
Cantor. Violonista. Compositor. Artista plástico.
Filho de Adalberto Alves dos Anjos e Josefa Pinto Alves.
Ainda criança fez o seu primeiro curso de pintura com a professora. Maria Pires de Carvalho Caribé (D. Lia).
Estudou o ginasial em Val Paraíso, no Estado de São Paulo, onde fez um curso de pintura com uma freira franciscana de nome Eugênia, passando a integrar o Canto Orfeão do Colégio São José, que se apresentava no coral da igreja da cidade local.
Em 1966 volta à cidade de Belém de São Francisco para terminar o curso ginasial, sendo eleito diretor artístico do Ginásio Menino Deus, em Belém do São Francisco, onde fundou o grupo teatral “Teatro dos Novos”. Dois anos depois, em 1968, transferiu-se para a cidade de Petrolina para cursar o Cientifico no Colégio Dom Bosco. Por esta época, participou da fundação do grupo de teatro “Nós, Por Exemplo”, neste mesmo colégio.
No ano de 1970 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde encontrou com os conterrâneos Naná Vasconcelos (percussionista) e Geraldo Azevedo (violonista). Logo depois, conheceu o poeta piauiense Torquato Neto e o poeta baiano Wally Salomão, com os quais iniciou parceria.
Em 1975 voltou a sua terra natal e formou o grupo de teatro Estudante. Neste mesmo ano fez curso de desenho e propaganda do SENAC, no Rio de Janeiro.
No ano de 1979 passou a residir na CEU (Casa do Estudante Universitário), no bairro do Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde participava ativamente dos eventos culturais, tais como o “Balcão Poético CEU – Show de Música e Poesia”, organizados por Domingos Moura de Oliveira, Mauro Neme de Moraes, João Bosco Gomes, Salgado Maranhão e Carlos Dei Ribas, entre outros.
No ano de 1987 transfere-se para a cidade de Petrolina, onde assume a cadeira de professor de educação artística do Colégio Motiva, permanecendo na cidade até o ano de 1988, quando retorna para o Rio de Janeiro.
Em 1993, volta a Petrolina, trabalha na equipe da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desportos, na condição de artista plástico, alem de ser nomeado coordenador geral de eventos, produzindo vários eventos culturais.
Foi coordenador cultural do Colégio Nossa Senhora do Patrocínio, autor do hino da Escola Dr. Alípio Lustosa, diretor de artes e criador do hino da Escola Professora Odete Lustosa, fundador da feira folclórica da Escola Maria Emilia Cantarelli.
Na Secretaria Municipal de Assistência Social atuou como monitor dos programas “Crescendo Sem Drogas” e “PETI” e “Meu Nome Cidadão”, do Governo Federal.
Foi um dos fundadores da Oficina de Artes, localizada na Rua Monsenhor João Pires, no centro da cidade. Autor dos hinos destes programas, além do hino da Secretaria Municipal de Saúde.
Em 2018 foi homenageado do carnaval da cidade de Belém do São Francisco, sua cidade natal. Também integrava a ONG Núcleo Araxá de Ação pela Cidadania. Neste mesmo ano coordenou e determinou movimentos pedagógicos na Escola Técnica Roriz. Ainda em 2018 trabalhava com artes plásticas em sua residência na Rua Coronel Trapiá, centro da cidade de Belém do São Francisco.
Autor de vários hinos de blocos de carnavais e músicas para festejos religiosos, além de ter composto “Ilha do Araxá”, considerada como um segundo hino da cidade de Belém de São Francisco e um dos seus cartões postais.
Por ocasião de falecimento, o prefeito de Belém do São Francisco decretou “Luto Oficial” de três dias, por suas colaborações à cultura e serviços prestados ao município de Belém do São Francisco.
Em 1968 participou, em Petrolina, de um festival universitário, sendo logo após convidado para integrar, como cantor, o conjunto Sambossa, que se apresentava em casas noturnas e no carnaval da cidade. Neste mesmo ano, de 1968, a convite do advogado e compositor baiano Carlos Coqueijo mudou-se para a cidade de Salvador, participando de programas na TV Itapoã, canal 5.
Residiu em Salvador por quase dois anos, onde passou a conhecer os jovens músicos e compositores como Moraes Moreira, Tuzé de Abreu, Paulinho Boca de Cantor, o guitarrista Pepeu Gomes, o letrista Luiz Galvão e cantora Baby Consuelo, realizando juntos o show “Desembarque dos Bichos Depois do Dilúvio Universal”. Ainda em Salvador, juntamente com o grupo do teatro Vila Velha se apresenta em vários momentos musicais. Por esta época, em uma visita a Petrolina se encontra com o cantor e compositor Geraldo Azevedo e faz um show com a participação deste.
Em 1970, morando no Rio de Janeiro, faz parcerias com os poetas Torquato Neto e Wally Salomão, na época, roteirista e diretor do show “Gal Fa-Tal”. No ano seguinte, em 1971, Gal Costa gravou “Luz do sol”, parceria com Wally Salomão, no disco “Gal a todo vapor – FA-Tal”. Neste mesmo ano, de 1971, lançou pela gravadora Continental um compacto simples “Todo dia é dia D” (lado A) e “três da madrugada” (lado B), ambas com letras de Torquato Neto. Para a divulgação do disco dividiu uma turnê nacional com o grupo Novos Baianos.
Em 1973, Gilberto Gil gravou (voz e violão) “Todo Dia é dia D” (Carlos Pinto e Torquato Neto), em compacto simples encartado na primeira edição do livro póstumo “Torquato Neto: Os últimos dias de Paupéria”, volume produzido por Waly Salomão encomendado pela Editora Pedra Q Ronca, do Rio de Janeiro. No outro lado do compacto figurou a composição “Três da Madrugada” (Carlos Pinto e Torquato Neto), interpretada por Gal Costa. No ano seguinte, em 1974, pela gravadora Continental, lançou um compacto duplo com as composições “História de um cantor solitário” e “Luz do sol” (c/ Wally Salomão), ambas do lado A, e no lado B, as faixas “Depois daquele beijo” (c/ Ronaldo Bastos) e “Todo dia é dia D”, com Torquato Neto. Montou o show de lançamento do disco no Teatro da Gamboa, em Salvador, depois no Rio de Janeiro, no auditório da Faculdade de Arquitetura. Ainda em 1974 a gravação de “Todo dia é dia D” (c/ Torquato Neto), com Gilberto Gil, foi incluída no LP “Cidade de Salvador”. Também em 1974 a composição “Três da madrugada” seria regravada no LP “Impacto”, da cantora Cláudia Savaget.
No ano de 1978, junto ao cantor e compositor pernambucano John Wesley, apresentou-se no Clube 21 de Setembro, em Petrolina, em Pernambuco. Neste mesmo ano, de 1978, Lena Rios lançou, pela gravadora CBS, o compacto duplo “Lena Rios”, no qual incluiu “Chapada do Corisco”, parceria com Torquato Neto. No ano posterior, em 1979, montou show em dueto com Sérgio Sampaio na Sala Funarte, no Rio de Janeiro.
Em 1982, ao lado dos poetas Sergio Natureza, Salgado Maranhão, Xico Chaves, Chacal, Wally Salomão, Flávio Nascimento, Jorge Claudir, Zeca Magalhães e Eudoro Augusto, entre outros, participou da homenagem a Torquato Neto, pela passagem dos dez anos de morte do poeta, na Casa do Estudante Universitário, em sarau-show organizado pelos poetas-residentes Carlos Dei Ribas, Domingos Moura de Oliveira, Mauro Neme de Moraes e João Bosco Gomes, entre outros.
No ano de 1983 iniciou uma turnê musical pela cidade de Resplendor, em Minas Gerais, passando por Teresina, no Piauí, onde se apresentou no teatro Quatro de Setembro, no auditório da UFPI, voltando em seguida para o Rio de Janeiro, encerrando sua turnê no teatro da Casa do Estudante Universitário e no auditório da Universidade Santa Úrsula, em Botafogo, Zona Sul da cidade. No ano seguinte, em 1984, foi um dos convidados do poeta-letrista carioca Paulo George para o lançamento do poster-poema “Do meu corpo para todos os corpos”, no Circo Voador, na Lapa, centro do Rio de Janeiro, evento em que dividiu o palco com outros convidados, tais como Rildo Hora, Xangai, Petrúcio Maia, João Donato, Clara Sandroni, Wilson Moreira, Reginaldo Bessa, Billy Blanco, Walter Queiróz, Augusto Jatobá, Norma Benguell, Vicente Viola, Dalmo Castelo, Gereba e Noca da Portela, entre outros, além do poeta Thiago de Melo declamando textos.
Em 1985, a gravação de “Três da madrugada”, cantada por Gal Costa, foi reutilizada no LP “Torquato Neto – Um poeta desfolha a bandeira e a manhã tropical se inicia”, no qual algumas letras do poeta Torquato Neto aparecem nas vozes de Elis Regina, Jair Rodrigues, Gilberto Gil, Nara Leão e Jards Macalé, além de Gal Costa na interpretação desta composição. O disco foi lançado pela RioArte/Prefeitura do Rio de Janeiro e Governo do Estado do Piauí em lembrança dos 10 anos do falecimento do poeta Torquato Neto. Neste mesmo ano, de 1985, pela Fundação Rio Arte, do Rio de Janeiro, fez show de encerramento da “VII ENEF da Universidade Federal Fluminense”.
Em 1988, com a Sinfônica Popular da Cidade de Petrolina, apresenta-se no Auditório da Biblioteca Municipal e na Concha Acústica de Petrolina. No Rio de Janeiro faz diversos shows autorais pelas casas noturnas e bares da cidade, da Zona Sul à Zona Norte.
No ano de 1993 o LP “Gal a todo vapor – FA-Tal” foi relançado em CD e sua composição “Luz do sol” (c/ Wally Salomão) voltou a ser divulgada em emissoras de rádio por todo o país. Neste mesmo ano, de 1993, a cantora Verônica Sabino regravou “Três da madrugada” no CD “Verônica”. Dois anos depois, em 1995, o grupo Nouvelle Cuisine regravou no CD “Novelle Novo” a composição “Três da madrugada”.
No ano de 1998 o LP “Cidade de Salvador”, coletânea musical sobre a cidade, foi vertida para CD, mantendo a sua composição “Todo dia é dia D” (c/ Torquato Neto) na interpretação de Gilberto Gil.
Em 1999 a gravação de Gilberto Gil para “Todo dia é dia D” foi incluída no CD “Cidade de Salvador”, de Gilberto Gil. Neste mesmo ano, Verônica Sabino regravou “Três da madrugada” no CD “Passando a limpo”.
No ano de 2002 o letrista Ronaldo Bastos e Leonel Pereda organizaram a coletânea musical “Todo dia é dia D”, na qual foram incluídas suas composições “Três da madrugada”, interpretada por Gal Costa, e a faixa-título “Todo dia é dia D”, por Gilberto Gil. O disco foi lançado pela gravadora Dubas Música.
No ano de 2006 a cantora Adriana Capparelli regravou “Três da madrugada” no CD “Bem + perto”. Posteriormente, em 2007, foi lançada a caixa “Torquato – Cancioneiro Torquateano – A Palavra Cantada – 1965/1972”, pela Halley Gráfica Editora e Fundação Quixote. Neste disco foram incluídas as suas composições, todas em parceria com Torquato Neto, “Três da madrugada”, na interpretação da banda paulistana Nouvelle Cuisine; “Pindorama”, cantada por Rubens Lima, e ainda, “Chapada do Corisco”, interpretada pela cantora Lena Rios.
Em 2014 o cantor Zé Renato, no CD “O vento na madrugada soprou”, de Zé Renato e ZR Trio, regravou “Luz do sol” (c/ Wally Salomão). Neste mesmo ano, de 2014, a cantora baiana Márcia Castro regravaria “Três da madrugada” no CD “Das coisas que surgem”.
No ano de 2017 Gal Costa regravou “Três da madrugada” no CD “Estratosférica ao vivo”. No ano seguinte em 2018, apresentou-se como atração principal do evento “Primeira Conferência de Políticas Culturais do Município de Belém de São Francisco”.
No ano de 2019 foi lançando, no Espaço EPA, em Teresina, o CD “Torquato Neto – Inéditas – Entre Nós”, produzido por George Mendes, com 20 letras do poeta, sendo 19 delas inéditas, que ganharam melodias de músicos piauienses. A única regravação ficou por conta de “Pindorama”, parceria de Carlos Pinto e Torquato Neto. Com direção musical e diversos arranjos de Geraldo Brito, o disco contou com interpretações de Luana Campos, Gustavo Baião e Soraya Castelo Branco.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
CHAVES, Xico e CYNTRÃO, Sylvia. Da Pauliceia à Centopeia Desvairada – as Vanguardas e a MPB. Rio de Janeiro: Elo Editora, 1999.
NETO, Torquato. Os últimos dias de Pauperia. Rio de Janeiro: Editora Pedra Q Ronca, 1973.
NETO, Torquato. Os últimos dias de pauperia – do lado de dentro. Rio de Janeiro: Editora Max Limonad, 1982.
RIBAS, Carlos Dei, OLIVEIRA, Domingos Moura de, GOMES, João Bosco. “A UNIVERSALIDADE DA CEU – Histórias da Casa do Estudante Universitário”. Rio de Janeiro: Edição dos Autores, 2016.
VAZ, Toninho. A Biografia de Torquato Neto. Curitiba, Paraná: Editora Nossa Cultura, 2013.
VAZ, Toninho. Pra mim chega, a biografia de Torquato Neto. São Paulo: Editora Casa Amarela, 2003.