Cantor. Compositor.
Sua mãe, professora primária, o incentivava, colocando-o, ainda quando criança, para participar de peças de sua autoria, peças nas quais cantava e dançava. Participou dos festejos populares brasileiros muito frequentes em São Luís do Maranhão.
Em 1958, na adolescência, começou a aprender piano e violão.
Em 1962 mudou-se para São Paulo.
Formou-se em Arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da USP, na turma que Chico Buarque abandonou.
Participou ativamente, nesta época, das reuniões estudantis chamada “Sambafo”, do qual também participava o jovem desconhecido Chico Buarque de Hollanda.
Mestre em arquitetura pela Universidade Federal de Pernambuco.
Citado em várias matérias e artigos de jornais e revistas, destacando-se José Ramos Tinhorão “Música popular: Chico Maranhão, afinal, é bom porque é de casa” (Jornal do Brasil. Caderno B – 1980); Revista VEJA “Outros Brasis – 1979), Miguel Almeida “De São Luís para o sul, sem folclore” (Folha Ilustrada de São Paulo – 1981); Revista ISTO É “Com a palavra: Encarando o Brasil que invade o Brasil” – 1986) e Revista ÍCARO “Revista de bordo Varig” (2006).
Durante o período de 2001 a 2005 publicou livro de arquitetura, intitulado “Urbanidade do sobrado: um estudo sobre a arquitetura do sobrado de São Luís” (Editora Hucitec), livro no qual fora encartado um CD com duas composições de sua autoria: “Sobrado” e “Sobrados e trapiches”.
Ao sair de São Luís, em 1962, já havia esboçado algumas composições musicais que considera sua pré historia na música.
Em 1967 apareceu no “III Festival da Música Popular Brasileira”, da TV Record, com o frevo “Gabriela”. Defendida pelo MPB-4, colocou-se entre as finalistas no sexto lugar, sendo, portanto, incluída no disco do festival. Participou de shows na boite Jogral (de Luis Carlos Paraná) em São Paulo. Como estudante da USP e integrante do TUCA (Teatro da Universidade Católica) participou da peça “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto junto com seu então colega Chico Buarque. Com esta peça fez a primeira viagem pela Europa. O TUCA ganhou o 1° prêmio do “Festival de Teatro Amador”, de Nancy, na França.
Em 1969 o produtor Marcus Pereira lançou um disco brinde intitulado “O Jogral”, no qual apareciam de um lado músicas de Chico Maranhão e no outro, músicas de Renato Teixeira. Deste disco destacou-se de sua autoria “Cirano”.
Em 1971 teve um segundo disco brinde lançado ainda pelo selo Marcus Pereira.
Em 1978 lançou, ainda pelo selo Marcus Pereira, o LP “Lances de agora”, com 11 composições de sua autoria, entre as quais “Meu samba choro”, “Ponto de fuga”, “Boi meu menino”, “Velho amigo poeta” e “Ponta dAreia”.
Em 1980 gravou o LP “Fonte nova”, com oito composições de sua autoria, entre as quais “Veludo”, “Que passo tu andas?”, “Festa no céu” e a faixa-título “Fonte nova”.
Regressou a São Luís, onde fixou residência, participando de movimentos de difusão, divulgação e afirmação da música brasileira no Estado do Maranhão. Destaca-se na sua produção a ópera popular “Ópera Boi: O sonho de Catirina”, uma criação inspirada no enredo mais tradicional do auto do Bumba-meu-Boi do folclore maranhense, encenada em 1995 no Teatro Municipal de São Luís, Arthur Azevedo. Os originais deste trabalho estão registrados em CD com mesmo título.
No ano de 1988 lançou o LP “O Brejeiro”, adaptação para disco da trilha sonora da peça teatral sobre o Auto do Bumba-meu-boi maranhense para crianças, da Profª. Camélia Viveiros.
Em 1989 lançou o disco de pesquisa “Boi da liberdade”, LP considerado um dos primeiros registros do mais antigo sotaque de Bumba-meu-boi do Maranhão: sotaque de zabumba.
Em 1996 sua composição “Hiato no Himalaia” venceu o “Festival da Canção Popular Maranhense”. No ano seguinte, em 1997, lançou o CD “São João, paixão e carnaval”.
No ano de 2001 lançou o CD “Só carinho”, no qual interpretou de sua autoria as faixas “Acocorado”; “Cheguei garota”; “Metralha”; “Capricho grande”; “Bumba meu boi”; “Hiato no Himalaia”; “Dora”; “Um doce mar”; “Noites de luar”, com participação especial do violonista Sebastião Tapajós; “Pastorinha”,”Zé Cupido”; “Carnaval das ilusões”, faixa na qual contou com a participação especial de Alcione; “O rei e a rainha” com participação especial de Solange Nazaré e a faixa-título “Só carinho”, além da composição “Joaninha”, de José Maria Fontoura.
Entre seus intérpretes estão, a cantora Ivete em “A outra”, parceria com Toquinho e ainda MPB4 interpretando “Mulata abençoada”, em parceria com Renato Teixeira.
Criador e líder do grupo de Tambor de crioula “Turma do Xiquinho”, promove uma considerável reinterpretação dos valores desta manifestação em São Luís do Maranhão.
(Chico Maranhão e Renato Teixeira)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
CRUZ, Arlete Nogueira da. Sal e sol. Rio de janeiro: Editora Imago, 2006.
HOLLANDA, Chico Buarque de. Chico Buarque, letra e música 1. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
MARCONDES, Marcos Antônio. Enciclopédia da música brasileira – erudita, folclórica e popular. 2 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.
MARCONDES, Marcos Antônio. Enciclopédia da música brasileira – erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.
MELO, Zuza Homem de. A Era dos Festivais: uma parábola. São Paulo: Ed. 34, 2003.
SILVA, Walter. Vou te contar – História da música popular brasileira. 2ªed. São Paulo: Códex, 2002.
THOMPSON, Mario Luiz. Bem Ti Vi: Música Popular Brasileira: 70, 80, 90, a MPB retratada em três décadas. São Paulo: Imprensa Oficial, 2001. v 1.
VENTURA, Zuenir. 1968: o ano que não acabou. 3. ed. São Paulo: Planeta do Brasil, 2008.