
Cantor. Ventríloquo. Comediante. Compositor.
Pai das cantoras Linda e Dircinha Batista. Era casado com D. Emília Grandino de Oliveira, de tradicional família paulista e conhecida no meio artístico como D. Neném, com quem teve três filhas. Transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro na década de 1920, em busca de melhores condições de trabalho. Morou no bairro carioca do Catete. Faleceu em 1943, no auge da fama de suas duas filhas cantoras.
Trabalhou como comediante, ventríloquo (imitava mais de 22 vozes sem abrir os lábios) e cançonetista. Conseguia a atuar com 18 bonecos e fazer as vozes para todos. Atuou no rádio, teatro e cinema. Foi considerado o maior ventríloquo do Brasil. Autor de várias cançonetas, cenas cômicas, lundus, valsas e sambas, muitos deles gravados pela Odeon e Columbia. Gravou mais de 25 discos nos anos 1920 e 1930. Começou fazendo um tipo caipira. Seu primeiro disco foi “Quadrilha do pé espaiado” e o lundu “Porque me enganou”, numa fase em que a indústria de discos dava muita ênfase nas gravações de cômicos e cançonetistas, como Baiano, Eduardo das Neves e outros. Em 1928 gravou pela Odeon o samba “Um adeus por despedida”, de José Francisco de Freitas, além da cançoneta “Chic-chic” e a marcha “Não vai chorar”, de sua autoria. Em 1929, foi contratado pela Columbia, estreando com uma série de três discos, que incluiam entre outras composições de sua autoria, a valsa “Convencida”, a toada “Chuvinha” e a cançoneta “Futebol”, uma das pioneiras a tratar do assunto. Nesse mesmo período, gravou diversas composições com motivos sertanejos como a prosa sertaneja “Ó de casa” e a canção sertaneja “Mágoas de carreiro”, ambas de sua autoria. Em 1930, gravou as cenas cômicas “Casamento na roça”; “Hotel dos viajantes” e “Na quitanda”. No mesmo ano, gravou de Sátiro de Melo o cateretê “Rela coco” e a embolada “Sacode a saia, caboca!”. No mesmo ano, sua filha Dircinha Batista, então com oito anos de idade, iniciou-se na vida artísitca lançando um disco com duas composições de sua autoria, “Borboleta azul” e a a canção “Dircinha”.
Em 1931, gravou as canções cômicas “Reflexos de um concurso de beleza” e “Apuros do chorão no dentista”, de sua autoria. Nesse mesmo ano, participou do primeiro filme sonoro nacional, o “Coisas nossas”, produzido por Wallace Downey. Em 1934, gravou na Odeon de sua autoria a cêna cômica “Infantilidade” e a embolada “Sururu”. Em 1936, retornou para a Columbia onde lançou mais dois discos com, entre outras, a “Quadrilha da família chorão”. Teve importante papel na introdução de suas filhas, Linda e Dircinha, na carreira artística.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho. Editora: MEC/FUNARTE. Rio de Janeiro, 1982.