
Compositor, cantor, violonista, arranjador, roteirista, redator e tradutor.
Filho do poeta e historiador mineiro Dormevilly Nóbrega.
Na década de 1970 estudou teoria musical com Maurício Tapajós e Marcos de Castro.
Além de seu nome usou também os pseudônimos Daltony, Daltõ e Dal-Tom.
Na década de 1980 residindo na capital paulista, exerceu, a convite de Augusto César Vanucci, a direção musical da TV Bandeirantes, fazendo trilhas para programas da emissora, entre os quais “Agildo no País das Maravilhas”. Professor de português e tradutor.
Atuou como diretor musical da linha de shows da Rede Globo e, posteriormente, diretor musical da Rede Bandeirantes de Televisão.
Gravou dois LPs, tendo uma grande quantidade de músicas gravadas por vários intérpretes.
Começou profissionalmente em 1966 com o Grupo Mineiro, conjunto vocal do qual também fizeram parte Paulo Augusto, Ricardo Scapim, Octavio César, Lilito e Fotóti (nas vozes) e Rogério Mendes, Cláudio Paiva, Antônio Crisóstomo e Maurício Dias (nas letras).
Em 1968 no “Festival de Juiz de Fora”, classificou suas composições “O beco” (arranjo de Daltony e Lilito) e “Chorinho” (c/ Lilito e Gaio), com arranjo do maestro Guerra Peixe. Em outra edição do mesmo festival, obteve o segundo lugar com “GB ur-gente” (c/ Mauricio Dias).
Mudando-se para o Rio de Janeiro o Grupo Mineiro apresentou-se em vários festivais, entre eles, o “Festival de Viña Del Mar”, no Chile, representando o Brasil, e interpretou composições de Taiguara, Ivan Lins, Artur Verocai, Daltony e Lilito. Por essa época, o grupo participou também de discos e shows, entre eles “Beth Carvalho na Boate Grinzing” (Ipanema) e “Marlene é a maior”, sucesso de crítica e público, um ano em cartaz no Rio de Janeiro.
Em 1971 começou a ver suas músicas gravadas por cantores como Eliana Pittman, Evinha, Cláudia e Trio Mocotó. No ano seguinte Célia gravou sua composição “Em família”. Saindo do Grupo Mineiro, seguiu carreira solo e apresentou-se em vários shows.
No ano de 1973 no primeiro disco da cantora Simone foram incluídas três composições suas. Ainda neste ano , Roberto Ribeiro interpretou dois sambas seus e Célia voltou a gravar uma composição de sua autoria. Continuou a compor, mas afastou-se do meio musical por cinco anos.
Em 1978, a convite de Otoniel Serra, fez show ao lado de Ana Maria e Mario Martins na Sala Funarte, com direção musical de Sidney Miller e direção geral do próprio Otoniel. No ano seguinte, César Costa Filho gravou “Chopp quente”, música também em parceria com Anamaria.
No ano de 1980 o compositor participou do “Festival MPB Shell” (Rede Globo), o que lhe valeu convite de Augusto César Vannucci para ser diretor musical da linha de shows da Rede Globo, cargo que exerceu por vários anos. Neste mesmo ano, Vanusa gravou cinco composições suas, tendo o compositor participado como instrumentista no disco. No mesmo ano, pela RCA Victor, o próprio compositor lançou um compacto simples com as faixas “Déda” e “Ó de casa”.
Em 1981, pela gravadora RCA, lançou o LP “Bate-boca”, um disco autoral com produção de Arthur Laranjeira e arranjos de Antonio Adolfo e Perna Fróes. O LP teve participação especial dos parceiros Anamaria, na faixa-título, e Mário Martins. No ano seguinte gravou um compacto simples e Vanusa incluiu uma parceria de ambos no LP “Vanusa – primeira estrela”, lançado pela gravadora Som Livre. Compôs também a música “Real ilusão”, cantada por Aretha, para o encerramento do especial infantil “Pirlimpimpim”, da Rede Globo, lançado em LP nesse mesmo ano.
Em 1983 o compositor gravou o LP “Cirrose”, também pela RCA Victor, em produção de Simon Khoury e arranjos de Antônio Adolfo. Dessa vez, cantou músicas dele e de outros compositores, como Délcio Carvalho, Billy Blanco, César Brunetti, Nelson Sargento (a antológica Falso amor sincero). O disco teve as participações especiais de Maria Alcina na faixa “Cozinheira granfina” (Sá Roris), João Bosco em “Barafunda” (João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio) e Moreira da Silva, na faixa composta especialmente para ele (Amigo de malandro, de Daltony). Por essa época, ao lado de Ademilde Fonseca e do grupo Coisas Nossas, participou do “Projeto Pixinguinha”, viajando pelo sul do país. Nesse mesmo ano, Miele regravou “Cirrose” e a gravadora Sigla lançou o LP “Plunct plact zum”, trilha sonora do especial infantil da Rede Globo criado por Augusto César Vannucci, Wilson Rocha e Daltony. No disco foram incluídas, de sua autoria, “Sopa de jiló” e “Use a imaginação”. Ainda nesse ano, um especial de TV originou o livro-disco “Turma do Pererê”, com história de Ziraldo e duas músicas de Daltony Nóbrega: “Turma do Pererê” e “Mata do Fundão”.
Em 1984, com Augusto César Vannucci e outros parceiros, criou quatro especiais infantis que resultaram em discos: “Uma aventura no corpo humano”, em que suas músicas foram gravadas por Ney Matogrosso, Lápis de Cor, Paulo Vignolo, Donizeti, Nair e Myrian, Aretha, Vanusa, Castrinho, Rosana e Fábio; “Tiradentes nosso herói”, no qual suas composições foram interpretadas por Viva Voz, Tânia Alves, Aretha, Paulo Vignolo, Fabiano, Kleiton e Kledir; “Plunct plact zum 2”, com três músicas suas e “Tem criança no samba”, com interpretações de Daltony Nóbrega e Marília Barbosa, Aretha e Ander.
No ano de 1985, o LP “Aí vêm os Smurfs” incluíu nove letras suas, e no disco “A era dos Halley” foram incluídas duas composições suas interpretadas pelo grupo Roupa Nova e por Rosana e Guilherme Lamounier.
Atuou na Rede Globo até 1986 como roteirista, compositor e diretor musical, dividindo seu tempo entre a TV e os shows que fazia regularmente em casas noturnas do Rio de Janeiro. A partir de 1987, depois de uma breve pausa, passou a trabalhar como roteirista e diretor musical da Rede Bandeirantes, em São Paulo. Além da TV, com Fauzi Arap, Chico de Assis e Bia Peine, comandou o “Toca-Troca”, projeto que reunia cantores, compositores e artistas de diversas áreas em shows-reuniões semanais no Teatro de Arena. Para esse mesmo teatro, compôs a trilha musical da peça “Vias de comunhão”, de Anselmo Bingre, e fez show com Sueli Costa, Belchior e Augusto César Brunetti. Ainda em 1987, para a Rede Bandeirantes, compôs a trilha sonora do programa “Z Y Bem Bom”, incluindo oito faixas no LP homônimo.
Em 1988 mais dez composições suas foram gravadas no LP “Z Y B Bom 2 – Caçadores de Aventura”. No mesmo ano, suas músicas foram gravadas nos discos de Márcia Gui, Vanusa, José Paulo Soares e Silvio Brito. No ano seguinte, teve composições interpretadas pela cantora infantil Kelly.
O compositor passou uma temporada envolvido em outras áreas de trabalho, ainda em TV. O intervalo só terminaria em 1994, quando Carlos Lyra incluiu suas parcerias “Não chore por mim” e “Choro de breque” no CD “Carioca de algema”. No ano seguinte, Beto Bandeira gravou “Sub-América”.
Em 1997, no CD “Pote da memória”, Luiz Carlos Bahia interpretou a parceria de ambos “Sorri, viola” (Réquiem para Canudos). No ano seguinte, pela Fundação Luso-Brasileira, foi lançado o CD “Mestiço”, de Pedro Moreno, cantor e compositor brasileiro radicado em Portugal, disco no qual foi incluída a parceria de ambos “País mestiço”.
Em 2005 o compositor entrou em nova fase mesclando música, poesia e informática. O primeiro trabalho dessa fase é uma apresentação em “Flash” criada por Bia Peine: “Ca-L-deira do diabo” (Último aviso), composição de sua autoria na voz de Débora Nóbrega. A música, um manifesto contra a corrupção, começou a circular pela Internet neste mesmo ano.
Em 2011 participou do C D “100 Anos de Carmen Miranda – Duetos e Outras Carmens”, com produção de Thiago Marques Luiz, no qual fez dueto com Maria Alcina na faixa “Empregada Grã-fina”, de autoria de Sá Roris. Do CD duplo também participaram DJ Zé Pedro, Elza Soares, Silvio Caldas, Caetano Veloso, Evinha, Franscisco Alves, Marília Barbosa, Carlos Gualhardo, Mário Reis, Rita Lee, Gal Costa, Jonjoca & Castro Barbosa, Adriana Calcanhotto, Maria Bethânia, Chico Buarque, Olyvia Byngton, João Carlos Assis Brasil, Elba Ramalho, Carmen Miranda, João Bosco e Daniela Mercury, Lamartine Babo, Baby do Brasil, Patrício Teixeira e Murilo Caldas, em reproduções de gravações da época e regravações.
Entre seus muitos parceiros, estão Carlos Lyra, Artur da Távola, Ana Maria, Mario Martins, Pedro Nava, Sílvio César, Vanusa, Tavynho Bonfá, Chico de Assis, Ana Cezar, Eduardo Souto Netto, Bia Peine, Alberto Land, Lafaiete Galvão, Sílvio Brito, Wilson Rocha, José Paulo Soares, Stil, Augusto César Vannucci e Luiz Carlos Bahia.
De seus vários intérpretes em discos e em trilhas sonoras, registram-se Célia, Cláudia, Evinha, Simone, Vanusa, Roberto Ribeiro, César Costa Filho, A Turma do Arrepio, Donizetti, Beto Bandeira, Miele, Kelly, Moreira da Silva, Márcia Gui, Carmen Costa, Aretha, Paulo Vignolo, Gabriel, Ander, José Vasconcelos, Agildo Ribeiro, Ney Matogrosso, Betty Faria, Nei Latorraca, Lápis de Cor, Castrinho, Rosana, Fábio, Guilherme Lamounier, Kleiton e Kledir, Zezé Motta, Roupa Nova, Tânia Alves, Marília Barbosa, A Turma do Z Y Bem Bom, Rafael, Juliana, Samantha, Jefferson, Rodrigo Faro e Leci Estrada.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.