Compositor. Cantor. Violonista.
Nasceu no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro. Filho mais velho de José Domingos Barbosa, oficial de marinha, e de Helena Lyra Barbosa. Irmão de Sérgio Henrique Lyra Barbosa (oficial de marinha) e de Maria Helena Lyra Fialho (professora de artes cênicas). Começou a fazer música com um piano de brinquedo aos sete anos de idade, passando, em seguida, para a gaita de boca. Ainda adolescente, quebrou a perna num campeonato de salto à distância. O acidente lhe obrigou a um repouso na cama durante seis meses. Para passar o tempo, foi-lhe oferecido um violão e o Método Paraguaçu. Ao receber alta do médico, já dominava o instrumento. Estudou no Colégio Santo Inácio, foi semi-interno no Colégio São Bento e concluiu o antigo segundo grau no Colégio Mallet Soares, em Copacabana, onde conheceu o compositor Roberto Menescal, com quem montou a primeira Academia de Violão, por onde passaram Marcos Valle, Edu Lobo, Nara Leão e Wanda Sá, entre outros. Participou da primeira geração da Bossa Nova junto com seu parceiro Ronaldo Bôscoli, os também parceiros Tom Jobim e Vinícius de Moraes e o intérprete João Gilberto, todos representados no LP “Chega de Saudade”, lançado em 1959. Saiu do Brasil em 1964, só retornando em 1971. Casou-se com a atriz e modelo norte-americana Katherine (Kate) Lyra, na Cidade do México em 1969, com quem tem uma única filha, Kay Lyra, cantora popular de formação clássica.
Em 1954 escreveu sua primeira canção, “Quando chegares”. Ainda nesse ano, Geraldo Vandré, na época apresentando-se como Carlos Dias, interpretou sua composição “Menina” no primeiro festival da canção, realizado pela TV Rio.
Em 1955, a música foi gravada por Sylvinha Telles e lançada em 78 rpm pela gravadora Odeon, que incluiu também a canção “Foi a noite” (Tom Jobim e Newton Mendonça). O disco é considerado um registro precursor da Bossa Nova.
No ano seguinte, iniciou sua carreira profissional como músico, tocando violão elétrico no conjunto de Bené Nunes. Compôs “Maria ninguém”, entre outras músicas com letras suas. Ainda em 1956, seu samba “Criticando”, precursor de “Influência do jazz”, foi gravado pelo grupo vocal Os Cariocas.
Em 1957, começou a compor em parceria com Ronaldo Bôscoli. São dessa época as canções “Lobo bobo” e “Se é tarde me perdoa”, entre outras.
No ano seguinte, compôs, em parceria com Geraldo Vandré, as canções “Quem quiser encontrar o amor” e “Aruanda”. Ainda em 1957, participou, na Sociedade Hebraica, em Laranjeiras (RJ), de um show cuja apresentação, anunciada em cartaz pelo diretor de eventos do local, dizia: “Hoje, Sylvia Telles, Carlos Lyra e os bossa nova”, expressão utilizada pela primeira vez para descrever a música do compositor e seus companheiros de palco nessa noite, com harmonias dissonantes e uma “batida diferente”.
Em 1959, suas composições “Maria Ninguém”, “Lobo Bobo” (c/ Ronaldo Bôscoli) e “Saudade fez um samba” (c/ Ronaldo Bôscoli) foram gravadas por João Gilberto no LP “Chega de saudade”, lançado pela gravadora Odeon. Participou, também nesse ano, do “I° Festival de Samba-Session”, realizado no anfiteatro da Faculdade Nacional de Arquitetura (RJ), ao lado de Sylvinha Telles, Alaíde Costa, Nara Leão, Normando Santos, Roberto Menescal e Norma Bengell, entre outros. Ainda em 1959, gravou seu primeiro disco, “Carlos Lyra: bossa nova”, lançado pela Phillips, com texto de contracapa escrito por Ary Barroso.
Em 1960, escreveu a trilha sonora de “A mais-valia vai acabar, seu Edgard”, peça teatral de Oduvaldo Vianna Filho com direção de Chico de Assis. Nesse ano, conheceu Vinicius de Moraes, que se tornaria seu parceiro em inúmeras composições de sucesso, como “Você e eu”, “Coisa mais linda”, “Primavera” e “Minha namorada”, entre outras. Participou, ainda, da “Noite do Sambalanço”, espetáculo realizado na Pontifícia Universidade Católica (RJ), ao lado de Sylvia Telles, os irmãos Castro Neves e Juca Chaves, entre outros.
Em 1961, compôs “Canção que morre no ar” (c/ Ronaldo Bôscoli). Escreveu o musical infantil “O dragão e a fada”, em cujas letras de músicas contou com a parceria de Nelson Lins e Barros. Musicou “Um americano em Brasília”, peça teatral de Chico de Assis e Nelson Lins e Barros, que incluiu as canções “Mister Golden” (c/ Daniel Caetano), “Maria do Maranhão” (c/ Nelson Lins e Barros), “Canção do subdesenvolvido” (c/ Chico de Assis), “É tão triste dizer adeus” e “Promessas de você” (c/ Nelson Lins e Barros), entre outras. Ainda em 1961 fundou, com Oduvaldo Viana Filho, Ferreira Gullar, Leon Hirszman e Carlos Estevam, o Centro Popular de Cultura da UNE (CPC), atuando também como diretor musical da entidade. No exercício dessa função, entrou em contato com compositores populares como Zé Keti (que viria a se tornar seu parceiro no “Samba da legalidade”), Cartola, Nelson Cavaquinho, Elton Medeiros e João do Vale. Este grupo de compositores, mais tarde apresentado por ele a Nara Leão, deu origem ao disco “Nara pede passagem”, com destaque para a música “Se alguém perguntar por mim” (Zé Keti) e, depois, ao Grupo Opinião. Ainda nesse ano, escreveu “Influência do jazz” e compôs a música da peça infantil “Maroquinhas Fru-Fru”, de Maria Clara Machado.
Em 1962, musicou “Couro de gato”, episódio de Joaquim Pedro de Andrade do filme “Cinco vezes favela”, premiado em Sestri Levanti (Italia) e Oberhausen (Alemanha), e “Gimba” (de Gianfrancesco Guarnieri), filme dirigido por Flávio Rangel. Participou, também em 1962, do histórico Festival de Bossa Nova, realizado no Carnegie Hall, em Nova York, apresentando suas canções “Maria ninguém”, “Lobo bobo” e “Influência do jazz”, esta última também apresentada pelo Bossa Rio, quarteto de Sérgio Mendes. Ainda nesse ano, escreveu com Vinícius de Moraes as canções do musical “Pobre menina rica”: “Canção do amanhecer”, “Samba do Carioca”, “Cartão de visita”, “Pobre menina rica”, “Broto triste”, “Primavera”, “Comedor de giletes (Pau-de-arara)”, “Sabe você?”, “Canção do amor que chegou”, “Maria Moita”e “Minha desventura”. O espetáculo, com texto do parceiro Vinícius de Moraes, foi montado em 1963, inicialmente na casa noturna Au Bon Gourmet (RJ), com direção geral de Aloysio de Oliveira e direção musical de Eumir Deodato. No elenco, além do compositor, figuraram ainda o próprio Vinícius e Nara Leão, que estava sendo lançada como cantora. O show seguiu, sob sua direção, para o Teatro Maison de France (RJ) e, depois, para o Teatro de Bolso (RJ), quando contou com a participação de Ari Toledo representando o retirante nordestino, que se tornou conhecido por sua interpretação de “Pau de arara (O comedor de giletes)”. Ainda em 1963, participou, com Tom Jobim, João Gilberto e Luiz Bonfá, do concerto promovido pelo então Embaixador Roberto Campos e realizado no George Washington Auditorium, na capital norte-americana. Lançou pelo CPC da UNE a “Canção do subdesenvolvido” no disco “O povo canta”. A venda desse compacto arrecadou fundos para a construção do Teatro do CPC da UNE. No ano seguinte, o disco foi retirado de circulação pela censura. Na mesma época, o Teatro do CPC da UNE, recém-construído, foi metralhado pelo Movimento Anti-Comunista (MAC). Atuou também como diretor musical do Teatro de Arena, promovendo apresentações de Zé Keti, Cartola, Nélson Cavaquinho, João do Vale, Nara Leão, As baianinhas (batizadas por ele como “Quarteto em Cy”, nome artístico com o qual passaram a atuar profissionalmente) e Trio Tamba. Musicou “Bonitinha mas ordinária”, filme de José Pereira de Carvalho, baseado em obra de Nélson Rodrigues. Compôs, com Vinícius de Moraes, a “Marcha da quarta-feira de cinzas” e o “Hino da UNE”.
Atuou como diretor musical da Rádio Nacional, exercendo o cargo até o golpe militar em 1964. Nesse ano, viajou para os Estados Unidos, onde participou, com Stan Getz, do Festival de Jazz de Newport.
Em 1965, gravou a trilha sonora de “Pobre menina rica”, em LP lançado pela CBS, que contou com a participação de Dulce Nunes, Moacir Santos, Catulo de Paula e Telma Soares e, também pela CBS, o disco “Sound of Ipanema”, em parceria com Paul Winter, produzido por John Hammond com contracapa de Felix Grant (disc-jockey de Washington, grande apreciador da bossa nova). Ainda nesse ano, escreveu a trilha de “O padre e a moça”, filme de Joaquim Pedro de Andrade, considerada a melhor música para filmes de 1965/1966. Participou do show “O remédio é bossa”, realizado no Teatro Paramount (SP), ao lado de Sylvinha Telles, Tom Jobim, Alaíde Costa e Marcos Valle, entre outros. Ainda em 1965, excursionou com Stan Getz por diversas cidades norte-americanas, pelo Brasil, Japão, Canadá, Europa e México.
Em 1966, compôs “Lá vem o bloco” (c/ Gianfrancesco Guarnieri). As músicas de “Pobre menina rica” foram premiadas nesse ano como melhor partitura musical para espetáculos. Em seguida, viajou para o México, onde se apresentou com Stan Getz, fixando residência nesse país durante quatro anos. Ainda em 1966, apresentou o Concerto de Bossa Nova e Jazz do México, no Parque de Chapultepec, para uma platéia de 6 mil pessoas, no qual seus músicos abriam o espetáculo com três números de jazz instrumental.
No ano seguinte, compôs 20 trilhas musicais para curta metragens, além de criar e fazer a locução de textos de orientação turística para as Olimpíadas do México.
Em 1970, dirigiu,nessa cidade, seu musical infantil “O dragão e a fada”, trabalho que lhe valeu os prêmios de Melhor Diretor e Melhor Ator do ano. Ainda em 1970, montou o musical “Pobre menina rica”, cujo texto recebeu tradução para o espanhol de Gabriel Garcia Marquez e Francisco Cervantes. O espetáculo foi encenado, nessa temporada mexicana, por um elenco formado por Marli Tavares, Leny Andrade e o Bossa Três (trio integrado por Luis Carlos Vinhas, Otávio Bailly e Ronnie Mesquita).
Voltou para o Brasil em 1971, casado com a atriz e modelo norte-americana Kate Lyra, sua parceira nas canções “I see me passing by”, “Nothing night” e “Its so obvious” (versão de “Cara bonita”). Nesse ano, lançou pela gravadora Philips o LP “…E no entanto é preciso cantar”, que contou com a participação de Chico Buarque na música “Essa passou”, uma parceria de ambos.
Em 1972, lançou também pela Philips o LP “Eu e elas”, produzido por Paulinho Tapajós. Participou da trilha sonora da novela “O cafona” (TV Globo), com suas canções “Tudo que eu sou eu dei” e “Gente do morro”, esta última escrita originalmente com Vinicius de Moraes para a peça “Eles não usam black-tie”, de Gianfrancesco Guarnieri.
Em 1973, assinou contrato com a gravadora Continental e lançou o LP “Carlos Lyra”.
Em 1974, gravou o LP “Herói do medo”, censurado na íntegra e finalmente liberado e lançado no ano seguinte. Mudou-se, ainda em 1974, para Los Angeles, onde viveu durante dois anos. Participou da “Terapia do grito primal”, do Dr. Arthur Janov, e estudou astrologia na “Sideral School of Astrology”.
Voltou para o Brasil em 1976, e lançou, pela Editora Codecri, do Pasquim, o livro “O seu verdadeiro signo”.
Em 1979, participou do Congresso da UNE realizado em Salvador. Nessa ocasião, regeu um coro de 5 mil estudantes que cantavam em uníssono o “Hino da UNE”, de sua parceria com Vinícius de Moraes.
No ano seguinte, musicou “Vidigal”, peça teatral de Millôr Fernandes baseada no romance de Manoel Antônio de Almeida “Memórias de um sargento de milícias”. Ainda em 1980, a peça infantil “O dragão e a fada”, em cartaz desde 1970 no México, foi contemplada com cinco Deusas de Prata, o maior prêmio mexicano de teatro, nas categorias Melhor Direção, Melhor Texto, Melhor Música, Melhor Elenco e Melhor Cenário e Figurino”.
Em 1982, a peça “Vidigal” entrou em cartaz no Teatro João Caetano (RJ). Escreveu letras para o compositor Julio Iglesias.
Em 1983 compôs, com Paulo César Pinheiro, a trilha sonora de “As primícias”, peça teatral de Dias Gomes. Também nesse ano, musicou “O negócio é amar”, uma letra deixada por Dolores Duran.
O show “25 anos de bossa nova” estreou no “Teatro dos Quatro” (RJ), em 1984, e no Teatro Cultura (SP), em 1985. O espetáculo foi gravado ao vivo e lançado em disco pela gravadora 3M.
Participou, em 1986, do VII Carrefour Mondial de La Guitare, realizado na Ilha da Martinica.
Em 1987, apresentou-se na Espanha, com Caetano Veloso, Toquinho e Nana Caymmi.
Em 1989, viajou ao Japão, dividindo o palco com Leila Pinheiro e o Quarteto em Cy.
No ano seguinte, apresentou-se no norte e nordeste do país pelo “Projeto Brasileirinho”, promovido pelo SESC.
Em 1991, seu musical “Pobre menina rica” (c/ Vinícius de Moraes) foi remontado sob a direção de Aderbal Júnior.
Em 1992, viajou em turnê pela Espanha e Portugal. Participou também do Festival de Jazz de Pescara, na ltália, ao lado de Gerry Mulligan e Gary Burton.
No ano seguinte, gravou no Japão o CD “Bossa Lyra”, lançado pela BMG/Victor.
Em 1994, a Editora Lumiar, de Almir Chediak, lançou o Songbook e CD “Carlos Lyra”. Publicou, em seguida, pela Editora Maltese, o livro “Ayanamsa: astrologia sideral”. Ainda nesse ano, seu CD “Bossa Lyra” foi lançado no mercado brasileiro pela BMG/Ariola. Gravou, também em 1994, o CD “Carioca de algema”, lançado pela EMI/Odeon.
No ano seguinte, realizou vários shows pelo Brasil, apresentando sua obra.
Em 1996, compôs, com Paulo César Pinheiro, a trilha sonora de “Policarpo Quaresma: herói do Brasil”, filme de Paulo Tiago. Voltou ao Japão para uma temporada de shows. Ao final desse ano, estreou, no Metropolitan (RJ), o show “Vivendo Vinícius”, ao lado de Leila Pinheiro, Toquinho e Baden Powell.
Em 1997, participou do CD “Get’s bossa nova” lançado pela Pony Cannion Records. Ainda nesse ano, apresentou-se, ao lado de Roberto Menescal, Leila Pinheiro e Astrud Gilberto, entre outros, no espetáculo “Get’s bossa nova”, realizado em Tóquio, em comemoração aos 40 anos da bossa nova.
Em 1998 participou, ao lado de Baden Powell, Toquinho e Miucha, da nova montagem do espetáculo “Vivendo Vinícius”, realizado no Teatro João Caetano e gravado ao vivo em CD pela BMG.
No ano seguinte, apresentou-se no “Festival de Verão: Rio, sempre Bossa Nova”, projeto da Prefeitura do Rio de Janeiro realizado no Parque Garota de Ipanema. Participou, ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Joyce, Leila Pinheiro, Roberto Menescal e Wanda Sá, entre outros, do show de encerramento desse projeto, realizado no Posto 10 da Praia Ipanema em comemoração aos 40 anos da Bossa Nova. Ainda em 1999, musicou o poema “Quando ela fala”, de Machado de Assis. A canção foi interpretada por sua filha Kay Lyra na cerimônia do translado dos restos mortais do escritor e de sua esposa Carolina para o Mausoléu da Academia Brasileira de Letras (RJ).
Em 2000, abriu a temporada de shows do “Projeto Bossa Nova 2000”, realizado pela Prefeitura do Rio de Janeiro no Parque dos Patins (RJ), acompanhado por Adriano Giffoni (baixo), Helvius Vilela (teclados), Marcio Bahia (bateria) e com participação especial de sua filha Kay Lyra. Nesse ano, lançou, pela Editora Irmãos Vitale, o método para violão “Harmonia prática da bossa nova”, acompanhado de um CD contendo demonstrações de ritmos, além de 17 canções de sua autoria. Saiu em turnê pela América Latina, com um show em homenagem ao poeta e parceiro Vinícius de Moraes, que completava 20 anos de desaparecimento. Esse show contou também com a presença de Sebastião Tapajós, Miucha e Georgiana de Moraes. Ainda em 2000, gravou o CD “Carlos Lyra: Sambalanço”, com produção de Kazuo Yoshida, lançado no mercado japonês pela Inpartmaint Inc. O disco contou com a participação de Kay Lyra em “Pode ir” (c/ Vinícius de Moraes) e “O barco e a vela”, nessa faixa acompanhada pelo violão do autor da canção, Claudio Lyra, sobrinho do compositor. Participaram também do disco os músicos Helvius Vilela (piano), Adriano Giffoni (baixo), Ricardo Costa (bateria e percussão) e Carlos Malta (flauta e sax tenor). No repertório, além das já citadas, regravações de “Minha namorada” (c/ Vinícius), “Canção que morre no ar” (c/ Ronaldo Bôscoli) e “Também quem mandou”, entre outras, além de canções inéditas como “Se quiseres chorar” (c/ Dolores Duran), “Só choro quando estou feliz”.
Em 2001, seu disco “Saravá”, relançado em CD pela BMG em produção assinada por Arnaldo DeSouteiro, foi premiado pela revista japonesa “Record Collectors” como o melhor relançamento do ano.
Em 2002, a WEA Music relançou em CD o disco “Herói do medo”, com evento promovido na Modern Sound (RJ).
Em 2004, o CD “Sambalanço” foi lançado no mercado brasileiro. Nesse mesmo ano, comemorou 50 anos de carreira com show no Canecão (RJ. O espetáculo contou com a participação de Emílio Santiago, João Donato, Ivan Lins, Toni Garrido, Leila Pinheiro, Miúcha, Quarteto em Cy, Leny Andrade, Roberto Menescal, Wanda Sá, Marcos Valle, Leo Gandelman, Chico Caruso, Os Cariocas e Antonio Adolfo, além de seu sobrinho Claudio Lyra e sua filha Kay Lyra.
Também em 2004, participou, ao lado de Johnny Alf, João Donato, Roberto Menescal, Wanda Sá, Leny Andrade, Pery Ribeiro, Durval Ferreira, Eliane Elias, Marcos Valle, Os Cariocas e Bossacucanova, do espetáculo “Bossa Nova in Concert”, realizado no Canecão (RJ). O show foi apresentado por Miele e contou com uma banda de apoio formada por Durval Ferreira (violão), Adriano Giffoni (contrabaixo), Marcio Bahia (bateria), Fernando Merlino (teclados), Ricardo Pontes (sax e flauta) e Jessé Sadoc (trompete), concepção e direção artística de Solange Kafuri, pesquisa e textos de Heloisa Tapajós, cenários de Ney Madeira e Lídia Kosovski, e projeções de Sílvio Braga.
Apresentou-se,em 2005, no Martinus Concert Hall, em Helsinki. Nesse mesmo ano, foi contemplado com o Prêmio Shell de Música, pelo conjunto de sua obra. Também em 2005, participou, como convidado especial, do show “Bossa entre amigos”, no Bar do Tom (RJ), ao lado de Marcos Valle, Roberto Menescal e Wanda Sá. Nesse mesmo ano, fez show no Songbook Café (RJ), ao lado de Antonio Adolfo, e atuou na segunda apresentação do espetáculo “Bossa nova in concert”, no Pátio dos Patins (RJ). Também em 2005, lançou o DVD “50 anos de música”, registro do show realizado no ano anterior no Canecão. Ainda nesse ano, estreou o documentário “Coisa mais linda – “Histórias e casos da bossa nova”, de Paulo Thiago, que contou com sua participação, ao lado de Roberto Menescal, na condução da narrativa. Apresentou-se, também em 2005, no Mistura Fina (RJ), acompanhado pelos músicos Helvius Vilela (piano), Adriano Giffone (baixo), Ricardo Costa (bateria) e Dirceu Leite (sopros).
No dia 25 de abril de 2007, foi homenageado pelo Instituto Cultural Cravo Albin na série “Sarau da Pedra”, projeto realizado com patrocínio da Repsol YPF e apoio da Dantes Livraria Editora. No evento, foi afixada no Mural da Música do instituto, diante da presença de várias personalidades da cena cultural carioca, uma placa com seu nome, a ele dedicada pela relevância de sua obra musical. Produzida por Heloisa Tapajós e Andrea Noronha, a comemoração contou com palestra sobre Vinicius de Moraes, proferida pelo poeta e acadêmico da Academia Brasileira de Letras Ivan Junqueira, além de um show da cantora Kay Lyra, ao lado de Mauricio Maestro (violão e apoio vocal), Iura Ranevsky (violoncelo) e Zé Carlos Bigorna (sax e flauta), com músicas de sua autoria.
Em 2008 apresentou-se no Mistura Fina (RJ) com o show “Eu e a bossa”, tendo a seu lado Helvius Vilela (Piano), Rômulo Gomes (baixo), Dirceu Leite (sopros) e Ricardo Costa (bateria). No repertório, suas canções “Minha namorada”, “Você e eu” “Sabe você”, todas com Vinicius de Moraes, “Maria Ninguém”, “Quando ela fala” (sobre poema de Machado de Assis), “Se quiseres chorar” (c/ Dolores Duran) entre outras. Nesse mesmo ano, participou do espetáculo “Bossa nova 50 anos”, realizado na Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. Também no elenco, Roberto Menescal, Oscar Castro Neves, Wanda Sá, Leila Pinheiro, Emílio Santiago, Zimbo Trio, Leny Andrade, Fernanda Takai, Maria Rita, João Donato, Joyce, Marcos Valle e Patrícia Alvi, Bossacucanova e Cris Delanno. O show, em comemoração aos 50 anos da bossa nova, e também celebrando o aniversário da cidade do Rio de Janeiro, teve concepção e direção de Solange Kafuri, direção musical de Roberto Menescal e Oscar Castro Neves, pesquisa e textos de Heloisa Tapajós, e apresentação de Miele e Thalma de Freitas.
Em 2008, publicou o livro “Eu e a bossa” (Casa da Palavra). Nesse mesmo ano, lançou, com João Donato, Roberto Menescal e Marcos Valle, o CD “Os Bossa Nova”, contendo suas canções “Samba do carioca” (c/ Vinicius de Moraes), “Até o fim” (c/ Marcos Valle), “Sextante” e “Ciúme”, além de “Tereza da praia” (Tom Jobim e Billy Blanco), “De um jeito diferente” (João Donato e Lysias Ênio), “Gente” (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle), “Vagamente” (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), “A cara do Rio” (Roberto Menescal e João Donato), “Entardecendo” (Marcos Valle e João Donato), “Balansamba” (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), “Até quem sabe” (João Donato e Lysias Ênio), “Bossa entre amigos” (Roberto Menescal e Marcos Valle) e o meddley “Bewitched, bothered and bewildered” (Richard Rodgers e Lorenz Hart)/”Este seu olhar” (Tom Jobim)/”Só em teus braços” (Tom Jobim). Participaram também do disco os músicos Jorge Helder (baixo), Paulo Braga (bateria), Jessé Sadoc (trompete), Dirceu Leite (sax e flauta), Jaques Morelenbaum (cello) e Carlos Bala (bateria).
Compôs, em parceria com Aldir Blanc, a trilha sonora do espetáculo “Era no tempo do Rei”, baseado no livro homônimo de Ruy Castro, que estreou em março de 2010 no Teatro João Caetano (RJ) com direção geral de João Fonseca, direção musical de Délia Fischer e roteiro assinado por Heloisa Seixas e Julia Romeu. Constam da trilha as seguintes canções: “Abertura”, “Carnaval tropical”, “Ária do Calvoso”, “Sois Rei?”, “Bárbara onça”, “Amor e ódio”, “Amor ordinário”, “Senta, João”, “Fado de Maria a Louca”, “Carta e profecia de Espanca”, “Solilóquio do Vidigal”, “Lundú do Vidigal”, “Maxixe das criadas”, “O Rei das Ruas”, “Verso e reverso”, “A galinha e a broa”, “Soneto de Bárbara morta”, “Borboleta de asa negra” e “Rancho de encerramento”. Nesse mesmo ano, a banda Mantiqueira faz show em sua homenagem no Espaço Tom Jobim (RJ), interpretando canções de sua autoria, como “Maria Ninguém” e “Se é tarde me perdoa” no estilo Big Band. No dia 9 de Julho de 2010, fez recital na Academia Brasileira de Letras, no Rio, dentro da série “MPB na ABL”, homenageando o parceiro Vinicius de Moraes. A apresentação do espetáculo esteve a cargo de Ricardo Cravo Albin, com roteiro elaborado pelo compositor, em parceria com o Instituto Cultural Cravo Albin. A homenagem marcou 30 anos de falecimento do poeta e diplomata, e também sua promoção “post mortem” a Embaixador do Brasil, com ato solene no Palácio Itamaraty de Brasília, dia 16 de agosto do mesmo ano. Ainda em 2010, a trilha de “Era no tempo do Rei” foi lançada em CD.
Em 2011, numa parceria do Instituto Cultural Cravo Albin com o selo Discobertas, foi lançado o box “100 Anos de Música Popular Brasileira”, contendo quatro CDs duplos, com áudio restaurado por Marcelo Fróes da coleção de oito LPs da série homônima produzida por Ricardo Cravo Albin, em 1975, com gravações raras dos programas radiofônicos “MPB 100 ao vivo” realizadas no auditório da Rádio MEC, em 1974 e 1975. O compositor participou do volume 6 da caixa, com suas canções “Lôbo bobo” (c/ Ronaldo Bôscoli), na voz de Alaíde Costa, e “Influência do jazz”, na voz de Johnny Alf. Dividindo o palco com a cantora e bandolinista Nilze Carvalho, apresentou-se, nesse mesmo ano, no espaço Oi Futuro (RJ), pelo projeto “A Bossa do Samba”, concebido e dirigido por Solange Kafuri, com curadoria de Rildo Hora e Marco Antonio Bompet, arranjos e direção musical de Itamar Assiere, apresentação em vídeo de Tárik de Souza, pesquisa de Heloisa Tapajós, coordenação geral e direção de produção de Giselle Kafuri, e produção executiva de Humberto Braga. O show contou com a participação de Jorge Helder (baixo), Marcio Hulk (violão e cavaquinho), Dirceu Leite (sax, flauta e clarinete) e Ricardo Costa (bateria).
Em 2012, apresentou-se no Teatro Sesc Ginástico, pelo projeto “Terça com Bossa”.
Em 2013, apresentou-se no Espaço Cultural Furnas (RJ), com o show “Além da Bossa”, acompanhado de Fernando Merlino (piano), Dirceu Leite (sax), Adriano Giffoni (contrabaixo) e Ricardo Costa (bateria).
Sobre ele escreveu o compositor Antonio Carlos Jobim: “Grande melodista, desenhista, harmonista, rei do ritmo, da síncope, do desenho, da ginga, do balanço, da dança, da lira… Seus sambas e canções perdurarão, pela qualidade, leveza, simplicidade, profundidade, enquanto houver música.”
Em 2014 apresentou-se em espetáculo ao ar livre em Brasília, na “II Bienal Brasil do Livro e da Leitura” com show temático sobre política. No repertório foram incluídas as canções “Samba da legalidade” (c Zé Keti), “Feio não é bonito” (c Guarnieri), “Hino da UNE” (c Vinicius de Moraes), “Canção do subdesenvolvido” (c Chico de Assis) e “Marcha da quarta-feira de cinzas”. No mesmo ano, comemorando seus 60 anos de carreira, apresentou uma série de shows pelo país. O repertório teve como destaque sua primeira composição, “Menino”, gravada por Sylvia Telles em compacto lançado em 1955.
Em 2015, em comemoração aos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro, compôs a canção “Em tempo, eu te amo”, cujos versos “Eu vim pra te dizer/Que eu te amo por inteiro/E mais a cada dia/Eu te amo sim/Meu Rio de Janeiro!”, segundo ele em entrevista, esses versos foram uma forma de homenagear e aumentar a auto-estima da cidade, que sofria com poluição e desgastes urbanos, em meios aos preparativos para sediar as Olimpíadas de 2016. Neste mesmo ano apresentou o espetáculo “A Lira dos Lyra: Carlos e Kay Lyra celebram os 450 anos do Rio”, ao lado da cantora Kay Lyra, sua filha. O show teve a participação especial do violonista e maestro Maurício Maestro e foi apresentado pelo jornalista, musicólogo e historiador Ricardo Cravo Albin no Teatro Raimundo Magalhães Jr., da Academia Brasileira de Letras, dentro do projeto “MPB na ABL”. O show incluiu as músicas “Você e eu” (Carlos Lyra e Vinícius de Moraes), “E era Copacabana” (Carlos Lyra e Joyce Moreno), “Influência do jazz” (Carlos Lyra), “Canção que morre no ar” (Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli), “Fecho de ouro” (Carlos Lyra e Paulo César Pinheiro), “O negócio é amar” (Carlos Lyra e Dolores Duran), “Marcha da quarta feira de cinzas” (Carlos Lyra e Vinícius de Moraes), “Minha namorada” (Carlos Lyra e Vinícius de Moraes), “Pode ir” (Carlos Lyra e Vinícius de Moraes), “Sabe você” (Carlos Lyra e Vinícius de Moraes), “Primavera” (Carlos Lyra e Vinícius de Moraes), “Coisa mais linda” (Carlos Lyra e Vinícius de Moraes), “Se é tarde me perdoa” (Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli), “Saudade fez um samba” (Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli) e “Maria Moita” (Carlos Lyra e Vinícius de Moraes). O show mais uma vez fez parte da série “MPB na ABL” apresentada por Ricardo Cravo Albin, e também integrou as comemorações aos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro.
Em 2016 apresentou-se em São Paulo nas comemorações dos 462 anos da capital paulista.
Em 2018, no projeto “Quintas do BNDES”, apresentou o espetáculo “Carlos Lyra – 60 Anos de Bossa”. Na ocasião foi acompanhado por Claudio Lyra (voz e violão), Fernando Merlino (teclado), Ricardo Costa (bateria), Adriano Giffoni (baixo acústico), Dirceu Leite (sax, flauta e clarinete) e Diogo Gomes (trompete e flugel).
Em 2019, por iniciativa do diretor Carlos Alberto Sion, apresentou-se em uma série de shows ao lado do saxofonista americano Paul Winter, que teria sido o primeiro músico americano a gravar a bossa nova, tanto em Nova Iorque quanto em duas viagens artísticas feitas ao Rio entre 1964 e 1965. Paul tocou “Maria Ninguém” na Casa Branca para o Presidente Kennedy. Ainda em 2019 se apresentou em show beneficente ao lado de Roberto Menescal, João Donato e Marcos Valle no Parque Lage (RJ). O repertório foi formado por canções inéditas além de grandes clássicos. Na ocasião também se apresentaram o DJ Marcelinho da Lua e Rodrigo Sha fará.
Em janeiro de 2023 começou a ser gravado um álbum em homenagem aos 90 anos de Carlos Lyra. Foram convidados 14 intérpretes e cinco arranjadores para a gravação. Entre os intépretes foram elencados Caetano Veloso, Djavan, Edu Lobo, Fernanda Abreu, Gilberto Gil, Ivan Lins, Joyce Moreno, Leila Pinheiro, Lulu Santos, Mônica Salmaso, Ney Matogrosso, Paula Morelenbaum, Roberto Menescal e Wanda Sá, João Donato e Marcos Valle com a esposa Patricia Alvi. Os arranjadores foram Antonio Adolfo, Gilson Peranzzetta, Jaques Morelenbaum, João Donato e Marcos Valle. O tributo foi Idealizado e produzido por Regina Oreiro. O lançamento aconteceu em dezembro do mesmo ano. no álbum foram registradas as músicas
Em dezembro de 2023 foi lançado, pelo Selo Sesc, o álbum “Afeto”. A gravação e mixagem, feitas no Estúdio Visom, tomaram todo o primeiro semestre do ano de 2023. As 14 músicas registradas no trabalho foram “Além da bossa”(de Carlos Lyra e Daltony Nóbrega) cantada por Leila Pinheiro; “Maria Ninguém”(Carlos Lyra), cantada por Marcos Valle e Lulu Santos; “Ciume”(Carlos Lyra), cantada por Caetano Veloso; “Influência do jazz”(Carlos Lyra), cantada por Joyce Moreno e Ivan Lins; “Você e eu”(Carlos Lyra), cantada por Djavan. “Saudade fez um samba”(Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli), cantada por Gilberto Gil; “Samba do carioca”(Carlos Lyra e Vinicius de Moraes), cantado por Fernanda Abreu; “Minha namorada”(Carlos Lya e Vinícius de Moraes), cantada por Edu Lobo; “Canção que morre no ar”(Carlos Lyra), cantada por Ney Matogrosso; “E era Copacabana” (Carlos Lyra e Joyce Moreno), cantada por Mônica Salmaso; “Quando chegares” (Carlos Lyra), cantada por Wanda Sá; “Sabe você” (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes), cantada por Paula Morelenebaum e Roberto Menescal; “Lobo bobo” (Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli), cantada por Mart’nália e “O negócio é amar”(Carlos Lyra e Dolores Duran), cantada por Marcos Valle e Patrícia Alvi.
Faleceu após dois dias internado por conta de uma febre
Homenagem com participações especiais
Lançamento Digital
(Vários intérpretes)
"Este disco faz parte da coleção 'Música Popular Brasileira' da Editora Abril Cultural e vem acompanhada de um fascículo com biografia do autor, fotos e letras das músicas"
"Na contra-capa, as letras das músicas e ficha técnica."
"Na contra-capa, as letras das músicas."
Encarte com as letras das músicas e ficha técnica.
"Este disco faz parte da coleção 'História da Música Popular Brasileira'. Vem acompanhado do fascículo nº 28, contendo um histórico do compositor, fotos em shows, na vida privada com sua esposa e também as letras das músicas"
"Na contra-capa, texto de Nelson Lins de Barros."
"Na contra-capa, texto de Vinícius de Moraes."
"Na contra-capa, texto de Ary Barroso."
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
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