4.001
Nome Artístico
Carlos Monteiro de Souza
Nome verdadeiro
Carlos José Monteiro de Souza
Data de nascimento
28/8/1916
Local de nascimento
Niterói, RJ
Data de morte
1975
Local de morte
Niterói, RJ
Dados biográficos

Compositor. Arranjador. Violinista.

Atuou como arranjador na gravadora Odeon. Primo de Ronaldo Monteiro de Souza. Estudou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro.

Dados artísticos

Iniciou a carreira artística em princípios da década de 1930, quando, ainda acadêmico, foi um dos criadores do grupo vocal e instrumental Os Quatro Diabos, com o qual gravou três discos, além de fazer apresentações em rádios como a Mayrink Veiga, e de participar dos filmes “Alô, alô, Brasil!”, de Wallace Downey, e “Alô, alô carnaval!”, de Adhemar Gonzaga. Com o fim do grupo, seguiu carreira solo como compositor e arranjador. Em 1945, passou a atuar na Rádio Nacional com o conjunto vocal Os Trovadores. A partir de 1951, foi contratado como diretor de coros da Rádio Nacional. Em 1953, Zezé Gonzaga gravou na Sinter o samba-canção “A saudade é mulher”. Teve gravado em 1957, também por Zezé Gonzaga no LP “Vivo a cantar”, lançado pela Columbia, o samba-canção “Um milhão de vezes não”, com Alberto Paz. Em 1958, o samba “Pé de chumbo”, parceria com Alberto Paz, foi gravado na Odeon por Raul de Barros no LP “Ginga de gafieira”. No mesmo ano, teve ainda o samba-canção “Duas notas, nada mais”, com Alberto Paz, gravado por Nora Ney na Continental, e o samba “Vamos cochichar” lançado pelos Vocalistas Modernos na Sinter, também parceria com Alberto Paz. Nesse ano, no LP “Calendário musical” lançado por Emilinha Borba pela Continental teve gravadas as músicas “Férias de julho” e “Em outubro vou pagar”, ambas com Alberto Paz. Em 1959, acompanhou com sua orquestra a cantora Gilda Valença na gravação do LP “Lisboa à Noite”, no qual ela interpretou as composições “Lisboa à Noite”, de Carlos Dias e Fernando Santos, “Fado das Queixas”, de Frederico Brito e Carlos Rocha, “Mas Sou Fadista”, de Artur Ribeiro e Ferrer Trindade, “O Fado Chegou ao Céu”, de Aníbal Nazareth e Tavares Bello, “Sem Razão”, de Fernando Farinha e Alberto Correia, “Nono Mandamento”, de René Bittencourt e Raul Sampaio, “Namorico da Rita”, de Antônio Mestre e Artur Ribeiro, “Chinelas de Mouraria”, de Linhares Barbosa e Santos Moreira, “Os Olhos Não Mentem”, de Frederico Valério, F. Garcia e M. dos Santos Carvalho, “Biografia do Fado”, de Frederico Brito, “Sangue Toureiro”, de Frederico Valério e Guilherme P. da Rosa, e “Fado da Cezária”, de Filipe Duarte e Silva Tavares. No mesmo ano, foi contratado pelos Discos Philips. Ainda em 1959, fez a direção musical para o LP “Confidências”, lançado pela cantora Vera Lucia, pela Sinter, e cuja música título também foi de sua autoria. Também no mesmo ano, dirigiu o conjunto integrado por Formiga, no Piston, Senival Bezerra, no Trombone, nas faixas 1, 2, 3, Raul de Barros, no Trombone, nas faixas 4, 5, 7 e 9, Astor, no Trombone, nas faixas 6 e 8), Abel Ferreira, no Clarinete, Fernando Barros, no Sax tenor, José Menezes, na Guitarra, Malagute, no Contrabaixo, Clemildo Ribeiro, na Bateria, Alberto Paz, no Pandeiro, e Bide, na Caixeta, na gravação do LP “Ari Cordovil no baile da gafieira” lançado pelo cantor Aru Cordovil pela Sinter com as composições “Preconceito”, de Wilson Batista e Marino Pinto, “Nair”, de Marino Pinto, “Tenha Pena de Mim”, de Ciro de Souza e Babaú, “ Mais Um Drama da Vida”, Marino Pinto e Waldemar Gomes, “Não É Economia (Alô Padeiro)” e “E O 56 Não Veio”, de de Wilson Batista e Haroldo Lobo, “ Avisa a Maria Que Amanhã Tem Baile”, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, “Amanhã Eu Volto”, de Roberto Martins e Antônio Almeida, “A Morena Que Eu Gosto”, de Wilson Batista e Marino Pinto, “ Pistom de Gafieira”, de Billy Blanco, “ Alegria de Pobre”, de Armando Peçanha e Miguel Alves, “ Blusa Roxa”, de Haroldo Lobo e Rubens Machado, “ Vou Te Contar”, de Raimundo Olavo, “ Cabeça É Pra Pensar”, de Raimundo Olavo e Átila Nunes, e “ Seguro Morreu de Velho”, de Manezinho Araújo e Rubens Machado. 

Em 1960, seu samba “Não”, com Alberto Paz, foi gravado por Aracy de Almeida no LP “Samba” lançado pela Philips. No mesmo ano, gravou pela Philips o LP “Uma orquestra em ritmo de samba – Orquestra Brasileira de Dança” no qual interpretou em ritmo de sambas diferentes ritmos, inclusive músicas clássicas. Estão presentes nesse LP as músicas “Exaltação à Bahia”, de Vicente Paiva e Chianca de Garcia; “Terra seca” e “Folhas mortas”, de Ary Barroso; “Maria”, de Ary Barroso e Luis Peixoto; “Este seu olhar”, de Tom Jobim; “A noite do meu bem”, de Dolores Duran, e “Manhã de carnaval”, de Luis Bonfá e Antônio Maria, além de “Noturno em mi bemol”, de Frederic Chopin; “Sonata ao luar”, de L. V. Beethoven; “Valsa das flores” e “Apenas um coração solitário”, dde Tchaikovsky, e “Stranger in paradise”, de R. Wright e G. Forrest. Também em 1960, fez a direção musical do LP “Leva-me Contigo” lançado na Philips pela cantora Vera Lucia. Em 1961, teve o samba-canção “Ouve meu amor”, com Antônio Carlos Souza e Silva, gravado por Helena de Lima no LP “A voz e o sorriso de Helena de Lima” da RGE. Em 1962, fez com sua orquestra os acompanhamentos para os LPs “A Revelação: Silvinho” e “O Sucesso: Silvinho”, lançandos pelo cantor Silvinho na gravadora Philips. 

Em 1963, fez os arranjos para o LP “Um Senhor talento” lançado por Sérgio Ricardo no selo Elenco. Em 1964, assim destacou o crítico Armando Pittigliani na contra capa do LP “Samba esquema novo”, lançado por Jorge Bem, pela Philips, sobre seus arranjos para esse disco: “Também outro maestro notável compareceu neste disco: Carlos Monterio de Souza, que arranjou o samba “Tim dom dom”, de Jorge Bem.”

Em 1967, fez os arranjos para a marcha carnavalesca “Sou pobre, pobre”, lançada em compacto simples pelo cantor Sérgio Ricardo na gravadora Philips. Em 1968, fez os arranjos e regeu a orquestra nas músicas “Dança da Rosa”, de Maranhão, “Oxalá”, de Theo e “Pra não dizer que não falei de flores”, de Geraldo Vandré, na interpretação dos Vocalistas Modernos, “Maria Marta”, de Edu Lobo e Ruy Guerra, na voz de Mary Lauria, e “Tempo de partir”, de Sergio Napp, na voz de Clara Nunes, gravadas no LP do III Festival Internacional da Canção lançado pela Odeon.

Em 1974, fez arranjos para o disco daquele ano da cantora Doris Monteiro. Fez também os arranjos e regeu a orquestra no LP “Luiz Ayrão”, de Luiz Airão. Em 1975, tornou a reger a orquestra e fez as orquestrações para LP de Luiz Ayrão. Além de destacar-se como arranjador na Odeon, destacou-se como compositor e seu principal parceiro foi Alberto Paz, tendo músicas gravadas por astros como Nora Ney, Helena de Lima, Aracy de Almeida, Emilinha Borba e Zezé Gonzaga. Ao longo da carreira, além de gravar discos e acompanhar com sua orquestra as gravações de diferentes intérpretes, fez arranjos para os discos Elenco e para a TV Excelsior.

Obras
A saudade é mulher
Confidências
Duas notas, nada mais (c/ Alberto Paz)
Em outubro vou pagar (c/ Alberto Paz)
Férias de julho (c/ Alberto Paz)
Não (c/ Alberto Paz)
Ouve meu amor (c/ Antônio Carlos Souza e Silva)
Pé de chumbo (c/ Alberto Paz)
Um milhão de vezes não (c/ Alberto Paz)
Vamos cochichar (c/ Alberto Paz)
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.