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Nome Artístico
Dalton Vogeler
Nome verdadeiro
Dalton Vogeler Gomes
Data de nascimento
12/1/1926
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
8/12/2008
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor. Produtor musical. Escritor. Professor.

Neto do maestro e compositor Henrique Vogeler e filho do violonista e violinista Carlos Vogeler Gomes. Casado com a cantora Jucila Vogeler. Interessou-se desde menino pela música. Estudou com Romeu Dalta, Davi Paiva e Antônio Leopaldi. Em 1970, foi eleito para a presidência da Associação Defensora de Direitos Artísticos e Fonomecânicos (ADDAF), cargo que vem exercendo em sucessivas reeleições desde então.

Formou-se em Psicologia Clínica e Parapsicologia pelo Instituto de Parapsicologia do Rio de Janeiro, em 1971. Professor do Instituto Villa-Lobos, foi indicado, em 1974, para a direção daquele instituto pelo então presidente da República.

Desde 1978, vem trabalhando na área de psicoterapia, tendo realizado várias palestras e conferências sobre Música-Hipnoterapia (Psicoacústica) em Conservatórios, Universidades e Escolas. Atuou na criação e execução do Fundo de Aposentadoria do Músico Autônomo na OMB. Foi, ainda, um dos realizadores do Plano Habitacional para Músicos “Cidade do Som”, tendo recebido, como homenagem, a indicação de seu nome para uma das principais vias de acesso: a “Alameda Dalton Vogeler Gomes”.

Em 1993, escreveu seu livro de memórias “Por trás do contrabaixo”, que retrata a noite carioca nas décadas de 1950 e 1960. Faleceu na emergência do Hospital Miguel Couto na zona sul do Rio de Janeiro depois de dar entrada vitimado por um engasgo. Devoto de Nossa Senhora da Conceição, faleceu exatamente no dia dedicado à santa.

Dados artísticos

Em 1946, criou e dirigiu o Quinteto de Dalton, que atuou até 1949, na Rádio Club. De 1949 a 1959, o grupo apresentou-se na Rádio Tupi. A partir de 1950, participou, como saxofonista e contrabaixista, de diversas orquestras e conjuntos, como: Zingar, Waldir Calmon, Djalma Ferreira, Steve Bernard, Sachas, Copacabana Palace, Boite Vogue, Carlito e seu conjunto, Boite Au Bon Gourmet, Bob Fleming, Orquestra Tabajara e Waldir Azevedo. 

Como compositor, teve seu primeiro trabalho registrado em 1959, com a gravação de “Balada triste”, parceria com Esdras Silva, por Ângela Maria e, em seguida, Agostinho dos Santos. A canção conta, ainda, com mais de 100 regravações e versões para vários idiomas. Nesse ano, teve a balada “Viver em paz” gravada pela cantora Maysa no LP “Maysa é Maysa… É Maysa… É Maysa” da RGE. No ano seguinte, iniciou sua carreira de produtor de discos,tendo trabalhado em várias gravadoras, como: Copacabana, Odeon, RCA Victor, CID e Continental. Produziu, neste período, discos de instrumentistas como Altamiro Carrilho e Déo Rian. Como relações-públicas da Orquestra de Waldir Azevedo, contratou a cantora Jucila, com quem veio a casar-se em 1962, para participar como crooner na turnê da Orquestra em Buenos Aires. Em 1963, participou do Plano de Execução do Convênio entre o Ministério da Educação e Cultura (MEC) e a União Brasileira de Compositores (UBC), organizando caravanas de difusão da música popular brasileira no exterior. No mesmo ano, Hugo Santana gravou na Continental seu samba “Adeus à solidão”. No ano seguinte, chefiou a VII Caravana Oficial da Música Popular Brasileira por nove países europeus, promovida pela Lei Humberto Teixeira, para divulgar a MPB no exterior. Em 1966, sua composição “Nem sempre”, com Luiz Antônio foi gravada por Ellen de Lima na Odeon.

Exerceu o cargo de primeiro secretário da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB) entre 1964 e 1967. Em 1965, foi eleito para a presidência do Conselho Regional da OMB, sendo transferido, em 1968, para a presidência do Conselho Federal e retornando, em 1971, à presidência do Conselho Regional daquela entidade, cargo que exerceu até 1973. Foi eleito em 1968 para a presidência do Departamento de Direitos Nacionais da UBC. Em 1986, foi convidado pelo Conselho Nacional de Direito Autoral (CNDA) para participar de um grupo de revisão dos sistemas de arrecadação e distribuição do direito autoral. No mesmo ano, representou o Brasil no XXXV Congresso Mundial de Autores em Madri, na Espanha. Em 1997, sua toada “Andarilho”, com Orlando Silveira, foi gravada por Antônio Nóbrega, no CD “Madeira que cupim não rói”.

Obras
A paz da canção perdida
Adeus à solidão
Andarilho - com Orlando Silveira
Balada triste (c/ Esdras Silva)
Festa na roça
Fim de parceria
Hino ao Rio
Nem sempre (c/ Luiz Antônio)
O bem do bem
Perdão em serenata
Prelúdio da lágrima ausente
Velho queixume
Viver em paz
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.

VASCONCELLO, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira – volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.