4.001
© Rodrigo Pirim
Nome Artístico
Chico César
Nome verdadeiro
Francisco César Gonçalves
Data de nascimento
26/1/1964
Local de nascimento
Catolé do Rocha, PB
Dados biográficos

Cantor. Compositor. Instrumentista. Poeta.

Começou a se interessar por música quando estudava num colégio de freiras franciscanas no interior da Paraíba.

Aos oito anos começou a trabalhar como vendedor em uma loja de discos.

Aos 10 anos formou bandas de covers, entre elas Super Som Mirim.

Aos 14, com um grupo chamado Ferradura, já apresentava composições próprias.

Trabalhou como vendedor em lojas de discos em sua cidade natal. Dois anos depois, transferiu-se para João Pessoa (PB), onde trabalhou em uma livraria e cursou o pré-vestibular ingressando no curso de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba.

Mudou-se para São Paulo no fim de 1984, onde trabalhou como jornalista e começou a fazer pequenos shows em bares e teatros alternativos. Por essa época, fez amizade com Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção e outros da vanguarda paulista conhecida como Lira Paulistana.

Trabalhou como redador-musical da revista “Elle”.

Em 2005 lançou o livro de poesias “Cantáteis – Cantos elegíacos de amozade” (Editora Garamond), e posteriormente, o livro de poemas “Rio Sou Francisco”.

No ano de 2010 a convite de Ricardo Coutinho, Prefeito de João Pessoa, assumiu a presidência da Fundação Cultural João Pessoa. No ano seguinte, em 2011, desta vez a convite do então governador do Estado da Paraíba, Ricardo Coutinho, assumiu o cargo de Secretário de Cultura da Paraíba, no qual permaneceu até o ano de 2014.

No ano de 2016 lançou o terceiro livro de poesia intitulado “Versos pornográficos” (Editora Confraria do Vento), com prefácio de Márcio André e ilustrações da húngara Sári Szántó.

Dados artísticos

No início dos anos de 1990 montou a banda Cuzcuz Clã, com a qual se apresentava em várias casas noturnas paulista, entre elas Blen Blen Club.

Em 1991, com a composição “Béradêro”, classificou-se em terceiro lugar no festival “IX FAMPOP”, da cidade de Avaré, em São Paulo. Neste mesmo ano seguiu turnê pela Alemanha. No ano seguinte, em 1992, a composição “Dança” foi classificada em segundo lugar no “X FAMPOP”, participando outra vez do disco homônimo do festival.

No ano de  1995 gravou o primeiro disco, o CD “Aos vivos”, produzido por ele e pelo engenheiro de som Egídio Conde e lançado pela gravadora Velas. O disco, gravado em um show em São Paulo, contou com as participações de Lenine e Lanny Gordin. Deste disco destacaram-se várias composições “Mama África”, “À primeira vista”, “Mulher eu sei” e “A prosa impúrpura do Caicó”, todas de sua autoria. Por essa época, a rádio Musical FM destacou em sua programação duas composições de sua autoria: “Mama África” e “à primeira vista”. No ano seguinte, em 1996, lançou o CD “Cuzcuz Clã”, pelo selo MZA, da PolyGram, com o qual ganhou o “Prêmio Sharp” na categoria “Cantor Revelação”, e da APCA, o prêmio “Melhor Compositor”. O CD contou com a produção de Mazzola e participação do guitarrista Lanny e também o baixista africano Bakhiti Kumalo. Com os sucessos “Mama África” e “À primeira vista”, saiu definitivamente do underground paulista para tornar-se conhecido nacionalmente. O clipe de “Mama África” recebeu o “Prêmio de Melhor Vídeo de MPB”, pela MTV. Neste mesmo ano, de 1996, Maurício Tizumba no disco “África Gerais”, interpretou de sua autoria “Mandela”, parceria com Zeca Baleiro.

No ano de 1997, lançou “Beleza mano”, também produzido por Mazzola. O disco contou com várias participações de convidados como o grupo pernambucano Mestre Ambrósio, Dominguinhos, Arrigo Barnabé, Arnaldo Antunes, entre outros. Fez turnê pela Europa e Japão divulgando o CD. Neste mesmo ano, de 1997, Zeca Baleiro incluiu “Pedra de responsa”, parceria de ambos, em seu primeiro disco, “Por onde andará Stephen Fry”. No ano seguinte, em 1998, interpretou “Em nome de deus” (Sérgio Sampaio), faixa do disco “Balaio do Sampaio”, CD em homenagem a Sérgio Sampaio produzido por Sergio Natureza, com participação de vários artistas, tais como João Nogueira, Lenine, Zeca Baleiro, Zizi Possi, Erasmo Carlos, Jards Macalé, Luiz Melodia, entre outros. No ano posterior, em 1999, participou do songbook de Chico Buarque  interpretando “Pedro Pedreiro”. No ano seguinte, em 2000, lançou seu quarto CD, “Mama múndi”, no qual participaram os percussionistas Marcos Suzano, em quase todas as faixas, e Naná Vasconcelos, apenas em “A força que nunca seca” (c/ Vanessa da Matta) , composição, inclusive, gravada por Maria Bethânia e que deu título ao disco da cantora. Um dos compositores mais requisitados da atualidade, foi gravado por cantoras do porte de Zizi Possi, Elba Ramalho, Rita Ribeiro (“Isso”) e Daniela Mercury “À primeira vista”, música incluída na trilha sonora da novela “O Rei do Gado”, da Rede Globo.

Em 2001 Suzana Salles interpretou “Xangô” (c/ Suzana Salles) no disco “As sílabas”, e a cantora Míriam Maria gravou de sua autoria “As asas” e “Manacá”, esta, em parceria com Tata Fernandes. No ano posterior, em 2002, lançou “Respeitem meus cabelos brancos”, disco que contou com a participação especial de Chico Buarque na faixa “Antinome”. O CD foi lançado no Canecão, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, ao lado de Luciana Mello, Iverte Sangalo, Biquini Cavadão, Paula Toller, Ed Motta e Engenheiro do Hawaii, participou do disco “Um barzinho e um violão”, da gravadora Universal Music. Neste mesmo ano Gal Costa no disco “Gal Bossa tropical” regravou de sua autoria “Quando eu fecho os olhos”, parceria com Carlos Rennó.

No ano de 2003 Ana Carolina gravou uma parceria de ambos “Mais que isso”. Ainda em 2003, ao lado de MV Bill, Lenine, Tribo de Jah e Fernanda Abreu, participou do CD “Drop the debt” (Cancelem a dívida), organizado pela ONG Dette & Développement, disco para o qual compôs “Devo e não nego”.

No ano de 2005 lançou, pela Biscoito Fino, o CD “De uns tempos para cá”. No disco, coproduzido por Lenine, incluiu composições suas como “Moer cana”, “Alcaçus” e “De uns tempos para cá”, além de interpretar “Outono aqui”, versão do standard “Autumn Leaves”; “À nível de” (João Bosco e Aldir Blanc); e “Cálice”, de Chico Buarque e Gilberto Gil. Fez show de lançamento no Bar do Tom, no qual foi  acompanhado pelo Quinteto da Paraíba. Neste mesmo ano, substituindo Lenine, participou da “Sinfonia de São Sebastião do Rio de Janeiro”, de Francis Hime, Geraldo Carneiro e Paulo César Pinheiro, com libreto de Ricardo Cravo Albin, apresentada em Paris. No ano posterior, em 2006, lançou, pela Biscoito Fino, o DVD “Encontros e desencontros de uns tempos para cá”, gravado ao vivo no auditório do Ibirapuera, em São Paulo, no qual interpretou diversas composições do novo disco e ainda sucessos de carrreira, entre as quais “Por que você não vem morar comigo?”, “Utopia”, “Outono aqui”, todas com a participação especial do Quinteto da paraíba; “Por causa do ingresso do festival matou roqueira de 15 anos”, com participação de Elba Ramalho. Ainda no DVD foram incluídas cenas extras nas quais o compositor recebeu Maria Bethania na faixa “A força que nunca seca” (c/ Vanessa da Mata); Ana Carolina em “Mulher eu sei”, Chico Pinheiro na faixa “De passagem” e Vange Milliet na composição “Lanny qual”.

Em 2008 lançou, pela gravadora EMI, o CD “Francisco forró y frevo”, no qual contou com as participações especiais de Dominguinhos na faixa “Deus me proteja”; Claudionor Germano nas faixas “Marcha da cueca” (Livardo Alves), “A marcha da calcinha

” (c/ Pedro Osmar) e “Dentro” (Chico César), além do guitarrista Armandinho e do maestro Spock e sua orquestra. O disco foi lançado em show no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano fez turnê por cidades colombianas e ainda na Europa (Alemanha, Suiça, Itália e França).

No ano de 2012 lançou o CD “Aos vivos agora”, no qual regravou com novos arranjos suas composições de seu primeiro disco “Aos Vivos”, lançado em 1995. A cantora Lúcia Menezes gravou de sua autoria a composição “Moer cana” no CD “Lucinha”. No ano seguinte, em 2013, Maria Bethânia interpretou “Estado de poesia” no CD “Carta de amor”.

Em 2015 lançou o CD “Estado de poesia”, somente com composições inéditas, destacando-se as faixas “No Sumaré”, “Caninana”, “Quero viver” (parceria póstuma como poeta Torquato Neto), “Caracajus”, “Da taça”, “Museu”, “Guru”, “Miaêro”, “A palavra mágica”, “Atravessa-me”, “Os reis do agronegócio” (c/ Carlos Rennó), “Alberto” e “Negão”, esta última em parceria com o baiano Lazzo Matumbi, além da faixa-título “Estado de poesia”. O disco foi produzido em parceria com o guitarrista austríaco Michi Ruzitschka e contou com os músicos Xisto Medeiros, Helinho Medeiros e Gledson Meira, além dos cantores Escurinho, Luizinho Calixto, Seu Pereira e Lazzo Matumbi nos vocais na faixa “Negão”. A turnê de lançamento do disco começou por São Paulo e passou pela Paraíba, Salvador, João Pessoa, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Em 2016 desfilou pela primeira vez no carnaval carioca participando da homenagem à Maria Bethânia, feita pela Escola de Samba Mangueira, campeã neste mesmo ano. No ano seguinte, em 2017, dividindo o palco com outros artistas como Jards Macalé, Marcelo Jeneci e Xênia França, apresentou-se com a Orquestra Brasileira do Auditório (OBA), sob a regência de Nailor Proveta e Edson José Alves, em comemoração ao aniversário da cidade de São Paulo, em evento promovido pela Rádio CBN intitulado “São Paulo 463 Anos – A Cultura Compartilhada”.

No ano de 2017, dividindo o palco com outros artistas como Jards Macalé, Marcelo Jeneci e Xênia França, apresentou-se com a Orquestra Brasileira do Auditório (OBA), sob a regência de Nailor Proveta e Edson José Alves, em comemoração ao aniversário da cidade de São Paulo, em evento promovido pela Rádio CBN intitulado “São Paulo 463 Anos – A Cultura Compartilhada”.

Em 2018 foi um dos destaques do “29º Prêmio da Música Brasileira” vencendo a categoria “Melhor Álbum de Pop / Rock / Reggae / Hiphop / Funk” com o disco “Estado de Poesia – Ao Vivo”, lançado em CD e DVD em 2017 e produzido por Chico e Michi Ruzitschka. A cerimônia de premiação aconteceu no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Em 2019, por seu selo próprio, lançou o CD “O Amor É um Ato Revolucionário”, com composições inéditas e gravado nos estúdios Gargolândia, Space Blues e Etéreo das Recordações de Chita, em São Paulo e Casa do Mato, no Rio de Janeiro. A produção foi assinada por André Kbelo Sangiacomo e pelo próprio. A direção musical também foi assinada por ele mesmo ao lado Helinho Medeiros, pianista de seu grupo. Participaram do CD a paraibana Agnes Nunes, com quem dividiu os vocais na faixa “De Peito Aberto”. A também pernambucana Flaira Ferro e o guitarrista paulistano Luiz Carlini, participaram da faixa “O Amor é um Ato Revolucionário”.

Na apresentação do disco, o jornalista Zuza Homem de Mello escreveu:

“Eis agora a mais nova porção dessa obra, que cumpre o papel da música popular: guarda o propósito de refletir sua época. Não chega a ser uma facada. É uma pedrada, uma fotografia na lisura do preto e branco, a mesma que Sebastião Salgado prefere para suas imagens a fim de não acentuar cores que distraiam o foco pretendido. As músicas deste CD de Chico César se concentram como fotos realistas em preto-e-branco dos tempos em que vivemos, sem elementos que possam abstrair a intenção da mensagem”.

A capa do CD, do paraibano Daniel Vincent, trouxe Chico César em uma fotografia de José de Holanda com figurino de Fernanda Yamamoto. No mesmo ano, de 2019, após o lançamento do CD, saiu em turnê pelo Brasil.

Em 2022 lançou o álbum “Vestido de amor”, gravado em Paris, com participações especiais dos artistas africanos Salif Keita em “SobreHumano” e Ray Lema em “Xangô, forró e ai”. Dentre as onze faixas autorais do disco, destacaram-se “Bolsominions”, “Amorinha”, “Reboliço”, Flor de figo” e a faixa-título “Vestido de amor”.

No ano de 2023 ganhou o “Prêmio da Música Brasileira” na categoria “Lançamento em Canção Popular”, com o single “De amor, amor”, que produziu e que gravou ao lado de Felipe Cordeiro.

Em 2024 lançou, com Zeca Baleiro, o álbum “Ao arrepio da lei”. Das onze músicas, todas elas parcerias dos dois,  sete são inéditas. As músicas incluídas no álbum foram “Lovers”, “Ao arrepio da lei”, “Bardo”, “Narcisos”, “Dislike”, “Neon”, “Beije-me antes”, “Verão”. O trabalho gerou turnê homônima que começpu percorrendo as cidades de Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Recife (PE), Brasília (DF), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ).

Discografias
2024 Saravá Discos e Chita Produções Ao arrepio da lei
2022 Zamora Label / Chita Produções CD Vestido de amor
2019 Chico César CD O Amor é um ato Revolucionário
2017 Deck DVD Estado de Poesia (Ao Vivo)
2015 Independente CD Estado de poesia
2012 Biscoito Fino CD Aos vivos agora
2008 Gravadora EMI CD Francisco forró y frevo
2006 Biscoito Fino CD Cantos e encontros de uns tempos pra cá
2005 Biscoito Fino CD De uns tempos pra cá
2003 Paris CD Drop the debt

(Cancelem a dívida)

2002 Abril Music CD Respeitem Meus Cabelos, Brancos
2000 MZA/PolyGram CD Mama mundi
1997 MZA/PolyGram CD Beleza mano
1996 MZA/PolyGram CD Cuscuz Clã
1995 Velas CD Aos vivos
Obras
A força que nunca seca - (c/ Vanessa da Mata)
A marcha da calcinha - (c/ Pedro Osmar)
A palavra mágica
A prosa impúrpura do Caicó
Alberto
Amorinha
Antes que amanheça
As asas
As negras
Atravessa-me
Benazir
Bolsominions
Béradêro
Caninana
Caracajus
Clandestino
Cruviana
Da taça
Dança
De amor, amor - (c/ Felipe Cordeiro)
De peito aberto
Devo, não nego
Dona do tom
Dúvida cruel - (c/ Itamar Assumpção)
Estado de poesia
Eu quero quebrar
Flor de figo
Guru
History
Isso
Like
Lok ok
Luzia negra
Mais que isso - (c/ Ana Carolina)
Mama África
Manacá - (c/ Tata Fernandes)
Mandela
Miaêro
Minha morena
Mulher eu sei
Mulhero
Museu
Nato - (c/ Tata Fernandes)
Negão - (c/ Lazzo Matumbi)
No Sumaré
O amor é um ato revolucionário
O homem sob o cobertor poluído
Onde estará o meu amor?
Os reis do agronegócio - (c/ Carlos Rennó)
Pedra de responsa - (c/ Zeca Baleiro)
Pedrada
Profano
Quando fecho os olhos
Quero viver - (c/ Torquato Neto)
Reboliço
Respeitem meus cabelos brancos
Saharienne
SobreHumano - (Salif Keita)
Tambores
Templo - (c/ Tata Fernandes e Milton de Biasi)
Vestido de amor
Xangô - (c/ Suzana Salles)
À primeira vista
Shows
De uns tempos para cá. Bar do Tom, RJ.
Show respeitem meus cabelos brancos. Canecão, RJ.
Voz, violão e você. Teatro Rival BR, RJ.
2008;Show Francisco forró y frevo. Circo Voador, RJ.
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

ALBIN, Ricardo Cravo. MPB – A História de Um Século. 2ª ed. Revista e ampliada, Rio de Janeiro: MEC/Funarte/Instituto Cultural Cravo Albin, 2012.

ALBIN, Ricardo Cravo. MPB, a história de um século. Rio de Janeiro: Atrações Produções Ilimitadas/MEC/Funarte, 1997.

ALBIN, Ricardo Cravo. O Livro de Ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A., 2003.

AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.

COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.

MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música Brasileira – erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.

STROETER, Rodolfo. NATALE, Edson e FELIPE, Kiki. Anuário brasileiro dos músicos, produtores e estúdios. São Paulo: NKS Editora, 1996.