
Flautista. Regente. Compositor. Aos 8 anos, começou a aprender flauta de ouvido. Iniciou suas atividades musicais como integrante da banda Nova Aurora em sua cidade natal.
Aos 17 anos, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde passou a residir no bairro do Estácio, famoso por abrigar sambistas e batuqueiros. Estudou flauta sob a orientação de Belarmino de Sousa, pai do compositor Ciro de Sousa. Estudou também no Instituto Nacional de Música, diplomando-se em flauta e composição. Em 1922, ingressou na Polícia Militar, não abandonando suas atividades musicais. De 1923 a 1925, participou da banda do batalhão. Em 1925, foi aprovado em teste no qual executava a parte de flauta da ópera “Il Guarany”, de Carlos Gomes. Obteve sua transferência para a Escola Militar do Realengo, como músico de primeira classe, tornando-se solista. Em 1927 deu baixa, passando a viver de suas atuações em orquestra de cinemas e teatros.
Em 1942, foi um dos fundadores da UBC. Em 1947, transferiu-se para a SBACEM, da qual foi eleito presidente em 1948 e reeleito em 1951.
Faleceu vitimado por um câncer num domingo de carnaval,ele que tanto sucesso obtivera em vários carnavais.
Em 1928, participou de um grupo regional, os Boêmios da Cidade, chegando a se apresentar com Josephine Baker. Em 1929, passou a tocar em grupos de choros como flautista e em orquestras de jazz como saxofonista. No ano seguinte, organizou um grupo por ele batizado de Gente do Morro, nome dado ao conjunto pelo compositor Sinhô. Neste conjunto, atuou como regente, além de executar solos e cantar. Ainda em 1930, teve suas primeiras composições gravadas, o samba “Chora meu bem”, registrado pelo grupo Gente do Morro com vocal de Ildefonso Norat, e o samba “Palácio das necessidades”, parceria com Ildefonso Norat, que o gravou. Ainda nesse ano, os primeiros discos com vocal seu para o grupo Gente do Morro foram lançados pela Brunswick, com os sambas “Disca, minha gente”, de sua autoria e Magalhães e “Chora” e “Orfandade”, ambos de sua autoria. Em seguida, interpretou com o Grupo Gente do Morro a macumba “Olha congo”, de Dario Ferreira, e os sambas “Isaura”, de sua autoria e “Meus pecados” e “Primeira linha”, ambos de Heitor dos Prazeres. Ainda nesse ano, seu samba “O teu amor eu desprezei”, com G. Oliveira, foi gravado na Brunswick por Sílvio Caldas. Em 1931, gravou com o grupo Gente do Morro os sambas “Preto dalma branca”, de Buci Moreira e “Como acabou o meu amor”, de sua autoria e G. Oliveira. Gravou sozinho o samba “Tem aguinha”, de J. Machado, e em dueto com Sílvio Caldas o samba “A nega sumiu”, de sua autoria. Nesse ano, seu choro “Vivo chorando”, foi gravado por Jonjoca e Castro Barbosa na Victor.
Em 1932, gravou em solo de flauta na Odeon o choro “Pretensioso”, de sua autoria, e a valsa “Ondina”, de Jaci Pereira. No mesmo ano, gravou pela Columbia o choro “Gorgulho” e a valsa “Olinda”, de sua autoria. Teve ainda, também na Columbia, o samba “Recordações de um passado”, com Alcebíades Barcelos, gravado por Aracy Cortes. Em 1933, compôs sua primeira música de carnaval: a marcha “Vai haver o diabo”, com Gastão Viana, que se tornou espécie de hino do Clube dos Tenentes do Diabo, a que ele pertencia. Ainda nesse ano, venceu um concurso musical pelo jornal “A Noite”, com a composição junina “Briguei com São João”, ganhando como prêmio uma flauta de prata. Também em 1933, gravou em solo de flauta a valsa “Mirtes”, de sua autoria, e o choro “Minha flauta de prata”, de Jaime Florence. Nesse ano, seu samba “Morena meu bem”, com Gastão Viana, foi gravado por João Petra de Barros, e o samba “Alguém me ama” foi lançado na voz de Aurora Miranda, os dois na Odeon. Teve ainda a marcha “Brinca coração”, gravada em dueto por Francisco Alves e Madelou de Assis, e o samba “Cinco partes principais do mundo” e a marcha “Loura queridinha”, ambas com Gastão Viana, lançadas pela dupla Castro Barbosa e Jonjoca, essas na Odeon, enquanto Patrício Teixeira gravou na Victor o samba “Que doce é esse?”, com Gastão Viana. Na Columbia foram lançadas quatro composições suas no mesmo ano: o samba “Vou vender jornal”, na voz de Moreira da Silva; a marcha “Crioula só por necessidade”, com Gastão Viana, na voz dos Irmãos Tapajós, e os sambas “Não devo amar”, com V. Batista e Nelson Gomes, e “Foi bom”, com Osvaldo Silva, na voz de Léo Vilar.
Gravou em 1934 as valsas “Oscarina”; “Lela” e “Glória”, de Pixinguinha, e, os choros “Mistura e manda” e “Cuidado com ele”, de Nelson dos Santos Alves, e “Primavera”, de Jaime Florence. Nesse ano, seu samba “Cabeça sem juízo”, com Russo do Pandeiro, foi gravado na Victor por Almirante. Em 1935, obteve sucesso com a valsa “Boneca”, com Aldo Cabral, lançada por Sílvio Caldas na Odeon, e ao lado de Carmen Miranda participou de espetáculos de inauguração da Rádio El Mundo, em Buenos Aires, Argentina. O maior sucesso de carnaval de 1935 foi a sua marcha “Eva querida”, com Luís Vassalo, gravada por Mário Reis. Nesse ano, teve várias outras músicas gravadas: a valsa “Lela”, com Jorge Faraj e o samba “Cãozinho sem dono”, por Jaime Vogeler; o samba-canção “Meu branco”, com De Chocolat, por Aurora Miranda; a marcha “Querido Adão”, com Osvaldo Santiago e o samba “Pra fazer você chorar”, com Aldo Cabral, por Carmen Miranda, e o samba “Cruel separação”, com Alcebíades Barcelos, e as marchas “Cara bem boa”, com Jorge Faraj, e “Ganhou, mas não levou”, com Milton Amaral, por Almirante. Gravou no mesmo ano, em solo de flauta, os choros “Venenoso”, de Raul Silva, e “Dinorá”, parceria com José Ferreira Ramos, além das valsas “Teus ciúmes”, de Laci Martins, irmão de Herivelto Martins e “Isis”, de sua autoria.
Entre 1935 e 1938 atuou na Odeon com seu regional no acompanhamento de gravações tendo acompanhado o registro de músicas com Aurora Miranda; Sílvio Caldas; Carmen Miranda; Os Quatro Diabos; Almirante; Raul Torres, Jaime Vogeler; Marília Batista; Noel Rosa; Manezinho Araújo; Nestor Amaral; Augusto Calheiros; Joel e Gaúcho; Alzirinha Camargo; Irmãos Petra de Barros; Jaime Vogeler; Irmãs Pagãs e Francisco Alves. Entre as gravações que acompanou com seu regional nesse período estão os sucessos “E bateu-se a chapa” e “Tic-tac do meu coração”, na voz de Carmen Miranda; “Boneca” e “Chão de estrelas”, na de Sílvio Caldas, e “De babado”, nas vozes de Marília Batista e Noel Rosa. O seu famoso “Conjunto Regional de Benedito Lacerda” contou com diversos integrantes até 1937, quando se estabilizou com ele próprio na flauta, Dino e Meira nos violões e Canhoto no cavaquinho. Este grupo se constituiria na mais importante, criativa e virtuosística base de acompanhamento na história da música popular. Essa formação se manteve até 1950, ano em que Canhoto assumiu a direção do conjunto, mudando o nome para Regional de Canhoto. Com seu regional, brilhou em várias emissoras, sendo que na Tupi atuou por vários anos.
Em 1936, teve a valsa “Isis”, com Jorge Faraj, os sambas “Última carta de amor”, com Zeca Ivo, e “Madrugada”, com Herivelto Martins, e o samba-canção “Um caboclo apaixonado”, também com Herivelto Martins, gravados por Sílvio Caldas; e a valsa “No palco da vida”, com Aldo Cabral e o samba “Duas lágrimas”, com Herivelto Martins, foram lançadas por Nestor Amaral. Nesse ano, entre outras gravações, registou o choro “Juriti”, de Raul Silva, e a valsa “Cinzas e nada mais”, de sua autoria. Ainda em 1936, fez sucesso no carnaval com a marcha “Querido Adão”, gravada por Carmen Miranda.
Também fez sucesso em 1937 com o samba “Acorda escola de samba”, com Herivelto Martins, lançada por Sílvio Caldas. Com Herivelto Martins teve mais quatro composições lançadas no mesmo carnaval: a marcha “Papai e mamãe” e o samba “Por que você não vai?…”, na voz de Alzirinha Camargo, e a marcha “Nem no sétimo dia” e o samba “Como eu chorei”, na voz de Carmen Miranda. Também em 1937, gravou o choro “Entre amigos” e a valsa “Lago azul”, ambas de Raul Silva. Ainda nesse ano, Carmen Barbosa gravou o samba “Sucursal do céu”, com Darci de Oliveira, e o samba-canção “Carnaval que passou”, e Aracy de Almeida os sambas “Opinião de mulher”, com Herivelto Martins e “Tem que mudar de proceder”, com Kid Pepe.
Gravou em 1938 o choro “Meu sabiá”, de Raul Silva, e a valsa “Romance de uma valsa”, de Rubens Leal Brito. Nesse ano, fez sucesso com o samba “Professora”, com Jorge Faraj, lançado por Sílvio Caldas. Em 1939, teve a valsa “Número um”, com Mário Lago, e o samba-canção “Espelho do destino”, com Aldo Cabral, gravadas por Orlando Silva, e a marcha “Tua partida”, registrada por Sílvio Caldas, as três na Victor, e o samba “Ela tem razão”, com Darci de Oliveira, lançado por Francisco Alves na Columbia.
Em 1940, apresentou-se com seu regional no Cassino da Urca e no Cassino Copacabana. Nesse ano, seu samba “Plantando o bem colhe o bem”, com Correia da Silva, e suas marchas “Lero-lero”, com Eratóstenes Frazão e “Chica…Chica boa”, com Cristóvão de Alencar, foram gravadas por Orlando Silva, e a valsa “A voz do dever”, com Aldo Cabral, foi lançada em dueto por Orlando Silva e a cantora e radioatriz Ismênia dos Santos, na Victor. Na Columbia foram gravadas a marcha “Mesma história”, com Herivelto Martins, na voz de Dalva de Oliveira e os sambas “Loteria do amor”, com Aldo Cabral, na voz de Carmen Barbosa, além de “E o vento levou”, com Herivelto Martins, na interpretação do Bando da Lua. Em 1941, teve gravadas por Newton Teixeira a valsa “Nunca”, com Aldo Cabral, e o samba “Céu de amor”, com Eustórgio Carvalho. No mesmo ano, Rosina Pagã gravou na Columbia o samba “Tem que dar, me dá logo” e a marcha “As aparências enganam”, ambas com Gastão Viana. No ano seguinte, seus sambas “Palavra de honra”, com Eratóstenes Frazão, e “Bom mulato”, com Cristóvão de Alencar, foram gravados por Marilu; “Isso aqui tem dono”, com Darci de Oliveira e “Põe a mão na cosciência”, com Gastão Viana, por Nelson Gonçalves e “Notícia de última hora”, com Darci de Oliveira, por Carlos Galhardo. Para o carnaval de 1942, compôs com Roberto Martins a marcha “Nós os cabeleiras (Nosso cordão)”, uma paródia da marcha “Nós os carecas”, gravada por Castro Barbosa na Columbia. Para o carnaval de 1943, compôs as marchas “Chupando um pirolito”, com Cristóvão de Alencar, e “Você vai ver como eu faço”, com Darci de Oliveira, que foram gravadas na Victor pela cantora Linda Batista, além dos sambas “Vem surgindo a Avenida”, com Gastão Viana e “O diabo da mulher”, com Cyro Monteiro, gravados também na Victor por um inédito dueto composto pelos cantores Cyro Monteiro e Nelson Gonçalves. Também nesse ano, seus sambas “Coitadinha da Sicília”, com Gastão Viena, que fazia referências à região da Sicília na Itália, palco de agudos combates na Segunda Guerra Mundial e “Sabiá de Mangueira”, com Eratóstenes Frazão, foram gravados respectivamente por Carlos Galhardo e Nelson Gonçalves. Nesse período, começou a fazer acompanhamentos de gravações na RCA Victor com seu regional, gravadora na qual atuou durante três anos. Nesse período, acompanhou gravações de Nelson Gonçalves, Linda Batista, Cyro Monteiro; Carlos Galhardo; Roberto Paiva; João Petra de Barros; Carmen Costa; Jorge Goulart; Odete Amaral; Garotas Tropicais; Ataulfo Alves e Suas Pastoras; Ericsson Martha; Gilberto Alves e Raul Torres. Dentre os sucessos acompanhados por ele e seu regional nesse período está o samba “Falsa baiana”, na voz de Cyro Monteiro.
Participou do carnaval de 1944 com a marcha “Alô cabrocha”, com Haroldo Lobo, gravada por Carlos Galhardo. Nesse ano, teve duas parcerias com Haroldo Lobo gravadas na Odeon: as marchas “Tem cabrito na horta” por Aracy de Almeida, e “O diabo disse não” por Orlando Silva. Gravou na Victor ainda em 1944 os choros “Variações sobre o urubu e o gavião”, de sua autoria e Pixinguinha, e “Flauta e pandeiro”, de sua autoria. Ainda em 1944, venceu mais um carnaval com a marcha “Verão no Havaí”, com Haroldo Lobo, gravada por Francisco Alves, e o samba “Ninguém ensaiou”, com Haroldo Lobo, gravado por Aracy de Almeida.
Teve duas parcerias com Haroldo Lobo lançadas por Linda Batista para o carnaval de 1945: a marcha “A cobra está fumando” que aludia à Força Expedicionária Brasileira que embarcou para combater na Itália durante a Segunda Guerra e cujo símbolo era uma cobra fumando, e, o samba “Coitado do Edgar”, grande sucesso carnavalesco do ano. Na mesma época gravou os choros “Evocação”, de Rubens Brito, e “Seresteiro”, de sua autoria, além dos sambas “Pedro da Conceição”, com Eratóstenes Frazão e “Não quero”, com Aldo Cabral, lançados por Ericsson Martha. Também em 1945, o samba “Quer ver sua mulher sorrir?” e a marcha “Pagode na China”, ambas com Haroldo Lobo, foram gravadas por Linda Batista, e o samba “Que bonito papel”, com Eratóstenes Frazão, lançado por Gilberto Alves. Em 1946, Nelson Gonçalves gravou sozinho o choro “Cem anos atrás”, com René Bittencourt, e em dueto com Isaura Garcia o samba “O relógio da Central” e a batucada “A rainha do mar”, ambas com Eratóstenes Frazão. Ainda nesse ano, fez antológica gravação dos choros “1×0”; “Sofres porque queres”; “Naquele tempo”, “Segura ele”; “Vou vivendo”; “Cheguei”; “Urubatan”; “Proezas de Solon”; “Ele e eu”; “Ingênuo”; “Pagão” e “Descendo a serra”; todos de sua autoria e Pixinguinha, “Tico-tico no fubá”, de Zequinha de Abreu, além da valsa “Saudades de Matão”, de Jorge Galatti, gravações nas quais tocou flauta e Pixinguinha o saxofone. Ao que consta, essas parcerias, teriam sido a ele dadas, na sua maioria, por Pixinguinha. Com Pixinguinha, excursionou por todo o Brasil. Ainda no mesmo ano, Abílio Lessa regravou os choros “Vou vivendo” e “Naquele tempo”. Em 1946, venceu o concurso carnavalesco da prefeitura carioca com a marcha “Espanhola”, com Haroldo Lobo, gravado com Aracy de Almeida.
Em 1947, o grupo vocal Quatro Ases e Um Coringa gravou a marcha “Cigana feiticeira” e o samba “Catumbi”, parcerias com Haroldo Lobo; o Trio de Ouro registrou a marcha “Minueto” e o samba “Apita quem pode”, com Herivelto Martins; Francisco Alves os sambas “Telefona lá pra casa” e “No meu colchão”, com Herivelto Martins; Aracy de Almeida a marcha “Comprei um Buda”, com Haroldo Lobo, e Abílio Lessa a marcha “Minha cigana”, com Pixinguinha. Também em 1947, voltou a gravar com Pixinguinha registrando os choros “André de sapato novo”, de André Vitor Corrêa; “Saudade do Rio”, de Zequinha Reis, e “Ainda me recordo” e “Os oito batutas”, de sua prceria com Pixinguinha.
No ano seguinte, o Trio de Ouro gravou a marcha “Cachopa”, e Dircinha Batista o samba “Seu coração é seu mestre”, parcerias com Herivelto Martins. Ainda em 1948, com Francisco Alves, fez grande sucesso com o samba “Falta um zero no meu ordenado”, parceria com Ary Barroso. Em 1949, o choro “1×0”, com Pixinguinha, foi regravado ao bandolim por Garoto e o samba “A Lapa”, com Herivelto Martins, foi gravado com sucesso por Francisco Alves. Também sucesso nesse ano foi o samba “Normalista”, com David Nasser, gravado na RCA Victor por Nelson Gonçalves. Ainda nesse ano, gravou com Pixinguinha os choros “Sedutor”; “Soluços”; “Acerta o passo”; “Marilene”, “Só para moer”; “Segura a mão” e “Devagar e sempre”, parcerias com Pixinguinha; “Língua de preto”, de Honorino Lopes, e “Aguenta seu Fulgêncio”, de Pixinguinha e Lourenço Lamartine, além da polca “O gato e o canário”, de sua autoria e Pixinguinha.
Em 1950, a batucada “Nega pelada”, com David Nasser e a marcha “Papagaio candidato”, com Herivelto Martins, foram gravadas por Dircinha Batista, e o samba “Não posso nem comigo”, com Herivelto Martins, foi lançado pelo grupo vocal Quatro Ases e Um Coringa. Teve ainda nesse ano quatro composições suas em parceria com Herivelto Martins gravadas pelo Trio de Ouro: os sambas “Consulta o teu travesseiro”; “Morro de Santo Antônio” e “Não tem mais jeito”, e a marcha “História do pierrô”. Também no mesmo ano, gravou os últimos discos da série com Pixinguinha interpretando os choros “Atraente”; “Displicente” e “Vagando”, de sua autoria e Pixinguinha; “A menina do sobrado”, de Zequinha Reis e “Matuto”, de Ernesto Nazareth.
Em 1951, o samba “O telefone do amor”, com Jorge Faraj, foi gravado na Odeon por Sílvio Caldas, e o samba “Cigarra noturna” e a valsa “Nua”, ambas com Mário Rossi, foram lançadas por Gilberto Alves na RCA Victor. Ainda nesse ano, gravou com Pixinguinha os choros “A menina do sobrado”, de Zequinha Reis, e “Vagando”, parceria com Pixinguinha. Em 1952, obteve seu último grande sucesso carnavalesco com a marcha “Acho-te uma graça”, parceria com Haroldo Lobo e Carvalhinho, gravada em dueto por Heleninha Costa e César de Alencar, radialista que na época tinha um prestigiado programa de auditório com seu nome, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Esta marcha foi também premiada pela prefeitura da cidade do Rio de Janeiro.
Em 1957, seu choro “Sofres porque queres”, com Pixinguinha, foi regravado por Jacob do Bandolim na RCA Victor. Em 1959, o samba “Pombo-correio”, com Darcy de Oliveira foi regravado por Gilberto Alves no LP “Gilberto Alves e o samba”. Em 1968, seu samba “Despedida de Mangueira”, com Aldo Cabral foi regravado por Neco do violão no LP “Samba e violão – vol 2” do selo London/Odeon.
Em 1981, suas canções “Carnaval da minha vida” e “Boneca”, parcerias com Aldo Cabral foram regravadas pelo cantor Gilberto Alves no LP “O fino da seresta volume 2” do selo Bandeirantes/WEA. Em 1985, a marcha “Falta um zero no meu ordenado”, foi incluída na coletânea “O dinheiro na música popular”, produzida por Ricardo Cravo Albin para o Banco do Brasil. Em 2003, o instrumentista Alexandre Maionese lançou o CD “Flauta de prata – Benedito Lacerda 100 Anos” no qual interpretou as seguintes obras do flautista: “Jurity”; “Dinorah”; “Arranca-toco”; “Agüenta Seu Fulgêncio”; “Doidinho”; “Número um”; “Seresteiro”; “Gorgulho”; “Mistura e manda”; “Canhoto”; “Minha flauta de prata”; “Pombo-correio” e “Despedida de Mangueira”.
Obteve vários sucessos como compositor destacando-se as marchas “Jardineira”, com Humberto Porto; “Lero-lero”, com Frazão; “Verão no Havaí” e “Espanhola”, com Haroldo Lobo; os sambas “Criança toma juízo”, com Russo do Pandeiro, e “Acorda escola de samba” e “A Lapa”, com Herivelto Martins, e, os choros “Um a zero” e “Sofre porque queres”, com Pixinguinha, entre outras. Um dos flautistas mais atuantes e inovadores da música brasileira, desempenhou papel fundamental na estruturação do chamado conjunto regional, grupo de formação característica e de atuação marcante no universo da música popular. Em 2004, seu samba “Estás no meu caderno”, com Wilson Batista e Oswaldo Silva foi incluído na caixa de três CDs “Um cantor moderno” lançada pela BMG com a obra do cantor Mário Reis.
Em 2005, o selo Revivendo lançou o CD “Minha flauta de prata” com gravações suas feitas entre 1930 e 1934, entre as quais, a música título, de Jayme Florence, o Meira; “Mistura e manda”, de Nelson Alves; “Oscarina”, de Pixinguinha; “Olha Congo”, de Dario Ferreira; “Tem aguinha”, de Jota Machado e “Preto dalma branca”, de Bucy Moreira, entre outras. Em 2007, foi lançada uma caixa com 4 CDs resumindo a obra do artista. Coordenada e organizada pelo flautista Paulo Flores, o primeiro CD apresenta a fase primitica do flautista e sua participaçao como cantor no Grupo Gente do Morro, no segundo aparecem as gravações feitas com Pixinguinha e nos dois últimos aparecem as gravações com o famoso Regional de Benedito Lacerda. Em 2010, foi lançado o livro/CD coordenado pelo saxofonista Mário Sève e pelo flautista David Gance em shows na Sala Baden Powell. Segundo o jornalista Tárik de Souza, “Pela primeira vez, os contrapontos criados pelo sax de Pixinguinha foram transcritos junto com a melodia da flauta de Benedito Lacerda em livro/CD”. No mesmo ano, o historiador e pesquisador da equipe da gravadora Revivendo Jadir Zanardi lançou o livro “Benedito Lacerda: e a saudade que ficou”, sobre a vida e a obra do flautista. Ainda em 2010, teve os choros “Flauta e pandeiro” e “Doidinho”, em gravações do Conjunto Época de Ouro, incluídos na coletânea “Chorinho do Brasil – Vol. 2”, caixa com cinco CDs lançada pela Warner Music. Em 2015, sua marcha “A jardineira”, com Humberto Porto, foi a quinta mais tocada no carnaval, segundo levantamento do ECAD, 77 anos depois de lançada.
(Com Pixinguinha)
(Com Pixinguinha)
(Com Pixinguinha)
(Com Pixinguinha)
(Com Pixinguinha)
(Com Pixinguinha)
(Com Pixinguinha)
(Com Pixinguinha)
(Com Pixinguinha)
(Com Pixinguinha)
(Com Pixinguinha)
(Com Pixinguinha)
(Com Pixinguinha)
(Com Pixinguinha)
(Com Pixinguinha)
(Com Pixinguinha)
(Com Pixinguinha)
(Com Grupo Gente do Morro)
(Com Grupo Gente do Morro)
(Com Grupo Gente do Morro)
(Com Grupo Gente do Morro)
(Com Grupo Gente do Morro)
(Com Grupo Gente do Morro)
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
VASCONCELLO, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira – volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.