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Nome Artístico
Augusto Jatobá
Nome verdadeiro
José Carlos Augusto Jatobá
Data de nascimento
10/3/1946
Local de nascimento
Campo Formoso, BA
Dados biográficos

Cantor. Compositor. Letrista. Artista plástico. Desing. Arquiteto. Publicitário. Diagramador e arte-finalista.
Em 1958 a família transferiu-se para a cidade de Feira de Santana.
Artista plástico premiado desde os 15 anos, mudou-se para Salvador em 1966 para estudar e trabalhar. Neste mesmo ano recebeu, das mãos de Assis Chateaubriand, o “Prêmio de Pintura” do Museu Regional de Feira de Santana.
Em 1968 trabalhou como Diretor de Arte, na agência publicitária Propeg Propaganda, na Bahia, ao lado de Fernando Borba, Walter Queiroz, Lobianco, João Ubaldo Ribeiro. Paralelamente estudava Belas Artes e Arquitetura na UFBA. Neste mesmo ano atuou como monitor da “Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia”, na qual também participou expondo seus quadros. Dois anos depois, em 1970, recebeu o “Prêmio Logomarca Clube de Engenharia da Bahia”, por sua criação nesta área da publicidade.
Em 1972 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde passou a estudar Arquitetura na Faculdade de Arquitetura da UFRJ. Fundou a agência Macy Comunicações, com Mário de Almeida, Cyro del Nero e Manoel Carlos, para realizar projetos de programação visual, tais como a abertura da novela “Cavalo de Aço”, da TV Globo. No Rio de Janeiro reencontrou os conterrâneos Antônio Carlos, Jocafi, Walter Queiroz, Tom e Dito, entre outros artistas.
Em 1973 criou vários projetos arquitetônicos, tais como as residências do casal Antônio Carlos e Maria Creuza; residência de Dori Caymmi, de Mário de Almeida e ainda o projeto de relançamento das Torres de Athaideville; projeto de lançamentos imobiliários para Júlio Bogoricin, Orcal, Wrobel Hilf, entre outros, além de projetos de arquitetura promocional para a Esquire Propaganda.
Em 1974 criou a decoração de carnaval do “Baile da Cidade do Rio de Janeiro”, no Canecão; projetos cenográficos para o “Ballet Dalal Acchar”, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. No ano seguinte criou projetos para o carnaval de bairros para Riotur.
No ano de 1976, o poeta Paulo César Pinheiro o convidou para trabalhar na gravadora EMI-ODEON, tornando-se responsável pela parte gráfica nas produções de discos de Clara Nunes, João Nogueira e Joel Nascimento, além de fazer a capa do livro de poemas e letras “Canto brasileiro” (Paulo César Pinheiro, 1976), de “A poética de Paulo César Pinheiro”, de José Maria de Souza Dantas (1976), entre outros. Também fez capas para LPs de João Nogueira, Clara Nunes, Joel Nascimento, Dona Ivone Lara entre outros. No ano seguinte, em 1977, a convite de Antônio Carlos, Jocafi e Durval Ferreira, passou a trabalhar como capista e nos projetos gráficos para a RCA Victor, em discos de Maria Creuza, Toquinho e Vinicius de Moraes, Antonio Carlos e Jocafi, Paulo Brito, Silvio César, entre outros. No ano de 1978 fundou o Estúdio de Invenções Produtora Ltda, pelo qual lançou 26 discos de diversos artistas, entre os quais “Que é qui tu tem canário”, de Xangai e seus quatro discos intitulados “Matança” (1992), “Navio dos animais” (2002), “20 anos da música de A. Jatobá – Volume 01” (2003 / vários intérpretes), “20 anos da música de A. Jatobá – Volume 02” (2003 Intérprete: Xangai), além de LPs e CDs de Elomar, Turíbio Santos, Andréia Daltro, Saul Barbosa e Manassés.
Em 1980 criou a empresa Estudioart Prod. e Distribuidora de Discos, para produzir eventos musicais e distribuir discos. Dois anos depois, em 1982, inaugurou a loja de discos “In-dependente”, na qual realizava, até o ano de 1990, vários eventos de lançamentos líteros-musicais.
No ano de 2002 recebeu o título de “Cidadão Carioca”, conferido pela a ALERJ (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Neste mesmo ano, a convite do ministro Rubens Ricupero, colaborou com a ONU, durante o evento “UNICATED”, no Rio de Janeiro.

Dados artísticos

No início da década de 1970 teve sua primeira composição gravada, “Buraco fundo”, pela cantora pernambucana Oneida em um compacto simples.
Em 1980 Elba Ramalho gravou sua composição “Pés de milho” no LP “Capim do vale”, lançado pela gravadora Sony Music. No ano posterior, em 1981, o parceiro Xangai interpretou “Cantoria do galo” (Xangai e Jatobá), “Pés de milho” (Jatobá), “Matança” (Jatobá) e “Água” (Xangai e Jatobá) no LP “Qué qui tu tem canário”, de Xangai, lançado pelo selo Estúdio de Invenções.
Em 1982 sua composição “Matança” virou clipe do programa “Fantástico”, da Rede Globo, com interpretação de Xangai. Neste mesmo ano o cantor e compositor Rui de Carvalho gravou “A Lenda do Pirajurú”, parceria de ambos, incluída no LP “Enfieira”, de Rui de Carvalho. Dois anos depois a mesma composição foi regravada por Mão Branca. Neste mesmo ano, de 1984, Saul Barbosa gravou “A Ira de Iara” (Saul Barbosa e Jatobá) no LP “O Ar o Tempo e o Vento”, de Saul Barbosa.
Em 1986 Saul Barbosa gravou as faixas “A rainha e o peão” e “Amor de além mar”, ambas de Saul Barbosa e Jatobá, no LP “Movimento”, de Saul Barbosa. No ano posterior Carlos Pitta em seu disco “Brisa” incluiu duas composições de sua autoria: “Matança” e “De Santana”. Neste mesmo ano de 1987 a cantora Oneida regravou “Buraco fundo” no LP “Oneida”, lançado pela Gravadora RCA Victor. No ano seguinte, em 1988, o próprio Jatobá interpretou sua composição “Processo Industrial” no LP oficial do “Festival Nordeste TV Itapoã, lançado pelo Selo WR, da Gravadora EMI/Odeon. Ainda em 1988 também gravou de sua autoria a faixa “Material humano” no LP do “Festival de Inverno de Vitória da Conquistense de MPB”, composição com a qual havia ganhado o primeiro lugar” no referido festival.
No ano de 1989 o parceiro Tonton Flores gravou “Decreto Lei” (Jatobá) no LP “Água e sal”, lançado pela gravadora BMG Ariola em parceria com o Selo Nosso Som.
Em 1992 lançou o primeiro disco individual, o LP “Matança”, no qual interpretou várias de suas composições em dueto com convidados ou em solo. No LP foram incluídas “Matança” interpretada em dueto com Geraldo Azevedo; “O Homem Arvoredo” cantada por Jatobá, Elomar e Xangai; “Mata Atlântica”; “O primeiro vegetal”, “Imbuzeiro”, “Parado no Ar”, “Frutos de plástico”, “Mastruço” e “Ave árvore”. Neste mesmo ano suas parcerias com Tonton Flores “Amor antigo”, “Eu quero ser”, “Tudo a fazer”, “Recriação do mundo”, “Ma Maison” e “Pintura” foram gravadas no CD “Recriação do mundo”, de Tonton Flores.
Em 1994 Elba Ramalho regravou “Pés de milho” no CD “Geração Nordeste”, da gravadora Sony Music. No ano posterior, em 1995, o LP “Matança” foi lançado em versão CD.
No ano 1998 Marcos Ruas, em seu CD homônimo, gravou “Nas asas do Zabelê” (Jatobá). Neste mesmo ano o parceiro Saul Barbosa gravou “Encontrando você”, parceria de ambos, no CD “Cio na cidade”. No ano posterior o cantor Clever Jatobá regravou “Nas asas do Zabelê” e “Eterna solidão”, também de sua autoria, no CD “Rural Country”.
Em 2000 Eduardo Boaventura interpretou “Canto chão” (Eduardo Boaventura e Jatobá) no CD independente “Pequeno grande encontro”. Neste mesmo ano o Grupo Ecoar (Coral do IBAMA/Brasilia-DF) regravou “Matança” no CD “Ecoar”. Ainda no ano 2000 o cantor baiano Djalma Oliveira regravou “Matança” no CD “O melhor de Djalma Oliveira”, com arranjos de Lincoln Olivetti. Dois anos depois, em 2002 Xangai regravou “Matança” e “Nas asas do Zabelê” no CD coletivo “Villagio Café 10 Anos”. Neste mesmo ano sua composição “Matança” foi incluída em disco do “Projeto Parâmetros em Ação”, em CD educativo intitulado “Meio Ambiente na Escola”, com tiragem de 800.000 cópias, distribuída pelo MEC, CD no qual fez a produção artística e executiva. Neste mesmo ano de 2002 o próprio compositor lançou o LP “Navio dos animais”, no qual interpretou suas músicas “Navio dos animais”, “Eco-lógico”, “Ânimos de animais-I”, “Ânimos de animais-II”, “O perigo está velho”, “Brasil solitário”, “Cantoria do galo”, “Tudo torto e certo”, “Paz dos animais”, “Via violência”, “Nas asas do Zabelê”, “Pés de milho”, “Buraco fundo”, “Fábula ferida” e a faixa-título “Navio dos animais”. Também, neste mesmo ano, O Coral do IBAMA regravou “Mata Atlântica” no CD “Canções da natureza”.
Em 2003 lançou por seu selo musical Estúdio de Invenções o LP “20 anos da música de A. Jatobá – Volume 01” com vários intérpretes. Neste mesmo ano foi lançado, pelo mesmo selo musical, o LP “20 anos da música de A. Jatobá – Volume 02”, no qual somente Xangai interpretou “Musa” (Xangai e Jatobá); “Ana Raio”, parceria de ambos e tema da novela da Rede Manchete, “Ana Raio e Zé Trovão”; “Tudo aquilo que flutua feito vaca com cabeça rabo e refrão”, “Toda margarida”, “Via violência”, “Carro de boi”, “Brasil solitário”, todas somente de autoria de Jatobá.
No ano de 2004 o disco “Navio dos animais” foi lançado em CD. Neste mesmo ano Cacá Lopes regravou “Processo industrial” no CD Independente “Mutirão se sonhos”. Ainda em 2004 o parceiro Vicente Viola interpretou “Nossa profissão”, parceria de ambos, no CD “Alma”. No ano posterior, Maria Rita regravou “Água” (Xangai e Jatobá) no CD “Mãe natureza”.
Em 2006 o Coral da SEFAZ (Bahia) regravou “Matança”; o parceiro Tonton Flores gravou “Mabaços”, “A paz vale a pena” e “Feitiço”, parcerias de ambos, no CD “Tonton Flores”; Mahrco Monteiro regravou “Matança” no CD “Pesqueiro do Equador” e a cantora Márcia Freitas suas composições “Final das águas” e “Eco-lógico” no CD “Caminho das águas”, produzido e lançado pela Fundação Roberto Marinho/Canal Futura/MEC, com tiragem de 500.000 cópias. Ainda em 2006 Saulo Borges regravou “Matança” no CD do “4º Festival de Furnas”.
Em 2008 Nilson Chaves regravou “Matança”. No ano posterior Tonton Flores gravou “Serenata”, parceria de ambos, faixa que deu nome ao CD.
Em 2010 Margareth Menezes regravou “Matança” no CD “Naturalmente”, lançado pela gravadora MZA e no mesmo ano regravou a composição no DVD “Naturalmente Acústico”, lançado pela gravadora MZA.
No ano de 2011 Tonton Flores incluiu em seu CD “Forró” as faixas “Essa menina” e “Amor antigo”, duas parceria com Jatobá.
Entre seus vários intérpretes constam também Tatu Lemos em “Fábula ferida”; Márcia Freire em “Final das águas” e Dércio Marques em “O Homem Arvoredo”, entre outros.
Tem mais de 100 composições gravadas, entre as quais, o seu maior sucesso, “Matança”, com cerca de 30 regravações por vários intérpretes, usada como tema de abertura, durante anos, do programa Adelzon Alves, na Rádio Globo.

Discografias
2004 Gravadora Estúdio de Invenções CD Navio dos animais
2003 Gravadora Estúdio de Invenções LP 20 anos da música de A. Jatobá - Volume 01 (vários intérpretes)
2003 Gravadora Estúdio de Invenções LP 20 anos da música de A. Jatobá - Volume 02 (Intérprete: Xangai)
2002 Gravadora Estúdio de Invenções LP Navio dos animais
1995 Gravadora Estúdio de Invenções CD Matança
1992 Gravadora Estúdio de Invenções LP Matança
1988 Selo WR/Gravadora EMI/Odeon LP Festival Nordeste TV Itapoã (vários)
1988 Independente LP Festival de Inverno de Vitória da Conquistense de MPB (vários)
Obras
A Lenda do Pirajurú (c/ Rui de Carvalho)
A ira de Iara (c/ Saul Barbosa)
A paz vale a pena (c/ Tonton Flores)
A rainha e o peão (c/ Saul Barbosa)
Amor antigo (c/ Tonton Flores)
Amor de além mar (c/ Saul Barbosa)
Ana Raio (c/ Xangai)
Ave árvore
Brasil solitário
Buraco fundo
Canto chão (c/ Eduardo Boaventura)
Cantoria do galo (c/ Xangai)
Carro de boi
Como no princípio
De Santana
Decreto-Lei
Eco-lógico
Encontrando você (c/ Saul Barbosa)
Essa menina (c/ Tonton Flores)
Eterna solidão
Eu quero ser (c/ Tonton Flores)
Feitiço (c/ Tonton Flores)
Final das águas
Frutos de plástico
Fábula ferida
Imbuzeiro
Ma Maison (c/ Tonton Flores)
Mabaços (c/ Tonton Flores)
Mastruço
Mata Atlântica
Matança
Material humano
Musa (c/ Xangai)
Nas asas do Zabelê
Navio dos animais
Nossa profissão (c/ Vicente Viola)
O Homem Arvoredo
O perigo está velho
O primeiro vegetal
Parado no ar
Paz dos animais
Pintura (c/ Tonton Flores)
Processo industrial
Pés de milho
Recriação do mundo (c/ Tonton Flores)
Serenata (c/ Tonton Flores)
Toda margarida
Tudo a fazer (c/ Tonton Flores)
Tudo aquilo que flutua feito vaca com cabeça rabo e refrão
Tudo torto e certo
Via violência
Água (c/ Xangai)
Ânimos de animais I
Ânimos de animais II
Bibliografia Crítica

AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.