Letrista. Poeta. Escritor. Ensaísta. Contista.
Filho de Carlos Ferreira de Brito e Wanda Aparecida Lóes de Brito.
Mineiro, nasceu em Uberaba e passou a infância em Alfredo de Castilho e Barretos, interior de São Paulo.
Aos 11 anos, foi morar no Rio de Janeiro. Aos 12, chegou a ser matéria de jornal, por causa de suas caricaturas de políticos e personagens da vida pública, prática que cultivaria por toda a vida. Costumava ilustrar seus poemas, crônicas e letras de músicas com nanquim e lápis de cera.
Estudou violão clássico.
Cursou Direito e formou-se em Filosofia pela UFRJ. Fez pós-graduação na USP.
Lecionou Teoria Literária e Literatura Brasileira na PUC-Rio e na Escola de Comunicação da UFRJ.
Atuou na grande imprensa e na imprensa nanica como crítico literário e ensaísta.
Teve dois filhos: Pedro Landim, do primeiro casamento com a antropóloga, professora e pesquisadora Leilah Landim Assumpção de Brito, e Paula, do segundo casamento com a cantora Rosa Emília Machado Dias. Pedro Landim de Brito (jornalista), assim como o pai, seguiu a carreira de poeta, tendo publicado alguns poemas no “Jornal de Letras e Artes”. Como jornalista, Pedro Landim, especializou-se na área de música, tendo atuado em vários veículos, tais como “Jornal do Brasil”, “O Estado de São Paulo”, “A Gazeta Mercantil” e no jornal “O Dia”.
Em 1967, José Álvaro Editor publicou (ainda usando o nome Antônio Carlos de Brito), “A Palavra Cerzida”, seu primeiro livro de poemas, que já havia tido vários de seus poemas publicados nas principais antologias da nova poesia brasileira. Logo depois, publicou os livros de poesias “Grupo Escolar” (Mapa Filmes e Coleção Frenesi, 1974), “Beijo na Boca” (Coleção Vida de Artista, 1975), “Segunda Classe”, assinando Antônio Carlos de Brito e em parceria com Luís Olavo Fontes (Coleção Vida de Artista, 1975), “Na Corda Bamba” (passou a assinar Cacaso, 1978), “3 Poetas” (c/ Eudoro Augusto e Letícia Moreira de Souza) Centro di Estudios Brasilenos – Lima, Peru, 1979), “Mar de mineiro” (1982) e a coletânea “Beijo na Boca e Outros Poemas” (Editora Brasiliense, 1985).
Publicou artigos em diversos jornais, entre eles, “Jornal do Brasil”, “Folha de São Paulo”, “Jornal Movimento” e “Jornal Opinião”.
Pouco antes de falecer, vitimado por um infarto do miocárdio, estava trabalhando junto com Edu Lobo e Ruy Guerra em um roteiro sobre Canudos. Anos depois, em 1997, Edu Lobo, em homenagem ao poeta, incluiu uma das parcerias de ambos, “Canudos”, no filme homônimo de Sérgio Rezende.
Em 1997, foi editada pela UNICAMP/UFRJ uma coletânea de seus ensaios, poemas inéditos, crônicas e artigos publicados em jornais intitulada “Não Quero Prosa”, com seleção e organização de Vilma Arêas e lançada na “Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro”.
Compôs em parceria com Nelson Ângelo o musical “Táxi”, ainda inédito.
No ano 2000, a Editora Sette Letras reeditou “Beijo na Boca”, publicado originalmente em 1975. Dois anos depois, em 2002, foi publicado pela Editora Sette Letras e Cosac & Naify, a antologia “Lero, Lero”, sua obra poética reunida, incluindo seis dos seus livros publicados em vida e ainda parte de um material que estava inédito (poemas e desenhos). O livro fez parte da coleção “Às de Colete” e foi lançado na Livraria da Travessa, no Rio de Janeiro. Ainda em 2002, os jornalistas Renato Fagundes e Paulo Mussoi produziram o filme de animação digital “Cidadelas”, baseado em poemas sobre Canudos (Auto de Canudos) deixados pelo poeta e nunca publicados, além de desenhos sobre o mesmo tema. A trilha sonora do curta-metragem foi composta por Igor Araújo, com base nos poemas de autor.
Em 2004 foi relançado o livro “Na Corda Bamba”, desta vez com ilustrações do cineasta e amigo José Joaquim Salles. As ilustrações eram para ser entregues para a primeira edição em 1978, mas só ficaram prontas 26 anos mais tarde. O convite para que Joaquim Salles ilustrasse o livro foi feito no ano de 1975, quando o poeta, em Paris, visitou o ex-colega de faculdade de Filosofia, que por esta época, encontrava-se exilado naquele país. Como as ilustrações não ficaram prontas a tempo, o livro foi publicado com ilustrações do filho do poeta, Pedro Landim, então com sete anos. Na reedição do “Na Corda Bamba” o ilustrador José Joaquim Salles contou com a colaboração do próprio filho, o designer gráfico Tomás. Sobre as novas ilustrações José Joaquim relatou:
“Se Cacaso fosse vivo, provavelmente usaria o computador para compor e divulgar sua poesia. Tenho certeza de que estaria ao meu lado fazendo um livro com esta nova ferramenta.”
Sua obra de letrista foi objeto de dissertação de mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O poeta deixou mais de 20 cadernos, muitos deles em forma de diários, com poemas, fotos e ilustrações.
Em 2006 foi lançada a coletânea “Poesia Marginal”, com poemas de cinco poetas da “Geração Mimeógrafo”, em uma antologia que trouxe e revelava o espírito não conformista da juventude durante a ditadura militar. O volume trouxe poemas de Cacaso, Chacal, Ana Cristina César, Francisco Alvin e Paulo Leminski. No ano seguinte, em 2007, foi publicado o texto da tese de doutorado de José Francisco Cavalcante, pela Universidade de São Paulo (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada).
Em 2010 foi lançada a antologia “Destino: Poesia”, na qual foram perfilados poemas de Cacaso, Ana Cristina César, Chacal, Francisco Alvin, Torquato Neto, Paulo Leminski e Waly Salomão. Organizada por Ítalo Moriconi, a antologia foi publicada pela José Olympio Editora.
No ano de 2012, a pedido do jornal New York Time, o musicólogo Ricardo Cravo Albin escolheu os dez maiores poetas da MPB, sendo seu nome um dos selecionados. Dois anos depois, em 2014 o poeta e músico Mariano Marovatto lançou o livro “A Trajetória Intelectual de Cacaso e a Vida Cultural Brasileira de 67 a 87”, com o seguinte comentário recolhido:
“Um dos ícones da poesia marginal, Antônio Carlos de Brito – o Cacaso – morreu ainda jovem, em 1987, aos 43 anos. Sua obra traduz muito da trajetória de uma geração que inventou novas formas de produção artística e literária, e que soube como poucas trazer a poesia para o cotidiano (e vice-versa). Não é à toa que ela fala diretamente aos jovens leitores de todas as idades, até hoje e até sempre. Em verso e prosa, e na letra de tantas canções. Neste ‘inclusive’, aliás, também poeta e músico, digníssimo desse legado de invenções artísticas, reconstrói a trajetória intelectual de Cacaso no contexto cultural brasileiro de 1967 a 1987 a partir de sua obra editada e de seus escritos inéditos, pesquisados tanto no arquivo doado por sua viúva à Fundação Casa de Rui Barbosa quanto no material do acervo pessoal de seu filho, e ajuda a desvendar a relação do artista com as vanguardas poéticas, com a tradição modernista, com a poesia de seu tempo e com seus parceiros de geração, enquanto poeta e crítico.”
Em 2020 foi lançado o livro “Cacaso” pela “Coleção Ciranda da Poesia” (Editora EdUER), por Carlos F. B. Martin. Segundo o seu autor:
“A Coleção Ciranda da Poesia pretende introduzir o público universitário, assim como para todos os interessados nos caminhos da arte contemporânea, um panorama das novas formas de ler o poema. Cada modo de leitura, cada orientação ou tendência crítica, corresponde a uma nova ou renovada forma de poesia. Na Ciranda, poetas, professores, críticos contemporâneos leem os poemas e iniciam uma revisão crítica da agora clássica geração dos anos 70.”
Neste mesmo ano, de 2020, o poeta e pesquisador Mariano Marovatto lançou o livro “Doutor Caneta: Oito contos”, pela editora Companhia das Letras, no qual foram compilados oito contos do poeta. De acordo com o organizador do volume:
“No fim dos anos 1980, Cacaso, mais conhecido por sua produção como poeta, ensaísta e letrista, fez uma breve incursão nos contos, publicando “Inclusive – aliás” e “Buziguim” na revista Novos Estudos CEBRAP, em 1986 e 1987. O leitor vai conhecer estes dois contos e outros seis, todos inéditos em livro e recolhidos pela primeira dos cadernos de um dos nomes incontornáveis da geração mimeógrafo.”
Também em 2020 foi lançado, pela Editora Companhia das Letras, o volume “Cacaso: Poesia completa”, no qual a editora Heloisa Jahn, compilou os livros publicados pelo poeta em vida: “A Palavra Cerzida” (1967), “Grupo Escolar” (1974); “Beijo na Boca” (1975); “Segunda Classe” (1975), “Na Corda Bamba” (1978) e “Mar de Mineiro”, de 1982. No livro foram inseridos poemas inéditos pinçados dos cadernos do autor, além de 60 letras de música, e ainda textos de Roberto Schwarz, Heloisa Buarque de Hollanda, Vilma Arêas, Mariano Marovatto e Francisco Alvim, que declarou:
“Cacaso tem o gênio brasileiro da fala macia, sensual e maliciosa. É da família de Bandeira, cuja linguagem é sem artifícios.”
Em decorrência da pandemia, o lançamento ocorreu em uma live feita no canal do Youtube da Editora Companhia das Letras, tendo Rosa Emília Dias (da Itália) e Mariano Marovatto (do Rio de Janeiro) conduzindo as entrevistas com parceiros do poeta, que discorreram sobre a sua vida e a sua obra: Cláudio Nucci, Nelson Angelo e Sueli Costa, além de outros parceiros que prestaram depoimentos em vídeo, tais como Sérgio Santos, Edu Lobo, Francis Hime, Filó Machado, João Bosco, Joyce Moreno e Zé Renato.
Ainda sobre a coletânea, escreveu o poeta e pesquisador de MPB Euclides Amaral no artigo “Cacaso: Mais leve que o ar”, publicado no blog “Aumenta O Som”, do jornalista Elias Nogueira e no portal Acontece Na Cidade, do jornalista e fotógrafo Ricardo Poock, do qual destacamos o seguinte trecho:
“Mesmo com todas essas influências dava para perceber que o poema e/ou letra eram do Cacaso, como bem lembrou Edu Lobo em depoimento para o documentário sobre o vate. Porque ele imprimiu seu ethos em cada uma dessas produções, seja na poesia, mesmo na inicial, seja especialmente na sua produção de letras de música, na qual ficou mais popular e exerceu o seu ofício de poeta, aquele de falar para as massas de forma simples, exata, porém, com sustância. Tudo isto está nos poemas deste novo volume “Cacaso: Poesia Completa/2020”. Que bom tê-lo entre a gente neste novo trabalho tão completo quanto o possível no momento, pois existiu uma coletânea anterior intitulada “Lero, Lero”, que não deu para abarcar toda a produção de um poeta tão profícuo e polivalente quanto ele, ainda que tanto tempo depois de ter partido, antes do combinado, por sinal!”
No ano de 2024, Rosa Emília Dias, Vilma Arêas e Mariano Marovatto participaram do evento “Cacaso – 80 Anos” uma conversa sobre a vida e obra do escritor na Biblioteca Mário de Andrade – Sala Tula Pilar, na Praça da República, no centro de São Paulo. Neste mesmo ano, Rosa Emília organizou outra homenagem de amigos e parceiros do poeta, desta vez na Livraria da Travessa, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O evento, “Uma Noite Pra Cacaso”, contou com participações e depoimentos de Chacal, Geraldo Carneiro, Euclides Amaral, David Tygel, Nélson Ângelo, Heloísa Teixeira, Joyce Moreno, Juca Filho, Mariano Marovatto, Olívia Byington, José Joaquim Salles, Muri Costa, Marcelo Costa, Ana de Hollanda, da própria cantora Rosa Emília, além de Pedro Landim, filho do poeta.
Ainda fazendo parte das comemorações dos 80 anos do poeta no dia 13 de março de 2024, a Rádio Batuta, do Instituto Moreira Sales, levou ao ar o “Especial Cacaso Sem Fim”, com roteiro, textos e apresentação do pesquisador Otavio Filho, em dois episódios, sendo o primeiro “O Anjo Malandro”, de acordo com Otávio Filho:
“Em 1965, aos 21 anos, Cacaso teve sua primeira letra gravada, uma parceria com Maurício Tapajós, amigo dos tempos de colégio. Daí para frente, construiu uma obra diversificada nos estilos e nos melodistas, como se pode ter ideia pelo repertório abaixo. Um parceiro marcante foi Djavan. … mostra que o observador atento do cotidiano do Rio se manteve herdeiro da vida rural que o criou. O matuto, o citadino, o popular, o erudito se juntaram num artista singular, cuja obra não perdeu a força.”
Neste episódio são ouvidas várias histórias com o próprio Cacaso relembrando passagens de sua vida e de sua obra de poeta-letrista, além de diversas composições com vários intérpretes de suas composições, tais como Os Cariocas, Milton Nascimento, Os Cinco Crioulos, Sueli Costa, Simone, Francis Hime, Olívia Hime, Tom Jobim, Miúcha, Chico Buarque, Edu Lobo, Djavan, Boca Livre, Tatiana Parra, Elis Regina e Nana Caymmi, assim como depoimentos de alguns dos parceiros colhidos para o especial, tais como Zé Renato. No segundo episódio, “O Fazendeiro do Mar”, foram dados depoimentos de Sérgio Santos, João Bosco e de Rosa Emília, com sua fala muito emocionada, como parceira, cantora e viúva do poeta. Neste bloco figuram as composições de Cacaso, algumas em parcerias com os próprios intérpretes: Rosa Emília, Sérgio Santos, Claudio Nucci, Danilo Caymmi, Joyce Moreno, João Bosco, Rosa Passos, Renato Braz e Moreira da Silva.
Em 1963, o grupo Os Cariocas gravou “Carro de boi”, parceria de Cacaso com Maurício Tapajós. Três anos depois, em 1966, juntamente com Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho, compôs a trilha sonora para a ópera popular “João Amor e Maria”, de autoria do próprio Hermínio Bello de Carvalho. A ópera, dirigida por Kléber Santos e Nélson Xavier, teve no elenco Betty Faria, Fernando Lébeis, José Damasceno, José Wilker e Cecil Thiré, além do quarteto vocal MPB-4, cenários de Marcos Flaksman e encenada no Teatro Jovem. Desta ópera, com disco lançado pela gravadora Mocambo/Rosemblit, destacam-se “Luta danada”, “Tira o peixe do mar”, “Tempo bravo”, “Jangada”, “Foi milagre” e “Não adianta não”, todas em parceria com Maurício Tapajós, e, ainda, “Modinha”, em parceria com Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho.
Em 1967, no LP “Samba… No duro – volume I” (Odeon), sua composição “Aurora de paz” (c/ Elton Medeiros), foi gravada pelo grupo Os Cinco Crioulos, integrado por Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Anescarzinho do Salgueiro, Jair do Cavaquinho e Nelson Sargento. Neste mesmo ano Elizeth Cardoso regravou “Modinha” (c/ Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho) no LP “A enluarada Elizeth”, lançado pela gravadora Copacabana. Por esta época, o poeta ainda assinava Antônio Carlos de Brito.
No ano de 1968, “Meu carnaval” (Elton Medeiros e Cacaso) foi gravada por Paulinho da Viola.
Na década de 1970, foi um dos principais teóricos e ativistas da chamada “Geração mimeógrafo”, que editava seus livros de poesia de forma artesanal.
No ano de 1975, Sueli Costa gravou “Dentro de mim mora um anjo”, canção incluída na trilha sonora da novela “Bravo”, da Rede Globo e, mais tarde, regravada com sucesso por Fafá de Belém. Por essa época, suas composições foram gravadas por diversos intérpretes da MPB: Maria Bethânia (Amor, amor no LP “Pássaro Proibido”, de 1976), Simone (Face a face) – ambas em parceria com Sueli Costa – e o grupo A Barca do Sol registrou “Cavalo-marinho” (c/ Nando Carneiro, 1979). Ainda na década de 1970, Olívia Byington regravou “Cavalo-marinho” (no LP Corra o risco, em 1978) e Milton Nascimento regravou “Carro de bois” (c/ Maurício Tapajós) no LP “Gerais”, em 1976.
Em 1976 iniciou parceria com Edu Lobo. No LP “Limite das águas”, foram incluídas três composições de ambos: “Toada”, “Gingado dobrado” e “Uma vez um caso”, esta última com a participação especial de Joyce. Dois anos mais tarde, no disco “Camaleão”, Edu Lobo incluiu várias parcerias da dupla: “Descompassado”, “Coração noturno”, “Canudos”, “Sanha na mandinga”, “Branca Dias” e o sucesso “Lero-lero”. Por essa época, compôs também em parceria com Edu Lobo a trilha sonora da peça “O Santo Inquérito”, de Dias Gomes. A peça, com direção musical de Dori Caymmi, estreou no Teatro Tereza Raquel com direção cênica de Flávio Rangel, tendo no elenco Carlos Vereza, Cláudio Marzo, Ítalo Rossi e Isabel Ribeiro (como Branca Dias). Logo depois Nana Caymmi gravou “Branca Dias” (c/ Edu Lobo) e “Eu te amo” (c/ Sueli Costa). Ainda em 1976, Dóris Monteiro no LP “Agora” interpretou “Flauta de lata”, parceria com Sueli Costa. Neste mesmo ano Paulo Moura no disco “Confusão Urbana Suburbana Rural” gravou “Pedra da Lua” (Toninho Horta e Cacaso).
No ano de 1978, a gravadora Philips lançou o LP “Transversal no tempo”, de Elis Regina, com músicas gravadas ao vivo no show homônimo. No disco constou uma parceria sua com Lourenço Baeta, “Meio-termo”. No ano seguinte, Lourenço Baeta gravou em seu primeiro LP, lançado pela Continental Discos, várias parcerias com Cacaso: “Feito mistério”, “Santa Marina”, “Festa no céu” , “Meio-termo” e “Dia dos pais” (c/ Lourenço Baeta e Sidney Mattos). Ainda em 1979, Nana Caymmi gravou “Sem fim”, parceria com Novelli.
Na década de 1980, vários outros intérpretes e parceiros gravaram suas composições: Elba Ramalho interpretou “Cartão-postal” (c/ David Tygel) e o grupo Boca Livre registrou “Pedra da lua” (c/ Toninho Horta), “Feito mistério” (c/ Lourenço Baeta) e “Um canto de trabalho” (c/ Nelson Ângelo). Por essa época, outros artistas também interpretaram suas composições: “Dinheiro em penca” (c/ Tom Jobim), com Chico Buarque e Tom Jobim; “Lambada de serpente” e “Morena de endoidecer” (c/ Djavan) e ainda “Triste Baía da Guanabara” (c/ Novelli), as três interpretadas por Djavan. Francis Hime gravou algumas parcerias com o poeta, entre elas: “Cabelo pixaim”, “Meio demais”, “Baião de jeito”, “Elas por elas”, “Marina morena” e “Grão de milho”. Ainda no ano de 1980 Maurício Tapajós, no LP “Olha Aí” (Selo Saci), interpretou “Falando de cadeira”, parceria de ambos. Neste mesmo ano a cantora Guadalupe lançou o LP “Princesa do meu lugar”, pela RCA, no qual gravou “Francamente”, de Toquinho e Cacaso. A cantora e compositora Ana de Hollanda gravou “Resto de lembrança” (c/ Novelli) e “Boca de cereja” (c/ Nélson Ângelo) no LP “Ana de Hollanda”, lançado pela gravadora Estúdio Eldorado. Também no ano de 1980 Toninho Horta e Orquestra Fantasma regravaram no LP “Terra dos Pássaros” a composição “Pedra da Lua”.
Em 1981, Joyce gravou “Beira rio” (Joyce e Cacaso). No ano seguinte, em 1982, Tom Jobim e Miúcha gravaram “Nó cego” (Toquinho e Cacaso). Neste mesmo ano, a cantora e atriz Beth Goulart, em seu LP “Passional”, regravou “Cavalo-marinho” e a cantora Amelinha, no LP “Mulher nova, bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor” interpretou “Profunda solidão” (Novelli e Cacaso), e Zé Renato, no LP “A fonte da vida”, incluiu “Volta do mundo” e “A fonte da vida”, ambas em parcerias de Zé Renato e Cacaso. Ainda em 1982 Emílio Santiago gravou “Gente séria”, parceria do poeta com a violonista Joyce Moreno no LP “Ensaios de amor”.
Em 1983 o parceiro Novelli gravou as composições “Teia de aranha”, “Andorinha”, “Profunda solidão” e “Sem fim”, parcerias de ambos, no LP “Canções brasileiras”, lançado pelo selo francês Maracatu. No ano posterior, em 1984, Filó gravou no disco “Canto fatal” duas parcerias de ambos, “Perfume de cebola” e “Cavalo do cão”. Neste mesmo ano, Nelson Ângelo gravou, em Paris, o LP “Mineiro pau”, disco no qual constaram algumas parcerias com Cacaso, inclusive a faixa-título. Ainda em 1984 fez letras para músicas de Edu Lobo, Novelli e João Donato, incluídas na trilha sonora do musical infantil “Joana, a menina dos sinos”, de Lígia Diniz. Também em 1984 foi lançando o LP “Tiradentes, Nosso Herói”, foi incluída a composição “Liberdade”, parceria sua com João Bosco, que a gravou (violão e voz) acompanhado por Jamil Joanes (baixo elétrico), Paulinho Braga (bateria) e Wagner Tiso (teclados e arranjo). No ano seguinte, em 1985, Olívia Hime gravou “O fio da meada”, uma das muitas parcerias do poeta com Francis Hime. Por essa mesma época, o parceiro Francis Hime lançou o LP “Se porém fosse portanto”, com faixa-título da parceira da dupla, além de outra composição de ambos: “Terceiro amor”.
Selma Reis, em 1986, interpretou “O que será que serei” (Nelson Ângelo e Cacaso). Neste mesmo ano ao lado de Rosa Emília (voz) e Nelson Angelo (piano e voz), com direção de Túlio Feliciano, apresentou o show “Carta ao Brasil”, na Sala Funarte Sidney Miller, no Rio de Janeiro, em show no qual declamou vários de seus poemas, também acompanhado pelo grupo Nó Em Pingo D’Água, integrado por Rogério Souza (violão), Marcos Suzano (pandeiro), Mário Séve (sax) e Pedro Amorim (bandolim).
No ano de 1987, Olívia Byington gravou, pela Continental, o LP “Moda sentimental”, no qual incluiu “Clarão”, parceria de Olívia Byington e Cacaso. Neste mesmo ano, ao lado de Sueli Costa (violão e voz) participou do “Projeto Brahma Extra – O Som do Meio Dia – Grandes Compositores”, gravado em outubro de 1987 no Teatro Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, no qual, entrevistado pelo parceiro Maurício Tapajós, falou da carreira de letrista e de seus livros, além de declamar versos. Na ocasião, sua esposa, a cantora Rosa Emília participou do evento interpretando a composição inédita “Dona Doninha”, de Cacaso e Sueli Costa. No ano seguinte, em 1988, foi lançado, pelo Selo Grapho, o LP “Ultraleve”, de Rosa Emília (sua esposa), disco no qual o poeta vinha trabalhando desde 1986. Neste trabalho, produzido por Cacaso, figuraram nove composições suas em parcerias com Rosa Emília (Árvore mágica), Nelson Angelo (Maria Demais e Na subida da ladeira), Jacques Morelenbaun (Ultraleve), Novelli (Triste Baía da Guanabara) e Sueli Costa (Dona Doninha). O disco contou com a participação de Moreira da Silva, interpretando, juntamente com Rosa Emília, o samba “Deixa o barraco rolar” (Rosa Emília, Nelson Ângelo e Cacaso) e Sérgio Santos em dueto com a cantora na faixa “Lambada de serpente” (c/ Djavan), além da faixa “Amambai”, música e letra de Cacaso. Milton Nascimento, no LP “Miltons”, regravou “Sem fim” (Novelli e Cacaso), cuja gravação contou com a participação especial do pianista americano Herbie Hancock. Neste mesmo ano sua composição “Cinema antigo” (c/ Sueli Costa) foi interpretada por Alaíde Costa no LP “Amiga de verdade”.
Em 1989, a gravadora Philips relançou em CD “Transversal do tempo”, de Elis Regina, anteriormente lançado em LP, que contém uma parceria de Cacaso com Lourenço Baeta, “Meio-termo”.
Em 1991, Beth Carvalho, no LP “Intérprete”, incluiu “Agradecer”, composição de Cacaso em parceria com Sueli Costa. Neste mesmo ano Toninho Horta no CD “Moonstone” regravou “Pedra da Lua” como título de “Moonstone”. No ano seguinte, em 1992, Muri Costa gravou “Chega de tarde”, parceria de Cacaso com Danilo Caymmi, lançado em CD produzido pela Leblon Records. Um ano depois, em 1992, pelo Selo Niterói Discos, o cantor Errol regravou “Dona Doninha” (Sueli Costa e Cacaso). Neste mesmo ano de 1994 João Bosco, no disco “Na onda que balança”, gravou “Liberdade”, parceria de ambos.
No ano de 1995, a Lumiar Discos lançou o songbook de Edu Lobo, no qual incluiu “Lero-lero”, interpretada pelo grupo Garganta Profunda. No ano posterior, em 1996, Aldir Blanc, registrou em seu disco “Aldir Blanc 50 Anos”, a composição “Vim sambar”, composta por Cacaso, Aldir Blanc e João Bosco, com interpretação do grupo Arranco de Varsóvia. A composição havia sido gravada também pela dupla João Bosco e Rosa Passos, com acompanhamento de Luizão Maia (baixo) e Hélio Delmiro (violão).
Em 1998, o grupo Boca Livre lançou “Song Boca”, disco comemorativo de 20 anos de carreira. Neste disco, Chico Buarque participou interpretando “Feito mistério” (Lourenço Baeta e Cacaso). Neste mesmo ano o grupo de choro Nó Em Pingo DÁgua (Mário Sève: flauta, sax soprano, wind controller, Rodrigo Lessa: violão, Rogério Souza: violão e arranjo, Papito: baixolão) gravou “Tristorosa”, choro de Villa-Lobos letrado por Cacaso e interpretado por Leila Pinheiro. No ano seguinte, em 1999, Nana Caymmi regravou “Chega de tarde” (Danilo Caymmi e Cacaso) no CD “Resposta ao tempo”, lançado pela EMI. Ainda neste ano, Ito Moreno interpretou “Lambada de serpente” (Djavan e Cacaso), no LP “De onde vem o baião”, lançado pela gravadora Velas.
No ano 2000, o cantor paulista Carlos Navas gravou no CD “Sua pessoa” uma composição inédita de Cacaso com Zé Renato, “Lua de vintém”. A compositora Sueli Costa lançou o CD “Minha arte”, no qual constaram alguns títulos da dupla, entre eles “Dona Doninha” e a inédita “Senhora de si”. Neste mesmo ano Sueli Costa, no CD “Minha Arte”, interpretou “Senhora de Si” e “Dona Doninha”, parcerias de ambos. Ainda no ano 2000 Mário Adnet, no CD “Villa-Lobos Coração Popular”, regravou “Tristorosa” (Heitor Villa-Lobos – Cacaso) e o parceiro Nélson Ângelo lançou um disco somente com parcerias de ambos, intitulado “Mar de Mineiro – Parcerias com Cacaso”, com 13 faixas: “Terra à vista”, “Ave ave”, “Mar de mineiro”, “Marinheiro sem mar”, “De uma vez por todas”, “Quando eu vi o mar”, “A fonte a fonte”, “Dinhêru”, “Dito e feito”, “Pena de paixão”, “Veridiana Veridiana”, “Na subida da ladeira” e “Profundamente”.
No carnaval de 2001, o bloco Flor do Sereno, do bar Bip Bip, em Copacabana, desfilou com três marchas, sendo uma delas, “Marcha regresso”, de Elton Medeiros, Maurício Tapajós e Cacaso. Elton Medeiros regravou “Aurora de paz” (Elton Medeiros e Cacaso), que deu título ao disco, lançado pela gravadora Rob Digital. Ainda em 2001, o cantor Augusto Martins interpretou “Lambada de serpente” no disco “Me leve… Na batida de Djavan”, música também regravada pelo cantor Belo. Nesse mesmo ano, Lucinha Lins regravou “Dentro de mim mora um anjo”, “Agradecer”, “Face a face” e “Amor, amor”, todas em parceria com Sueli Costa, no CD “Canção brasileira” (sobre a obra de Sueli Costa) que inicialmente foi lançado como disco-brinde da CETIP, com arranjos de Gilson Peranzzetta, depois lançado pela gravadora Biscoito Fino. Neste ano, Nelson Ângelo lançou, pela gravadora Lua Discos, o CD “Mar de mineiro”, com 13 de suas parcerias com Cacaso: “Terra à vista”, “Mar de mineiro”, “A fonte”, “Marinheiro sem mar”, “De uma vez por todas”, “Quando eu vi o mar”, “Dinhêru”, “Dito e feito”, “Pena de paixão”, “Veridiana”, “Na subida da ladeira”, “Profundamente” e “Ave”, esta última, formatada em clip pela Virtual Cinema e Video, com imagens geradas no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.
Em 2002 sua composição “Feito semente”, parceria com Marko Andrade e Euclides Amaral, interpretada pela cantora Edir Silva, foi incluída na coletânea “Conexão carioca 3”, produzida por Euclides Amaral, com apresentação do também poeta e letrista Sergio Natureza. Nesse mesmo ano, foi incluída no CD “Duetos”, de Chico Buarque, “Dinheiro em penca”, parceria com Tom Jobim, interpretada por Chico Buarque, Tom Jobim e Miúcha.
Em 2003, Lenine e Francis Hime interpretaram “Corpo feliz” (Francis Hime e Cacaso), no CD “Brasil lua cheia”, disco comemorativo dos 40 anos de carreira de Francis Hime.
Em 2004 Rosa Emília no CD “Baiana da Guanabara” incluiu diversas composições de autoria de Cacaso, entre elas “Ilha”, “Na subida da ladeira”, “Maria é demais”, “Carioca da gema”, “Ave de arribação” e “Cresça e apareça”, todas em parceria com Nelson Angelo. Neste mesmo ano foi finalizado o CD “Sem fim”, produzido por Pedro Landim e Mário Adnet, disco no qual foram incluídas algumas de suas composições que se tornaram sucesso, interpretadas pelos principais artistas da MPB. Neste mesmo ano Fernanda Cunha, no CD “Fernanda Cunha interpreta Johnny Alf e Sueli Costa” incluiu “Cinema antigo”, “Amor, amor” e “As labaredas”, as três em parceria com Sueli Costa.
No ano de 2005 a cantora Daniela Aragão lançou o CD “Daniela Aragão interpreta Sueli Costa e Cacaso” no “Projeto Terças”, promovido pelo Centro Cultural Pró Música, de Juiz de Fora. No disco a cantora regravou “Agradecer”, “Amor amor”, “As labaredas”, “Cinema antigo”, “Face a face”, “Dona Doninha”, “Dentro de mim mora um anjo”, “Falando sério”, “Poeira e maresia”, “Falando sério” e “Senhora de si”, todas da parceria de Sueli Costa e Cacaso.
Em 2006 a cantora Paula Santoro regravou “Perfume de cebola” (c/ Filó Machado). Neste mesmo ano foi lançado pela gravadora CPC/UMES o disco “Sobras repletas”, de Maurício Tapajós. No disco póstumo foi incluída, entre as inéditas, a composição “Surdina”, parceria de Maurício e Cacaso feita em homenagem à Clara Nunes e interpretada por Tatiana Parra e Gianluca Littera. Neste mesmo ano Élton Medeiros incluiu “Aurora de paz”, parceria de ambos, na coletânea “Circuito original”, que reuniu artista participantes do projeto homônimo apresentado em bares do Rio de Janeiro.
No ano de 2007 Fafá de Belém regravou “Dentro de mim mora um anjo”, incluída no CD e DVD ao vivo, com lançamento no Canecão. Neste mesmo ano Délcio Carvalho musicou os versos do poema “Passa-passa” e incluiu a composição no disco “Décio – inédito e eterno”. Ainda em 2007 Olívia Byington regravou “Clarão” com versos adicionados e que anteriormente não haviam sido musicados. No ano posterior, em 2008, Carla Villar regravou “Pedra da lua”, que deu nome ao disco da cantora. Neste mesmo ano Francis Hime,no disco “Álbum musical 2”, convidou o cantor Renato Braz para interpretar a faixa “Grão de milho”, parceria de Francis e Cacaso.
No ano de 2009 a cantora Rosa Emília lançou, pela Lua Music, o CD “Álbum de Retrato”, no qual interpretou 13 composições de Cacaso com diversos parceiros, entre elas “Perfume de cebola” (Filó Machado e Cacaso) com participação de Filó Machado; “Fazendeiro do mar” (Sérgio Santos e Cacaso) com participação de Sérgio Santos ao violão e voz; “Beira rio” (Joyce e Cacaso) com participação de Joyce; “Clarão” (Olívia Byington e Cacaso) com participação de Olívia Byington; “Deixa o barraco rolar” (Nélson Angelo, Rosa Emília e Cacaso) com participação de Nélson Angelo; “Eu te amo” e “Dona Doninha”, ambas de Sueli Costa e Cacaso, com participação de Sueli Costa ao piano; “Cavalo marinho” (Nando Carneiro e Cacaso) com participação de Nando Carneiro ao violão, “Lua de vintém” (Zé Renato e Cacaso) com participação de Zé Renato e “Triste Baía da Guanabara” (Novelli e Cacaso), entre outras. Ainda em 2009 Rosa Emília produziu a série “Cacaso – Música e poesia” apresentada durante o mês de março no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. Nos oito shows apresentaram-se vários parceiros musicais de Cacaso, entre os quais Joyce, Edu Lobo, Sueli Costa, Zé Renato, Sérgio Santos, Cláudio Nucci, Nélson Ângelo e Rosa Emília, além dos poetas Geraldo Carneiro, Chico Alvim, Carlito Azevedo e Ulisses Tavares. Neste mesmo ano, de 2009, a cantora e compositora Joyce Moreno no CD “Slow Music” regravou “Amor, amor”, de Sueli Costa e Cacaso. No ano seguinte, em 2010, foi montado o espetáculo “Homenagem a Cacaso”, com Rosa Emília (voz), Sueli Costa (piano e voz), Sérgio Santos (violão e voz) e Pedro Lage (poesias). O show, com produção de Clara Sandroni, foi apresentado no Casarão de Austregésilo de Athayde, em Laranjeiras, Zona Sul do Rio de Janeiro e no repertório foram incluídas “Face a face” (Sueli Costa e Cacaso), “Sem fim” (Novelli e Cacaso) e “Triste Baía da Guanabara” (Novelli e Cacaso), “Angu de caroço” (Edu Lobo e Cacaso) e “Tristorosa” (Villa-Lobos e Cacaso), além de inéditas do poeta com diversos parceiros musicais. A homenagem contou também com exposição de fotos, desenhos, livros e CDs do poeta. Ainda em 2010 a cantora paulista Vânia Bastos incluiu “Gingado dobrado” (c/ Edu Lobo) no disco “Na boca do Lobo – A Música de Edu Lobo”, faixa na qual contou com a participação especial de Edu Lobo. Neste mesmo ano a dupla Zé Renato e Renato Braz regravou “Sem fim” (Novelli e Cacaso) no CD “Papo de passarim”. Também em 2010 Edu Lobo, no CD “Tantas marés”, regravou “Angu de Caroço”, parceria de ambos.
No ano de 2012 sua composição “Feito semente” (c/ Marko Andrade e Euclides Amaral), interpretada pela cantora Edir Silva, foi incluída no CD “Quintal Brasil – Poemas, Letras & Convidados”, do poeta e letrista Euclides Amaral, lançado pelo Selo Musical Ipê Mundi Records, da Noruega. No ano posterior, em 2013, a cantora e poeta Rosa Emília apresentou o espetáculo “Cacaso – Amigos e parceiros”, leitura de versos e show na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, em Salvador. Ainda em 2013 a TV Brasil exibiu o especial “Eles Cantam Cacaso”, com os intérpretes Sérgio Santos, Paula Santoro, Rosa Emilia e Cláudio Nucci, acompanhados pelos instrumentistas André Mehmari, Silvio DAmico e Marco Suzano. No ano posterior, em 2014, a cantora Lysia Condé gravou sua composição “Mais de um” (c/ Eduardo Gudin) em seu disco homônimo de estreia.
No ano de 2015 o diretor José Joaquim Salles (Cafeína Produções) deu início à filmagem do documentário “Cacaso – Na Corda Bamba”, longa-metragem sobre a vida e a obra do poeta. No ano seguinte, em 2016, o “21º Festival Internacional de Documentários – É Tudo Verdade”, levado às telas do Espaço Itaú, Instituto Moreira Sales e Espaço Cultural BNDES, todos no Rio de Janeiro, exibiu o filme “Cacaso Na Corda Bamba”, de José Sales e PH Souza, que segundo seus diretores:
“É um filme biográfico, sim, foi uma decisão que tomamos, por ser um personagem que ainda precisa ser mais conhecido pelo público em geral, apesar de ter morrido fazendo música com Tom Jobim”.
Em 2017 a TV Canal Brasil, coprodutora do filme “Cacaso – Na Corda Bamba”, exibiu por duas vezes o documentário, no qual seus diretores entrevistaram vários poetas, parceiros, críticos literários, cineastas, intelectuais, artistas e amigos, entre os quais Chico Alvin, Edu Lobo, Charles Peixoto, Joyce, Rosa Emília, Pedro Landim, Mariano Marovatto, Davi Arrigucci Jr., Paulo Sérgio Duarte, Roberto Schvard, Luís Olavo Fontes, Ana Luiza Escorel, Roberto Gianetti, Zeca Camargo, Leilah Landim, Geraldo Carneiro, Chacal, Luis Olavo Fontes, Heloísa Buarque de Hollanda, Sueli Costa, Edu Lobo, Djavan, Novelli, Nélson Ângelo, Walter Carvalho, entre outros. Neste mesmo ano Edu Lobo, Romero Lubambo e Mauro Senise lançaram, pela gravadora Biscoito Fino, o CD “Dos navegantes”, no qual foram regravadas “Toada” e “Gingado dobrado”, parcerias com Edu Lobo.
No ano de 2018, a cantora e compositora baiana Rosa Emília (radicada na Itália) lançou o CD “Madrigal” (Selo GI-RO), no qual foi incluída a inédita “Verde”, um poema seu em homenagem à Rosa em seu aniversário de 18 anos, posteriormente musicado por Rosa Emília. No disco também regravou “Tristorosa”, melodia de Villa-Lobos letrada pelo poeta, e ainda, “Árvore mágica”, parceria de ambos (Rosa e Cacaso), lançada em seu primeiro disco.
Em 2019 o grupo Boca Livre regravou “Santa Marina”, parceria com o multi-instrumentista Lourenço Baeta, integrante do grupo, incluída no CD “Viola de Bem Querer”.
No ano de 2024, em comemoração aos 80 anos do poeta, foi lançado o EP “Cacaso 80 anos” (Selo Kuarup), produzido pelo jornalista Renato Vieira, com regravações de algumas de suas composições com diversos parceiros e contando como intérpretes Alaíde Costa em “Dentro de mim mora um anjo” (c/ Sueli Costa); Claudio Nucci em “As coisas”, parceria de ambos; Filó Machado em “Perfume de cebola” (c/ Filó Machado); Joyce Moreno em “Gente séria” (c/ Joyce Moreno), com letra diferente da gravada anteriormente por Emilio Santiago; Leila Pinheiro em “Triste Baía da Guanabara” (c/ Novelli), e ainda, Toquinho e Camilla Faustino em “Francamente” (c/ Toquinho), além de Ney Matogrosso em “Lambada de serpente” (c/ Djavan), escolhida como o primeiro single, em faixa com piano, arranjo e direção musical de Alexandre Vianna, baixo acústico de João Benjamin, e Kabé Pinheiro na bateria e percussão. No trabalho também estão presentes em outras faixas Carlinhos Vergueiro, Edu Lobo & Luísa Larcerda, Eduardo Gudin, Filó Machado, Rosa Emília Dias e Zé Renato.
Tributo (vários)
(tributo)
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“CACASO: MAIS LEVE QUE O AR”
Engraçado como o Cacaso conseguia ter muito de Manuel Bandeira e da musicalidade da Cecília Meirelles já em seu primeiro livro “A Palavra Cerzida”, publicado por José Álvaro Editor, em 1967. Contudo, ao mesmo tempo em sua poesia tinha muito do poema-minuto do Oswald de Andrade, de irreverência, humor, lírica e ao mesmo tempo ácida, especialmente em sua segunda fase poética, na década de 1970.
Em suas letras havia aquela preocupação de retratar um Brasil um tanto quanto desconhecido do grande público urbano, principalmente das grandes cidades da Região Sudeste. Muito de Catulo da Paixão Cearense; a visão do Brasil rural; dos ditos populares; fauna e flora endêmicas de certas regiões, além da observação atenta do vazio e paradoxalmente tão cheio dos sertões mineiro e nordestino, vide “Canudos”, “Branca Dias” e “Lero, lero”, as três com Edu Lobo; “Carro de bois”, em parceria com Maurício Tapajós e ainda “Lambada de serpente”, com Djavan.
Mesmo com todas essas influências dava para perceber que o poema e/ou letra eram do Cacaso, como bem lembrou Edu Lobo em depoimento para o documentário sobre o vate. Porque ele imprimiu seu ethos em cada uma dessas produções, seja na poesia, mesmo na inicial, seja especialmente na sua produção de letras de música, na qual ficou mais popular e exerceu o seu ofício de poeta, aquele de falar para as massas de forma simples, exata, porém, com sustância ou sustança (acho que ele gostaria mais deste segundo vocábulo).
Tudo isto está nos poemas deste novo volume “Cacaso: Poesia Completa/2020”. Que bom tê-lo entre a gente neste novo trabalho tão completo quanto o possível no momento, pois existiu uma coletânea anterior intitulada “Lero, Lero”, que não deu para abarcar toda a produção de um poeta tão profícuo e polivalente quanto ele, ainda que tanto tempo depois de ter partido, antes do combinado, por sinal!
Euclides Amaral (poeta-letrista e pesquisador de MPB)