
Compositor. Violonista.
Ainda menino, costumava fazer pequenas canções, com quadrinhas que falavam do seu dia-a-dia.
Aos 12 anos, compôs o primeiro samba, “Agora é tarde”. Nunca estudou música formalmente, aprendendo a tocar violão sozinho.
Seguiu carreira militar, formou-se na Academia Militar de Agulhas Negras, Resende – RJ, em 1945, e encerrou a carreira como coronel-professor. Participou da diretoria, durante vários anos, da Socinpro, sociedade arrecadadora de direitos autorais.
Formou, juntamente com outro militar, Luís Antônio, uma eficiente dupla de compositores da Música Popular Brasileira. É, também, autor de grandes clássicos de nossa MPB, como os antológicos sambas “Lata dágua”e “Sapato de pobre”.
No final da década de 1940 freqüentava a Rádio Mayrink Veiga e o Bar Tupã, redutos de artistas da época, passando a conviver com a nata de compositores e cantores, tais como Braguinha (João de Barro), Alberto Ribeiro, Humberto Teixeira, Cyro Monteiro e muitos outros.
Em 1949, a cantora Odete Amaral foi a primeira a gravar um samba seu, “Surpresa”, pela Star (139 a). Autor de músicas carnavalescas, gênero que o consagrou, foi gravado pelos grandes artistas da época, como Marlene, Emilinha Borba, Francisco Alves e Dircinha Batista.
Em 1951 Elizete Cardoso gravou de sua autoria “É sempre assim” (Luís Antônio). Entre os seus grandes sucessos, destacam-se: em 1951, o samba “Sapato de pobre”, com o parceiro Luís Antônio, gravado por Marlene (Continental); em 1952, o samba “Lata dágua”, também em parceria com Luís Antônio e gravado por Marlene com arranjo de Radamés Gnattali (Continental); a marcha “Confete”, em parceria com David Nasser, gravada por Francisco Alves (Odeon) e a marcha “Sassaricando”, em parceria com Luís Antônio e Oldemar Magalhães e gravada por Virgínia Lane (Todamérica).
No ano de 1954, em 78 rpm, Elizete Cardoso gravou de sua autoria “Palhaço”, parceria com Veras Silva. Em 1958, a marcha “Mamãe eu levei bomba”, parceria com Oldemar Magalhães, gravada por Dircinha Batista (RCA Victor); em 1959, a marcha “Mamãe eu vou às compras”, com Castelo, gravada por Emilinha Borba (Columbia CB); em 1960, o samba “Favela amarela”, com Oldemar Magalhães, que satirizava liracamente a decisão do governo do município de pintar os barracos das favelas do Rio, gravada por Araci Costa (Continental); em 1962, “Garota de Saint-Tropez”, com Braguinha (João de Barro), gravada por Jorge Veiga (RCA Victor) e, em 1963, “Twist no carnaval”, também em parceria com Braguinha, gravada por Marlene (Continental).
Em 1965, ElizeteCardoso, no LP “Quatrocentos anos de samba”, incluiu de sua autoria “E eu tô lá”.
No ano 2000, lançou o CD “Candeias Jota Jr. canta suas músicas”, com participação especial de Luis Cláudio Ramos nos arranjos e no acompanhamento ao violão. Neste disco, interpretou diversas composições de suas autoria, (muitas delas inéditas) entre elas: “Menino de rua”, “Alegria de chegar”, “Menina do Leblon” e “Amigos, velhos amigos”. Ainda em 2000, lançou o segundo volume de “Candeias Jota Jr. canta suas músicas”, que contou com acompanhamento de Renato Terra nos teclados e arranjos e a participação especial de Ubirajara Corrêa no bandônio nas faixas “Seresteiro de Conservatória” e “Pimpa”. Os dois CDs foram apresentados em inúmeros recitais promovidos pelo próprio compositor, inclusive no Auditório da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).
Em 2002, foi um dos homenageados no show “Marleníssima”, estrelado por Marlene no Teatro Rival BR, com roteiro e direção de Ricardo Cravo Albin. Ainda neste ano, lançou o terceiro volume do disco “Candeias Jota Jr canta suas músicas” destacando-se as faixas “Carnaval seresta” e “Você, razão de tudo”.
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