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Nome Artístico
Casé
Nome verdadeiro
José Ferreira Godinho Filho
Data de nascimento
3/8/1932
Local de nascimento
Guaxupé, MG
Data de morte
30/11/1978
Local de morte
São Paulo, SP
Dados biográficos

Instrumentista.

Filho de músicos, começou a tocar bateria com seu pai, aos 10 anos de idade. Em 1943, mudou-se para a cidade de Usina Junqueira (SP), onde fez parte da banda e da orquestra da cidade. No ano seguinte, tornou-se clarinetista e saxofonista. Em 1945, trabalhou, ainda com o pai, em circos montados em São Paulo.

Dados artísticos

Em 1946, foi contratado como integrante da Orquestra do Maestro Francisco Dorce, que se apresentava na Rádio Tupi, permanecendo nesta função até 1950. Nessa época, estudou instrumentação com o clarinetista Antenor Driussi durante 3 anos.

Em 1950, fez parte do Conjunto do Betinho, na Rádio Excelsior, apresentando-se à noite com a orquestra de seu irmão Clóvis Eli. Estudou harmonia com o maestro Hans Joachim Koellreutter, durante dois anos.

Em 1953, fez uma turnê pela Europa. Retornou ao Brasil no ano seguinte e se reintegrou ao Conjunto do Betinho, com quem tocou durante seis meses. Morou em Assis (SP) entre 1954 e 1956. De volta a São Paulo, trabalhou em diversas orquestras. Nessa época, gravou pela primeira vez, como integrante da Orquestra de Dick Farney, no LP “I Festival de Jazz”, lançado pela RGE.

Em 1957, participou de várias gravações na Columbia, levado por Roberto Corte Real. Atuou em shows e gravações com a Orquestra de Silvio Mazzuca, de 1958 a 1961, quando formou, com os irmãos Amilton e Adilson Godói, Denise Dumont, Bill e Magrinho, o Casé e seu Conjunto. Com a dissolução do grupo em 1966, mudou-se para Poços de Caldas (MG), onde trabalhou na Orquestra do Palace Hotel. Voltou para São Paulo no ano seguinte e trabalhou com o Jongo Trio, excursionando com o grupo em shows pela Europa, Argentina e Uruguai. De volta ao Brasil, fixou-se em São José do Rio Preto (SP) durante quatro anos, fazendo parte do Conjunto de Renato Peres.

Em 1960, gravou com seu conjunto o LP “Samba irresistível”, pelo selo Variety, interpretando em solo de sax alto os sambas “Se acaso você chegasse”, de Lupicínio Rodrigues, “Feitio de oração” e “Feitiço da Vila”, de Noel Rosa “, de Antônio Carlos Jobim e Newton Mendonça, e “Tim tim por timtim “, de Portinho e Falcão, e, em solos de sax tenor os sambas “Palpite ine Vadico, “Saudades da Bahia”, de Dorival Caymmi, e “Esseteu olhar”, de Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes, em solos de clarinete, “Carinho e amor”, de Tito Madi, “ideias erradas”, de Dolores Duran, “Meditaçãofeliz”, de Noel Rosa, “Menina moça”, de Luiz Antonio, e “Ensaio de bossa”, de sua autoria. Nesse disco seu conjunto era integrado por Paulo Lima de Jesus, ao piano, Altivo Penteado, ao vibrafone, Eraldo do Monte, na guitarra, Xú Viana, no contra baixo, Dirceu Medeiros, na bateria, Rogerio Tizi, no ganzá e afouxé, e Waldemar Marchetti, no pandeiro. Na contra capa, um crítico não identificado assim escreveu sobre o músico: “Explicar os motivos porque ele é tão bom músico é bem mais difícil. Claro está que Casé viu muita gente boa tocar o instrumento que ele toca, dizendo melhor, os instrumentos que ele toca. Viajou, aprendeu, estudou, esmerou-se. Aprimorou sua técnica. Na verdade, tudo isso de nada teria adiantado se ele não tivesse nascido o músico que é. Essas coisas são assim mesmo: Casé nasceu músico, em Guaxupé. Vinte anos depois estava tocando no Oriente, na Europa. Voltou para sua terra. Casé não é gênio, não é nenhuma criatura privilegiada. Nada disso. Ele é um homem normal; um músico excepcional. Pensando bem, até não seja um homem muito normal, porque os homens têm o dom da palavra e Casé não gosta de falar. Ele prefere exteriorizar seus sentimentos através dos instrumentos: “saxofones alto e tenor” e “clarinete”.

Em 1975, mudou-se para São Paulo, onde trabalhou com diversos conjuntos. Faleceu três anos depois.

Discografias
1960 Variety LP Samba irresistível - Casé e seu conjunto
1956 RGE LP I Festival de Jazz
Bibliografia Crítica

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.