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Nome Artístico
Careca
Nome verdadeiro
Luis Nunes Sampaio
Data de nascimento
18/2/1886
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
21/5/1953
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Pianista. Compositor.

Morador do bairro do Catumbi foi um grande animador do carnaval carioca na década de 1920. Esteve ligados ao Clube dos Fenianos e ao Clube dos Zuavos, dos quais participava das festas tocando ao piano choros “convidativos” e “desengonçados” maxixes, conforme palavras de Jota Efegê. Participou também da criação de alguns blocos carnavalescos.

Dados artísticos

Em 1919, organizou o Bloco dos Almofadinhas e que fez sucesso nos desfiles carnavalescos. Em 1920, teve o samba-carnavalesco “Bá bé bi” e o tango “Sapequinhas” gravados na Odeon pelo Grupo do Além. No mesmo ano o samba -carnavalesco “Bá bé bi” foi regravado por Bahiano, constituindo-se o primeiro sucesso do compositor, música também conhecida como “Deixa as cadeiras da nega buli” ou então como “Babá do Careca”. Ainda nesse ano, fundou com o jornalista e cronista carnavalesco da revista “A Vanguarda”, Jaime Correia, também conhecido como Bicanca, o Bloco carnavalesco “Foi ela ela que me deixou”, para o qual compôs samba com o mesmo título. O Bloco desfilou em 1921 com homens travestidos de mulheres e cantando o samba composto especialmente para o grupo carnavalesco que saiu do Catumbi e estendeu seu desfile até as Ruas Salvador de Sá e Machado Coelho. Esse Bloco, ao que parece, desfilou regularmente até meados da década de 1920.

Destacou-se em 1922 com o samba-carnavalesco “Ai Seu Mé”, parceria com Freire Júnior, que satirizava o candidato à presidência da República Artur Bernardes apelidado popularmente de “Carneiro”, “Rolinha” e “Seu Mé”, gravada na Odeon pelo Bahiano. Artur Bernardes venceu as eleiões e os autores da marcha, grande sucesso no carnaval daquele ano, embora sob o pseudônimo de “Canalhas da rua”, acabaram perseguidos. Freire Júnior acabou preso e o parceiro teve que se esconder fora do Rio de Janeiro. No mesmo ano, seu samba “As meninas de hoje” foi gravado na Odeon pela Orquestra Augusto Lima e a marcha “Com esta figa” e a canção “Foi ela quem me deixou” foram lançadas pelo cantor Bahiano.

Em 1923, teve o samba-carnavalesco “Um, dois, três” e os sambas “Ceroula não é cueca” e “Iaiá me leva pra cadeirinha” gravados por Bahiano, que firmou-se como seu principal intérprete. Em 1924, teve gravado seu maior sucesso o samba “O casaco da mulata”, também conhecido como “O casaco da mulata é de prestação”, grande êxito carnavalesco gravado quase simultaneamente pelo Orquestra Brasil-América e pelo cantor Bahiano em dueto com Maria Marzulo.

Obteve novo êxito carnavalesco em 1925 com a marcha “Os passarinhos da Carioca” gravado pelo Grupo do Pimentel e logo em seguida pelo cantor Fernando. No final desse ano, o cantor Fernando gravou a marcha “Oh! Serafina” e os sambas “Ela disse uma vez pra mim” e “Mulata, sai do portão”, com vistas ao carnaval do ano seguinte.

Em 1926, a marcha “Ai Seu Mé!”, com Freire Júnior foi regravada pela Orquestra Pan American do Cassino Copacabana e também pelo cantor Oscar Pereira Gomes. Em 1927, teve duas obras gravadas por Francisco Alves na Odeon, a marcha “Ai Lelé lé lé” e o samba “Foi você quem me deixou”. Grande folião, destacou-se nas batalhas de confete famosas na época que eram as das ruas Santa Luísa, no Centro da cidade e Dona Zulmira, bairro de Vila Isabel, chegando a receber diversos prêmios como taças e estátuas que chegaram a ser expostas por ele em vitrine da Rua Gonçalves Dias, no Centro da então Capital Federal, o Rio de Janeiro.

Obras
Ai Lelé lé lé
Ai Seu Mé (c/ Freire Júnior)
As meninas de hoje
Bá bé bi
Ceroula não é cueca
Com esta figa
Cresça e apareça
Ela disse uma vez pra mim
Foi ela quem me deixou
Iaiá me leva pra cadeirinha
Mordedor
Mulata, sai do portão
Na favela tem
Não dou confiança
O casaco da mulata
Oh! Serafina
Os passarinhos da Carioca
Sapequinhas
Teresa
Um, ois, três
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.

VASCONCELOS, Ari. A nova música da República velha. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1985.