Compositor.
Foi parceiro de Jayme Florence no clássico samba-canção “Molambo” que teve diferentes regrações ao longo do tempo.
Teve sua primeira composição gravada em 1940, o samba “Bahia Oi Bahia”, com Vicente Paiva, lançada pelo grupo Anjos do Inferno na Columbia. Em 1942, o samba canção “Confesso” foi gravado por Lenita Bruno na Columbia. No mesmo ano, Odete Amaral gravou na Columbia o samba “Condições De Paz”, com Jaime Florence, enquanto a marcha “Faço E Aconteço” era registrada por Castro Barbosa pela Columbia. Em 1945, o samba “Deixa Pra Lá”, com Jaime Florence, foi gravado por Isaura Garcia, na Victor. Em 1947, o samba canção “Prêmio de Consolação”, com Jaime Florence, foi lançado por Isaura Garcia pela RCA Victor.
Em 1950, teve gravados os sambas “Reportagem De Amor”, com Horondino Silva, por Gilberto Alves na RCA Victor, e “Copo Dágua”, com Horondino Silva e Jaime Florence, por Linda Batista, na RCA Victor, e
os sambas canção “Represália”, com Horondino Silva, “Não Sou Eu”, com Jaime Florence, e “Diga-me A Verdade”, com Horondino Silva e M. Reis, por Isaura Garcia, na RCA Victor. Em 1951, o samba canção “Compaixão”, foi gravado na RCA Victor por Gilberto Milfont.
Em 1952, o radialista César de Alencar, gravou a marcha “A Coisa”, com Charles Green, pela RCA Victor, e na mesma gravadora, Isaura Garcia registrou o samba canção “Isto É Amor”, com Orlando Silveira e Jaime Florence, Bob Nelson a marcha “Meio Dia”, versão do original de Ned Washington e Dimitri Tiomkin, e Ângela Maria o samba canção “Meu Coração”, com Jaime Florence.
No mesmo ano, fez versão para o fox “Charmaine”, de Erno Rapee e Lew Pollack, gravado por Gilberto Alves, na RCA Victor.
Em 1955, seu maior sucesso, o samba canção “Molambo”, com Jaime Florence, foi gravado pelo cantor paulista Roberto Luna, na Odeon. Em 1956, Cauby Peixoto gravou “Molambo”, no LP “Você, a música e Cauby” conseguindo enorme êxito. No mesmo ano, essa composição recebeu gravações de Juca do Acordeom, Neusa Maria, Pedroca do Trombone, K-Ximbinho, Luiz Eça e Waldir Calmon. Em 1957, “Molambo” foi gravado por Bola Sete, Lindolphjo Gaya, Robledo do Clarinete, e Elizeth Cardoso.
Em 1959, fez suceso com o samba “Gênio Mau”, com Jaime Florence, lançado por Odete Amaral no LP “Tudo lembra você”, da Todamérica.
Em 1961, o samba canção “Operação Amor”, com Jaime Florence, foi lançado por Marisa Gata Mansa pela Copacabana.
Em 1969, seu samba “Prêmio de consolação”, com Meira (Jaime Florence), foi gravado por Elizeth Cardoso, para o LP “A bossa eterna de Elizeth e Cyro – Vol. 2”, da gravadora Copacabana.
Em 1970, teve treze marchas gravadas pelo palhaço de circo Carequinha no LP “Carequinha viaja pelo mundo” da gravadora Copacabana: “Amazonas-pará”, “Maranhão-piauí”, “Ceará”, “Paraíba”, “Pernambuco”, “Alagoas”, “Bahia”, “Minas”, “Estado do Rio de Janeiro”, “Guanabara”, “São Paulo-paraná”, “Rio Grande do Sul” e “Brasil”. Em 1971, o xote “O Baile da Tartaruga”, com Jaime Florence e Osmar Safety, foi gravado por Zé Gonzaga, no LP “Viva o Rei do baião”, do selo Entré/CBS. Seu maior sucesso, o samba canção “Molambo”, recebeu mais de 30 gravações feitas por nomes como Manoel da Conceição, Airto Moreira, Emilio Santiago, Jair Rodrigues, Silvio Caldas, Irany Pinto, The Pops, Incríveis e outros. Essa composição possui uma história curiosa: seu autor era boêmio inveterado e todas as noites durante dez anos frequentou um bar com um grupo de amigos até que um dia avisou que iria morar com a amada em Copacabana, e ficou cinco anos sem frequentar o tal bar até que retornou, dizendo que havia se separado. Depois chegou um dia no bar e pediu a Jaime Florence que o caompanhasse numa composição. E cantou então “Molambo”, que selou sua reconciliação com a amada, não aparecendo mais no bar. Surgia assim um clássico da música popular brasileira.
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.