Poeta. Músico. Cantador. Filho de um alfaiate e de uma dona de casa. Seu pai faleceu quando tinha dois anos o que o obrigou a trabalhar ainda cedo. Trabalhou como carpinteiro e como mecânica, entre outras atividades. Aos 18 anos, fivou cego, apenas quinze dias depois de perder o pai. Em 1932, procurando outros meios de ganhar a vida, ganhou um gramofone e um projetor de filmes, mas acabou voltando para a cantoria. Em 1942, tentou estabelecer-se como comerciante em Fortaleza mas não conseguiu. Em 1949, viajou pela primeira vez ano Rio de Janeiro e em seguida, para São Paulo, a convite de uma Rádio. Ao morrer deixou 24 filhos de criação. Foi homenageado na cidade de Quixadá, CE, com uma estátua que o coloca como uma espécie de patriarca dos cantadores nordestinos.
Começou a cantar como cantador e improvisador quando tinha 18 anos incentivado pela mãe. Ganhou um cavaquinho e passou a apresentar-se pela cidade de Crato cantando e improvisando. Com a morte da mãe passou a peregrinar por todo o Ceará e também por localidades do Piauí e de Pernambuco. Em 1914, na cidade cearense de Quixadá travou lendária peleja com o cantador Zé Pretinho, que o fez ganhar fama. Fugindo da seca acabou chegando ao Pará, onde permaneceu alguns anos. Em 1923, retornou ao Nordeste indo para a cidade de Juazeiro do Norte onde tomou contato com o Padre Cícero. Anos depois conheceu Lampião, para quem improvisou um repente depois de ganhar uma garrucha de presente. Em 1945, deixou de participar de desafios por considerar-se muito velho para isso, contando na ocasião com 68 anos de idade. Após sua morte, tornou-se uma verdadeira lenda e passou a ter diversas homenagens. Em 1969, o violonista Baden Powell compôs e gravou a toada “O Cego Aderaldo (Nordeste)”, no LP “27 Horas de estúdio”, da gravadora Elenco. Em 1974, o cantor e violeiro Téo Azevedo, no LP “Grito selvagem”, da gravadora Central Park Tapes, gravou a cantiga “Cego Aderaldo “, do próprio Téo Azevedo. Em 1977, o cantor Ari Toledo em LP da gravadora Beverly, adaptou e gravou a música tradicional nordestina “Desafio do Cego Aderaldo X Zé Pretinho”. Em 1979, a composição “Cego Aderaldo”, de Egberto Gismonti, foi gravada por Naná Vasconcelos no LP “Saudades”, da WEA. Em 1980, o baião “Cego Aderaldo”, de João Silva e Pedro Maranguape, foi lançado por Luiz Gonzaga no LP “O Homem da terra”, da gravadora RCA Victor. No mesmo ano, “Cego Aderaldo”, de César Barreto e Marcus Accioly, foi gravada por César Barreto no LP “Nordestinados – A poesia de Marcus Accioly com música de César Barreto”, da gravadora Continental.