0.000
Nome Artístico
Castro Barbosa
Nome verdadeiro
Joaquim Silvério de Castro Barbosa
Data de nascimento
7/5/1905
Local de nascimento
Sabará, MG
Data de morte
20/4/1975
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Cantor. Humorista. Compositor.

Nasceu na histórica cidade de Sabará, Minas Gerais, em uma sexta-feira, 7 de maio de 1905. Trabalhava no Loyde Brasileiro, quando um colega, João Athos, escutando-o cantarolar, interessou-se pela sua voz, levando-o para fazer um teste na Rádio Educadora. Foi apresentado a Almirante, que, gostando de sua voz, o convidou a participar de um programa por ele organizado. Aos poucos, foi travando conhecimento com os grandes artistas da época , dentre os quias Noel Rosa, Custódio Mesquita, Nonô e Francisco Alves. Pai de três filhos, com o passar do tempo deixou de se dedicar ao canto.

Dados artísticos

Depois de atuar em várias estações de rádio teve sua grande oportunidade no programa Casé, da Rádio Philips, situada na Praça Mauá. Foi apresentado ao compositor André Filho que mostrou-lhe algumas de suas composições e o levou à gravadora Parlophon. Gravou, então, em 1931, nesta etiqueta, seu primeiro disco com as obras “Uvinha”, marcha de André Filho e “Tu hás de sentir”, samba de Heitor dos Prazeres. Pouco depois, foi incentivado pelo cantor e compositor Paulo Neto de Freitas a tentar contatos com a gravadora RCA Victor. Paulo Neto apresentou o cantor ao violonista Rogério Guimarães, então diretor-artístico dessa gravadora que o aprovou. Por essa época, conheceu João de Freitas Ferreira, que atuava com o pseudônimo de Jonjoca. Formaram uma dupla, “Jonjoca e Castro Barbosa”, que gravou muitas músicas de sucesso. O primeiro disco da dupla trazia os sambas “Sinto falta de você” e “A cana está dura”, de autoria de Jonjoca.

Em dezembro de 1931, voltou ao estúdio , desta vez pra gravar um dos discos mais importantes da história de nossa música popular: “O teu cabelo não nega”, marcha dos Irmãos Valença e Lamartine Babo (o maior sucesso de carnaval de todos os tempos) e “Passarinho… Passarinho…”, samba de Lamartine Babo. Curiosamente, segundo relato de Jonjoca, “O teu cabelo não nega” lhes foi mostrada por Lamartine em um encontro casual na Cinelândia. A dupla adorou a música e Lamartine lhes disse “é de voces, podem gravá-la”. Dias depois, como iam também gravar “Bandonô”, de autoria de Jonjoca, este teve a seguinte (e infeliz) idéia : ” Ô Castro, vamos gravar essas músicas individualmente. Você fica com uma e eu com a outra. Quanto à escolha, decidimos num cara ou coroa. Deu cara, e eu fiquei com Bandonô “.

Em 1932, gravou com Sônia Barreto o fox trot “Você me enlouquece”, de Donaldson, com versão de Lamartine Babo. No mesmo ano, gravou o fox “Boa noite querisda”, de R. Noble, com versão de De Chocolat e, com o Bando da Lua, registrou o samba “Tá de Mona”, de Maércio e Masinho. Em 1933, estreou na Odeon, cantando a marcha “Não faço questão de cor”, de J. Francisco de Freitas e o samba “gente lá de cima”, de Murilo Caldas. No mesmo ano, gravou com Jonjoca, o samba “Dona do lugar”, de Ismael Silva e Francisco Alves. Ainda no mesmo ano, lançou a rumba “Aqueles olhos verdes”, de N. Menendez, com versão de João de Barro. Também no mesmo período, gravou com sucesso, em dueto com Francisco Alves, o samba “Feitio de oração”, de Noel Rosa e Vadico, e Com Francisco Alves e Murilo Caldas o samba “Desacato”, de Wilson Batista, P. Vieira e Murilo Caldas.

Em 1934, lançou com Jonjoca, de Benedito Lacerda e Gastão Viana, o samba “Cinco partes principais do mundo” e a marcha “Loura queridinha”. No mesmo ano, gravou com Almirante a marcha “A maior descoberta”, de Cândido das Neves e o samba “Ai de mim…”, de Alcebíades Barcelos e Leonfontino S. Lins. Também no mesmo ano, passou a gravar na Columbia, estreando com a marcha “A lua foi-se embora”. Em 1935, lançou as marchas “De quem será?”, de Getúlio Marinho e João Bastos Filho e “Eu te ouvi, Bem-te-vi”, de Fernando Castro Barbosa. No mesmo ano, gravou com Carmen Miranda a marcha “Vou espalhando por aí…”, de Assis Valente.

Em 1936, conheceu um novo grande sucesso carnavalesco com a marcha “Lig, lig, lig, lé”, de Paulo Barbosa e Osvaldo Santiago. No mesmo ano, gravou de João da Baiana o samba “Seu pai não quer”. Em 1937, lançou de Valfrido Silva e Roberto Martins, o samba “Cadê o pandeiro” e de sua autoria e Valfrido Silva a marcha “Quero ser o teu pierrô”. No mesmo ano, participou com Dircinha Batista e Jorge Murad na Rádio Nacional do programa Palmolive, que alcançou muito sucesso. A convite de seu velho amigo Renato Murce, foi para a Rádio Transmissora como cantor e como humorista, pois Renato ao ouvi-lo contar umas anedotas de português, gostara de seu sotaque. Foi substituir o ator Artur de Oliveira, ótimo no gênero. Saiu-se bem e, estimulado por Renato e pelos companheiros, continuou cantando e fazendo o seu humorismo. Foi convidado por Lauro Borges e fez com ele na Rádio Mayrink Veiga o programa humorístico “PRV-8”, que marcou época. Tempos depois, com o novo nome de “PRK-30” o programa foi para a Rádio Clube do Brasil e depois para São Paulo, como “PRK-15”. O programa PRK-30 é, até hoje, considerado um padrão de humorismo na radiofonia brasileira, ficando anos a fio em cartaz.

Em 1938, gravou as marchas “A mulher que eu mais amava”, de Nássara e Eratóstenes Frazão e “Guarda rubro-negro”, de Nailor de Sá Rego. No mesmo ano, gravou na Columbia com Dircinha Batista, de sua autoria, o maxixe “Baianinha” e o samba “Amor vem raiando a aurora”. Em 1939, voltou a gravar com Dircinha Batista, também na Columbia, registrando a valsa “Estrada do passado”, de Arlindo Marques Jr. e Gadé e o fox-canção “Meu grande amor”, de Amado Régis e Gadé.

Em 1940, gravou a marcha rancho “A noite vem aparecendo”, de José Maria de Abreu, Francisco Santos e Barros Souza e, com Dalva de Oliveira o samba “Tudo tem o Brasil”, de sua autoria, Pedro Caetano e Dilermano Reis. Em 1941, gravou de sua parceria com Valdemar de Abreu, a marcha “Foi o teu olhar”, e de Herivelto Martins e Príncipe Pretinho, o samba “Eu queria um adeus”. Em 1942, gravou com o Trio de Ouro outro grande sucesso carnavalesco, que se tornou um clássico do cancioneiro popular brasileiro, o samba “Praça Onze”, de Herivelto Martins e Grande Otelo.

Em 1943, emplacou novo sucesso carnavalesco, a marcha “China pau”, de João de Barro e Alberto Ribeiro. Em 1944 foi para a gravadora Continental, onde lançou a marcha “Vem Maria”, de Alcir Pires Vermelho e Osvaldo Santiago e o samba “Foi… é….e sempre será!”, de Alberto Ribeiro e Roberto Roberti. No mesmo ano, participou do filme “Abacaxi azul”, de Rui Costa, juntamente com , entre outros, Dercy Gonçalves, Dircinha Batista, Lauro Borges e Anjos do Inferno. Por essa época, suas atividades como cantor diminuíram bastante.

Em 1946, gravou, dentro do espírito da Guerra Fria, a marcha “Olho de Moscou”, de Osvaldo Santiago e Antônio Almeida e o samba “Andei para trás”, de Osvaldo Santiago e Paulo Barbosa. Em 1948, gravou com Lauro Borges o samba “Dagmar”, de Paulo Barbosa e Otávio Filho. Em 1950, com Lauro Borges estreou em São Paulo uma temporada com previsão de três meses. O sucesso foi tamanho que acabaram ficando por 10 anos. Atuaram quatro anos na Rádio Tupí de São Paulo. Em seguida, foram convidados por Vitor Costa, para atuar na TV Paulista (Canal 5), onde ficaram por mais quatro anos.

Em 1951, estreou na gravadora Copacabana cantando de Hervê Cordovil, a marcha “Minha mexicana bacana” e o samba “minha homenagem”. Em 1954, gravou na Copacabana, o samba canção “É amor” e o samba “Adeus…. Nunca”, ambos de sua autoria. Em fins de 1959, no Rio de Janeiro, lançou pelo Canal 13, TV Rio, o programa “Só tem Tantã”, com o comediante, ator e compositor Francisco Anísio no papel chave. O programa foi um enorme sucesso e foi depois incorporado ao “Chico Anísio Show”, tornando-se uma de suas melhores atrações. Durante oito meses, apresentou na TV Rio, as “Piadas do Manduca” e a PRK-30.

Discografias
1954 Copacabana 78 É amor/Adeus.... nunca
1952 RCA Victor 78 O teu cabelo não nega/Pra me esquecer
1951 Copacabana 78 Minha mexicana bacana/Minha homenagem
1951 Copacabana 78 Que bola/Cadê a Olga?
1951 Copacabana 78 Sinos de Belém/Fim de ano
1949 Star 78 Paz no sapato do mundo/Três de setembro
1948 Star 78 Dagmar

(c/Lauro Borges)

1948 Star 78 Helena/Antenor
1948 Star 78 Três dias felizes/Beduíno
1946 Continental 78 Olho de Moscou/Andei para trás
1944 Continental 78 China pau/Helena vem me buscar
1944 Continental 78 Velha Carmen
1944 Continental 78 Vem Maria. Continental/Foi... é....e sempre será!
1943 Columbia 78 China pau/Helena vem me buscar
1943 Columbia 78 Salve os casados/Julieta
1942 Columbia 78 Galinha de circo/Faço e aconteço
1942 Columbia 78 Joaninha vai casar/Como era verde o meu vale
1942 Columbia 78 Nós os cabeleiras (Nosso cordão)/Escravos de Jó
1942 Columbia 78 Pais sorrirá outra vez/Asas do Brasil
1942 Columbia 78 Praça 11

(c/Trio de Ouro)

1942 Columbia 78 Se a Amélia perdoasse/Festa iluminada
1941 Columbia 78 Foi o teu olhar/Eu queria um adeus
1941 Columbia 78 Quem ri no fim, ri melhor/Camélia
1940 Columbia 78 A noite vem aparecendo/Obrigado, amor!
1940 Columbia 78 Casinha branca/Ninguém me vê sorrir
1940 Columbia 78 Você é o sucesso da semana/Tudo tem o Brasil
1939 Columbia 78 Amei demais/Quando alguém me pergunta
1939 Columbia 78 Estrada do passado/Meu grande amor
1939 Columbia 78 Momentos de tristeza/Imagem perdida
1939 Columbia 78 Morreu a batucada/Hawai
1939 Columbia 78 Você vai se arrepender/Como a favela mudou
1938 Columbia 78 Baianinha/Amor vem raiando a aurora
1938 Victor 78 Guarda Rubro-negro/Você é da orgia
1938 Victor 78 Roda do samba/A mulher que eu mais amava
1938 Victor 78 É triste a gente querer/Branco não tem coração
1937 Odeon 78 Cadê o pandeiro/Quero ser o teu pierrô
1937 Victor 78 Dona felicidade
1937 Odeon 78 Oh! Seu José/Triste alvorada
1937 Victor 78 Piroli, Piroli/Duas cigarras
1937 Victor 78 Tudo que a boca não disse
1936 Victor 78 Erre, se há proveito/Seu pai não quer
1936 Victor 78 Lig, lig, lé/Mata esta?
1935 Columbia 78 Cuidado!/Por causa da tua fantasia
1935 Victor 78 De quem será?/Eu te ouvi, bem-te-vi
1935 Victor 78 Vou espalhando por aí..

(c/Carmen Miranda)

1934 Columbia 78 A lua foi-se embora
1934 Victor 78 A maior descoberta/Ai de mim...

(c/Almirante)

1933 Odeon 78 Ai! Se eu pudesse/Olga
1933 Odeon 78 Anatomia
1933 Odeon 78 Ao luar/Cantiga de amor
1933 Odeon 78 Aqueles olhos verdes/Melodia cubana
1933 Odeon 78 Canção azul/Um tostãozinho de amor
1933 Odeon 78 Cinco partes principais do mundo/Loura queridinha

(c/Jonjoca)

1933 Odeon 78 Convite para o samba
1933 Odeon 78 Cruz de cinza/Brasil amado
1933 Odeon 78 Feitio de oração (c/Francisco Alves)/Desacato (c/Francisco Alves e Murilo Caldas)
1933 Odeon 78 Feitiço/Julieta
1933 Odeon 78 Lalá/Dona do lugar
1933 Odeon 78 Não faço questão de cor/Gente de lá de cima
1933 Odeon 78 Não se fala mais nisso/Saudades

(c/Jonjoca)

1933 Odeon 78 Tenho dois amoreS/Deliciosa
1933 Odeon 78 Uma pergunta ao luar/Sonho dourado
1932 Parlophon 78 Aqueles olhos verdes/Cantiga de amor
1932 Victor 78 Boa-noite, querida
1932 Victor 78 Boneca
1932 Victor 78 Chega
1932 Parlophon 78 Deliciosa/Ao luar
1932 Parlophon 78 Melodia cubana/Tenho dois amores
1932 Victor 78 Nunca pensei
1932 Victor 78 Não posso acreditar/Aula de música

(c/Jonjoca)

1932 Victor 78 O teu cabelo não nega/Passarinho... passarinho
1932 Victor 78 Pode chorar/Adeus

(c/Jonjoca)

1932 Brunswick 78 Tá de mona

(c/O Bando da Lua)

1932 Victor 78 Você me enlouquece
1931 Victor 78 Cantar/Tenho medo
1931 Victor 78 Flor de alfalto
1931 Victor 78 Não digo pra onde vou! (c/Jonjoca)/Abandonado! (c/Jonjoca e Almirante)
1931 Victor 78 Sinto falta de você/A cana está dura

(c/Jonjoca)

1931 Parlophon 78 Tu hás de sentir/Uvinha
1931 Victor 78 Vivo chorando/Vou mudá de procedê

(c/Jonjoca)

1931 Victor 78 Vou pegá lampião/Carioca
Obras
Adeus...nunca
Amei demais
Amor vem raiando a aurora
Baianinha
Cadê a Olga?
Camélia (c/ Benedito Lacerda)
Cruz de cinza
Foi o teu olhar (c/ Valdemar de Abreu)
Galinha de circo
Julieta (c/ Horondino silva)
Lalá (c/ Jonjoca)
Paz no sapato do mundo
Quem ri no fim, ri melhor (c/ Horondino silva)
Quero ser teu pierrô (c/ Valfrido Silva)
Triste alvorada
Três dias felizes
Tudo que a boca não disse
Tudo tem o Brasil (c/ Pedro Caetano e Dilermano Reis)
É amor
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho. Editora: Instituto Nacional do Livro. Rio de Janeiro, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Editora: 34. São Paulo, 1997.

VASCOCELOS, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira. Editora: Martins. Rio de Janeiro, 1965.