
Cantor. Compositor.
Em 1970, mudou-se para o Rio de Janeiro. Trabalhou na construção civil como servente de pedreiro e, mais tarde, formou-se em Engenharia Civil, profissão que exerce concomitantemente com a de músico.
Em 1969, começou a tocar violão e a compor. Participou de diversos festivais estudantis. Já no Rio de Janeiro, conheceu o trapalhão Mussum, que o levou aos mais tradicionais redutos do samba, como o Buraco Quente da Mangueira e o Pagode do Cacique de Ramos e com quem produziu diversas parcerias musicais, entre músicas de carnaval e até um xote. Juntos fundaram, em 1985 o Bloco Carnavalesco Elas e Elas, em Jacarepaguá. Em 1993, Foi levado por Vicente das Neves e passou a integrar a Ala de Compositores da Unidos da Tijuca. No ano seguinte, chegou a finalista na escola com o samba-enredo “Só Rio é Verão”, em parceria com Beto Moura e Anselmo Ferraz. Também com o samba-enredo “Os Nove Bravos do Guarani”, com Beto Moura e Anselmo Ferraz, chegou às finais na escolha do samba da Unidos da Tijuca, no ano de 1995. Paralelamente, passou a ter efetiva participação no carnaval carioca, em blocos como o Simpatia é quase amor, o Vem cá me dá e a Banda da Barra. Em 2000, lançou seu primeiro disco: “Confissões”. O CD foi gravado ao vivo em show no Espaço Cultural Estácio de Sá, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Neste disco, contou com a participação dos músicos Alceu Maia, Anselmo Mazzoni, Jorge Simas e interpretou de sua autoria: “Anoiteceu”, “Maracatu” e “Desafio”, todas em parcerias com Beto Moura, e ainda “Beija-flor”, com Flávio, “Pinto no Xerém”, com Mussum e “Mulher perfeita”, em parceria com Carlito Cavalcante. Entre seus principais parceiros estão: Mussum, Carlito Cavalcante, Anselmo Mazzoni, Noca da Portela e Roberto Serrão.
Em 2002, lançou o CD “Nordestino carioca”, produzido pelo maestro Chiquinho Chagas, inspirado em forrós de sua terra natal. O CD, foi lançado com o apoio do MIS e comercializado em bancas de jornais, trazendo, em anexo, um livreto intitulado “A saga do cordel”, de sua autoria. Sua tiragem de 20 mil cópias logo se esgotou. Destacaram-se no CD, entre outras, “Forró do boqueirão” e “Festa do bode”, de sua autoria e “Vem me visitar”, “Todo dia o galo canta” e a música título, parcerias com Beto Moura. O disco foi lançado durante a Feira Cultural Expo-Étnica, promovido pelo MIS, Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, e contou com a participação de Noca da Portela. No mesmo período, apresentou-se com sucesso na casa de shows Severina, no bairro das Laranjeiras no Rio de Janeiro. Seu terceiro CD, “Forrozando”, também pelo selo Special Discos, foi lançado em café da manhã nordestino típico, na feira de São Cristóvão, no Rio. O disco optou pelo ritmo nordestino em seu estado mais puro , mesclando cantores tradicionais já falecidos, como Patativa do Assaré (Óios redondo), Accioly Neto (Severina Cooper”, “Its not mole not”, (gravada anteriormente por Paulo Diniz) e Gordurinha (num pout-porri com “Baiano burro”, “Pau de Arara” e “Baianada”) com outras inéditas de compositores pernambucanos em plena atividade, como o forró pé de serra, “Forró manhoso”, de Petrúcio Amorim e Bráulio de Castro, que abre o disco, Alexandre Leão e Manuca Almeida, com “Por onde anda”, Maciel Melo, Genaro e Júnior Vieira em “Na beirinha do fogão”, Avarese, com o coco “Vamos simbora Neném e Chiquinha e Zuca Gonzaga, com “Amor no coração”. O CD também traz três músicas inéditas de Chico: “Bem da Paraíba”, “Estrela do baião” e “Coração badoleiro” e tem participação de músicos como Adelson Viana (sanfona e arranjos), Tony Sete Cordas (violão sete cordas)Dirceu Leite (clarinete, flauta ee flautin), Durval Pereira (zabumba, pandeiro e agogô) e Mingo Araújo (triângulo, caxeta, ganzá, block, moringa e gonguê).
Também em 2003, trazendo ao público sua produção como poeta cordelista, Chico publicou o cordel “Matuto apaixonado”, lançado na feira de São Cristóvão. Em abril de 2006, apresentou-se com o Grupo Chabocão, na casa noturna Bom Sujeito, na Barra da Tijuca, RJ. Em 2005, foi indicado para Prêmio Tim da Música Brasileira, como melhor disco e melhor cantor na categoria regional, pelo disco “Forrozando”. Em maio de 2007, tomou posse, na Academia Brasileira de Literatura de Cordel, onde passou a ocupar a cadeira nº10, que originalmente pertenceu a Catulo da Paixão Cearense. Ainda no mesmo ano, lançou o CD “Tá no sangue e no suor”, pela gravadora pela Rob Digital. O disco teve show de lançamento em São Paulo e no Rio de Janeiro. O disco, assim como Forrozando, teve produção de José Milton e é dedicado ao ritmo nordestino em seu estado mais puro, mesclando canções de compositores tradicionais já falecidos, com canções inéditas de autores da nova geração, inclusive composições próprias, em solo e em parcerias. Estão presentes no repertório: “Cajueiro Doce”, de Manezinho Araújo/Antonio Maria”; Pergunte ao Meu Lenço”, de Nelson Ferreira e “Biliu Misturado”, de Biliu de Campina. Entre as inéditas: “Cana Caiana”, do próprio Chico Salles; “Venha pro Meu Ninho”, de Alexandre Leão/Manuca Almeida; “O Bom Senso da Loucura”, de Edu Krieger e “Além Mar”, de João Lira/Zeh Rocha, além da canção título do disco, “Tá no Sangue e no Suor”, de Petrúcio Amorim. A partir de 2008, passou a aparecer com mais visibilidade no mundo literário, ao publicar livros pela Editora Rovelle. Os títulos de sucesso foram “Cem anos sem Machado”, “A Cor do Ovo”, “Cordel Contemporâneo” e “Cordelinho”, que recebeu prêmio da Academia Brasileira de Letras como melhor livro infanto-juvenil de 2009. No mesmo ano, foi eleirto Diretor Cultural da Academia Brasileira de Literatura de Cordel para o triênio 2009/2011. Em 2010, lançou seu quinto disco, “O bicho pega”, produzido por José Milton e lançado pela Som Livre. Com forte influência de raiz nordestina, como de Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e João do Vale, o CD trás xotes, como “Vagalume” e “Como alcançar uma estrela”; cocos, como “O bicho pega”, “Nem vem que não tem” (lançada por Jackson do Pandeiro em 1972) e “Forró do Sapateiro”; o baião “Masculina” (composição própria em parceria com Edu Krieger); e o xaxado “Forró apagão”, que contou com a participação especial de Raimundo Fagner. O disco ainda trás o cordel metrificado de autoria própria, “Caminhos do Brasil”; além da participação especial de Alfredo Del Penho, na faixa “A Cumeeira de Aroeira Lá da Casa-grande”. Em 2011, apresentou temporada de shows acompanhado de sua banda, na casa de shows Rio Scenarium, na Lapa (Rio de Janeiro). Entre o repertório constaram sucessos de sua autoria, além de clássicos da música nordestina, e também do samba. No mesmo ano, foi autor, junto com Beto Moura, Nilo Motta e Narciso, do samba vencedor do concurso Botafogo Samba Clube, organizado pelo Botafogo de Futebol E Regatas. No concurso, cujo enredo foi “A Magia do 7”, uma homenagem à dinastia de craques que construiu a mística da camisa 7 do Botafogo, 84 sambas foram inscritos.Em 2012, apresentou o show “Coco, Cordel e Canção”, ao lado do grupo Chabocão e da cantora Socorro Lira, no Teatro Rival, no Rio de Janeiro (RJ). O show foi produzido por José Mílton, e o repertório procurou explorar obras suas e também de Luiz Gonzaga e Zé do Norte. No mesmo ano, João Mossoró gravou a sua composição “Vagalume”, no CD independente “Conexão Nordeste – Arauto das raízes nordestinas”
Em 2014, lançou, pela gravadora Biscoito Fino, o CD “Sérgio Samba Sampaio por Chico Salles”, no qual interpretou obras do compositor capixaba Sérgio Sampaio, como “Até outro dia”, “Cala a boca, Zebedeu”, “Chorinho Inconsequente” (c/Erivaldo Santos), “Odete”, “Nem assim”, “Quanto mais”, “Velho bandido”, “O filho do ovo” e a regravação de “Velho bode”, parceria de Sérgio com o poeta Sérgio Natureza. O CD teve participações especiais de Zeca Pagodinho na faixa “Polícia, bandido, cachorro, dentista/O que pintar pintou”, Fagner, em “Cada lugar na sua coisa”, e Zeca Baleiro, em “História do boêmio (Um abraço em Nelson Gonçalves)”.
Em 2015, lançou o CD “Rosil Cavalcanti do Brasil”, em homenagem ao centenário desse compositor pernambucano. O repertório apresentou 13 faixas de autoria de Rosil, em parceria com outros compositores, como “Sebastiana”, “Cabo Tenório”, “Na base da Chinela”, “Quadro Negro”, “Ô veio macho”, e “Forró de Zé Lagoa”, parceria com Jackson do Pandeiro. O disco, produzido por Zé Milton, teve participações especiais de Maciel Melo, Josildo Sá, Biliu de Campina, Chico César e Silvério Pessoa.