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Nome Artístico
Benito di Paula
Nome verdadeiro
Uday Veloso
Data de nascimento
28/11/1941
Local de nascimento
Nova Friburgo, RJ
Dados biográficos

Pianista. Cantor. Compositor.

O pai, aposentado da concessionária da Estação Leopoldina, tocava vários instrumentos (piano, bandolim, violão).
Aos 17 anos foi servir ao Exécito no Rio de Janeiro. Morou no Morro da Formiga, na Tijuca, Zona Norte da cidade.

O nome “Benito di Paula” foi escolhido pelo próprio artista e pelo incentivador de sua carreira Alfredo Motta, que o convidou quando tinha entre 15 e 16 anos para cantar no Hotel Avenida, no centro de Nova Friburgo.

Conhecido e admirado internacionalmente, entre seus fãs destacam-se personalidades que a ele já se referiram, tais como Ravi Shankar (tocador de cítara), a cantora Sarah Vaughan, o violonista Charlie Bird e o pianista e cantor Stevie Wonder.
De família de músicos, seus irmãos Ney e Jota Veloso são multi-instrumentistas.

Sua carreira conta com diversas turnês no país e no exterior e mais de 25 discos gravados, músicas gravadas por Roberto Carlos, gravações em parceria com o Regional do Canhoto e com a Orquestra Sinfônica de São Paulo.
Suas composições foram gravadas por grandes nomes da MPB da velha e da nova geração, como Zeca Baleiro, Moska, grupo Samba de Rainha, vários grupos de pagode como Revelação e cantoras da nova geração da Lapa, bairro do centro do Rio de Janeiro, onde seu samba “Mulher brasileira” foi interpretado em várias casas de show.

O filho Rodrigo Veloso seguiu carreira artística como cantor e pianista.

Em 2019, morreu seu filho André Vellozo, aos 36 anos.

Dados artísticos

Em 1956 fez a primeira gravação com a companhia de Portinho & sua Orquestra: a canção autoral “Final.

Na década de 1960 trabalhou como crooner em boates do Rio de Janeiro, principalmente na boate Balalaika, em Copacabana. Em seguida, passou a cantar e a tocar piano em casas noturnas de Santos e na cidade de São Paulo, em locais como a Catedral do Samba, no bairro do Bixiga.

Em 1966 lançou disco compacto pela gravadora Continental, com “Final” e “Bem Feito”.

Em 1968 gravou outro compacto com a música autoral Canção para o nosso amor” e  “Andança”, de Edmundo Souto, Danilo Caymmi e Paulinho Tapajós, popularizada por Beth carvalho. Nessa época muda o nome artístico de Uday Veloso para Benito di Paula, nome inventado por ele e pelo incentivador e amigo Alfredo Motta. No mesmo ano, gravou um disco em conjunto com outros artistas chamado “Para Você”, com três canções de sua autoria, Mocidade é Alegria”, “Mestre” e “Natal no Brasil”. Também gravou a composição de J.M. Ferreira e Mariza Saboya, “Espera”.

Em 1969, colocou a música Canção para o nosso amor na trilha sonora da  novela “Nino, o italianinho”, da TV Tupi. No mesmo ano, entregou composições e letras para outros artistas. Ronnie Von gravou “Foi Bom” em seu álbum “A Misteriosa Luta Do Reino De Parassempre Contra O Império De Nunca Mais”.

Em 1971 a gravadora Copacabana o convidou para gravar um LP como crooner, no qual foram incluídas “Jeus Cristo” (Roberto e Erasmos Carlos), “Azul da cor do mar” (Tim Maia) e “Apesar de você”, de Chico Buarque, que também fora censurada de tocar no rádio. Neste mesmo disco também interpretou quatro composições de sua autoria, entre elas “Violão não se empresta a ninguém”, que foi a música que acabou puxando a vendagem do LP. Sua composição “Retalhos de cetim” fez grande sucesso em casas noturnas de São Paulo, em especial o Teleco-Teco, casa frequentada por sambistas como Ciro Monteiro e Monsueto. Em virtude do sucesso desta música foi convidado a gravar um compacto pela Copacabana, porém com a música “Ela”. “Retalhos de cetim” só foi gravada em um segundo compacto pela mesma gravadora. Esta mesma composição lhe abriu as portas para o sucesso no Brasil e no exterior, tendo sido gravada por Jair Rodrigues, pela orquestra de Paul Mauriat e pelo guitarrista americano Charlie Byrd, figurando entre as composições selecionadas pelo historiador Jairo Severiano como um dos maiores sucessos do ano de 1973. O compacto simples vendeu mais de 150 mil cópias.

Em 1974, 1975 e 1976, respectivamente, mais três composições de sua autoria fizeram sucesso: “Se não for amor”, “Beleza que é você mulher” e “Vai ficar na saudade”.

Em 1975, comandou o programa “Brasil Som 7”, da TV Tupi, de São Paulo, que resultou em um disco lançado no mesmo ano, no qual apresentou alguns de seus convidados, entre eles Elizete Cardoso, Wando e Bebeto. Neste mesmo ano, ao lado de Elizete Cardoso, Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Jorge Ben, Beth Carvalho, Sônia Santos, Quinteto Violado e Cláudia, integrou a delegação brasileira que participou do Festival do MIDEM (Mercado Internacional de Discos e Editoras Musicais), na cidade de Cannes, na França. Ainda em 1975, lançou a música “Charlie Brown”, que obteve grande sucesso, a ponto de Chico Buarque referir-se a Charlie Brown como se fosse personagem real.

No ano de 1977, lançou pela Copacabana o LP “Benito Di Paula”, que contou com a participação especial do regional do Canhoto.

Em 1981, gravou o LP “Benito Di Paula”, pela EMI Odeon BR. Retornou à gravadora Copacabana  em 1987 gravando mais um LP que levava seu nome como título.
Por sua figura pouco comum entre os sambistas da época (bigode e cabelos longos) e seus sambas românticos, foi rotulado como cafona e brega.

No ano de 1998 participou do “Projeto Seis e Meia”, no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. Na ocasião, apresentou-se com a pianista Carolina Cardoso de Menezes, sendo este, o último show da grande pianista. Por essa época, Paulinho Moska regravou  com grande sucesso “Retalhos de cetim”.

No ano 2002 o grupo de pagode Revelação regravou com grande sucesso “Do jeito que a vida quer”. Neste mesmo ano, foi lançado o livro “Velhas Histórias, memórias futuras” (Editora Uerj) de Eduardo Granja Coutinho, livro no qual o autor fez várias referências ao compositor.

Em 2003, “Do jeito que a vida quer” (com o grupo Revelação) foi uma das músicas mais tocadas em emissoras segmentadas de pagode no Rio de Janeiro e por todo o Brasil. Neste mesmo ano, Alcione, no disco “Alcione ao vivo 2”, regravou “Retalhos de cetim”, um dos maiores sucessos do compositor.

No ano de 2004 apresentou-se em show na Lona Cultural João Bosco, no Rio de Janeiro.

Em 2008 o grupo mineiro Samba de Rainha (composto só por mulheres) regravou “Retalho de cetim” no CD “Vivendo samba”.

Em 2009 apresentou-se no Vivo Rio, uma das maiores casas de show do Rio de Janeiro. Na ocasião gravou um DVD com os maiores sucessos da carreira e quatro composições inéditas (Quero ser seu amigo, Pagode da cigana, Ficar ficamos e Unidos de Tom Jobim, um tributo ao maestro). Entre os sucessos apresentados destacam-se “Retalho de cetim”, “Mulher brasileira”, “Tudo está no seu lugar”, “A beleza que é você, mulher” e “Charlie Brown”, além de “Ah, como eu amei” (de seus irmãos Ney e Jota Veloso) e “Me dê motivo” (Michel Sullivan e Paulo Massadas), acompanhado pela banda composta por Jorge Cardoso (direção musical), Ney Veloso (violão), o sobrinho Kauan Veloso (cavaquinho), Téo Lima (bateria), Edu (baixo), Luiz Felipe (violão de sete cordas), Ivanildo, Pirulito e Esguleba (percussão),Jussara, Jurema, Jefferson e Nélio (backing vocal) e o filho Rodrigo Veloso ao piano. No DVD também foram incluídas “Bandeira do samba”, “Do jeito que a vida quer”, “Como dizia o mestre”, “Assoviar e chupar cana”, “Se não for por amor”, “Osso duro de roer”, “”Maria baiana Maria”, “Sanfona branca” e “Violão não se empresta a ninguém”. Dois anos depois, em 2011, ao lado de Arnaldo Antunes, Alcione, Leci Brandão, Beth Carvalho, Tânia Maria, Zeca Baleiro, Verônica Ferriani, Cida Moreira, Fabiana Cozza, Diogo Nogueira e Milena participou do CD-homenagem a Nelson Cavaquinho intitulado “Uma flor para Nelson Cavaquinho”, lançado pela gravadora Lua Music, no qual interpretou a faixa “Rugas”, de Nelson Cavaquinho, Augusto Garcez e Ari Monteiro.

No ano de 2016 foi convidado pela gravadora 74 music para gravar o álbum autoral “Essa Felicidade é Nossa”, com a participação especial de Fernanda Takai.

Em 2020 lançou com o filho Rodrigo Vellozo o álbum “O Infalível Zen” nas plataformas de Internet.

No ano de 2023 o cantor e compositor recebeu homenagem por iniciativa da Fundação de Artes de Niterói (FAN) em conjunto com a Muriqui Cultural, o show “Niterói Canta Benito di Paula”, apresentado no Theatro Municipal de Niterói, no Centro da cidade, com a participação do homenageado e acompanhado po uma banda integrada por Bruno Barreto (voz, percussões, banjo e direção musical); Eduardo Neves (flauta e sax); Flávio Santos (bateria); Gabriel Policarpo (percussão); Ricardinho (contrabaixo); Lucas Marques (violão) e Alfredo (piano e Direção musical).

Discografias
2011 (vários) Lua Music CD Uma flor para Nelson Cavaquinho
1999 EMI-Music CD Ela

Relançamento

1999 EMI-Music CD Raízes do samba
1996 Paradoxx Music 12.029-2 LP Baileiro
1994 RGE 320.6254 LP Pode acreditar
1993 Copacabana 602005/1-464358 CD A vida me faz viver
1991 RGE 303.6229 LP Grandes sucessos de Benito di Paula

Coletânea

1991 Beverly ABW 8400 LP O melhor de Benito di Paula - memória da música popular brasileira

Coletânea

1990 RCA BMG 1400046 LP Fazendo paixão
1987 Nova Copacabana 12930 LP Benito di Paula
1985 RGE 390.6014 LP Benito di Paula - Nova República

Coletânea

1985 RGE 303.6050 LP Instrumental - Benito di Paula

Coletânea

1985 RGE 303.6042 LP Nação
1985 Magazine MLP 42.013 LP O melhor de Benito di Paula

Coletânea

1984 RGE 303.6042 LP Que brote enfim o rouxinol que existe em mim
1983 EMI Odeon BR 26115 LP Bom mesmo é o Brasil
1982 EMI Odeon BR 26070 LP Benito di Paula
1981 EMI Odeon BR 26047 LP Benito di Paula
1981 Copacabana Colp 42.042 LP Seleção de ouro - Benito di Paula
1980 Copacabana Colp 12600 LP Benito di Paula
1979 Copacabana Colp 12490 LP Olha nós aí
1978 Copacabana Colp 12375 LP Benito di Paula
1978 EPIC 47.105 LP Benito di Paula

Caprichos de la vida - en castellano

1977 Copacabana Colp 12190 LP Benito di Paula
1976 Copacabana Colp 12080 LP Benito di Paula
1975 Copacabana Colp 12030 LP Benito di Paula
1975 Magazine MLP 41.496 LP Brasil Som 75

Benito di Paula e seus convidados

1974 Copacabana Colp 11973 LP Benito di Paula gravado ao vivo
1974 Copacabana Colp 41494 LP Um novo samba
1973 Copacabana Colp 41492 LP Benito di Paula
1972 Copacabana Compacto simples Ela
1972 Copacabana Colp 1169 LP Ela
1972 Copacabana Compacto simples Retalhos de cetim
Obras
30 anos de saudade
Adelodê Yalonã
Agradecimento
Algo mais
Além de tudo
Além do arco-íris
Amigo do sol, amigo da lua (c/ Márcio Brandão Carneiro)
Antigo amor
Assobiar ou chupar cana
Ave de rapina
Bahia
Banda do povo
Bandeira do samba
Beleza que é você mulher
Caminhante (c/ Moreira e Márcio Brandão)
Canção de viver com você
Cara pintada
Carente de amor
Certeza de você voltar
Charlie Brown
Chegou Maria
Chorei
Cigarra marrom
Coisas da vida
Colibri
Cometa Halley
Como dizia o mestre
Corpo doce de mulher
Dama
Dança cigana
De quem é essa morena (c/ Chico Anísio)
De tombar caminhão
Depois do amor
Desemprego
Desencontro
Diga, meu bem
Do jeito que a vida quer
Dom Salvador
Ela
Ela veio do lado de lá
Esperança do céu
Espuma de cachoeira
Eu não agüento mais
Eu sou mulher
Eu vou pedir
Flor, amor e saudade
Foi engano
Fonte nova
Fui sambando, fui chegando
Giuseppe e a crise
Homem da montanha
Jesus Papai Noel
Lua, lua
Madrugada
Marcas de amor
Maria baiana Maria
Me dê amor
Melô da calibragem
Menor abandonado fraternidade
Meu Brasil, meu doce amado
Meu enredo
Meu lamento
Meu maior afeto
Modificação
Morena
Mulher brasileira
Mulher primeira (c/ Clóvis de Lima)
Na casa de sinhá
Nação (c/ Márcio Brandão)
Nesse barco eu vou
Noite clara de luar (c/ Márcio Brandão)
Nossa homenagem (c/ Kako e Lusvardi)
Nova República (c/ Márcio Brandão)
Não me importo nada
Não pode, dá bode
Não precisa me perdoar
Olha nós aí
Olá você, como vai
Onde tem camaleão, lagartixa muda de cor
Osso duro de roer
Otelo
Pagode da pesada
Pare, olhe e viva
Pau-de-arara
Pedaços de carinho
Perdoa
Pra ver se ela me quer
Pra você não ir embora
Preciso te encontrar
Prelúdio nº 4
Proteção às borboletas
Quando a festa acabar
Quando o samba sair
Que beleza
Que brote enfim o rouxinol que existe em mim (c/ Márcio Brandão Carneiro)
Quem vem lá
Quero ver você de perto
Radamés
Rasgue seu verso
Razão pra viver
Retalhos de cetim
Samba de um não dá (c/ Grande Othelo)
Samba do profeta
Sandália de couro
Sanfona branca
Se eu pudesse
Se não for amor
Sem tempo pra sonhar
Sempre assim
Sigo te amando
Som do cavaquinho
Sonho bom
Sonho em preto e branco
Super bem
Trapézio
Traço de união (c/ Moacyr Franco)
Tributo a um rei esquecido
Tudo está mudando
Tudo está no seu lugar
Um dia vai chegar
Vai escutar "Cauby" cantar
Vai ficar na saudade
Vale o que está escrito
Vamos cantar
Velho, profissão esperança
Violão não se empresta a ninguém
Viva o sol
Você gosta só de mim
Vou cantar um samba
Vou embora e basta
Vou pra São Salvador
Vou pro mar
Índio caboclo cigano nativo
Shows
2009 Vivo Rio, RJ Benito di Paula
2004 Benito di Paula. Lona Culural João Bosco, RJ.
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

ALBIN, Ricardo Cravo. MPB – A História de Um Século. 2ª ed. Revista e ampliada, Rio de Janeiro: MEC/Funarte/Instituto Cultural Cravo Albin, 2012.

ALBIN, Ricardo Cravo. MPB, a história de um século. Rio de Janeiro: Atrações Produções Ilimitadas/MEC/Funarte, 1997.

ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 2003.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2010, 3ª ed. EAS Editora, 2014.

CABRAL, Sérgio. Elisete Cardoso – Uma vida. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, S/D.

COUTINHO, Eduardo Granja. Velhas histórias, memórias futuras. Rio de Janeiro: Editora Uerj, 2002

MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música Brasileira – erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.

MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira – erudita, folclórica e popular. 1 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.

MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira – erudita, folclórica e popular. 2 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.

PASCHOAL, Marcio. Pisa na fulô mas não maltrata o carcará – Vida e obra do compositor João do Vale, o poeta do povo. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, 2000.

SEVERIANO, Jairo e Zuza Homem de Mello. A canção no tempo vol. 2. São Paulo: Editora 34, 1998.