Compositor. Cantor. Escritor.
Nasceu a 7 de agosto de 1942, em Santo Amaro da Purificação, Bahia. Filho de José Telles Veloso, funcionário público do Departamento de Correios e Telégrafos, e de Claudionor Vianna Telles Veloso, mais conhecida como dona Canô. Tem sete irmãos: Nicinha, Clara, Mabel, Irene, Rodrigo, Roberto e Maria Bethânia (cujo nome escolhera por causa de uma valsa do compositor pernambucano Capiba). Seu sobrenome não vem com o “n” e o “l” dobrados em Vianna e Telles, respectivamente, por descuido do escrivão. Desde menino, demonstrou interesse pela música, pintura e depois pelo cinema. Tirava de ouvido canções aprendidas no rádio e pintava a óleo, a princípio paisagens e casarios, e mais tarde abstrações. Em 1952, gravou “Feitiço da Vila” (Vadico e Noel Rosa) e “Mãezinha querida” (Getúlio Macedo e Lourival Faissal), acompanhado ao piano por Nicinha, sua irmã mais velha. A gravação não teve intenção profissional, foi apenas de circulação familiar. Durante o ano de 1956, num curto período em que morou em Guadalupe, no Rio de Janeiro, freqüentou o auditório da Rádio Nacional, palco de apresentações dos maiores ídolos musicais brasileiros da época. No ano seguinte, retornou a Santo Amaro. Em 1959, conheceu o trabalho de João Gilberto através do LP “Chega de saudade”, apresentado por um amigo do ginásio. Este seria o músico que mais influenciaria sua trajetória artística: “No João, parece que é tudo mais justo, necessário: melodia, as vogais, as consoantes, os sentimentos, o respeito por aquela forma, que ele reconheceu ali, o jeito daquelas coisas se expressarem esteticamente. João traduz a canção.” (Songbook Caetano Veloso vol.1). Em 1960, após concluir o curso ginasial (atual ensino fundamental), mudou-se com a família para Salvador, onde concluiu o colegial (atual ensino médio). Entre os anos de 1960 e 1962, escreveu críticas de cinema para o “Diário de Notícias”. Neste mesmo período, aprendeu a tocar violão e cantou com a irmã Maria Bethânia em bares de Salvador. Ingressou na Faculdade de Filosofia, da Universidade Federal da Bahia, em 1963. Ainda neste ano, conheceu e tornou-se amigo do ídolo que já conhecia pela TV, Gilberto Gil, apresentado pelo produtor Roberto Santana. Conheceu também Gal Costa, ainda chamada de Maria da Graça, e Tom Zé. Casou-se, em 21 de novembro de 1967, com a baiana Dedé Gadelha, numa cerimônia que traduzia os ares contraculturais da época. No dia 22 de novembro de 1972 nasceu seu primeiro filho com Dedé, Moreno Veloso, e no dia 7 de janeiro de 1979, Júlia, que morreu dias depois. Seu pai morreu em 13 de dezembro de 1983, aos 82 anos. Em 1986, já separado de Dedé Veloso, uniu-se à carioca Paula Lavigne, com quem teve mais dois filhos, Zeca Lavigne Veloso, nascido no dia 7 de março de 1992, e Tom Lavigne Veloso, nascido em 25 de janeiro de 1997, em Salvador, no dia do aniversário de Tom Jobim.
Em 2017 foi publicado o livro “Caetano, uma biografia: A vida de Caetano Veloso, o mais doce bárbaro dos trópicos”, biografia não autorizada escrita por Carlos Eduardo Drummond e Marcio Nolasco, lançado pela editora Seoman, do Grupo Editorial Pensamento. O lançamento foi em São Paulo, na Livraria Cultura do Shopping Conjunto Nacional, e no Rio de Janeiro, na Livraria da Travessa, Leblon.
Em 2018, a escritora italiana Igiaba Scego, filha de imigrantes da Somália, lançou um livro “afetivo” sobre o artista brasileiro, que, segundo ela mesma em declarações, teria salvado sua vida. O lançamento de “Caminhando contra o vento” no Brasil ocorreu na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) e foi lançado através das editoras Nós e Buzz. O livro foi lançado no exterior em 2016 abordando a vida afetiva do cantor, através de um ensaio com depoimentos do mesmo.
Seu primeiro trabalho musical foi a composição da trilha sonora da peça de Nelson Rodrigues “O boca de ouro”, da qual participou também como ator. O diretor baiano Álvaro Guimarães, que o dirigiu nesta montagem, o convidou para compor a trilha de outra peça, “A exceção e a regra”, de Bertolt Brecht.
Em junho de 1964, integrando os eventos de inauguração do Teatro Vila Velha, dirigiu o show “Nós, por exemplo”, no qual também atuou como cantor, ao lado de Gilberto Gil, Maria Bethânia, Gal Costa e Tom Zé, entre outros. Esse show representou um marco histórico, reunindo pela primeira vez o núcleo que futuramente viria a ser conhecido como Doces Bárbaros. Em setembro, apresentou-se, com o mesmo grupo, no mesmo teatro, com o espetáculo “Nova bossa velha e velha bossa nova”. A estrutura desses espetáculos foi referência para outros que aconteceram mais tarde no Rio de Janeiro e em São Paulo. Além de fazer alusão às questões políticas e sociais, tinha o intuito de criar uma perspectiva histórica que os situasse no desenvolvimento da música popular brasileira.
Em 1965, conheceu, em Salvador, João Gilberto. Abandonou a faculdade e seguiu para o Rio de Janeiro acompanhando Maria Bethânia, chamada para substituir a cantora Nara Leão no show “Opinião”. No mesmo ano, teve seu primeiro registro de compositor, com a gravação de sua canção “É de manhã”, lançada em compacto simples por Maria Bethânia, pela RCA Victor. O compacto, que continha também “Carcará”, projetou nacionalmente a cantora. Em maio desse ano, gravou seu primeiro compacto simples, com suas composições “Cavaleiro” e “Samba em paz”, também pela RCA Victor. Participou ao lado de Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia, Tom Zé e Pitti, do espetáculo “Arena canta Bahia”, dirigido por Augusto Boal e apresentado no TBC, antigo palco do Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo. Passou uma temporada em Salvador logo a seguir. Nessa ocasião, o diretor Geraldo Sarno incluiu algumas de suas músicas na trilha de seu curta-metragem “Viramundo”.
Concedeu um depoimento à “Revista Civilização Brasileira” nº 7, de maio de 1966, enfatizando a necessidade da “retomada da linha evolutiva da música popular brasileira” a partir das lições mais fundamentais da Bossa Nova. Em junho desse mesmo ano, participou do II Festival Nacional de Música Popular Brasileira (TV Excelsior), com sua canção “Boa palavra”, defendida por Maria Odette, classificada em quinto lugar. Em outubro desse mesmo ano, recebeu o prêmio de Melhor Letra no II Festival da Música Popular Brasileira (TV Record), com a canção “Um dia”.
Em 1967, destacou-se no programa “Esta noite se improvisa” (TV Record). Nesse ano, foi contratado pela Philips, gravadora pela qual lançou seu primeiro LP, “Domingo”, ao lado de Gal Costa. O disco, produzido por Dori Caymmi e ainda sob forte influência da Bossa Nova, traz o seguinte texto na contracapa: “Minha inspiração agora está tendendo para caminhos muito diferentes do que segui até aqui”. Ainda em 1967, apresentou-se no III Festival da Música Popular Brasileira (TV Record), com a marcha “Alegria, alegria”, que interpretou acompanhado pelas guitarras elétricas do conjunto argentino Beat Boys. A música foi classificada em quarto lugar. Nesse mesmo festival, “Domingo no parque” reuniu Gilberto Gil, Rogério Duprat e Os Mutantes, segundo ele “a base do som tropicalista”. Sua admiração por João Gilberto e pela Bossa Nova era tanta, que a necessidade de criar algo novo era latente: “A gente não queria ficar fazendo sub-Bossa Nova depois do João e do Tom” (Songbook Caetano Veloso vol.1). Sob a influência da Jovem Guarda e dos Beatles, nasceu o Tropicalismo, movimento de vanguarda que abalou as estruturas musicais e culturais de então. As canções “Domingo no parque” e “Alegria, alegria” retomaram a “linha evolutiva” da música brasileira à qual o compositor se referia no depoimento publicado na “Revista Civilização Brasileira”, buscando novas sonoridades e formas de expressão poética, mais condizentes com os anseios da juventude. “Alegria, alegria” foi lançada em compacto simples.
Em 1968, gravou seu primeiro LP individual, “Caetano Veloso”, com arranjos de Rogério Duprat e acompanhamento dos conjuntos RC-7 e Os Mutantes. Participou dos programas de televisão “A buzina do Chacrinha” e “Jovem Guarda”. Nesse mesmo ano, lançou um compacto simples com a leitura tropicalista de “Yes, nós temos bananas” (João de Barro e Alberto Ribeiro). Nesse mesmo ano, foi impedido de participar da I Bienal do Samba, na TV Record, São Paulo, por utilizar acompanhamento de guitarra elétrica. Ainda em 1968, lançou o LP-manifesto “Tropicália ou Panis et circensis”, ao lado de Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé e os poetas-letristas tropicalistas Torquato Neto e Capinam, além dos maestros e arranjadores Rogério Duprat, Júlio Medaglia e Damiano Cozzella, firmando as bases do Tropicalismo. Em setembro desse mesmo ano, foi realizado no Teatro da Universidade Católica (SP), o histórico III Festival Internacional da Canção (FIC/TV Globo), no qual o compositor, vaiado ao apresentar “É proibido proibir”, vociferou um discurso contra a platéia e o júri: “Vocês não estão entendendo nada(…) O júri é muito simpático mas incompetente”. A canção foi desclassificada e saiu em compacto simples. Ainda em 1968, Gal Costa interpretou, no IV Festival da Música Popular Brasileira (TV Record), sua canção “Divino maravilhoso”, que ficou em terceiro lugar. Nesse mesmo evento, defendeu como intérprete “Queremos guerra”, de Jorge Benjor (na época Jorge Ben). Também nesse ano, estreou na TV Tupi de São Paulo o programa “Divino Maravilhoso”, com todo o grupo tropicalista. Seu samba “A voz do morto” foi lançado em compacto duplo. A música foi censurada e o disco recolhido das lojas. Em dezembro, mais um compacto simples foi lançado com o seu frevo “Atrás do trio elétrico” e a canção “Torno a repetir”, de domínio público. No dia 27 de dezembro de 1968, foi preso juntamente com Gilberto Gil sob o pretexto de desrespeito ao hino e à bandeira do Brasil. Foram levados para o quartel do exército de Marechal Deodoro, no Rio de Janeiro, permanecendo detidos por dois meses.
Em fevereiro de 1969, foram soltos, porém em regime de confinamento, seguindo para Salvador. Nos meses de abril e maio desse ano, gravou as bases de voz, com o acompanhamento de Gil ao violão, para seu novo disco “Caetano Veloso”. Essas bases foram posteriormente arranjadas por Rogério Duprat, que também dirigiu as gravações em São Paulo. Nos dias 20 e 21 de julho, apresentou com Gilberto Gil o show de despedida, antes de embarcarem junto com suas mulheres, as irmãs Dedé e Sandra Gadelha, para o exílio na Inglaterra. A realização do show só foi permitida devido à necessidade de arrecadaão de fundos para as passagens e estadia nos primeiros meses de exílio. Fixaram-se em Londres, no bairro Chelsea. O espetáculo veio a transformar-se, três anos mais tarde, no disco “Barra 69”. Em agosto, foi lançado o disco “Caetano Veloso”, o primeiro álbum que não trazia sua foto na capa. Em novembro, foi lançado o compacto simples com “Charles, anjo 45”, de Jorge Benjor, e sua canção “Não identificado”. Mesmo no exílio, sua produção não parou.
Em 1970, enviou artigos para o jornal carioca “O Pasquim”, além de canções para Gal Costa (“London, London” e “Deixa sangrar”), Maria Bethânia (“A tua presença morena”), Elis Regina (“Não tenha medo”), Erasmo Carlos (“De noite na cama”) e Roberto Carlos (“Como dois e dois”). Apresentou-se em palcos da Inglaterra e de outros países da Europa. Ainda em 1970, lançou o LP “Caetano Veloso” pelo selo Famous (Paramount Records), seu primeiro disco no exílio.
Em janeiro de 1971, retornou ao Brasil para assistir à missa comemorativa dos 40 anos de casamento de seus pais, obtendo permissão para ficar um mês fora do exílio. No Rio, foi interrogado por militares que pediram para que fizesse uma canção elogiando a rodovia Transamazônica, na época em construção. Nesse período, apresentou-se no programa “Som Livre Exportação” (Rede Globo). Em junho, o disco gravado na Inglaterra foi lançado no Brasil, para onde retornou novamente em visita à família. Nessa ocasião, apresentou-se na TV Globo e na TV Tupi, em um programa ao lado de Gal Costa e João Gilberto. Gravou o frevo “Chuva, suor e cerveja” para o Carnaval do ano seguinte. De volta a Londres, gravou mais um LP pelo selo inglês, “Transa”. Em dezembro, foi lançado no Brasil o compacto duplo “O Carnaval de Caetano”.
Em janeiro de 1972, volta definitivamente ao Brasil e lança o LP “Transa”. No dia seguinte ao retorno do exílio, apresentou o show “Transa”, ao lado de Gil, no Teatro João Caetano (RJ). Estreou também no TUCA (SP) e percorreu outras grandes cidades do país. Com visual hippie, chocou parte do público ao se apresentar imitando trejeitos de Carmen Miranda. Em novembro, dirigiu a produção do LP “Drama – anjo exterminado”, de Maria Bethânia. Compôs a trilha de “São Bernardo”, de Leon Hirszman, premiada no ano seguinte como Melhor Música do Festival de Cinema de Santos. Nos dias 10 e 11 de novembro, apresentou-se, ao lado de Chico Buarque, no Teatro Castro Alves, em Salvador. O show teve participação do grupo vocal MPB-4 e gerou o LP “Chico e Caetano juntos e ao vivo”.
Em janeiro de 1973, lançou “Araçá azul”, seu novo LP individual, que surpreendeu o público pelo alto grau de experimentalismo. O disco teve um grande número de devoluções e foi retirado do catálogo. Iniciou, em março desse mesmo ano, uma série de apresentações pelo interior do Brasil, seguindo o roteiro dos circuitos universitários. Em maio, marcou presença no evento “Phono 73”, promovido pela gravadora Philips no Palácio das Convenções do Anhembi (SP), por cantar a canção “Eu vou tirar você deste lugar”, de Odair José, cantor considerado brega.
Em 1974, produziu os LPs “Cantar”, que se tornou um marco na carreira de Gal Costa, e “Smetak”, do músico experimental Walter Smetak. No início desse mesmo ano, realizou, ao lado de Gal e Gil, um show no Teatro Vila Velha, em Salvador, gravado ao vivo e lançado no álbum “Temporada de verão”.
No ano de 1975, o compato simples com musicalizações suas para os poemas “Dias,dias,dias” e “Pulsar”, de Augusto de Campos, saiu encartado em “Caixa preta” (Edições Invenção), obra do poeta em parceria com Júlio Plaza. Quatro anos depois, saiu também acoplado ao livro “Viva vaia” (editora Duas Cidades), publicado por Augusto de Campos. Ainda em 1975, lançou os LPs “Jóia” e “Qualquer coisa”. A capa original do primeiro, proibida por trazer um desenho dele, a mulher e o filho nus, foi reconstituída mais tarde, quando o disco foi lançado em CD.
No dia 24 de junho de 1976, 10 anos depois do show “Nós, por exemplo”, reencontrou Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia no elenco do espetáculo “Doces Bárbaros”, que estreou no Anhembi, em São Paulo, e deu origem ao LP “Doces Bárbaros ao vivo”, lançado pela PolyGram. Saiu em turnê com o grupo até o dia 7 de julho, quando Gil e o baterista Chiquinho Azevedo foram presos por porte de maconha, em Florianópolis (SC).
No início de 1977, participou, ao lado de Gilberto Gil, do 2º Festival Mundial de Arte e Cultura Negra, em Lagos (Nigéria). Em abril desse ano, lançou seu primeiro livro, “Alegria, alegria”, uma compilação de artigos, manifestos e poemas, além de entrevistas concedidas ao amigo e poeta Waly Salomão.
Em 1978, viajou à Europa com Gal Costa, para apresentações em Roma, Milão, Genebra e Paris. Em junho, lançou o LP “Muito”, com os músicos de A Outra Banda da Terra, grupo que o acompanhou até 1983.
Apresentou-se como intérprete no Festival 79 de Música Popular (TV Tupi), defendendo “Dona Culpa ficou solteira”, de Jorge Benjor. Foi vaiado em protesto à participação de artistas já consagrados. A canção não recebeu premiação.
Em março de 1980, recebeu seu primeiro Disco de Ouro, com o álbum “Outras palavras”, que atingiu a vendagem de 100 mil cópias.
Em 1981, lançou, com João Gilberto e Gilberto Gil, o álbum “Brasil”, disco Pelo qual recebeu, no ano seguinte, o troféu Vinicius de Moraes, na categoria Melhor Cantor.
Em março de 1982, lançou o álbum “Cores, nomes”, que lhe rendeu seu segundo Disco de Ouro. Ainda nesse ano, integrou o elenco de “Tabu”, filme de Júlio Bressane, interpretando Lamartine Babo.
No dia 16 de março de 1983, convidado pelo jornalista Roberto DÁvila, entrevistou, em Nova York, o cantor Mick Jagger, na estréia do programa “Conexão Internacional” (Rede Manchete).
Em 1984, lançou “Velô”, acompanhado pelos músicos da Banda Nova.
No ano seguinte, compôs e gravou a música tema “Milagre do povo”, da trilha sonora da minisérie “Tenda dos milagres” (Rede Globo), sobre a obra homônima do escritor Jorge Amado.
Em 1986, fez sua primeira incursão cinematográfica, “O cinema falado”, cujo título remete ao primeiro verso de um samba de Noel Rosa. O filme foi realizado em apenas três semanas. Sua canção “Merda”, composta para a peça “Miss Banana”, foi censurada. Essa composição foi feita em homenagem à expressão “merda”, muito utilizada pela gente do teatro para desejar boa sorte na estréia de um espetáculo. Em maio, a Rede Globo estreou o programa mensal “Chico e Caetano”, no qual os dois artistas, além de cantar, apresentavam artistas convidados, nacionais e internacionais. Em junho, estreou em São Paulo o show “Caetano Veloso e violão”, gravado ao vivo e transformado em LP premiado com Disco de Platina, pelas 250 mil cópias vendidas. Em setembro, “Cinema falado” estreou no 3º Festival de Cinema, Televisão e Vídeo do Rio de Janeiro. Ainda em 1986, gravou seu primeiro disco nos Estados Unidos, “Caetano Veloso”, pela gravadora Nonesuch. No dia 26 de dezembro, foi ao ar o último programa “Chico e Caetano”.
Prestou depoimento ao Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo no dia 14 de fevereiro de 1987, entrevistado por Augusto e Haroldo de Campos, Décio Pignatari e Tenório Cavalcanti. Em junho, foi relançado “Araçá azul”.
Em 1988, foi publicado pela editora carioca Lumiar o Songbook “Caetano Veloso”, em dois volumes, contendo letra e partitura de 135 canções.
Em abril de 1989, atuou no papel do poeta Gregório de Mattos em “Os sermões – a história de Antonio Vieira”, filme de Júlio Bressane. Ness mesmo ano, lançou o disco “Estrangeiro”, pouco depois também nos Estados Unidos, com destaque para “Meia-lua inteira”, de um compositor então desconhecido, Carlinhos Brown, que integrava sua banda como percussionista. No dia 21 de novembro, recebeu o Prêmio Shell para a Música Brasileira 1989, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Em dezembro, foi contemplado com o Prêmio Sharp de Música.
No dia 26 de janeiro de 1990, sofreu um atentado em sua casa, em Salvador, quando passava férias. Uma bomba explodiu e três tiros foram disparados. Duas semanas antes fizera duras críticas à administração do prefeito Fernando José. Em outubro, saiu seu álbum “Caetano Veloso”, gravado em 1986, nos Estados Unidos. Publicou um longo artigo sobre a cantora Carmen Miranda, no jornal “The New York Times”, em outubro. Este mesmo artigo saiu posteriormente na “Folha de São Paulo”.
Em 1992, foi lançado o estudo “Caetano, por que não?”, de Gilda Dieguez e Ivo Lucchesi, pela editora Francisco Alves. Em abril desse ano, participou do programa “Jô onze e meia” (SBT), no qual inesperadamente resolveu contar quem o delatou em 1968: o locutor de rádio Randal Juliano. Recebeu, pela segunda vez, o Prêmio Sharp.
Em 1993, foi publicado o livro “Caetano: esse cara”, organizado por Héber Fonseca, pela editora Revan, contendo depoimentos concedidos pelo compositor, ao longo de sua carreira, a publicações e emissoras de Rádio e Televisão. Em agosto desse mesmo ano, lançou, com Gilberto Gil, o CD “Tropicália 2”, em comemoração aos 25 anos do movimento.
Em 1994, reuniu-se com Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia na quadra da escola de samba Mangueira para o show “Doces Bárbaros na Mangueira”, que comemoraria os 18 anos do grupo. Nesse mesmo ano, a escola os homenageou com o samba-enredo “Atrás da verde e rosa só não vai quem já morreu”, parafraseando seu sucesso “Atrás do trio elétrico”. Os Doces Bábaros voltaram a se reunir em junho, no Royal Albert Hall, em Londres, com a participação da bateria da Mangueira.
Em 1995, começou a escrever um livro encomendado pela editora norte-americana Alfred Knopf.
Em 1996, compôs a trilha do filme “Tieta do Agreste”, de Cacá Diegues. Em dezembro, foi objeto de mais um livro: “O arco da conversa: um ensaio sobre a solidão”, de Cláudia Fares (Casa Jorge Editorial).
Lançou, em 1997, o livro de ensaios e memórias “Verdade Tropical” e o álbum “Livro”. Em 30 de outubro, convidado por Madalena Fellini, irmã de Federico Fellini (1921-1993), fez um show na República de San Marino, perto de Rimini (Itália), cidade natal do cineasta, em comemoração do aniversário de casamento de Fellini e da atriz Giulietta Masina (1920-1994), anteriormente homenageada em canção que leva seu nome. Em novembro, foi lançado o livro “Verdade Tropical” (Companhia das Letras, 524 páginas), contendo uma visão profunda e pessoal acerca dos principais aspectos e acontecimentos relacionados ao movimento tropicalista.
Em 1998, lançou o CD “Prenda Minha”, com o qual atingiu, no ano seguinte, pela primeira vez, a faixa de mais de um milhão de cópias vendidas, puxado pela regravação de “Sozinho”, música de Peninha.
Em 2000, dirigiu a produção do CD “João violão e voz”, de João Gilberto. Nesse mesmo ano, foi conteplado com o Prêmio Grammy Awards, na categoria World Music, pelo CD “Livro”, lançado nos Estados Unidos, em 1999. Ainda em 2000, na primeira edição do Grammy Latino, seu disco “Livro” foi premiado na categoria Melhor Disco de MPB. Em dezembro desse mesmo ano, lançou o CD “Noites do Norte”, cuja faixa-título foi inspirada no texto homônimo de Joaquim Nabuco.
Em 2001, recebeu o Prêmio Multishow de Música, na categoria Melhor Cantor. Nesse mesmo ano, fez turnê pelo Brasil com o show “Noites do Norte”. Ainda em 2001, participou do filme “Fale com ela” (“Hable con Ella”), de Almodóvar, cantando a canção “Cucurrucucú Paloma” (“Coo Coo Roo Coo Coo Paloma”). Também nesse ano, lançou o CD duplo “Noites do Norte ao vivo”.
Em 2002, gravou, com Jorge Mautner, o CD “Eu não peço desculpas”, contendo suas composições “Feitiço”, “O namorado”, “Cajuína”, “Tarado”, “Homem bomba” e “Graça Divina”, as três últimas em parceria com Jorge Mautner, além de “Manjar de reis”, “Maracatu atômico” e “Morre-se assim”, todas de Jorge Mautner e Nelson Jacobina, “Todo errado” (Jorge Mautner), “Coisa assassina” (Gilberto Gil e Jorge Mautner), “Voa, voa, perereca” (Sérgio Amado) e “Hino do carnaval brasileiro” (Lamartine Babo). No dia 8 de dezembro desse mesmo ano, apresentou-se para 100.000 pessoas na Praia de Copacabana (RJ), ao lado de Gilberto Gil e Gal Costa e Maria Bethânia, no show “Doces Bárbaros”, que encerrou o projeto “Pão Music”. Ainda em 2002, foi lançada a caixa “Todo Caetano”.
Em 2003, sua interpretação de “Burn it Blue” (Elliot Goldenthal e Julie Traymor), ao lado da mexicana Lila Downs, representando o filme “Frida”, na cerimônia de entrega do Oscar, foi o primeiro registro de participação de um cantor brasileiro no evento. Nesse mesmo ano, recebeu o Grammy Latino, na categoria Melhor Álbum de Música Popular Brasileira, pelo CD “Eu não peço desculpas”, trabalho em parceria com Jorge Mautner. Ainda em 2003, seu filme “Cinema falado” foi relançado em DVD. Também nesse ano, foi lançado o livro “Letra só”, seleção de letras de autoria do compositor, organizada por Eucanaã Ferraz.
No dia 25 de janeiro de 2004, apresentou-se na esquina das avenidas Ipiranga e São João, em São Paulo, na comemoração dos 450 anos da cidade. Nesse mesmo ano, lançou o CD “A foreign sound”, contendo canções norte-americanas. Também em 2004, apresentou-se no Carnegie Hall, em Nova York, e fez turnê do disco “A forein sound” pelo Brasil. Ainda nesse ano, participou da trilha sonora, registrada em CD, do filme “Meu tio matou um cara”, de Jorge Furtado, como intérprete (“Pra te lembrar”, de Nei Lisboa) e como compositor (“Se essa rua” e “Habla de mi”).
Em 2005, apresentou-se, ao lado de Milton Nascimento, no Canecão (RJ), com o show “Milton e Caetano”. No repertório, “Paula e Bebeto”, “A terceira margem do rio”, “As várias pontas de uma estrela”, “Senhor do tempo”, “Sereia” e “Perigo”, parcerias de ambos incluídas na trilha sonora do filme “O Coronel e o lobisomem”, além de outros clássicos do cinema, como “Luz de Tieta” (“Tieta”) e “Luz do sol” (“Índia, a filha do sol”), de sua autoria, e “A felicidade” (“Orfeu”), de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, entre outros. O espetáculo contou com cenário de Hélio Eichbauer. Também em 2005, lançou o livro “O mundo não é chato” (Companhia das Letras), coletânea de ensaios e críticas publicadas ao longo de sua trajetória em jornais e revistas organizada pelo poeta Eucanaã Ferraz. Compôs, em parceria com José Miguel Wisnik, a trilha sonora do espetáculo “Onqotô”, do Grupo Corpo, lançada em CD homônimo, também nesse ano.
Em 2006, lançou o CD “Cê”, contendo canções inéditas de sua exclusiva autoria: “Outro”, “Minhas lágrimas”, “Rocks”, “Deusa urbana”, “Waly Salomão”, “Não me arrependo”, “Musa híbrida”, “Odeio”, “Homem”, “Porquê?”, “Um sonho” e “O herói”. A seu lado, o trio formado por Pedro Sá (guitarra), Ricardo Dias Gomes (baixo e piano rhodes) e Marcelo Callado (bateria). O disco foi produzido por Moreno, seu filho, e Pedro Sá.
Após realizar vários shows de lançamento do disco “Cê”, apresentou-se, em 2007, na Fundição Progresso (RJ), tendo a seu lado Pedro Sá (guitarra), Marcello Calado (bateria) e Ricardo Dias Gomes (baixo). Com direção de Mauro Lima, o show foi gravado ao vivo para lançamento em CD e DVD. Nesse ano, lançou o CD “Multishow ao vivo: Caetano Veloso – Cê”, gravado ao vivo na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro.
Em 2008, ao lado da Banda Cê, apresentou-se no Vivo Rio (Museu de Arte Moderna, RJ) com a série de shows “Obra em progresso”, recebendo no palco um convidado especial por semana. Nesse mesmo ano, apresentou-se no Teatro Municipal do Rio de Janeiro ao lado de Roberto Carlos, em homenagem a Tom Jobim e aos 50 anos da bossa nova. Ainda em 2008, gravou, no Teatro Oi Casa Grande (RJ) o DVD “Obra em Progresso”.
Tendo ao seu lado a bandaCê, formada por Pedro Sá (guitarra), Ricardo Dias Gomes (baixo e teclados) e Marcelo Callado, lançou, em 2009, o CD “Zii e Zie”, com suas composições “Perdeu”, “Sem cais” (c/ Pedro Sá), “Por quem?”, “Lobão tem razão”, “A cor amarela”, “A base de Gantánamo”, “Falso Leblon”, “Menina da Ria”, “Lapa” e “Diferentemente”, além de “Incompatibilidade de gênios” (João Bosco e Aldir Blanc) e “Ingenuidade” (Serafim Adriano). Nesse mesmo ano, fez show de lançamento do disco no Canecão (RJ), acompanhado pelos mesmos músicos, com cenário de Hélio Elchbauer, iluminação de Maneco Quinderé e imagens dos cineastas Miguel Przewodowski e Lais Rodrigues. O espetáculo foi incluído na relação “Os Melhores Shows de 2009” do jornal “O Globo”, publicada ao final do ano.
Em 2010, após turnê pela Europa, fez apresentação única do show “Zil e Zie” no espaço Vivo Rio (RJ) registrada ao vivo para edição em CD e DVD, ao lado da bandaCê, formada Pedro Sá (guitarra), Ricardo Dias Gomes (baixo) e Marcelo Callado (bateria). Nesse mesmo ano, a cantora Maria Bethânia registrou, no CD e DVD “Amor, Festa e Devoção”, suas canções “Dama do Cassino”, “Pronta pra cantar”, “Queixa” e “Reconvexo”. Também em 2010, apresentou-se com a cantora Maria Gadú no Citibank Hall (RJ) com o show “Caetano Veloso + Maria Gadú”, para gravação do DVD.
Lançou, em 2011, o DVD “MTV ao vivo – Caetano – Zii e Zie”, em formato simples e em formato especial. Neste último, além do registro do show “Zii e Zie”, canções da temporada de “Obra em Progresso”. Nesse mesmo ano, participou, como convidado da Orquestra Imperial, do “Tributo a Jorge Mautner”, realizado no Circo Voador (RJ). Foi homenageado pela escola de samba Paraíso do Tuiuti no Carnaval desse ano, com o samba enredo “O mais Doce Bárbaro – Caetano Veloso”, de Eric Souza, Elton Divino, Rodrigo Monteiro, Zezé e Gê Tuiuti. Ao lado de Maria Gadú, lançou, também em 2011, o DVD/CD “Multishow ao vivo – Caetano Veloso e Maria Gadú“. Nesse mesmo ano, numa parceria do Instituto Cultural Cravo Albin com o selo Discobertas, foi lançado o box “100 Anos de Música Popular Brasileira”, contendo quatro CDs duplos, com áudio restaurado por Marcelo Fróes da coleção de oito LPs da série homônima produzida por Ricardo Cravo Albin, em 1975, com gravações raras dos programas radiofônicos “MPB 100 ao vivo” realizadas no auditório da Rádio MEC, em 1974 e 1975. O compositor participou do volume 6 da caixa, com suas canções “De manhã”, na voz de Pery Ribeiro, e “Esse cara”, na voz de Rosana Toledo.
Em 2012, seu site na web foi atualizado com rico material: vídeos, fotos raras e ainda todas as faixas de sua discografia para audição em streaming. Foi inaugurado ainda o blog “Fala, Caetano”, instituído como canal oficial de comunicação com o público e com a imprensa. Oito vezes vencedor do Prêmio Grammy Latino e duas vezes vencedor do Prêmio Grammy, foi escolhido para ser o homenageado da Festa de Gala Anual da Academia Latina de Gravação como “Personalidade do Ano de 2012”. Neste ano, seu disco “Transa” recebeu nova edição em CD e vinil. Ainda em 2012, foi lançado o CD “A tribute to Caetano Veloso”, com 16 canções de sua autoria gravadas por artistas brasileiros e estrangeiros, entre os quais Beck (“Michelangelo Antonioni”), Jorge Drexler (“Fora da ordem”), Devendra Banhart (“Quem me dera”, com Rodrigo Amarante), Miguel Poveda (“Força estranha”) e Magic Numbers (“You don’t know me”), Mariana Aydar (“Araçá blue”), Moreno, Kassin e Domenico (“The empty boat”, com Chrissie Hynde), Seu Jorge (“Peter Gast”, com Toninho Horta e Arismar Espírito Santo), Céu (“Eclipse oculto”), Tulipa Ruiz (“Da maior importância”), Ana Moura (“Janelas abertas nº 2”), Momo (“Alguém cantando”) e Luísa Maita (“Trilhos urbanos”). Apresentou, no Teatro Oi Casa Grande (RJ), também em 2012, o show “Primavera Carioca”, com canções próprias e de outros autores sobre o Rio, como “Mangueira” (Assis Valente) e “Menino do Rio”, de sua autoria. O espetáculo contou com a participação especial de Chico Buarque e do Trio Preto +1 formado por Pretinho da Serrinha, Miudinho, Nene Brown e Didão. Ainda nesse ano, foi lançado o CD “Especial Ivete, Gil e Caetano”, registro do programa homônimo realizado pela Rede Globo no ano anterior. O disco foi contemplado com o Grammy Latino, na categoria Melhor Álbum de Música Popular Brasileira na 13ª edição do prêmio. Nesta mesma edição, recebeu o prêmio de Personalidade do Ano. Com arranjos e acompanhamentos da Banda Cê, trio formado por Pedro Sá (guitarra), Ricardo Dias Gomes (baixo) e Marcelo Callado (bateria), lançou, também em 2012, o CD “Abraçaço”, último álbum da trilogia com a banda Cê, depois de “Cê” (2006) e “Zii e Zie” (2009), com produção de seu filho Moreno e do guitarrista Pedro Sá. No repertório, suas canções “A bossa nova é foda”, “Um abraçaço”, “Estou triste”, “Império da lei”, “Quero ser justo”, “Um comunista”, “Funk melódico”, “Vinco”, “Quando o galo cantou”, “Parabéns” e “Gayana”, todas inéditas. O CD “Abraçaço” figurou na relação “Os Melhores Discos de 2012” – assinada pelos jornalistas Bernardo Araújo, Carlos Albuquerque, Leonardo Lichote e Sílvio Essinger -, publicada na edição de 30 de dezembro de 2012 do Jornal “O Globo”.
Em 2013, estreou, no Circo Voador, a turnê do disco “Abraçaço”, tendo a seu lado a bandaCê, formada por Pedro Sá (guitarra), Ricardo Dias Gomes (baixo e teclados) e Marcelo Callado (bateria). Nesse mesmo ano, foi contemplado com o Prêmio da Música Brasileira, na categoria Melhor Cantor-Pop/Rock/Reggae/HipHop/Funk e na categoria Melhor Projeto Visual-Artista, assinado por Fernando Young e Quinta-feira.pelo CD “Abraçaço”. Recebeu ainda indicação ao prêmio de Melhor Canção, por “Estou triste”, incluída nesse disco. Também nesse ano, apresentou-se no Vivo Rio (RJ), em show de gravação do DVD “Multishow ao vivo: Caetano Veloso – Abraçaço”. O cenário foi assinado por Hélio Eichbauer, com quatro telas do artista russo Malevich. Ainda em 2013, recebeu cinco indicações à 14ª edição do Grammy Latino, nas seguintes categorias: Melhor Gravação, Canção do Ano e Melhor Canção Brasileira, pela música “Um Abraçaço”; Melhor Álbum de Compositor e Melhor Arte em encarte, pelo CD “Abraçaço”, de 2012. Recebeu, ainda em 2013, cinco indicações à 14ª edição do Grammy Latino, nas seguintes categorias: Melhor Gravação, Canção do Ano e Melhor Canção Brasileira, pela música “Um Abraçaço”; Melhor Álbum de Compositor e Melhor Arte em encarte, pelo mesmo disco.
Em 2014, apresentou-se, com acompanhamento da Banda Cê, no Festival Primavera Sound, em Barcelona. Foi ovacionado pela plateia. Entre as músicas tocadas estavam “A bossa nova é foda”, “Baby”, “Triste Bahia”, “Parabéns”, “Eclipse oculto”, “Tonada de luna llena” e “A luz de Tieta”.
Em 2015, estreou, em Amsterdã, no palco da Concertgebouw, a turnê “Dois amigos, um século de música”, ao lado de Gilberto Gil. O show celebrou os 50 anos de carreira e a amizade dos dois. Envolta em polêmica, a turnê chamou a atenção também pela apresentação prevista em Tel Aviv, na Menora Mivtachim Arena, que acirrou os ânimos dos mais radicais, que sugeriam que Israel não recebesse nenhum show, por conta dos conflitos que assolavam a região. Chegou a receber cartas de Roger Waters, do Pink Floyd, e no Nobel da Paz Desmond Tutu pedindo oficialmente para que ele cancelasse o show. Em resposta, afirmou: “Seria contraproducente isolar Israel, se se está buscando a paz. Nunca me imaginei numa situação semelhante (referindo-se a pedir para um artista cancelar um show). Voltei para o Brasil antes de a ditadura acabar. Ainda sob Médici. Por amor ao Brasil. Um dia vou escrever extensamente sobre isso. Cantar sob Bush ou Netanyahu não é nada comparado a essa experiência.”.
A turnê marcou, ainda, o reencontro dos dois, que não tocavam juntos desde “Tropicália Duo”, em 1994. Para o repertório, fez um pedido especial a Gil: que ele cantasse “Marginália 2”, composta em parceria com Torquato Neto em 1962. Além disso, constavam do setlist “Esotérico”, “Coração vagabundo”, “São João Xangô menino”, “É luxo só”, “Tonada de luna llena”, entre outras. Ao todo, cerca de 26 músicas que variavam de apresentação para apresentação. Em atendimento a um pedido especial de Gil, incluiu “Desde que o samba é samba”. Nas palavras de Gil: “Fiz questão de que ele incluísse “Desde que o samba é samba”, música dele que eu adoro. Mas não sou chegado a revelar o repertório antes do show, tira um grande elemento, que é a surpresa.”, justificando o setlist variável entre os shows.
Dando continuidade à turnê com Gilberto Gil, apresentou-se no Metropolitan, no RJ.
Ainda no Rio de Janeiro, apresentou novamente a turnê, mas dessa vez no célebre Circo Voador, na Lapa, em show novamente lotado.
Concorreu ao 26º Prêmio da Música Brasileira, na Categoria Especial, com o DVD “Abraçaço”, dirigido por Paula Lavigne e Fernanda Young.
A turnê com Gilberto Gil acabou virando um CD e DVD homônimos, lançados pela Som Livre e gravado ao vivo durante um show em São Paulo. As 29 faixas trouxeram músicas como “Coração vagabundo”, “É de manhã”, “Sampa”, “Eu vim da Bahia”, “Toda menina baiana”, “Drão”, “Andar com fé”, “Filhos de Gandhi”, “Domingo no parque” e “A luz de Tieta”, entre outras. O disco foi selecionado para a lista de melhores do ano composta pelo jornalista Mauro Ferreira, do jornal O Dia, e também para a lista do jornal O Globo.
Em 2016, participou do desfile em homenagem à cantora Maria Bethânia na escola de samba carioca Estação Primeira de Mangueira.
Marcou presença no 27º Prêmio da Música Brasileira, concorrendo nas categorias melhor DVD e melhor álbum de MPB, com “Dois amigos, um século de música”, e melhor cantor. Arrebatou os dois últimos, concorrendo com os álbuns “Do meu olhar pra fora”, de Elba Ramalho, e “Mama Kalunga”, de Virginia Rodrigues, e Gilberto Gil e Djavan.
Novamente dividiu o palco com Gilberto Gil, durante apresentação na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Acompanhado também de Anitta, cantou “Morena de Angola”, de Chico Buarque.
Em 2017, três artistas incluíram em seus projetos releituras de músicas extraídas do seu disco “Muito (Dentro da estrela azulada), de 1978. Mart´nália, em seu disco “+ Misturado”, regravou “Tempo de estio”; César Lacerda incluiu em show todo o repertório do disco, porém com liberdades no roteiro; Bruno Cosentino gravou single com a faixa-título “Muito”, lançada em plataformas digitais.
No mesmo ano, o disco “Dois amigos, um século de música” foi indicado ao Grammy na categoria world music, mas não saiu vencedor.
Ainda em 2017 apresentou-se pela Europa ao lado da cantora Teresa Cristina com a turnê “No palco de Caetano apresenta Teresa”. A idéia central do espetáculo foi apresentar ao público as composições de sambas da Bahia e as composições de sambas do Rio de Janeiro, na voz de Teresa Cristina que interpretou Cartola.
Em 2018 iniciou turnê ao lado dos seus 3 filhos com o espetáculo “Ofertório – De Caetano Moreno Zeca Tom Veloso”, que estreou no Teatro Net do Rio de Janeiro. O Show foi formado por canções suas escolhidas por seus filhos, além de composições dos quatro (algumas inéditas). O espetáculo fora definido por Caetano, em texto distribuído à imprensa, como “um show familiar, nascido da minha vontade de ser feliz”. O espetáculo contou ainda com memórias que remetiam à infância dos filhos, Moreno (44 anos), Zeca (25) e Tom (20), como “Leãozinho”, e “Um canto de afoxé para o bloco do Ilê”, música de Caetano para a qual Moreno fez a letra quando era criança.
Em 2019 foi lançado inédito documentário, “Narciso em Férias”, relatando sua prisão durante o AI-5 (Ato Inconstitucional Cinco, ocorrido em 1968 durante a ditadura militar no Brasil). O filme foi produzido pela Uns Produções e Filmes e trazendo depoimentos pessoais sobre os 54 dias em que ficou preso, desde o momento em que foi para o exílio e depois seu retorno ao Brasil. “Narciso em Férias” também é o título de um dos capítulos de “Verdade Tropical”, seu livro de memórias críticas publicado em 1997, e que teve edição especial de 20 anos em 2017. Nesse capítulo descreveu, com riqueza de detalhes, sua prisão no Rio de Janeiro, que resultou no exílio londrino, ao lado do cantor Gilberto Gil, quando foi acusado pelos militares de “desrespeito ao Hino e à Bandeira nacionais”.
Em outubro de 2021, Caetano Veloso lançou “Meu coco”, o primeiro álbum de inéditas desde Abraçaço (2012). Este foi também o primeiro lançamento do compositor pela Sony Music. O álbum foi lançado com 12 faixas: “Meu Coco”; “Ciclâmen Do Líbano”; “Anjos Tronchos”; “Não Vou Deixar”; “Autoacalanto”; “Enzo Gabriel”; “GilGal”; “Cobre”; “Pardo”; “Você-Você”; “Sem Samba Não Dá”; “Noite De Cristal”. Entre os músicos que tocaram no trabalho estão, além do próprio Caetano; Vinícius Cantuária (percussão), Lucas Nunes (violão, contrabaixo, guitarra e coro); Marcelo Costa (Bateria e percussão); Miguel Góes (contrabaixo); Mestrinho (Acordeão); Dora Morelenbaum – (participação em “GilGal” e “Sem Samba Não Dá”); Carminho (Voz em “Você-Você”); Moreno (percussão e coro);Tom Veloso (violão e coro); Zé Ibarra (violão e coro); Jaques Morelenbaum (Violoncelo); Carlos Malta (Flauta baixo); Hamilton de Holanda (bandolim) e Pedro Sá (guitarra e baixo) entre diversos outros. Entre os arranjadores que participaram do trabalho, estão Thiago Amud; Jaques Morelembaum e Letieres Leite. O álbum foi produzido por Lucas Nunes.
Em abril de 2022, a turnê do álbum “Meu coco” estreou em Belo Horizonte. Tocaram na banda da turnê os músicos Lucas Nunes (violão e guitarra), Alberto Continentino (baixo), Rodrigo Tavares (teclados), Kainã de Jêje (bateria e percussão) e Thiago da Serrinha (percussão).
Em 7 de agosto de 2022, Caetano comemorou o aniversário de 80 anos em transmissão ao vivo pela GloboPlay e Multishow. A transmissão foi feita com os filhos Moreno, Zeca e Tom e a participação da irmã Maria Bethânia. O repertório teve músicas como “O sopro do fole”, “Irene” e “Milagres do povo”. Antes da apresentação, Caetano fez um balanço da carreira em entrevista divulgada pelo Globoplay.
Em dezembro de 2022 lançou, com o pastor, cantor e compositor gospel Kleber Lucas, o single com o hino gospel “Deus Cuida de Mim”, de autoria de Kleber. A parceria surgiu a partir do encontro dos dois na casa de Caetano. Os músicos se conheceram motivados pela disputa eleitoral para a presidência em 2022, quando ambos apoiaram Lula. Um amigo em comum apresentou Kleber Lucas a Paula Lavigne. E
Em janeiro de 2023 foi indicado como o 108º melhor cantor da história em lista com 200 nomes da revista Rolling Stone. O jornalista Michaelangelo Matos, que escreveu o perfil do cantor na lista o comparou a Bob Dylan, indicando o seu papel revolucionário e como referência literária na MPB. Ainda em janeiro, foi recebido por Gilberto Gil na primeira noite do Festival de Verão de Salvador, em Salvador, BA. A cantora Gal Costa ganhou homenagem dos amigos durante o show com eles cantando “Divino, Maravilhoso”, música dos dois eternizada na voz da cantora. Também cantaram, entre outras, “Back in Bahia”, “Esotérico”, “Andar com fé”, “São Salvador” de Dorival Caymmi, “Odara”, “Tieta”, e “Todo menina baiana”.
Em março de 2023 entrou na trilha sonora de “Amor Perfeito”, novela das 18 horas da Globo que estreou no mesmo mês. A música escolhida foi “Um Vestido Y Um Amor”(Fito Paez), na versão feita para o álbum “Fina Stampa”.
Em agosto de 2023, no dia 4, foi lançado o álbum “Xande canta Caetano”, gravado em 2021 com produção musical e arranjos do percussionista Pretinho da Serrinha. No repertório com 10 músicas foram incluídas “Luz do sol”, “Qualquer coisa”, “Alegria alegria”, “Tigresa”, “Diamante verdadeiro”, “ O amor” (Caetano Veloso e Ney Costa Santos sobre poema de Vladimir Maiakovski), “Trilhos urbanos”, “Lua de São Jorge”, “Muito romântico “ e “Gente”. Viralizou nas redes sociais o vídeo em que Caetano chorava de emoção após a audição de “Gente”. O teve as músicas “Muito Romantico”, com 321 mil execuções, e “Luz do sol”, com 266 mil execuções, como algumas das mais executadas do Spotfy.
No dia 14 do mesmo mês, após atraso de quatro horas e meia, Caetano Veloso apresentou, no Festival Doce Maravilha, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro (RJ), show dedicado ao disco “Transa”, de 1972. Além da banda que participava da turnê “Meu coco”, tocaram neste show músicos que originalmente gravaram o álbum: Áureo de Souza (percussão), Jards Macalé (violão e guitarra) – que foi diretor musical do disco – e Tutty Moreno (bateria).O baixista do álbum, Moacyr Albuquerque, faleceu em 2000. O atraso do show, com mudança para um placo menor, aconteceu por conta das chuvas fortes que caíram na cidade naquele dia. Entre as músicas do show, estavam tanto as que faziam parte do álbum como de outros álbuns do mesmo período, virada dos anos 1960 para os 1970. Músicas como “You don’t know me”, “Irene”, “Araçá Azul”, “Maria Betnânia”, “Asa branca”(Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), “London London”, “The empty boat”, “Triste Bahia”(poesia de Gregório de Mattos musicada por Caetano), “Neolithic man”, “It’s a long way”, “Mal secreto”(Jards Macalé e Wally Salomão) – esta cantada por Jards macalé, “Sem samba não dá”, (gravada em 2021 por Caetano em “Meu coco”, e por Macalé com Criolo na coletânea “Biscoito fino, de 2023, e cantada por Macalé e Caetano), “Mora na filosofia” (Monsueto Menezes e Arnaldo Passos), “Nine out of tem” e “Nostalgia” (That’s what rock’n roll is all about).
Em dezembro de 2023, no dia 5, recebeu o Prêmio UBC pelo conjunto da obra no Rio de Janeiro(RJ), na sede da União Brasileira dos Compositores. A festa teve números musicais com a obra do compositor cantada por diversos intérpretes e récitas de algumas das letras – como “Língua” e “O quereres” – na voz da atriz Mariana Ximenes. Entre os que interpretaram músicas de Caetano estavam Gilberto Gil (“Coração vagabundo”), Ferrugem (“Você é linda”), Luísa Sonza (“Não me arrependo”), João Gomes (“Oração ao tempo”), Tim Bernardes(“Trilhos urbanos”), Zeeba (“You don’t know me”), Giulia Be (“London London”), Ritchie (“Shy moon”), Jão (“Canto do povo de um lugar e Leãozinho”) e Criolo (“Desde que o samba é samba”). O show também teve a participação de Jaques Morelenbaum e Pretinho da Serrinha. O encerramento teve a música “Odara” cantada por todos os participantes.
Em 2024 lançou o single “La mer”(Charles Trenet) no formato voz e violão. A faixa foi gravada para fazer parte do documentário “Une famille”, apresentado na 74ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim. A produção musical foi de Caetano com Lucas Nunes, que também gravou, mixou e masterizou a faixa. No mesmo ano, anunciou turnê no Brasil com a irmã, a cantora Maria Bethânia. As cidades escolhidas foram Rio de Janeiro(RJ), Belo Horizonte(MG), Belém(PA), Porto Alegre(RS), Brasília(DF), Salvador(BA) e São Paulo(SP). As músicas que fizeram parte do repertório do show foram interpretadas em sets com os dois juntos e individuais. Com os dois juntos na parte inicial do show: “Alegria, alegria” (Caetano Veloso), “Os mais doces bárbaros” (Caetano Veloso), “Gente” (Caetano Veloso), “Oração ao tempo” (Caetano Veloso), “Motriz” (Caetano Veloso), “Não identificado” (Caetano Veloso), “A tua presença morena” (Caetano Veloso), “13 de maio” (Caetano Veloso), “Samba de dois-dois” (Roque Ferreira e Paulo César Pinheiro), “A donzela se casou” (Moreno Veloso), “Milagres do povo” (Caetano Veloso), “Filhos de Gandhi” (Gilberto Gil), “Dedicatória” (Caetano Veloso), “Eu e água” (Caetano Veloso), “Tropicália” (Caetano Veloso), “Marginália II” (Gilberto Gil e Torquato Neto), “Um índio” (Caetano Veloso), “Cajuína” (Caetano Veloso). Com os dois juntos na parte final do show: “Sei lá, Mangueira” (Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho), “Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu” (David Correia, Paulinho Carvalho, Carlos Senna e Bira do Ponto), “A menina dos olhos de Oyá” (Alemão do Cavaco, Almyr, Cadu, Lacyr D Mangueira, Paulinho Bandolim e Renan Brandão), “Exaltação à Mangueira” (Enéas Brittes da Silva e Aloísio Augusto da Costa), “Onde o Rio é mais baiano” (Caetano Veloso), “Baby” (Caetano Veloso), “Vaca profana” (Caetano Veloso), “Gita” (Raul Seixas e Paulo Coelho), “O quereres” (Caetano Veloso), “Fé” (Iza, Sérgio Santos, Pablo Bispo, Ruxell, Lukinhas, Henrique Bacellar, Junior Pierro e Fabinho Negramande), “Reconvexo” (Caetano Veloso), “Tudo de novo”(Caetano Veloso), “Odara” (Caetano Veloso). Apenas Caetano: “Sozinho” (Peninha), “O leãozinho” (Caetano Veloso), “Você não me ensinou a te esquecer (Fernando Mendes, José Wilson e Lucas), “Você é linda” (Caetano Veloso), “Deus cuida de mim” (Kleber Lucas). Apenas Bethânia: “Brincar de viver” (Guilherme Arantes e Jon Lucien), “Explode coração” (Gonzaguinha), “As canções que você fez pra mim” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), “Negue” (Adelino Moreira e Enzo Almeida Passos), “Vida” (Chico Buarque). A turnê foi registrada para lançamento de audiovisual incluindo documentário sobre o show. Ainda em 2024 lançou o livro “Cine Subaé: Escritos sobre cinema (1960 – 2023)” pela editora Companhia das Letras. No livro, foram incluídos críticas e ensaios sobre cinema publicados durante 60 anos. O lançamento foi no Teatro Clara Nunes, no Rio de Janeiro, com uma conversa com os organizadores do livro, Claudio Leal e Rodrigo Sombra. O ingresso solidário, com parte da verba direcionada para trabalhadores da cultura do Rio Grande do Sul, dava direito a um livro. O título foi escolhido por conta da referência ao Cinema o qual frequentava em Santo Amaro(BA). No mesmo ano se apresentou em Salvador(BA) com a irmã por conta da turnê “Caetano e Bethânia”.
Single
Com Kleber Lucas
Lançamento Digital
Lançamento Digital
"Encarte com letras das músicas, frases e fotos de Caetano e Gil e ficha técnica"
"Prêmio Shell para a Música Brasileira, 1989."
Encarte com as letras das músicas e ficha técnica das faixas e do disco
Encarte com as letras das músicas
Este disco vem acompanhado de um pequeno fascículo contendo as letras das músicas e a ficha técnica
"Exemplar promocional. A capa interna contém as letras das músicas e foto de Caetano. Na capa, foto do intérprete, Roberto e Rodrigo Veloso."
"Na contra-capa, as letras das músicas."
Exemplar promocional. Encarte com as letras das músicas
"Exemplar promocional. Na capa interna, texto de Caetano, letras das músicas e ficha técnica"
Encarte com as letras das músicas
O disco encontra-se sem a capa original
"Na contra-capa, texto de Gilberto Gil"
Encarte com as letras das músicas e poster de Caetano Veloso no verso
(''Nova História da Música Popular Brasileira''). Vem acompanhado de um fascículo com texto de Augusto de Campos, uma pequena biografia do compositor, fatos e letras das músicas."
"Álbum dúplo. Na capa interna, estão as letras das músicas"
"Na contra-capa, foto de João Catrioto, retratando Caetano, [esposa e filho]."
O disco encontra-se sem a capa original
"Encarte com ficha técnica. Na capa interna, fotos de Caetano Veloso"
(''Música Nova do Brasil'')
O disco encontra-se sem a capa original
Edição histórica
"Este disco faz parte da coleção ''História da MPB'' e vem acompanhado do fascículo nº 22 que contém um histórico sobre o compositor, fotos dele e de amigos e parceiros, ilustrações de Elifas Andreato e as letras das músicas. Augusto Campos faz comentários"
Na contra capa um texto em inglês falando sobre o Caetano e este seu disco com músicas em inglês
Este disco faz parte da série ''Autógrafos de Sucesso''
"Este compacto é parte do numero 2 do Disco de Bolso. O disco e encarte de uma pequena revista com texto de Sérgio Ricardo, história em quadrinhos, charges e artigo apresentando o cantor e compositor Raimundo Fagner"
"Na contra-capa, estão as letras das músicas"
Encarte com as letras das músicas
"Na contra-capa, texto de Caetano Veloso e fotos dos intérpretes."
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Que mistério tem Caetano Veloso? O que o faz um ser tão especial que quando arqueia as sobrancelhas solta fogo de leão mítico pelas ventas e quando pega o violão para compor tira dele canções definitivas, na maioria das vezes tão belas que chegam a doer? Nas letras ele não é menos especial. Da sua pena saem versos cortantes, confessos, cheios de referências a tudo e a todos. Já da provinciana cidade baiana de Santo Amaro da Purificação, ele conectava suas antenas com o planeta. Seu universo é ilimitado. Não à toa, junto com Gilberto Gil, comandou a tropicália, que se inscreveu como o movimento mais revolucionário da música popular brasileira, queira ele ou não. Depois da tropicália a MPB nunca mais foi a mesma, nem mesmo as guitarras roqueiras que ela introduziu no gênero e que hoje são tão familiarizadas com o pandeiro quanto o cavaquinho com o tamborim.
Ao longo da sua carreira estrelada, a inquietude de Caetano Veloso reflete-se em álbuns históricos como “Muito”, “Cinema transcendental”, “Uns” e em canções na linha de “Pobres poderes”, “O quereres”, “Eclipse Oculto”, “O ciúme”, “Trem das cores”, “Oração ao tempo”, “Sampa” e tantas outras que para sempre permanecerão no imaginário dos brasileiros. Como intérprete, Caetano corresponde ao luxo de sua obra. Ele talvez seja um dos raros compositores nacionais que demonstre total prazer em cantar, em se expor. Esta característica, aliada ao interesse em trabalhar a voz, o coloca como um de nossos melhores cantores. Seu álbum apenas de intérprete, “Fina estampa”, é uma obra-prima. É difícil e até constrangedor afirmar que, mesmo no meio de tanta gente talentosa que o Brasil produz na área musical, Caetano Veloso é o Sol.
Apoenan Rodrigues