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Nome Artístico
Caçulinha
Nome verdadeiro
Rubens Antônio da Silva
Data de nascimento
15/03/1938
Local de nascimento
Piracicaba, SP
Data de morte
05/8/2024
Local de morte
São Paulo, SP
Dados biográficos

Acordeonista. Compositor. Filho do violeiro Mariano e sobrinho do também violeiro Caçula com quem o pai formou uma das primeiras duplas caipiras a gravar discos. Ganhou o apelido de Caçulinha como homenagem do pai ao irmão Caçula.

Começou a tocar sanfona com oito anos de idade, sempre com incentivo do pai.

Em 1950, quando tinha quinze anos de idade passou a fazer dupla com o pai, Mariano. Apresentou-se com o pai em bailes, boates e em circos com os quais chegaram a viajar. Com mais de quarenta anos de carreira artística, tornou conhecido nacionalmente do grande público a partir de 1989 quando passou a fazer parte do programa “Domingão do Faustão” da TV Globo como responsável pela programação músical o qual anima com seu regional a frente do qual completou 17 anos em 2006, sempre com grande sucesso na programação dominical.

Foi internado no Hospital Sancta Maggiore, na cidade de São Paulo, onde se recuperava de um infarto.

O velório aconteceu na Capela do Cemitério São Paulo, em Pinheiros, na Zona Oeste da capital.

Dados artísticos

Iniciou a carreira artística em 1948, com apenas oito anos de idade, apresentando-se no programa “Clube do Papai Noel”, na Rádio Tupi de São Paulo, tocando, segundo suas palavras, “uma sanfoninha”. Na década de 1950, formou com o pai a dupla Mariano e Caçulinha. Como acordeonista, tocou e gravou com inúmeras duplas como Tonico e Tinoco, Pedro Bento e Zé da Estrada, e Moreno e Moreninho, entre outras. Tocou em uma série de músicas consideradas clássicas da música sertaneja. Estreou em disco solo em 1959, pela Todamérica, quando gravou, ao acordeom, a polca “Corochere”, de sua autoria e Francisco dos Santos, e a guarânia “Triste juriti”, de Mário Vieira e Armando Castro. No mesmo ano, gravou o choro “Pelé”, parceria sua com Amasílio Pasquin, e a valsa “Noiva do sargento”, de autor desconhecido, com arranjos seus. Em 1960, gravou, pelo selo Califórnia, o tango “Noite cheia de estrelas”, clássico de Cândido das Neves, e o fox “Se um dia o mundo parasse”, de Mário Albanese e Ricardo Macedo. Em 1961, pelo selo Caboclo, lançou o arrasta-pé “Arrasta-pé na Tuia”, de sua autoria e Lourival dos Santos, e o “Chorinho do Biluca”, de sua autoria. Em 1962, gravou com seu conjunto, pela Chantecler, a valsa “Primeiro amor”, de Patápio Silva, e o choro “Sabido”, de Luiz Gonzaga. No ano seguinte, gravou com sua bandinha, pela Sertanejo, o rasqueado “Sentimento paraguaio”, de Santana, e o maxixe “Chora negrinha”, com adaptação sua. Ainda em 1963, lançou pela Chantecler o LP “Música dentro da noite – Caçulinha e Seu Conjunto”, com uma seleção de clássicos que incluiu “Meu Nome É Ninguém”, de Haroldo Barbosa e Luis Reis, “O Amor Em Paz”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, “Stella By Starlight”, de Ned Washington e Victor Young, “Cartão de Visita”, de Edgardo Luis e Nilton Pereira de Castro, “Adios”, de Enric Madriguera, “Samba da Minha Terra”, de Dorival Caymmi, “Procuro Alguém”, de Antônio Bruno, “Ill Close My Eyes”, de B. Reid e B. Kaye, “Maria Bonita”, de Agustín Lara, “Nosso Olhar”, de Sérgio Ricardo, “Fools Rush In”, de Rube Bloom e Johnny Mercer, e “Trumpet Cha Cha Cha”, de Billy Mure. Participou como contratado exclusivo do programa “O
fino da bossa”, comandado por Elis Regina e Jair Rodrigues, na TV Record, a partir de 1965. Ainda na década de 1960, acompanhou com seu regional as gravações de discos de inúmeros artistas, entre os quais, Cyro Monteiro, Miltinho, Doris Monteiro, Elizeth Cardoso, Roberto Silva, e Roberto Carlos, entre outros. Na mesma época, acompanhou Elizeth Cardoso, Caetano Veloso e Elis Regina, entre outros artistas em especiais musicais da TV Record. Ainda na televisão, atuou nos programas “Esta noite se improvisa” e “Bossaudade”, da TV Record. Tocou piano e teclado em boates paulistas. Em 1969, acompanhou com seu conjunto os cantores Cyro Monteiro e Elizeth Cardoso no LP “A bossa eterna de Elizeth e Cyro”, no qual se destaca em solos de acordeom. Na década de 1970, contratado pela gravadora Copacabana, lançou vários LPs, entre os quais, “Caçulinha aponta o sucesso”, de 1970, e “Caçulinha na onda do sucesso”, de 1972. Em 1972, acompanhou com seu regional a cantora Inezita Barroso na gravação do LP “Clássicos da música caipira – volume 2”, no qual ela interpretou as composições “Rio de lágrimas”, de Piraci, Lourival dos Santos e Tião Carreiro, “Saudades de Matão”, de Jorge Galati e Raul Torres, “O Amor É Firme”, tema tradicional adaptado por ela, “Campo Grande”, de Raul Torres, “Poeira”, de Luis Bonan e Serafim Colombo Gomes, “Moda do Bonde Camarão”, de Mariano da Silva e Cornélio Pires, “Divino Espírito Santo”, de Torrinha e Canhotinho, “Peão Bicharedo”, de Francisco de Assis Bezerra de Menezes, “Chitãozinho e Chororó”, de Serrinha e Athos Campos, “Rei do Café”, de Teddy Vieira e Carreirinho, “Destinos Iguais”, de Capitão Furtado e Laureano, e “O Menino da Porteira”, de Teddy Vieira e Luisinho, que contaram com o solo de seu acordeom. Na década de 1980, passou a se apresentar esporadicamente à frente de seu regional e a fazer shows com o apresentador Fausto Silva nos quais tocava acordeom e o apresentador contava piadas. Ainda na década de 1980, atuou com Fausto Silva no programa “Perdidos na noite”, apresentado na TV Bandeirantes. Em 1981, tocou acordeom no LP “Caipira”, lançado pelo cantor e compositor Rolando Boldrin, pela RGE. Em 1989, participou de show de Nelson Gonçalves e Raphael Rabello, tocando acordeom na música “Três lágrimas”, de Ary Barroso. Nesse ano, passou a atuar no “Programa do Faustão”, na TV Globo. Em 1994, tocou acordeom no LP “Pena Branca e Xavantinho – Uma dupla brasileira”, lançado pelos irmãos Pena Branca e Xavantinho em disco RGE. Em 2001, tocou acordeom no CD “Violeiro”, lançado por Rolandro Boldrin, pela Som Livre. Em 2002, foi lançado o disco “Nelson Gonçalves e Raphael Rabello”, no qual teve participação especial na faixa “Três lágrimas”, de Ary Barroso. Em 2004, participou ao lado de nomes como Dominguinhos, Renato Borghetti, Dino Rocha, e Toninho Ferragutti, no SESC Pompéia, em São Paulo, do o show de lançamento dos dois CDs do projeto “O Brasil da Sanfona”, gravados ao vivo no mês de março do mesmo ano. Em 2005, por sugestão de João Gilberto, que lhe perguntou por que não lançar um disco com músicas da bossa nova ao acordeom, gravou o CD “Caçulinha na bossa nova”, com produção de Ricardo Leão. O disco contou com as participações especiais de Roberto Menescal, João Donato, Rildo Hora, Paulinho Braga, Paulinho Trompete, Lula Galvão, João Lyra, Marcelo Martins, Bocato, Zé Canuto, Marcos Valle e Ricardo Leão. Desse disco fazem parte clássicos da bossa nova como “O barquinho” e “Garota de Ipanema”, além de composições menos celebradas do universo da bossa nova como “Estate”, de Bruno Martino e Bruno Brighetti, “Velas içadas”, de Ivan Lins e Vitor Martins, “Sem você”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, e “Olhar de mulher”, de Ricardo Leão e Abel Silva. O disco se encerra com um grupo de instrumentistas interpretando a música “Tudo é possível”, de sua autoria. Após a gravação desse disco, gravou um outro, em parceria com o humorista Pedro Bismarque, conhecido pelo personagem Nerso da Capitinga, dedicado ao repertório junino, intitulado “Caçulinha no Arraiá”, no qual toca sanfona enquanto o ator Pedro Bismarque faz a narração da quadrilha. Ao longo de sua vasta carreira já gravou um total de 31discos, sendo cerca de 25 LPs, numa trajetória única na música popular que passa do sertanejo à bossa nova. Em 2012, tocou acordeom em dueto com o violeiro Zé do Rancho, no programa “Viola minha viola”, apresentado por Inezita Barros, na TV Cultura, interpretando clássicos da música sertaneja como “Tristeza do Jeca”, de Angelino de Oliveira, entre outros. Em 2014, apresentou-se no programa “Viola, Minha Viola”, na TV Cultura, como convidado especial, acompanhando Inezita Barroso na interpretação da toada “História de um Prego”, de João Pacífico. Apresentou-se no mesmo ano, no programa “Senhor Brasil”, apresentado por Rolando Boldrin na TV Brasil tocando e contando histórias de sua carreira.

Discografias
2005 CD Caçulinha na bossa nova
1972 Copacabana LP Caçulinha na onda do sucesso
1970 Copacabana LP Caçulinha aponta o sucesso
1963 Chantecler LP Música dentro da noite - Caçulinha e Seu Conjunto
1963 Sertanejo 78 Sentimento paraguaio/Chora negrinha
1962 Chantecler 78 Primeiro amor/Sabido
1961 Caboclo 78 Arrasta-pé na Tuia/Chorinho do Biluca
1960 Califórnia 78 Noite cheia de estrelas/Se um dia o mundo parasse
1959 Todamérica 78 Corochere/Triste juriti
1959 Todamérica 78 Pelé/Noiva do sargento
Obras
Arrasta-pé na Tuia (c/ Lourival dos Santos)
Chorinho do Biluca
Corochere (c/ Francisco dos Santos)
Pelé (c/ Amasílio Pasquin)
Tudo é possível
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.