
Instrumentista. Pianista. Apreciador de Bach, sempre procurou aprimorar o domínio do piano tocando horas a fio. Foi o primeiro pianista da Orquestra Tabajara.
Iniciou a carreira artística em 1933, quando juntamente com outros músicos como os trompetistas Geraldo Medeiros e Raimundo Napoleão, o baterista Jorge Ayres, e o guitarrista Guaracy foi recrutado pelo maestro Olegário de Luna Freire e pelo empresário holandês Oliver Von Sohsten para formarem uma banda para agitar o carnaval de João Pessoa naquele ano. A banda foi um sucesso nos diferentes bailes nos quais se apresentou. Era a formação que daria origem a Jazz Tabajara e posteriormente, à Orquestra Tabajara cuja primeira formação fez sua primeira audição no auditório da Rádio Tabajara de João Pessoa em 1937. Em 1943, assumiu temporariamente a direção da Orquestra Tabajara, quando devido à Segunda Guerra Mundial, o maestro Severino Araújo foi convocado para prestar serviço militar de urgência. No ano seguinte, tornou a assumir o comando da orquestra quando o maestro Severino Araújo viajou para o Rio de Janeiro juntamente com Geraldo Medeiros. Em 1945, juntamente com toda a Orquestra Tabajara que fora contratada pela Rádio Tupi, chegou ao Rio de Janeiro. No mesmo ano, a Orquestra Tabajara assinou contrato de exclusividade com a gravadora Continental. Participou das primeiras gravações da Orquestra Tabajara com o choro “Um chorinho em Aldeia”, de Severino Araújo, e o samba “Onde o céu azul é mais azul”, de João de Barro, Alberto Ribeiro e Alcir Pires Vermelho, assim como da gravação de um grande sucesso e que se tornou um clássico da MPB, o choro “Espinha de bacalhau”, de Severino Araújo. Em 1946, participou das gravações dos choros “Brejeiro”, de Ernesto Nazareth, “Sonoroso”, de K. Ximbinho, “Molengo”, de Severino Araújo, e da marcha “Cidade Maravilhosa”, de André Filho, em ritmo de samba. Em 1947, participou de novas gravações com a Orquestra Tabajara nas quais foram registradas, entre outras composições, os choros “Malicioso”, de Geraldo Medeiros, e “Um chorinho para clarinete”, de Severino Araújo, o frevo “A mamata é boa”, de Jones Johnson, e o frevo-canção “Voando pra Recife”, de Jonas Cordeiro. No mesmo ano, a orquestra gravou dois de seus maiores sucessos, a “Rhapsody in Blue”, de Gershwin, em ritmo de samba, e o choro “Um chorinho pra você”, de Severino Araújo. O disco tornou-se o mais vendido nos meses que se seguiram. Nessa época, a orquestra era a mais requisitada para a realização de bailes. Em 1949, participou, entre outras, da gravação do samba “Feitiço da Vila”, de Noel Rosa e Vadico, além de diversos frevos, entre os quais “Januário no frevo”, de Jonas Cordeiro, “O Macobeba vem aí”, de Levino Ferreira, e “Zé Carioca no frevo”, de Geraldo Medeiros. Em 1951,esteve presente na gravação dos frevos “Tá esquentando”, de Zumba, “Último dia”, de Levino Ferreira, e do frevo-canção “É frevo, meu bem”, de Capiba, com vocal de Carmélia Alves. No mesmo ano, tocou piano na apresentação que a orquestra Tabajara fez nas festividades de inauguração da TV Tupi. Em 1952, viajou com a orquestra para Paris a fim de fazer uma apresentação de carnaval. O sucesso foi tão grande que acabaram ficando um ano em Paris. Em 1954, esteve presente na gravação do frevo-canção “Vamos pra casa de Noca?”, de Capiba, com vocal de Carmélia Alves, e dos frevos “Gracinha no frevo”, de Levino Ferreira, e “Centenário”, de Geraldo Medeiros. Nesse ano, com o fim do contrato com a Rádio Tupi, a orquestra saiu em excursão pelos Estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Retornou ao Rio no meio do ano e, em novembro, partiu em nova excursão, desta vez, aos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em 1955, saiu em excursão a Montevidéu, onde permaneceu por 40 dias. No mesmo ano, participou da gravação do LP “A Tabajara no frevo”, com uma coletânea de frevos. Em 1961, participou da gravação do LP “Recife 400 anos”, com diversas composições em homenagem à capital pernambucana, entre as quais “400 anos de glórias” de Severino Araújo, “Recife capital do frevo”, de Geraldo Medeiros, “Diabo solto”, de Levino Ferreira, e “Homenagem a Recife”, de Geraldo Medeiros e F. Corrêa da Silva. Nesse mesmo ano, apresentou-se em Buenos com a orquestra Tabajara, em excursão que durou cerca de 20 dias. Tendo atuado por cerca de 30 anos com a Orquestra Tabajara, participou da gravação de inúmeros discos, além de apresentações em Rádios como a Nacional, a Mayrink Veiga, a Tamoio, a Continental e a Mauá. Atuou como pianista em eventos particulares e shows de pequeno porte.