (métodos Dalcroze e Orff). Estudou durante dois anos na Faculdade de Musicoterapia do Conservatório Brasileiro de Música.

Dados artísticos

Iniciou sua carreira artística em 1967, integrando, juntamente com Zé Rodrix (na época, Zé Rodrigues), Maurício Maestro (na época, Mauricio Mendonça) e Ricardo Villas (na época, Ricardo Sá), o grupo vocal Momentoquatro, com o qual interpretou, nesse ano, ao lado de Edu Lobo e Marília Medalha, a canção “Ponteio” (de Edu Lobo e Capinam) no Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. Gravou, com o quarteto, o compacto duplo “Glória” e o LP “MOMENTO4UATRO”.

No início da década de 1970, optou pelo teatro, criando trilhas sonoras para diversas peças como “Os veranistas”, de Gorki, e “Papa Highirte”, de Vianinha, ambas dirigidas por Sérgio Brito, “O Dragão” e “Maria Minhoca”, dirigidas por Maria Clara Machado, entre outras. Integrou o grupo Ventoforte, de Illo Krugli.

Criou o Espaço Musical do Morro da Urca, onde dirigiu o projeto “Quem sabe sobe”, realizando shows com dezenas de artistas nacionais e internacionais.

Em 1978, formou o Grupo Boca Livre, com Maurício Maestro, Zé Renato e Cláudio Nucci, lançando discos independentes e realizando shows por todo o país e no exterior.

No começo da década de 1980, iniciou seu projeto de compor para o cinema, escrevendo as trilhas sonoras de “A igreja da libertação”, de Sílvio Da Rin, e “O Espelho de carne”, de Antonio Carlos Fontoura. Em 1986, conquistou o prêmio de Melhor Trilha Musical do Festival de Gramado pela música do filme “O homem da capa preta”, de Sérgio Resende. Em seguida, escreveu as trilhas musicais dos filmes “A cor do seu destino”, de Jorge Duran, “Doida demais”, contemplada com o Kikito de Melhor Música em Gramado, “A child from the south”, de Sérgio Resende, “Leila Diniz”, de Luiz Carlos Lacerda, “Sampaku”, de José Joffily, e “Si tu vas à Rio”, de Philippe Clair, entre outros. Foi também responsável pelas trilhas sonoras de inúmeros curtas e documentários como “Damas da noite”, “Profissão criança” e “Guerra dos meninos”, de Sandra Werneck.

Criou músicas para séries de televisão como “90 anos de cinema, uma aventura brasileira”, de Eduardo Escorel, e “Revista Banco Nacional de Cinema”, de David França Mendes. Compôs músicas para filmes institucionais como os da Cia. Vale do Rio Doce, Aracruz Celulose, Amil, TV Record, TV Globo, comerciais de Rádio e TV agências de propaganda.

Em 1992, desligou-se do Boca Livre. Três anos depois, musicou “Lamarca”, de Sérgio Resende, “Sombras de julho”, de Marcos Altberg, e “Criaturas que nasciam em segredo”, de Chico Texeira, com o qual recebeu o prêmio de Melhor Música Original do Festival de Brasília e Cuiabá. No ano seguinte, assinou a trilha musical para duas exposições de Oswaldo Goeldi, realizadas no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e na galeria da FIESP (SP), e terminou a trilha musical de “Quem matou Pixote”, de José Joffily, pela qual recebeu o seu terceiro Kikito no Festival de Gramado. Em 1997, acabou de gravar a trilha para “O homem nu”, de Hugo Carvana. Lançou os CDs “Quem matou Pixote?” e “O homem nu”. Compôs, gravou e mixou a música de “For all, o trampolim da vitória”, de Luiz Carlos Lacerda e Buza Ferraz, com o qual recebeu o quarto Kikito no Festival de Gramado de 1997. Em 1998, participou do show comemorativo dos vinte anos de carreira do grupo Boca Livre, gravado ao vivo e lançado no CD “Boca Livre convida: 20 anos”. Ministrou o curso “A música da imagem”, que contou com mais de vinte edições em todo o Brasil e América Latina. Em 1999, musicou o filme “Uma aventura do Zico”, longa metragem de Antonio Carlos Fontoura produzido por Luís Carlos Barreto. Ainda nesse ano, realizou oficina de música para cinema na II Mostra de Cinema de Tiradentes e no III Festival de Cinema Nacional de Recife, e ministrou uma oficina de trilhas sonoras para músicos no Rio de Janeiro.

Em 2000, musicou o filme de Sergio Resende, “Quase nada”, e compôs para o vídeo (em alta definição) “Redescobrimento”, de Nelson Hoineff, Marcelo Dantas e David França Mendes, que abriu a “Mostra 500 Anos” realizada no Ibirapuera (SP). Também preparou, junto com Hugo Carvana, a trilha musical de “Apolônio Brasil, o campeão da alegria”, lançada em CD pelo selo Biscoito Fino, no qual atuou como produtor e diretor musical, e, junto com Maria Zilda Bethlem, a trilha sonora de “Minha vida em suas mãos”. Compôs as canções “Olhos nos olhos” e “Caô!”, ambas com BNegão, para a trilha sonora do filme “Dois perdidos numa noite suja”, de José Joffily, lançada em CD, em 2002, pela gravadora Trama.

Em 2010, apresentou-se na Academia Brasileira de Letras, pelo projeto “MPB na ABL”, interpretando suas trilhas sonoras sincronizadas com as imagens editadas dos filmes.

Em 2013, lançou, com seu grupo Boca Livre, o CD “Amizade”, com as faixas “Baião do acordar” (Novelli), “Rio Amazonas” (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro), “Mistério do prazer” (Zé Renato, Claudio Nucci e Juca Filho), “Tempestade” (Chico Pinheiro e Chico César), “Terra do Nunca” (Edu Lobo e Paulo César Pinheiro), “Paixão e fé” (Tavinho Moura e Fernando Brant), “Água Clara” (Mauricio Maestro) e a canção-título (Marcos Valle e Mauricio Maestro). O disco contou com a participação de Marcos Valle (piano acústico), Cristovão Bastos (piano acústico), João Carlos Coutinho (piano acústico, piano elétrico e acordeom), Francisco Sartori (teclado), Jorge Helder (baixo acústico), Ricardo Silveira (guitarra), Jr Tostoi (guitarra FX), Danilo Caymmi (flauta), Iura Ranevsky (cello), Jaques Morelenbaum (cello), Zé Nogueira (duduk), Marcelo Costa (bateria e percussão), Renato Massa (bateria), Rafael Barata (bateria) e Armando Marçal (percussão), e arranjos vocais e instrumentais de Maurício Maestro.

Constam da relação dos intérpretes de suas canções Fafá de Belém, Amelinha, Nara Leão, Elba Ramalho, Fagner, Débora Falabella, Marco Nanini e Baby do Brasil, além do grupo Boca Livre.

Discografias
2013 Amizade (Boca Livre) – Independente/Universal Music - CD
1998 Indie Records CD Boca Livre convida:20 anos
1982 PolyGram LP Folia

Boca Livre

1981 Independente LP Bicicleta

Boca Livre

1979 Independente LP, CD Boca Livre

Boca Livre

1968 Philips LP MOMENTO4UATRO

Momentoquatro

1967 Philips Compacto Duplo Glória

Momento Quatro

Obras
Boite-Show (c/ Bravo, Negrália e Juba)
Cartão postal (c/ Cacaso)
Caso do acaso
Caô! (c/ Bnegão)
Central Park (c/ Juba, Negrália e Joffily)
Coração de pai (c/ Maurício Maestro)
Doida demais
Forró do Bramis (c/ Rodrigo Bittencourt)
Forró do For All (c/ Maurício Maestro e Abel Silva)
Minha terra (c/ Oduvaldo Vianna Filho)
Nos olhos de Lamarca
Olhos nos olhos (c/ B Negão)
Porto Seguro (c/ Márcio Borges)
Que me venha esse homem (c/ Bruna Lombardi)
Quem é o dono de quem? (c/ Flavia Ventura)
São Francisco
Tonho Mane (c/ Juliano Juba)
Valsa para Dona Neném
Vestígios
Viva o uísque! (c/ Francisco Assis)
Shows
2010 David Tygel - A encantadora linguagem musical do cinema. Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro.
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.