
Compositor. Cantor. Músico.
Nasceu na Tijuca, no morro da Formiga.
Filho de Benedito Monteiro, um dos fundadores do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Unidos da Tijuca. Desde cedo freqüentou com o pai a escola e outros ambientes de sambistas no morro. O pai, conhecido como Bené, foi diretor de harmonia da Unidos da Tijuca, além de ser respeitado sambista. Ainda criança, no curso primário, começou a compor, sendo um dos fundadores do Bloco Carnavalesco Flor da Mocidade. Compôs sambas-enredos para a Unidos da Tijuca e logo depois foi levado por Zagaia, Pelado e Hélio Turco para a Ala dos Compositores do Grêmio Recreativo e Estação Primeira de Mangueira.
Foi agraciado com a Medalha Pedro Ernesto, pela Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.
Na década de 1960, foi um dos organizadores da roda de samba do Clube Bola Preta, da qual participavam Pelado, Comprido, Padeirinho, entre outros.
Residiu durante vários anos no Conjunto Habitacional dos Músicos, no subúrbio carioca de Inhaúma, onde veio a falecer em maio de 2008. Na ocasião a presidente da Mangueira, Eli Gonçalves da Silva, a Chininha, a diretoria e segmentos da Estação Primeira de Mangueira decretaram luto oficial na escola.
Em 2011 sua filha, a cantora Deyse Monteiro, finalizou CD no qual prestou reverência à obra do pai, regravando algumas de suas composições.
No início da década de 1950, levado por Nelson Sargento, juntamente com Pelado, Cícero e Batista ingressou na ala de compositores da Mangueira.
Em 1962, fez parte do grupo Heitor dos Prazeres e Sua Gente, no qual tocava pandeiro.
Violonista, paticipou de rodas de samba ao lado de Candeia e Walter Rosa, entre outros.
Em 1967, a Mangueira ganhou o primeiro lugar do Grupo 1 com o samba-enredo “O mundo encantado de Monteiro Lobato”, samba em parceria com Benedito Luiz de Siqueira (Luiz da Mangueira) e João Batista da Silva (Batista da Mangueira). Neste mesmo ano, Elza Soares gravou esse samba no disco “O máximo em samba” (Gravadora Odeon), com o qual obteve bastante sucesso. Eliana Pittman regravou o samba no LP “É preciso cantar” e o grupo Os Cinco Crioulos incluiu a mesma composição no disco “Samba… No duro”. No ano seguinte, mais uma vez a Mangueira desfilou no Grupo 1 e ganhou o campeonato com outro samba de sua autoria, “Samba, festa de um povo”, em parceria com Hélio Turco, Dico e Batista da Mangueira. Neste mesmo ano “O mundo encantado de Monteiro Lobato” foi regravado pela Bandinha do /alemão no LP “Uma noite no Bierklause”.
No ano de 1969, a Mangueira desfilou com o samba-enredo “Mercadores e suas tradições” (c/ Jurandir da Mangueira e Hélio Turco), desta vez, a escola classificou-se em 2º lugar do Grupo 1. Neste mesmo ano, Elza Soares incluiu outra vez seu samba-enredo “O mundo encantado de Monteiro Lobato” em seu disco lançado pela Odeon
Em 1970 o próprio autor, Darcy da Mangueira, regravou o samba “O mundo encantado de Monteiro Lobato” no disco “A história do samba verdadeiro”.
No ano de 1971, novamente a escola desfilou com um samba de sua autoria, “Modernos bandeirantes” (c/ HélioTurco e Jurandir da Mangueira), classificando-se em 4º lugar do Grupo 1. Neste mesmo ano a Banda do Canecão, no LP “Big Banda do Canecão 71”, regravou “O mundo encantado de Monteiro Lobato” e Jair Rodrigues, no disco “G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro apresenta os maiores sambas-enredos de todos os tempos”, regravou “O mundo encantado de Monteiro Lobato”. No ano posterior, em 1972, com o Trio Pelé e Trio Pandeiro de Ouro, apresentou-se na França, Espanha e Itália, permanecendo por quatro meses na Europa.
No ano de 1973, ao lado de Martinho da Vila, Silvinho da Portela, Noel Rosa de Oliveira e Walter Rosa, participou do disco “A voz do samba”, no qual interpretou de sua autoria “Samba morena” e “Quero sorrir” (c/ Luiz). Neste mesmo ano Renata Lu venceu o “Segundo Encontro Nacional dos Compositores de Samba”, interpretando “Quero sim”, parceria sua com Leci Brandão. Elza Soares regravou “O mundo encantado de Monteiro Lobato” em compacto duplo lançado pela Odeon e o Quarteto Teorema (Carlão / Vidal França / Fernando Lona / Romeu) regravou o mesmo samba. Ainda neste ano, em seu disco “Canto por um novo dia”, Beth Carvalho incluiu “Memória de um compositor”, em parceria com Betinho. No ano seguinte, em 1974, participou do LP “Roda de samba”. No disco, lançado pela gravadora CID, que reuniu Aparecida, Sidney da Conceição, Sabrina e Chico Bondade, gravou de sua autoria “Samba do trabalhador”. Neste mesmo ano de 1974, ao lado de Heitorzinho dos Prazeres, Clementina de Jesus, Moreira da Silva, Zilda do Zé e Cartola, participou de um show no Ibam em homenagem a Heitor dos Prazeres. Por essa época, lançou, pela gravadora Continental, um compacto com sua música “Chegou mais um”. Neste memso ano de 1974 o samba “O mundo encantado de Monteiro Lobato” foi incluído no disco “Desfile Oficial de Sambas-enredos – Dez anos – 3º ÁLBUM – 1964/1973”.
No ano de 1976 o cantor Gazolina interpretou “O mundo encantado de Monteiro Lobato” no LP “Gazolina do Brasil – presents the new brasas samba show”.
Alcione no ano de 1979 gravou “Quero sim” em seu disco “Gostoso veneno” e Elza Soares interpretou “O mundo encantado de Monteiro Lobato” no disco “Nova História da Música Popular Brasileira – Escolas de Samba”.
Em 1980 o samba “O mundo encantado de Monteiro Lobato” ganhou mais dois registros fonográficos: Grupo Sambalivre no LP “Samba, suor e ouriço” e a da cantora Jurema, no disco “Sinal de paz”.
No ano de 1983 Elza Soares no LP “História da música popular brasileira – Série grandes compositores – samba III”, regravou “O mundo encantado de Monteiro Lobato”.
Em 1984, seu samba-enredo “Yes, nós temos Braguinha”, em parceria com Hélio Turco, Arroz, Jajá e Comprido, representou a Mangueira na avenida, conseguindo boa aceitação do público. A escola foi a campeã do desfile com este samba, que também inaugurou o Sambódromo Darcy Ribeiro, projetado por Oscar Niemeyer um ano antes.
Em 1985, outro samba seu “Abram alas, que eu quero passar – Chiquinha Gonzaga” (c/ Hélio Turco e Jurandir) também representou a Mangueira no carnaval daquele ano, classifcando-a em 7º lugar do Grupo 1. Por essa época, a cantora Thereza Kury gravou “O mundo encantado de Monteiro Lobato” no LP “Thereza no sarau”.
No ano de 1989, produzido por Katsunori Tanaka, para o mercado japonês, foi lançado o CD “Mangueira chegou” (Velha Guarda da Mangueira), disco no qual foi incluída “Mundo encantado de Monteiro Lobato”. No ano seguinte o mesmo samba teria mais duas gravações: do cantor Gera no disco “Pura realidada” e de Eraldo Caê no LP “Apoteose do samba-enredo”.
No ano de 1993 Beth Carvalho, no LP “Escolas de Samba – Mangueira” interpretou “O mundo encantado de Monteiro Lobato” e Mestre Marçal gravou o mesmo samba no disco “Samba enredo de todos os tempos”.
Em 1997, participou do disco “Quem somos nós?” de Heitorzinho dos Prazeres, no qual interpretou de sua autoria “Poeta em verde e rosa”. Ainda neste disco, ao lado de Heitorzinho dos Prazeres e Nadinho da Ilha interpretou “Quebra morena” (Heitor dos Prazeres); “Samba de nego” (Heitorzinho dos Prazeres e KalmerTeixeira) e “Pierrô apaixonado” (Heitor dos Prazeres e Noel Rosa). No ano seguinte, fazendo parte da Velha-Guarda da Mangueira, participou do disco “Chico Buarque de Mangueira”, no qual interpretou, entre outras, “Capital do samba” de autoria de Zé Ramos. No ano seguinte, a gravadora Nikita Music lançou o CD “Velha-Guarda da Mangueira e convidados”, no qual foi incluída sua composição “Se foi bom pra você”, em parceria com Darcy Maravilha. No ano 2000, juntamente com Jorge Aragão, Baianinho, Zédi e Noca da Portela, participou do show de encerramento do século e do milênio na praia da Barra da Tijuca. Neste mesmo ano, a gravadora Nikita Music relançou para o mercado brasileiro o disco “Mangueira chegou” da Velha Guarda da Mangueira.
Entre seus intérpretes estão Beth Carvalho (“Memória de um compositor”), Clara Nunes (Cheguei à conclusão), Martinho da Vila (Samba do trabalhador e Para você felicidade), Renata Lu (Quero sim) e ainda Jamelão, Jair Rodrigues, Miltinho e Eliana Pittman, entre outros. Neste mesmo ano de 2000 a composição “O mundo encantado de Monteiro Lobato” foi relançada em CD do grupo Os Cinco Crioulos – Samba no duro”, pela gravadora EMI Music.
Em 2002 participou do show “Canta Mangueira”, ao lado de Nelson Sargento, Guilherme de Brito, Jamelão e Velha Guarda da Mangueira, na Sala Baden Powell, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, ao lado de Paulinho da Viola, Délcio Carvalho, Velha-Guarda da Portela, Mauro Diniz, Monarco e Paulão Sete Cordas, entre outros, participou do show beneficente em homenagem a Walter Rosa, no teatro João Caetano, no Rio de Janeiro.
Em 2003 interpretou de sua autoria “Poeta em verde e rosa” no “Festival Fábrica do Samba”, apresentado no Maracanazinho, classificando a composição em 5º lugar. Neste mesmo ano, ao lado de Noca da Portela, Niltinho Tristeza e Roberto Serrão, foi um dos convidados de Leandro Fregonesi no Bar e Café Cultural Sacrilégio, na Lapa, centro boêmio do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano “O mundo encantado de Monteiro Lobato” foi relaçando no CD “Elza Soares – Com a bola banca e o máximo em samba”, pela gravadora EMI Music.
Em 2004 participou do disco “Samba, saúde & simpatia”, de Noca da Portela e Roberto Medronho, interpretando em dueto com Darcy Maravilha a faixa “Voltar pra quê?” (Darcy Maravilha, Noca da Portela e Roberto Medronho).
Em 2005, ao lado de de outros convidados como Walter Alfaiate, Noca da Portela, Luiz Carlos da Vila, Rico Doriléu, Toninho Gerais e Roberto Serrão, foi um dos convidados de Chico Salles no “Projeto sambando no forró”, apresentado no Espaço Armazém Enseada, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano Neguinho da Beija-Flor no CD “Neguinho da Beija-Flor” (Indie Records) incluiu o samba “O Mundo Encantado de Monteiro Lobato”.
Lançado no ano de 2011 pelo Selo Discobertas, do pesquisador Marcelo Fróes, em convênio com o Selo ICCA (Instituto Cultural Cravo Albin), o box “100 Anos de Música popular Brasileira” é integrado por quatro CDs duplos, contendo oito LPs remasterizados. Inicialmente os discos foram lançados no ano de 1975, em coleção produzida pelo crítico musical e radialista Ricardo Cravo Albin a partir de seus programas radiofônicos “MPB 100 AO VIVO”, com gravações ao vivo realizadas no auditório da Rádio MEC entre os anos de 1974 e 1975. Beth Carvalho interpretou no CD volume 8 a faixa “Quero sim” (Darcy da Mangueira e Leci Brandão).
(participação)
(participação da Velha-Guarda da Mangueira)
(participação)
(vários)
(vários)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
ARAÚJO, Hiram. Carnaval – Seis milênios de história. Rio de Janeiro: Editora Gryphus, 2000.
COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música Brasileira – erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira – erudita, folclórica e popular. 2 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.