0.000
Nome Artístico
Claudionor Cruz
Nome verdadeiro
Claudionor José da Cruz
Data de nascimento
1/4/1910
Local de nascimento
Paraibuna, MG
Data de morte
21/6/1995
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor. Violonista.

Seu pai era mestre de banda em sua cidade natal. Aprendeu música ainda criança. Foi considerado um mestre no violão-tenor.

Dados artísticos

Começou a carreira artística tocando cavaquinho. Depois, formou seu regional e passou a tocar violão. Em 1935, teve sua primeira composição gravada, o samba canção “O tocador de violão”, parceria com Pedro Caetano, por Augusto Calheiros na Odeon. Em 1938, conheceu seu primeiro sucesso com a valsa “Caprichos do destino”, parceria com Pedro Caetano, gravada por Orlando Silva na Victor.

Em 1939, as Irmãs Medina gravaram outra de suas parcerias com Pedro Caetano, a canção “Sepulcro de um coração”; o cantor Déo registrou o samba “Ela é”, parceria com Wilson Batista e Carlos Galhardo gravou o samba “Sei que é covardia…mas”, com Ataulfo Alves, este um grande sucesso daquele ano.

No mesmo ano, teve o samba “Pau que nasce torto” e o samba canção “Roubaram o meu mulato”, gravados por Aurora Miranda na Victor.

Em 1940, compôs com Wilson Batista e Pedro Caetano o batuque “Senhor do Bonfim te enganou”, registrado por Dircinha Batista e Nuno Roland. Com Ataulfo Alves compôs o samba “Pra esquecer uma mulher”, gravado por Déo na Odeon e, com Valdemar de Abreu fez o samba “Tu és culpada”, gravado na Victor por Sílvio Caldas. Em 1941, Dircinha Batista gravou na Odeon os sambas “Zé Boa Vida”, parceria com José Gonçalves e “Contemplando”, com Pedro Caetano. Em 1942, teve o samba “Retratinho dele”, outra parceria com Pedro Caetano, gravado por Dircinha Batista, intérprete constante das parcerias dos dois. Em 1943, Orlando Silva gravou a valsa “Duas vidas” e Gilberto Alves o samba “É triste a gente querer”, ambas parcerias com Pedro Caetano. No mesmo ano, compôs com André Filho o samba “O coração reclama”, gravado por Nelson Gonçalves na Victor. Em 1944, a marcha “Eu brinco”, outra parceria com Pedro Caetano, gravada por Francisco Alves, fez grande sucesso no carnaval. A música teria nascido por conta de um pedido da imprensa, temerosa de um carnaval desanimado devido à guerra. Segundo seu parceiro Pedro Caetano, citado por Zuza Homem de Mello e Jairo Severiano, “Havia um clima de guerra no país, com racionamento de gasolina, blecaute e muita desanimação, daí, eu e o Claudionor fizemos: “Com pandeiro ou sem pandeiro, eu brinco, com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco, também”. Nesse mesmo ano, passou a acompahar gravações na Odeon com seu conjunto, tendo participado de discos de inúmeros artistas, entre os quais, Orlando Silva; Trio de Ouro; Joel e Gaúcho; Moreira da Silva; Odete Amaral; Francisco Alves; Alvarenga e Ranchinho e Jararaca e Ratinho.

Em 1945, o samba “Meus quinze anos”, parceria com Pedro Caetano, foi gravado com sucesso por Dircinha Batista. No mesmo ano, Carlos Galhardo fez sucesso com o samba “Disse me disse”, parceria com Pedro Caetano, gravado na Victor. Em 1946, Orlando Silva gravou na Odeon, a marcha “Uma pracinha na Itália”, com Pedro Caetano. Nesse mesmo ano, passou a acompanhar gravações na RCA Victor com Seu Regional estreando no acompanhamento de Gilberto Milfont na gravação dos sambas “Estão vendo aquela mulher” e “Apelo”, parcerias com Pedro Caetano. Em 1949, o grupo Quatro Azes e Um Coringa gravou seu samba “Galho de arruda”. No mesmo ano, gravou com Severino Araújo, o choro “Cintilante”, parceria com José de Freitas. No ano seguinte, teve o samba “Ivone”, parceria com Paulo Marques, registrado por Alcides Gerardi e o samba “No meu cangote”, com Pedro Caetano, pelos Quatro Azes e Um Coringa. Ainda em 1950, gravou na RCA Victor com o instrumentista Portinho, registrando os choros “Caboclinho”, parceria com José de Freitas e “Insinuante”, com Porto Filho. Ainda no mesmo ano, gravou na Continental com Severino Araújo, os choros “Dissonante”, de Severino Araújo e “Duvidando”, de sua parceria com Porto Filho.

Em 1952, Gilberto Alves gravou de sua parceria com Paulo Mayer o samba canção “Uma ilusão” e Heleninha Costa, em dueto com o radialista César de Alencar, o choro “Me dá, me dá”, parceria com Ismael Neto. No mesmo ano, Lúcio Alves lançou na Continental, de sua parceria com Pedro Caetano, o samba “Tormento”. No ano seguinte, gravou com seu conjunto, o choro “Uriatan”, de sua autoria e o baião “Dengozinho”, parceria com Roberto Martins. No mesmo ano, Lúcio Alves lançou mais um de seus sambas da parceria com Pedro Caetano, “Nova ilusão”.

Atuou também com seu regional na gravadora Continental. Nas décadas de 1940 e 1950, seu regional foi um dos mais requisitados para gravações e apresentações em rádios. Nessa época, atuou nas rádios Nacional, Globo, Tupi e Municipal, no Rio de Janeiro. Atuou ainda nas Tvs Rio e Educativa, no Rio de Janeiro e Excelsior e Cultura, de São Paulo. Em 1974, foi homenageado, juntamente com o parceiro Pedro Caetano com um show no Teatro João Caetano comemorativo aos 40 anos de música da dupla. Recebeu o título de cidadão do Estado da Guanabara. Em 1977, Paulinho da Viola regravou o choro “Nova ilusão”, parceria com Pedro Caetano. Suas composições foram gravadas por importantes nomes da música popular brasileira, como Sílvio Caldas, Orlando Silva, Francisco Alves, Cyro Monteiro, Dircinha Batista, Nelson Gonçalves e outros. Seu maior parceiro foi Pedro Caetano, com quêm deixou cerca de 300 músicas gravadas e editadas. Em 2009, foi homenageado pelo grupo Terno Carioca com o CD “Terno Carioca interpreta Claudionor Cruz”, que incluiu, entre outras, suas composições “Predileto”; “Cintilante”, com José de Freitas, e “Disse me disse” e “Este choro é meu pranto”, as duas com Pedro Caetano. Em 2010, por ocasião do centenário do seu nascimento foi homenageado com um show no Teatro Municipal de Niterói com o grupo Terno Carioca integrado por Lena Verani, na clarineta; Luiz Flávio Alcofra, no violão e Pedro Aragão, no bandolim e no violão tenor. Na ocasião foram interpretadas obras suas como “Nova ilusão”, “Caprichos do destino”, “Sei que é covardia”, “Eu brinco” e “A felicidade perdeu meu endereço”, entre outras. Em 2018, sua marcha  “Eu brinco”,  com Pedro Caetano, cuja letra diz; “Com pandeiro ou sem pandeiro, eu brinco, com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco”, serviu de mote para o enredo com que a Escola de samba Estação Primeira de Mangueira desfilou no carnaval com o samba -enredo “Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco!”, de Lequinho, Júnior Fionda, Alemão do Cavaco, Gabriel Machado, Wagner Santos, Gabriel Martins e Igor Leal.

Discografias
1953 RCA Victor 78 Uriantan/Dengozinho

(c/Seu Conjunto)

1950 RCA Victor 78 Caboclinho/Insinuante

(c/Portinho)

1950 Continental 78 Dissonante/Duvidando
1949 Continental 78 Cintilante

(c/Severino Araújo)

Obras
A felicidade perdeu meu endereço (c/ Pedro Caetano)
A vida é amor (c/ Pedro Caetano)
Alá! Alá! (c/ Pedro Caetano)
Apelo (c/ Pedro Caetano)
Caboclinho (c/ José de Freitas)
Caboclo feio (c/ Pedro Caetano)
Cais do porto (c/ Pedro Caetano)
Canção da mãe distante (c/ Pedro Caetano)
Caprichos do destino (c/ Pedro Caetano)
Cintilante (c/ José de Freitas)
Contemplando (c/ Pedro Caetano)
Dengozinho (c/ Roberto Martins)
Disse me disse (c/ Pedro Caetano)
Duas vidas (c/ Pedro Caetano)
Duvidando (c/ Porto Filho)
Ela é (c/ Wilson Batista)
Ele disse adeus (c/ Marino Pinto)
Engomadinho (c/ Pedro Caetano)
Errei (c/ Ataulfo Alves)
Este choro e o meu pranto (c/ Pedro Caetano)
Estão vendo aquela mulher (c/ Pedro Caetano)
Eu brinco (c/ Pedro Caetano)
Eu não sabia (c/ Pedro Caetano)
Exaltação ao sonho (c/ Pedro Caetano)
Falta-me alguém (c/ Pedro Caetano)
Feia (c/ Pedro Caetano)
Framboesa (c/ Pedro Caetano)
Frases decoradas (c/ Pedro Caetano)
Galho de arruda
Haja carnaval ou não (c/ Pedro Caetano)
Há maisde uma semana (c/ Pedro Caetano)
Insinuante (c/ Porto Filho)
Ivone (c/ Paulo Marques)
Jandira (c/ Geraldo Queiroz)
Já sei sorrir (c/ Ataulfo Alves)
Já sou feliz (c/ Pedro Caetano)
Marieta (c/ Pedro Caetano)
Me dá, me dá (c/ Ismael Neto)
Meus quinze anos (c/ Pedro Caetano)
No meu cangote (c/ Pedro Caetano)
Nova ilusão (c/ Pedro Caetano)
O Senhor do Bonfim te enganou (c/ Pedro Caetano e Wilson Batista)
O amor vem depois (c/ Pedro Caetano)
O coração que te quer (c/ Pedro Caetano)
O coração reclama (c/ André Filho)
O homem não deve chorar (c/ Valdemar de Abreu)
O tocador de violão (c/ Pedro Caetano)
Oh! Rosa (c/ Pedro Caetano)
Onde estão os tamborins (c/ Pedro Caetano)
Pau que nasce torto
Paz com briga (c/ Pedro Caetano)
Pra esquecer uma mulher (c/ Ataulfo Alves)
Precaução (c/ Pedro Caetano)
Quem tem dinheiro (c/ Pedro Caetano)
Retratinho dele (c/ Pedro Caetano)
Rio de Janeiro (c/ Pedro Caetano)
Roubaram o meu mulato
Sei que é covardia... mas (c/ Ataulfo Alves)
Senta lá na mesa (c/ José Gonçalves)
Sepulcro de um coração (c/ Pedro Caetano)
Sete e meia da manhã (c/ Pedro Caetano)
Show sem fim (c/ Pedro Caetano)
Tempestade d'alma (c/ Pedro Caetano)
Tormento (c/ Pedro Caetano)
Tu és culpada (c/ Valdemar de Abreu)
Tudo faz falta (c/ Pedro Caetano)
Um minuto somente (c/ Pedro Caetano)
Um pouquinho de carinho (c/ Pedro Caetano)
Uma ilusão (c/ Paulo Mayer)
Uma pracinha na Itália (c/ Pedro Caetano)
Uma serenata... uma despedida (c/ Pedro Caetano)
Uriatan
Vem para os braços meus (c/ Ismael Neto)
Vou buscar minha Maria (c/ Ataulfo Alves)
Zé Boa Vida (c/ José Gonçalves)
É triste a gente querer (c/ Pedro Caetano)
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CAETANO, Pedro. Meio século de Música Popular Brasileira. Editora: VD. Rio de Janeiro, 1984.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da Música Popular. Edição do autor. Rio de Janeiro, 1982.

EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho. Editora: MEC/FUNARTE. Rio de Janeiro, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 1. Editora: 34. São Paulo, 1997.

VASCONCELOS, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira – Volume 2. Editora: Martins. Rio de Janeiro, 1965.