Violeiro. Compositor. Cantor.
Desde menino, recebeu do pai, o seresteiro Aldo Lobo, grande influência no gosto pela música, crescendo entre folias de reis e serestas. Apaixonado pela cultura de sua terra, aos 14 anos, sonhava em tocar viola. Em 1984 foi para Belo Horizonte. Formou-se em Educação Física pela Universidade Federal de Minas Gerais. Fez pós-graduação em Psicomotricidade e padagogia do Movimento na Universidade Gama Filho no Rio de Janeiro, mas, a paixão pela música o afastou dessas atividades.
Foi nomeado Embaixador do Divino Espírito Santo (Festa folclórica de S.J.Del Rei) e Guarda Coroa de Santo Antônio (Congado/MG).
Apontado pela crítica como solista virtuose, e um dos mais ativos violeiros engajados na preservação da cultura caipira, seus shows sempre contam com causos, canções, cantorias com a platéia e solos de viola. Em 1995, participou do CD “Canta Minas”, uma coletânea de artistas, lançado pela Som Livre e do CD “São Tomé das Letras e das músicas”.
Em 1996 lançou o álbum “No Braço Dessa Viola”.
Em 1997, foi indicado para o Prêmio Sharp na categoria Revelação da Música Regional Brasileira pelo disco “No braço dessa viola”, produção independente. O disco teve tiragem esgotada em várias capitais brasileiras onde fez apresentações. Por causa do CD , foi convidado pelo “Comune di Trento” para realizar 10 shows, fazendo parte dos projetos “Rovereto State”, “Trento State” e “Meeting per la amicizia dei popoli”, na cidade de Rimini, na Itália. Fez a trilha sonora do vídeo “Cerrado o pai das águas”, de Dêniston Diamantino, lançado pela Opará Vídeo.
Em 1998, desenvolveu o espetáculo de música e dança “O Profano e O Sagrado” juntamente com o Grupo Sagandeio de Danças da UFMG, coordenado pelo professor e coreógrafo Gustavo Côrtes. O espetáculo estreou no 30º Festival de Inverno da UFMG na Praça Tiradentes em Ouro Preto. Gravou com o cantor Jackson Antunes o CD “Nosso coração caipira” declamação de 25 clássicos da música caipira ao som de viola. Em 2000, lançou seu terceiro CD pela Kuarup, “Reinado”, onde contou com as participações especiais de Jackson Antunes, da dupla de emboladores do Recife, Caju e Castanha, do gaúcho Renato Borghetti, de Pena Branca, do alaudista Nívio Mota e dos novos violeiros Cláudio Araújo, Dimas Soares, Rodrigo Delage e Noel Anrade. Em agosto de 2001, apresentou-se no teatro da PUC de Belo Horizonte como convidado especial no show de encerramento do II Seminário Internacional
Guimarães Rosa. No mesmo ano, fez uma turnê por diversas cidades brasileiras com o cantor e violeiro Pena Branca, apresentando o show “Encontro de Raízes”. O show alcançou tanto sucesso que, recebeu solicitação em diversas cidades nos três anos subsequentes.
Em 2002, fez a trilha musical do seriado “Palmeira Seca”, que foi ao ar pela Rede Minas deTelevisão, sob direção de Breno Milagres. As músicas foram compostas em pouco mais de um mês, com temas instrumentais para os quatro elementos da natureza (água, terra, fogo e ar) e também para o tempo. O trabalho resultou no CD “Trilha sonora Palmeira Seca – Chico Lobo e convidados”, com direção musical e arranjos do violeiro. O disco foi patrocinado pelo Jornal Estado de Minas e lançado pelo selo Karmim. Também assinou com Jorge Fernando dos Santos, autor do romance que inspirou o seriado, a direção de produção do CD. Ainda no mesmo ano, apresentou-se no Canecão no Rio de Janeiro e no Teatro da UFF em Niterói no show “Cantoria brasileira”, em homenagem aos 25 anos da gravadora Kuarup. Nesse ano, também lançou o CD “Viola caipira – tradição, causos e crenças”, também pela Kuarup, interpretando entre outras, “Boa nova”, “Pescador” e “Nas voltas do mundo”, de sua autoria, além de “Folia de São Gonçalo”, de domínio público. Em 2003, foi o idealizador do destaque feito à música caipira na VI Feira e Festival Internacional da cachaça, a Expo – Cachaça, realizada em Belo Horizonte, que durou 4 dias. A noite do sábado da feira, foi aberta pelo quadro “Novos Violeiros”, em que Chico apresentou um grupo de violeiros jovens, formado por Fernando Sodré, Renato Caetano, Rodrigo Delage e Claudio Araújo, – se em solo e acompanhado do violeiro Pena Branca e da Orquestra Minas e Viola. Na noite de encerramento do evento, apresentou-se em solo e acompanhado do violeiro Pena Branca e da Orquestra Minas e Viola.
A partir de 2003, passou a apresentar, pela Rádio Inconfidência FM, em Belo Horizonte, o programa “Canto da Viola”, que foi ao ar aos domingos, em dois horários : de 11 às 12h – FM e de 20 às 21h – AM. O programa apresentava informação, tradição e curiosidades do universo da viola caipira, além de prosa com os mais reconhecidos violeiros do país e também com novos violeiros. Também no mesmo ano, passou assinar uma página na revista “Viola Caipira”, especializada em música de raiz e tradições do universo caipira. Na “Coluna do Lobo”, título da página o violeiro desenvolve prosa sobre a cultura caipira, apresentando mestres violeiros anônimos, aspectos da cultura caipira e refletindo sobre as tradições interioranas brasileiras. Desde o início dos anos 2000, passou a comandar, aos sábados, na TV Horizonte, o programa “Viola Brasil”, no qual, além de tocar, recebe outros violeiros, fala das folias, dos congados, das raizes mineiras e brasileiras e apresenta curiosidades, causos e informações sobre a tradição da viola.
Em 2004, lançou o CD “O violeiro e a cantora”, com participação da cantora Dea Trancoso. Também no mesmo ano, levou a cultura da viola caipira aos centros culturais de Rimini, na Itália e Viena, na Áustria. Ainda nesse ano, participou, da coletânea “Os bambas da viola”, lançada pela Kuarup, que reuniu num CD 6 renomados violeiros, para representar a viola das regiões do Brasil, além dele o CD traz Roberto Corrêa, Almir Sater, Helena Meirelles, Haroldo do Monte e Renato Andrade. Nesse CD, interpretou duas composições de sua autoria: “Ibérica”, na qual tocou viola acompanhado de Rogério Delayon na guitarra portuguesa, e “Vazante”, na qual foi acompanhado por Carlinhos Ferreira na percussão. Também em 2004, teve participação com sua viola caipira, no CD “Nóis é jeca mas é jóia”, lançado por Xangai e Juraildes da Cruz. Ainda no final de 2004, participou do projeto Violas do Brasil, apresentando-se no Teatro II do CCBB, em alternância com outros quatro mestres do instrumento: Pena Branca, Almir Sater, Renato Andrade e Roberto Corrêa. Sempre trazendo em sua viola as fitas dos Santos Reis, o que se tornou uma marca pessoal,
Em 2005, lançou, na casa de espetáculos Canecão, no Rio de Janeiro, seu primeiro DVD “Viola popular brasileira”. O show foi batizado de “Violas e histórias de Minas” no qual ele dividiu o palco com o violeiro Fernando Sodré e o contador de causos Tadeu Martins. O DVD foi gravado ao vivo em São João del Rey, sua cidade natal e contou com direção e montagem de Mário de Aratanha. O registro mostra seus maiores sucessos, entre reisados, congados, serestas e modas de viola, em quase hora e meia de show, com as participações especiais de Aldo Lobo, Pena Branca e Xangai . Participam do DVD os músicos: Rogério Delayon (cordas); Marco Aur (baixolão); Dado Prates (flauta); Mateus Bahiense e Edson Fernando (percussão). Fizeram parte do DVD as músicas “Abertura”; “Reisado”; “Zóio preto”; “Beira de mato”; “Nas voltas do mundo”; “Lundus”; “Caipira”; “Ibérica”; “Criação”; “Vazante”; “Batuque de viola”; “Matuto”; “Saudade matadeira”; “No braço dessa viola”; “Boi carreador”; “Chamamé”; “Tropa”; “Os músicos”; “Palmeira seca”; “Saudade”; “Morena”, e “Viola de terreiro. Todas as músicas são de sua autoria, exceto “Palmeira seca”, com Jorge Fernando dos Santos, e “Zóio preto” e “Lundus”, que são de domínio popular, recolhidas por ele e por Carlinhos Ferreira. No mesmo ano fundou a Escola de Violas Chico Lobo de Santana dos Montes (MG).
Entre 2006 e 2007, apresentou-se em diversos eventos e lugares do Brasil e do exterior, destacando-se um tour em Portugal, em que se apresentou em várias localidades, inclusive acompanhado do violeiro português Pedro Mestre, que também participou do CD homônimo do DVD, lançado simultanemente. Em agosto de 2007, foi convidado especial no programa Senhor Brasil, apresentado na TV Cultura de São Paulo por Rolando Boldrin. Na ocasião, tocou e cantou acompanhado de seu pai Aldo Lobo “Saudade matadeira” e “Nossa Senhora dos pesacadores”, de sua autoria, contando também com o acordeom de Chico Ceará. Ainda no mesmo período, fez participação especial, ao lado de Pereira da Viola, em show realizado no Teatro Palácio das Artes, em Belo Horizonte (MG), na ocasião do lançamento do CD produzido por João Araújo,”Violando Fronteiras”, que reuniu trabalhos de bandas dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Paraná e Pernambuco.
Em 2007 participou das comemorações dos 500 anos de Funchal, representando a viola de Minas na Ilha da Madeira.
Entre 2007 e 2009 foi o Diretor Musical do espetáculo “O Homem que À Terra Canta”, apresentado: no IV e VI Encontro de Culturas de Serpa e em Almodóvar (Portugal). O show reuniu reuniu artistas da Espanha, Cabo Verde, Portugal e Brasil. Também apresentou “Festejos da Terra”, apresentado no VII Encontro de Culturas de Serpa e em Almodóvar (Portugal).
Nos anos de 2009, 2010 e 2011 participou do “Encontro de Violas de Arame” realizado, em cada ano, na Ilha de São Miguel, nos Açores e em Castro Verde Portugal respectivamente.
Em 2009 começou a apresentar o projeto “CARNAVIOLA” – idealizado e patenteado junto a sua produtora Viola Brasil Produções, ao lado do escritor Tadeu Martins. com quatro horas de músicas do universo da viola caipira.
Em 2010, participou, como artista convidado, do 1o Festival Voa Viola. Na oportunidade, como anfitrião do show realizado em Recife (PE), se apresentou e recebeu os artistas Tradição do Jalapão, Ronney & Susano, Catireiros do Araguaia, Jaime Alem, Lenine e Heraldo do Monte. No mesmo ano foi convidado pelo Governo de Minas Gerais para participar da missão oficial à Expo Xangai 2010. No evento, realizou shows nos pavilhões Brasil, EUA, e América Square. Também foi convidado a ministrar um workshop e a se apresentar no pavilhão da UNESCO.
Em 2011 fez turnê de lançamento do álbum “Caipira do Mundo” pelo selo Saravá Discos. No álbum foram regisytradas parcerias com Alice Ruiz, Arnaldo Antunes, Chico César, Fausto Nilo, Maurício Pereira, Ricardo Aleixo, Sergio Natureza, Siba, Vander Lee, Verônica Sabino, Vítor Ramil e Zeca Baleiro.
Em 2012, apresentou show no Rio de Janeiro, no Teatro de Arena da Caixa Cultural, em duo com o alentejano Pedro Mestre. No show, fizeram a junção da chamada “viola-mãe”, a portuguesa, com a “viola-filha”, a brasileira. No mesmo ano representou o Brasil nos Açores (Portugal) no Projeto “Violas do Atlântico”. No mesmo ano, a convite do Itamaraty, representou o Brasil na Colômbia na Feira do Livro de Bogotá.
Em 2013 fundou, em sua cidade natal, o Instituto Sócio Cultural Chico Lobo. No mesmo ano integrou o IV Encontro de Violas de Arame em Portugal. No mesmo local, apresentou o show “Seara Nova e Amigos” com músicos do Alentejo, Punta Umbria e Granada (Espanha), São João Del Rei (Brasil), São Vicente (Cabo Verde). Ainda em 2013, completou 50 anos de idade e 30 de carreira com espetáculo comemorativo no Grande Teatro do SESC Palladium e lançou DVD com documentário e show “Encontro das Violas – Caipira (brasileira) e Campaniça (portuguesa)”.
Em 2014, a partir de parceria entre o Instituto Sócio Cultural Chico Lobo e a Secretaria de Educação e a Universidade de São João Del Rei, começou o ensino de viola caipira e cultura regional em duas escolas da zona rural da região. Para o projeto conseguiram 18 violas. O projeto foi também para Santa Cruz de Minas.
Em 2015 lançou o primeiro álbum instrumental – “3Brasis” – com os músicos Márcio Malard e Paulo Sérgio Santos, que recebeu duas indicações ao Prêmio Nacional da Música Brasileira do mesmo ano. Lançou ainda, com o violeiro português Pedro Mestre, o álbum “Encontro de violas”. No mesmo ano recebeu o Prêmio Profissionais da Música 2015 na categoria MELHOR INTÉRPRETE RAIZ, e foi finalista ao mesmo Prêmio na categoria Melhor Programa de TV com “Viola Brasil”. Ainda em 2015 foi convidado para ser o anfitrião do Projeto ACORDE BRASILEIRO, em Porto Alegre, BH e SP convidando Renato Teixeira e Quinteto Violado, entre outros.
Em 2016 ganhou o Prêmio Profissionais da Música na categoria Melhor Artista Folclore e Cultura Popular.
Em 2017 ganhou novamente o Prêmio Profissionais da Musica como Melhor Artista Raiz.
Em 2021 ganhou o Prêmio Profissionais da Música na categoria Melhor Artista Folclore e Cultura Popular.
Em 2024 lançou o álbum “Chico Lobo & Banda ao vivo na estrada” pela gravadora Kuarup. O trabalho, gravado em 2023 na Casa Outono, em Belo Horizonte(MG), foi mixado e masterizado por Sérgio Lima Netto no Estúdio Araras, no estado do Rio de Janeiro. Foram incluídas as músicas “A palavra feito punhal”(Chico Lobo), “Rio de lágrimas”(Tião Carreiro, Piraci e Lourival dos Santos), “Disparada”(Theo de Barros e Geraldo Vandré), “No dia que eu morri”(Chico Lobo) , “Canto de despedida”(música tradicional), “Maria” (Chico Lobo) e “Tocando em frente” (Almir Sater e Renato Teixeira) entre outras.
Produziu ou lançou álbuns de Fábio Sombra, Lázaro Mariano; Cláudio Araújo, Dimas Souza, Rodrigo Delage entre outros.
Já tocou no Canadá, Chile, Itália, Portugal e China
Durante 10 anos, fez parte integrou o projeto itinerante “Causos e Violas das Gerais” do SESC MG – realizado em mais de 100 cidades mineiras.
Também por 10 anos participou do Grupo Aruanda, tocando em festivais com o espetáculo “Encontro de Raízes” com Pena Branca (irmão de Xavantinho)
Com Blas Rivera e Ricardo Gomes
Com Sérgio Rabelo e Reíse Renhe
Com Gilson Peranzzetta
Com Marcio Malard e Paulo Sérgio Santos
(c/Jajcson Antunes)