Pianista. Cantor. Compositor.
O pai, aposentado da concessionária da Estação Leopoldina, tocava vários instrumentos (piano, bandolim, violão).
Aos 17 anos foi servir ao Exécito no Rio de Janeiro. Morou no Morro da Formiga, na Tijuca, Zona Norte da cidade.
O nome “Benito di Paula” foi escolhido pelo próprio artista e pelo incentivador de sua carreira Alfredo Motta, que o convidou quando tinha entre 15 e 16 anos para cantar no Hotel Avenida, no centro de Nova Friburgo.
Conhecido e admirado internacionalmente, entre seus fãs destacam-se personalidades que a ele já se referiram, tais como Ravi Shankar (tocador de cítara), a cantora Sarah Vaughan, o violonista Charlie Bird e o pianista e cantor Stevie Wonder.
De família de músicos, seus irmãos Ney e Jota Veloso são multi-instrumentistas.
Sua carreira conta com diversas turnês no país e no exterior e mais de 25 discos gravados, músicas gravadas por Roberto Carlos, gravações em parceria com o Regional do Canhoto e com a Orquestra Sinfônica de São Paulo.
Suas composições foram gravadas por grandes nomes da MPB da velha e da nova geração, como Zeca Baleiro, Moska, grupo Samba de Rainha, vários grupos de pagode como Revelação e cantoras da nova geração da Lapa, bairro do centro do Rio de Janeiro, onde seu samba “Mulher brasileira” foi interpretado em várias casas de show.
O filho Rodrigo Veloso seguiu carreira artística como cantor e pianista.
Em 2019, morreu seu filho André Vellozo, aos 36 anos.
Em 1956 fez a primeira gravação com a companhia de Portinho & sua Orquestra: a canção autoral “Final“.
Na década de 1960 trabalhou como crooner em boates do Rio de Janeiro, principalmente na boate Balalaika, em Copacabana. Em seguida, passou a cantar e a tocar piano em casas noturnas de Santos e na cidade de São Paulo, em locais como a Catedral do Samba, no bairro do Bixiga.
Em 1966 lançou disco compacto pela gravadora Continental, com “Final” e “Bem Feito”.
Em 1968 gravou outro compacto com a música autoral “Canção para o nosso amor” e “Andança”, de Edmundo Souto, Danilo Caymmi e Paulinho Tapajós, popularizada por Beth carvalho. Nessa época muda o nome artístico de Uday Veloso para Benito di Paula, nome inventado por ele e pelo incentivador e amigo Alfredo Motta. No mesmo ano, gravou um disco em conjunto com outros artistas chamado “Para Você”, com três canções de sua autoria, “Mocidade é Alegria”, “Mestre” e “Natal no Brasil”. Também gravou a composição de J.M. Ferreira e Mariza Saboya, “Espera”.
Em 1969, colocou a música “Canção para o nosso amor“ na trilha sonora da novela “Nino, o italianinho”, da TV Tupi. No mesmo ano, entregou composições e letras para outros artistas. Ronnie Von gravou “Foi Bom” em seu álbum “A Misteriosa Luta Do Reino De Parassempre Contra O Império De Nunca Mais”.
Em 1971 a gravadora Copacabana o convidou para gravar um LP como crooner, no qual foram incluídas “Jeus Cristo” (Roberto e Erasmos Carlos), “Azul da cor do mar” (Tim Maia) e “Apesar de você”, de Chico Buarque, que também fora censurada de tocar no rádio. Neste mesmo disco também interpretou quatro composições de sua autoria, entre elas “Violão não se empresta a ninguém”, que foi a música que acabou puxando a vendagem do LP. Sua composição “Retalhos de cetim” fez grande sucesso em casas noturnas de São Paulo, em especial o Teleco-Teco, casa frequentada por sambistas como Ciro Monteiro e Monsueto. Em virtude do sucesso desta música foi convidado a gravar um compacto pela Copacabana, porém com a música “Ela”. “Retalhos de cetim” só foi gravada em um segundo compacto pela mesma gravadora. Esta mesma composição lhe abriu as portas para o sucesso no Brasil e no exterior, tendo sido gravada por Jair Rodrigues, pela orquestra de Paul Mauriat e pelo guitarrista americano Charlie Byrd, figurando entre as composições selecionadas pelo historiador Jairo Severiano como um dos maiores sucessos do ano de 1973. O compacto simples vendeu mais de 150 mil cópias.
Em 1974, 1975 e 1976, respectivamente, mais três composições de sua autoria fizeram sucesso: “Se não for amor”, “Beleza que é você mulher” e “Vai ficar na saudade”.
Em 1975, comandou o programa “Brasil Som 7”, da TV Tupi, de São Paulo, que resultou em um disco lançado no mesmo ano, no qual apresentou alguns de seus convidados, entre eles Elizete Cardoso, Wando e Bebeto. Neste mesmo ano, ao lado de Elizete Cardoso, Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Jorge Ben, Beth Carvalho, Sônia Santos, Quinteto Violado e Cláudia, integrou a delegação brasileira que participou do Festival do MIDEM (Mercado Internacional de Discos e Editoras Musicais), na cidade de Cannes, na França. Ainda em 1975, lançou a música “Charlie Brown”, que obteve grande sucesso, a ponto de Chico Buarque referir-se a Charlie Brown como se fosse personagem real.
No ano de 1977, lançou pela Copacabana o LP “Benito Di Paula”, que contou com a participação especial do regional do Canhoto.
Em 1981, gravou o LP “Benito Di Paula”, pela EMI Odeon BR. Retornou à gravadora Copacabana em 1987 gravando mais um LP que levava seu nome como título.
Por sua figura pouco comum entre os sambistas da época (bigode e cabelos longos) e seus sambas românticos, foi rotulado como cafona e brega.
No ano de 1998 participou do “Projeto Seis e Meia”, no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. Na ocasião, apresentou-se com a pianista Carolina Cardoso de Menezes, sendo este, o último show da grande pianista. Por essa época, Paulinho Moska regravou com grande sucesso “Retalhos de cetim”.
No ano 2002 o grupo de pagode Revelação regravou com grande sucesso “Do jeito que a vida quer”. Neste mesmo ano, foi lançado o livro “Velhas Histórias, memórias futuras” (Editora Uerj) de Eduardo Granja Coutinho, livro no qual o autor fez várias referências ao compositor.
Em 2003, “Do jeito que a vida quer” (com o grupo Revelação) foi uma das músicas mais tocadas em emissoras segmentadas de pagode no Rio de Janeiro e por todo o Brasil. Neste mesmo ano, Alcione, no disco “Alcione ao vivo 2”, regravou “Retalhos de cetim”, um dos maiores sucessos do compositor.
No ano de 2004 apresentou-se em show na Lona Cultural João Bosco, no Rio de Janeiro.
Em 2008 o grupo mineiro Samba de Rainha (composto só por mulheres) regravou “Retalho de cetim” no CD “Vivendo samba”.
Em 2009 apresentou-se no Vivo Rio, uma das maiores casas de show do Rio de Janeiro. Na ocasião gravou um DVD com os maiores sucessos da carreira e quatro composições inéditas (Quero ser seu amigo, Pagode da cigana, Ficar ficamos e Unidos de Tom Jobim, um tributo ao maestro). Entre os sucessos apresentados destacam-se “Retalho de cetim”, “Mulher brasileira”, “Tudo está no seu lugar”, “A beleza que é você, mulher” e “Charlie Brown”, além de “Ah, como eu amei” (de seus irmãos Ney e Jota Veloso) e “Me dê motivo” (Michel Sullivan e Paulo Massadas), acompanhado pela banda composta por Jorge Cardoso (direção musical), Ney Veloso (violão), o sobrinho Kauan Veloso (cavaquinho), Téo Lima (bateria), Edu (baixo), Luiz Felipe (violão de sete cordas), Ivanildo, Pirulito e Esguleba (percussão),Jussara, Jurema, Jefferson e Nélio (backing vocal) e o filho Rodrigo Veloso ao piano. No DVD também foram incluídas “Bandeira do samba”, “Do jeito que a vida quer”, “Como dizia o mestre”, “Assoviar e chupar cana”, “Se não for por amor”, “Osso duro de roer”, “”Maria baiana Maria”, “Sanfona branca” e “Violão não se empresta a ninguém”. Dois anos depois, em 2011, ao lado de Arnaldo Antunes, Alcione, Leci Brandão, Beth Carvalho, Tânia Maria, Zeca Baleiro, Verônica Ferriani, Cida Moreira, Fabiana Cozza, Diogo Nogueira e Milena participou do CD-homenagem a Nelson Cavaquinho intitulado “Uma flor para Nelson Cavaquinho”, lançado pela gravadora Lua Music, no qual interpretou a faixa “Rugas”, de Nelson Cavaquinho, Augusto Garcez e Ari Monteiro.
No ano de 2016 foi convidado pela gravadora 74 music para gravar o álbum autoral “Essa Felicidade é Nossa”, com a participação especial de Fernanda Takai.
Em 2020 lançou com o filho Rodrigo Vellozo o álbum “O Infalível Zen” nas plataformas de Internet.
No ano de 2023 o cantor e compositor recebeu homenagem por iniciativa da Fundação de Artes de Niterói (FAN) em conjunto com a Muriqui Cultural, o show “Niterói Canta Benito di Paula”, apresentado no Theatro Municipal de Niterói, no Centro da cidade, com a participação do homenageado e acompanhado po uma banda integrada por Bruno Barreto (voz, percussões, banjo e direção musical); Eduardo Neves (flauta e sax); Flávio Santos (bateria); Gabriel Policarpo (percussão); Ricardinho (contrabaixo); Lucas Marques (violão) e Alfredo (piano e Direção musical).
Relançamento
Coletânea
Coletânea
Coletânea
Coletânea
Coletânea
Caprichos de la vida - en castellano
Benito di Paula e seus convidados
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
ALBIN, Ricardo Cravo. MPB – A História de Um Século. 2ª ed. Revista e ampliada, Rio de Janeiro: MEC/Funarte/Instituto Cultural Cravo Albin, 2012.
ALBIN, Ricardo Cravo. MPB, a história de um século. Rio de Janeiro: Atrações Produções Ilimitadas/MEC/Funarte, 1997.
ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 2003.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2010, 3ª ed. EAS Editora, 2014.
CABRAL, Sérgio. Elisete Cardoso – Uma vida. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, S/D.
COUTINHO, Eduardo Granja. Velhas histórias, memórias futuras. Rio de Janeiro: Editora Uerj, 2002
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música Brasileira – erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira – erudita, folclórica e popular. 1 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira – erudita, folclórica e popular. 2 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.
PASCHOAL, Marcio. Pisa na fulô mas não maltrata o carcará – Vida e obra do compositor João do Vale, o poeta do povo. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, 2000.
SEVERIANO, Jairo e Zuza Homem de Mello. A canção no tempo vol. 2. São Paulo: Editora 34, 1998.