Instrumentista. Saxofonista. Clarinetista. Sua mãe era professora universitária de teoria musical, e, seu pai, Sidney Pittman, arquiteto. Pai adotivo da cantora Eliana Pittman. Embora de família abastada, trabalhou como engraxate até comprar sua primeira clarineta. Veio para o Brasil em meados dos anos 1930, onde passou a viver definitivamente no começo da década de1950. Entre 1950 e 1956, afastou-se das atividades artísticas e foi morar no Paraná. Nessa época teve grande envolvimento com bebidas e drogas pesadas o que o fez afastar-se da carreira artística. Chegou a ser dado como morto quando um músico parecido com ele foi encontrado numa banheira de hotel. No entanto depois de um período de internação conseguiu livrar-se do vício e retornou para a música. Ganhou dos amigos brasileiros o apelido de “Mestre Buca”.
Iniciou a carreira artística na cidade de Dallas, no Texas. Atuou em seguida na cidade Kansas City como instrumentistas de diferentes conjuntos, entre os quais os de Jap Allen, Walter Page e Ben Webster. Em 1930, visitou pela primeira vez a cidade de Nova York onde tocou com nomes como King Oliver, Jelly-Roll Morton e Louis Armstrong, entre outros. Em 1931, gravou seu primeiro disco, pela gravadora Victor, acompanhando a cantora Blanche Calloway.
Em 1933, foi atuar na Europa com a orquestra de Lucky Millinder. Nesse ano, gravou quatro números com o pianista Freddy Johnson para a gravadora Brunswick. Em 1935, foi contratado por Romeu Silva e veio para o Brasil juntamente com os músicos norte americanos Claude Autin e Louie Cole. Nesse período, atuou no Cassino da Urca, no Rio de Janeiro, e foi morar no bairro de Copacabana. Exibiu-se ainda em diferentes boates e casas noturnas. No início da década de 1940, foi atuar na Argentina onde permaneceu por uma década. Em 1950, retornou ao Brasil, mas afastou-se das atividades artísticas até 1956, quando deixou o Paraná e retornou para São Paulo, onde organizou a Paulistanea Jazz Band, uma companhia de músicos amadores. Dois anos depois, fixou-se definitivamente no Rio de Janeiro e passou a atuar na Boate Plaza. Em 1959, lançou dois LPs, “The fabulous Booker Pitman” pelo selo Masterpiece, com clássicos do jazz, e “Booker Pittman plays agains” pela RCA Victor com clássicos do cancioneiro popular norte americano. Em 1960, quando em turnê pelo Brasil, Louis Armstrong a ele se referiu como um dos músicos de excelência com quem tinha tocado no passado.Em 1961, lançou com Dick Farney pela RGE o LP “Jam session – Dick Farney e Booker Pittman”, gravado ao vivo no auditório do jornal Folha de São Paulo, tocando sax soprano e alto, no qual foram interpretadas entre outras a música “Velhos tempos”, de Luis Bonfá, e “Cheese”, parceria sua com Dudu e Daniel. Nesse ano, passou a atuar com a filha adotiva Eliana Pittman, filha de sua esposa, a brasileira Ophelia PiTtman. Em 1962, voltou aos Estados Unidos depois de 30 anos ausente atuando como convidado especial no Festival Internacional de Jazz de Washington e no Festival de Newport. Em 1963, gravou, com a filha Eliana Pittman, pela Polydor, o LP “New from Brazil – Bossa nova – Eliana Pittman e Booker Pittman”, no qual foram incluídas as músicas “Nós e o mar”, “Vagamente”, “O barquinho”, e “Balansamba”, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, “Amor sincopado”, de Chico Feitosa e Marino Pinto, “O passarinho” e “Festa na floresta”, de Chico Feitosa e Luis Fernando Freire, “Vens só”, de Esther Delamare, “Mister bossa nova”, de Roberto Menescal, “Amor no samba”, de Normando Marques dos Santos, e “Você vai”, de Chico Feitosa e Marcos Vasconcellos. No ano seguinte, ainda com Eliana Pittman, gravou o LP “Eliana e Booker Pittman”, pela gravadora pernambucana Mocambo, interpretando entre outras, as músicas “Balão apagado”, de Ciro de Souza e Waldir Teixeira, “Bate que bate”, de Ciro de Souza, “Samba de uma nota só”, de Tom Jobim e Newton Mendonça, “A luz dos olhos teus”, de Vinicius de Moraes, “Vou a pé até lá”, de Pedro Bloch, “Mulata assanhada”, de Ataulfo Alves, e “Não sei porque”, de Mário Albanese. Também em 1964, o jornal O Globo publicou a seguinte nota: “Booker Pittman volta aos EUA: Após 30 anos de ausência, 24 dos quais passados no Brasil, onde se casou com uma brasileira, volta amanhã aos EUA o saxofonista Booker Pittman, contratado para atuar no programa “Jack Paar Show”, transmitido em cadeia pela TV americana. Além da arte de seu sax, levará a voz de sua filha, Eliana, que participa hoje de todos os seus shows”. Em 1965, gravou pela Musidisc o LP “Booker Pittman” no qual revisitou o cancioneiro norte americano. Faleceu em 1969, aos 60 anos, devido a um câncer na laringe. Em 1999, por ocasião dos 30 anos de sua morte, foi homenageado com o curta metragem “Booker Pittman” dirigido por Rodrigo Grota contando sua trajetória artística.