
Compositor. Radialista. Produtor. Empresário artístico. Residiu em Minas Gerais e no Espírito Santo antes de se fixar no Rio de Janeiro.
Em 1946, com apenas 15 anos de idade recebeu seu primeiro prêmio como locutor, na Rádio ZYL-9, Difusora de Carangola, Minas Gerais. Em 1957, passou a atuar no Rádio carioca ingressando na Rádio Mauá como chefe do Departamento de Difusão, levado pelo cronista de rádio e TV Renato de Castro. Depois, substituiu Heber Lobato e passou a apresentar o programa “Acerte seu relógio”. Na Rádio Mayrink Veiga criou o programa “Manhã de grande gala”. Em 1958 assumiu o cargo de diretor artístico da RGE onde permaneceu por 7 anos, os quais, contudo, foram suficientes para que ele já passasse a ser considerado pela indústria fonográfica um dos grandes produtores de discos do Brasil. Começou a compor nesta época, incentivado pelo cronista Marijô (do “Jornal Carioca” e da “Última Hora”) e pelo locutor Heber Lobato.Teve seu primeiro trabalho como compositor registrado em 1958, com a gravação de “Noites cruéis” por Jairo Aguiar na Copacabana, composta em parceria com Raul Sampaio, de quem tornou-se parceiro constante. Com Raul Sampaio compôs, entre outras, “Prova de amor”; “Rotina”; Terminemos aqui” e “Cansei de ter saudade”. Ainda em 1958, compôs “Zazá”, com Francisco Netto, gravada por Risadinha. Ainda no mesmo ano, teve outras parcerias com Raul Sampaio gravadas por diferentes cantores, “Minha cruz”, por Carlos Augusto na Polydor; “Falas de amor outra vez”, por Anisio Silva na Odeon e “Amor proibido”, por Carlos Nobre na Victor. No ano seguinte, Gracinha Miranda gravou na Continental “Que Deus te perdôe”, parceria com Raul Sampaio. Em 1960, compôs com Enrico Simoneti “Canção de ninar mamãe”, gravada por Gilberto Milfont na RGE. No mesmo ano, conheceu um de seus maiores sucessos, parceria com Raul Sampaio, “Estou pensando em ti”, gravada por Anisio Silva na Odeon. Em 1961, dois novos sucessos, parcerias com Raul Sampaio, “Estou só” e “Lembranças” gravadas por Miltinho na RGE. Em 1962, Roberto Luna gravou “Fingimento”; Miltinho, “Confidência”, estes na RGE e Gilvan Chaves, gravou na Victor “Protesto (Praga de amor), parcerias com Raul Sampaio. Em 1963 venceu com Raul Sampaio o Festival de Música do Brasil da TV Rio (RJ) com a canção “Distância”, gravada por Rosana Toledo e Miltinho. Em 1964, compôs com Raul Sampaio “Até as lágrimas”, gravada por Elizeth Cardoso na Som Livre; “Rio, eterna capital”, gravada pela Orquestra Popular RGE e “O que é bom dura pouco”, gravada por Orlando Dias na Odeon, entre outras composições. No ano seguinte, fez com Brasinha a “Marcha da novela”, registrada por Waldir Maia na Victor e, com Raul Sampaio, “Quando a mulher vai embora”, “A última loucura” e “Enredo”, gravadas respectivamente por Raul Sampaio na RGE; Núbia Lafaiete na Victor e Moacyr Franco, também na Victor. Em 1967, Erasmo Carlos, então em pleno sucesso na jovem guarda, gravou de sua autoria e Raul Sampaio, “O bilhetinho”, na RGE. Teve músicas gravadas ainda por José Ricardo, Elza Soares, Carlos Galhardo e Ângela Maria. Em 1969, compôs com José Orlando “Capoeira” e “Um samba pra ela”, gravadas por Elza Soares na Odeon. No ano seguinte, teve a composição “Samba do perdão”, parceria com José Orlando, gravada por Nelson Gonçalves. Em 1975, conheceu outro grande sucesso, também parceria com Raul Sampaio, “Meu pranto rolou”, gravada por Toquinho e Vinícius na Philips. Dedicou-se também à atividade de empresário artístico, tendo empresariado entre outros, Maria Bethânia, Martinho da Vila, Clara Nunes, Paulinho da Viola e Toquino e Vinícius. Teve mais de 100 obras gravadas. Foi locutor das Rádios Eldorado e Bandeirantes, de São Paulo. Produziu os espetáculos “Brasileiro profissão esperança” com Paulo Gracindoe Clara Nunes; “Poeta moça e violão” com Toquinho, Vinícius e Clara Nunes e “Calabar” com Chico Buarque e MPB 4. Foi um dos fundadores da Ordem dos Músicos do Brasil e representou a SBACEM em congresso realizado em Lima, no Peru em 2003. Em 2008, foi tema de reportagem da revista Maricá Já. Em 2011, retirado da vida artística, isolou-se no distrito de Ponta Negra, município de Maricá, RJ.
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.