
Percussionista. Filho do músico e compositor Marcel Cazes. Sua mãe atuou como cantora amadadora. Irmão do instrumentista, radialista e arranjador Henrique Cazes. Formado em Arquitetura.
Iniciou sua carreira profissional ao lado do grupo Coisas Nossas, em 1976, tocando em shows de Aracy de Almeida e Eduardo Dusek, entre outros. Sob a liderança do maestro Radamés Gnattali, integrou a Camerata Carioca, ao lado de Joel Nascimento, de 1980 a 1985. Com este grupo, realizou diversas turnês ao lado de Nara Leão e Elizeth Cardoso, participando também de gravações de discos de outros artistas. Integrando o Camerata Carioca gravou os discos “Vivaldi e Pixinguinha”, 1980, e Tocar, 1983.
No ano de 1985, ao lado de Nara Leão e Roberto Menescal, realizou sua primeira turnê internacional no Japão. Dois anos depois, retornou ao mesmo país acompanhando Elizeth Cardoso, Zimbo Trio e o grupo Choro Carioca, numa turnê por 16 cidades. No ano seguinte, foi aos Estados Unidos com Joel Nascimento e o Sexteto Brasileiro, apresentando-se no Santa Fé Chamber Music Festival e nas cidades de Nova York, Chicago, Denver, São Francisco e Los Angeles.
A partir de 1998, passou a integrar oconjunto Nó em Pingo D’Água e a Orquestra de Cordas Brasileiras.
Vencedor do “Prêmio Sharp” de 1989, na categoria “Melhor Grupo Instrumental”, o Nó em Pingo D’Água apresentou-se na Holanda, Alemanha, Bélgica e Dinamarca, entre maio e junho de 1989. Três anos depois, o grupo voltou aos mesmos países e ainda se apresentou na França e Estados Unidos. O trabalho com a Orquestra de Cordas Brasileiras também rendeu frutos, realizando concertos por todo o Brasil. O primeiro disco, “Orquestra de Cordas Brasileiras”, foi vencedor do “Prêmio Sharp” nas categorias de “Melhor Disco Instrumental do Ano” e de “Melhor Grupo”. Convidada por Radamés Ganattali, a orquestra gravou também “Concerto para acordeão, tumbaduras e orquestra”, de Radamés Gnattali, no qual participou como solista. Além disso, apresentou-se com a Orquestra Pró-Música sob a regência do maestro Alceu Bochinno, no Festival Villa-Lobos.
Em 1990, voltou aos Estados Unidos com Joel Nascimento e o Sexteto Brasileiro para o lançamento do primeiro CD do grupo: “Joel Nascimento e Brazilian Sextet-Live in USA”, gravado ao vivo em Santa Fé. Em seguida, percorreram as cidades de Eugene, Seattle, Santa Bárbara, Berkley, Tucson, San Antonio e Santa Fé. No fim do ano seguinte, tocou nos “Concertos coreográficos”, ao lado da pianista Lilian Barreto e do clarinetista Paulo Sérgio Santos, acompanhando a bailarina Ana Botafogo por todo o país.
Em 1992, criou o grupo de percussão Baticum e apresentou-se no Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro, com o quarteto de sopros alemão Fun Horns. A apresentação rendeu outros trabalhos em conjunto.
Durante 1993 e 1994, os dois grupos tocaram juntos em Berlim, Praga, Viena, Leipzig, Weimar, Halle, Frankfurt, num total de mais de 30 concertos em festivais e clubes de jazz. O primeiro CD foi gravado na turnê de 1993, “Baticum and Fun Horns-Live and Latin – 1993”. No ano seguinte, o Baticum apresentou-se no Brasil com Lenine, Marcos Suzano, Paulo Moura, Wilson Moreira, Délia Fischer e Edgar Duvivier.
Em 1995, o Fun Horns voltou ao Brasil e, juntos, apresentaram-se em casas de show e lançaram o segundo CD, “Baticum and Fun Horns – Almost Live”. Paralelamente, produziu e fez os arranjos de percussão do disco de Moacyr Luz, “Vitória das ilusões”, e participou da turnê de Wagner Tiso e da Orquestra de Câmara de Curitiba como músico convidado.
No ano de 1996, realizou turnê com Wagner Tiso, Vitor Biglione e a Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí de São Paulo. Com a Orquestra Pixinguinha, gravou seu segundo disco. No ano seguinte, trabalhou com o pianista argentino radicado na Itália, Luís Bacalov, vencedor do Oscar de 1996, pela trilha sonora de “O carteiro e o poeta”.
No ano de 1998, fez apresentações em festivais europeus ao lado do violonista Marco Pereira e gravou o primeiro disco do grupo de choro Rabo de Lagartixa. Em 1999, participou do projeto “Bach in Brasil”, no qual foram reunidas obras do compositor Johann Sebastian Bach com influências no choro carioca. Ao longo dos anos, participou de gravações ao lado de Caetano Veloso, Martinho da Vila, Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gal Costa, Maria Bethânia, entre outros.
Em 2001, participou ao lado de Eduardo Dussek, do show “Carmen por Dussek”, encenado com sucesso no Teatro de Arena, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Em 2003, com Henrique Cazes e Fernando Moura lançou CD “Eletro Pixinguinha XXI”. Com 11 faixas o disco fez uma releitura de parte da obra de Pixinguinha, principalmente de composições desconhecidas do mestre da MPB: “Dança dos ursos”, “Conversa de crioulo” e “Já andei”. O disco ainda contou com a participação especial de Teresa Cristina e Pedro Miranda, além da Orquestra Pixinguinha na faixa “Yaô” (Pixinguinha e Gastão Vianna).
(c/ Camerata Carioca)
(c/ Camerata Carioca)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
CABRAL, Sérgio. Elisete Cardoso – Uma vida. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, S/D.