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Nome Artístico
Ataulfo Alves
Nome verdadeiro
Ataulfo Alves de Sousa
Data de nascimento
2/5/1909
Local de nascimento
Miraí, MG
Data de morte
20/4/1969
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor. Cantor.

Nasceu na Fazenda Cachoeira, município de Miraí, Zona da Mata de Minas Gerais. Filho de Severino de Sousa e Matilde de Jesus. O pai, que tinha o apelido de Capitão, embora nunca tivesse sido militar, tocava viola, sanfona e fazia repentes. Ficou conhecido em toda a região.

Ainda com oito anos, já gostava de improvisar com Severino, que faleceu quando ele tinha apenas 10 anos. Com a morte do pai, a família deixou a fazenda (propriedade de Alves Pereira, que pode ser o motivo do sobrenome Alves de Ataulfo), indo morar na Rua do Buraco (hoje Ataulfo Alves), 23, em Miraí, MG. Era uma família de sete irmãos: Ataulfo, Alaor, Paulinho, Tita, Maria Mercedes, Maria Antonieta e Norina.

Ainda menino, o compositor começou a trabalhar para ajudar a mãe no sustento da casa. Foi leiteiro, condutor de bois, apanhador de malas na estação, menino de recados, carregador de marmitas, marceneiro, engraxate, plantador de café, arroz e milho, e muitas outras atividades. Mesmo trabalhando duro, continuou seus estudos no grupo escolar Dr. Justino Pereira.

Deixou Miraí em 1927, com apenas 18 anos, indo para o Rio de Janeiro tentar melhores oportunidades. Partiu acompanhando o médico Afrânio Moreira de Resende, amigo de sua família, e que se transferia para a capital federal, com mulher e filhos. Ataulfo passou a trabalhar de dia no consultório do Dr. Afrânio, na Rua da Assembléia, centro do Rio, e de noite, fazia a limpeza geral da residência do médico.

Depois de algum tempo, empregou-se na Farmácia e Drogaria do Povo (de Samuel Antunes), como limpador de vidros, e onde acabou aprendendo o ofício de prático de farmácia, conquistando a simpatia e a confiança do dono. Na época, morava no bairro do Rio Comprido, onde passou a freqüentar rodas de samba.

Em entrevista, contou: “Eu organizei um conjunto, um grupo. Já tocava violão, já tinha meu cavaquinho, meu bandolinzinho, já fazia meu dó maior acertadinho, direitinho. Conforme eu manipulava as pílulas, manipulava também o samba”. Aos 19 anos, casou-se com Judite. Nessa época conheceu uma jovem de nome Maria do Carmo, amiga das filhas do patrão, e que morava na Travessa do Comércio, 24. A moça vivia dizendo que um dia seria artista. O compositor achava graça. A jovem era, simplesmente, aquela que se tornaria o mito Carmen Miranda. Em 1929, chegou a trocar, por curto período, o emprego na farmácia de Samuel. Foi trabalhar na Farmácia Mello, no Catumbi, do Dr. João Bandeira de Mello. Teve, com a esposa Judite, cinco filhos: Adélia, Ataulfo Júnior, Adeilton, Matilde e Adelino (que morreu jovem).

Ao longo dos 35 anos de sua vitoriosa carreira, acumulou muitos troféus, medalhas, placas e diplomas, além dos quadros pintados por Pancetti, “Lagoa serena” e “Pois é”, inspirados em seus famosos sambas. Um lenço branco foi a sua “marca registrada”. Com ele, costumava “reger” o seu conjunto. Foi um dos mais bem sucedidos sambistas compositores dos anos 1940 e 1950. Sempre muito educado, gentil e refinado, vestia-se com elegância. Chegou a ser eleito um dos “10 mais elegantes” em famoso concurso promovido pelo colunista social Ibrahim Sued. “Quando fui apontado como um dos 10 mais elegantes pelo Ibrahim, eu aparecia nas fotografias com um terno de 10 anos atrás. É que, naquela época, eu não podia pagar um bom alfaiate. Mas, depois de eleito, surgiram grandes alfaiates que, interessados em ganhar publicidade, ofereciam-se para me fazer roupas de graça”. Foi um dos primeiros compositores populares a editar suas próprias composições. Faleceu no Rio de Janeiro, vítima de uma úlcera no duodeno que o acompanhou por quase 20 anos.

Dados artísticos

Começou a compor por volta de 1929, quando tinha 19 anos e era diretor de harmonia do bloco “Fale quem quiser”, organizado no bairro do Catumbi. Em 1933, Alcebíades Barcelos, o Bide, depois de ouvir algumas de suas composições, levou-o ao escritório de Mr. Evans, um americano, diretor da RCA Victor. Nessa reunião, Mr. Evans, entusiasmado com o que ouvia, telefonou para uma de suas contratadas, Carmen Miranda, que rapidamente veio ao encontro dos três. Ao ver o compositor, Carmem reconheceu-o de imediato, como o rapaz que trabalhava na farmácia do pai de uma amiga. Surpresa, perguntou: “mas você não é aquele moço lá da farmácia?”. “Perfeitamente” respondeu ele. “Mas você não era compositor!”, exclamou Carmen. “Você também não era cantora!”, disse em resposta. Os dois riram muito e explicaram para Mr. Evans que se conheceram quando ela ainda se chamava Maria do Carmo e ele era apenas um prático de farmácia. Carmem Miranda escolheu e lançou no mesmo ano o samba “Tempo perdido”, e logo em seguida, Almirante, lançou o samba “Sexta-feira”. Passou a ser apadrinhado por Almirante e Bide. Em 1935, alcançou seu primeiro sucesso com o samba “Saudades do meu barracão”, gravado por Floriano Belham pela  RCA Victor.  Em dezembro desse mesmo ano, o Bando da Lua gravou sua marcha “Menina que pinta o sete”, em parceria com Roberto Martins.

Começou a ganhar dinheiro desde o seu primeiro sucesso. “Naquela época um disco fazia sucesso quando vendia mil ou mais de mil cópias. Os outros compositores ganhavam $100 (cem réis) por face, mas eu, não sei porque, já comecei ganhando $200 (duzentos réis)”. Foi ganhando fama. Em 1936, Sílvio Caldas gravou o samba “Saudade dela”, pela  Odeon e Carlos Galhardo pela Victor, os sambas “Você não sabe, amor”, parceria com Alcebíades Barcelos e “Tenho prazer” e “Não posso crer”.

Em 1937, Carlos Galhardo, que seria seu maior lançador de músicas nos anos seguintes, gravou pela Odeon, a valsa “A você”, parceria com Aldo Cabral, e o samba-canção “Quanta tristeza”, parceria com André Filho. No mesmo ano, Orlando Silva gravou os sambas  “Mulher fingida”, parceria com Bide, “Boêmio”, com J. Pereira, e “Rainha da beleza”, com Jorge Faraj. Em 1938, Odete Amaral lançou pela Victor, os sambas “Ironia” e “Não mando em mim”, parcerias com Bide e Orlando Silva gravou os samba “Errei, erramos” e “Meu pranto, ninguém vê”, parceria com José Gonçalves.

Passou a compor com outros parceiros além de Bide: Claudionor Cruz, João Bastos Filho, Wilson Batista e J. Pereira. Em 1939, Carlos Galhardo lançou o samba “Você me deixou”, parceria com Armando Marçal, Sílvio Caldas, o samba “Já sei sorrir”, parceria com Claudionor Cruz, e Ciro Monteiro, o samba “Mania da falecida”, parceria com Wilson Batista. No mesmo ano, Aurora Miranda gravou, de sua parceria com Roberto Martins, o samba-choro “Teus olhos”, e a marcha “Eu conheço você…”, e Cyro Monteiro, o samba “Oh! Seu Oscar”, parceria com Wilson Batista, com o qual o compositor venceu o concurso de carnaval do ano seguinte. O nome “Oscar” era usado como gíria pelo pessoal que freqüentava o famoso Café Nice como sinônimo de sujeito tolo, ingênuo, paspalho.

Em 1940, Odete Amaral lançou o samba “Mulher de seu Oscar”, também parceria com Wilson Batista, e Cyro Monteiro, o samba “Sim, sou eu”, ambos pela Victor. No final do mesmo ano, Cyro Monteiro lançou o samba “O bonde de São Januário” com o qual venceu o concurso do carnaval do ano seguinte. “O bonde de São Januário” é um dos primeiros sambas que adotaram o tema de exaltação ao trabalho e condenação da malandragem sugeridos pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda, da ditadura Vargas), que na época preocupava-se com a grande quantidade de sambas fazendo apologia à vadiagem. O samba acabou inspirando uma famosa paródia (que pode ter sido do próprio Wilson Batista, um flamenguista doente) que dizia: “O bonde de São Januário/ leva um português otário/ pra ver o Vasco apanhar…”.

Em 1941, fez sua primeira gravação como intérprete, lançando seus sambas “Leva, meu samba…” e “Alegria na casa de pobre”, esse em parceria com Abel Neto. No mesmo ano, Aracy de Almeida lançou o samba “Eu não sou daqui”, e Cyro Monteiro o samba “Você é o meu xodó”, parcerias com Wilson Batista. Em 1942, teve outras de suas parcerias com Wilson Batista lançadas, os sambas “Faz um homem enlouquecer”, por Cyro Monteiro, e “Terra boa”, por Orlando Silva. Nesse mesmo ano, estava em situação financeira difícil e, depois de oferecer inutilmente um novo samba a vários intérpretes da época, resolveu ele mesmo lançar, com o acompanhamento do seu grupo Academia do Samba e a introdução do bandolim de Jacob Bittencourt, o samba “Ai que saudades da Amélia”, em parceria com Mário Lago. O samba foi sucesso no carnaval. Inspirado na lavadeira Amélia, que trabalhava para Aracy de Almeida e que, segundo o baterista e irmão da cantora, Almeidinha, “…lavava, cozinhava, passava, e o dinheiro que ela ganhava a gente bebia. Aquilo é que era mulher…”. Ao compor a melodia para a letra de Mário Lago, modificou tanto os versos que o parceiro se mostrou descontente com o resultado. O desentendimento durou pouco, e, em 1944, os dois compuseram outro sucesso, “Atire a primeira pedra”, gravado nesse mesmo ano por Orlando Silva na Odeon com tanto sucesso que foi o responsável pela única ocasião em que Mário Lago viu o parceiro de pileque no Café Nice dizendo: “Parceiro, estamos outra vez na boca do povo…”.

Em 1943, compôs com Jorge de Castro o samba “Eu não sabia”, lançado pelos Anjos do Inferno, e “Inimigo do samba”, gravada por Orlando Silva. No mesmo ano, lançou com Sua Academia de Samba “Foi covardia”, de sua autoria e “A nova aurora raiou”, de Cristóvão de Alencar e Paulo Pinheiro. Em 1944, decidido a lançar suas próprias músicas, organizou o conjunto chamado “Ataulfo Alves e suas pastoras” por sugestão de Pedro Caetano. O grupo era formado por Olga, Marilu e Alda e lançou no mesmo ano, de sua autoria, os sambas “Escravo da saudade”, “Laura” e “Não irei lhe buscar” e em parceria com Odilon Noronha, a batucada “Meu protetor”. No ano seguinte, Orlando Silva gravou “Antes só que mal acompanhado”, samba composto em parceria com Benedito Lacerda. Com Suas Pastoras, lançou, entre outras, a canção “Fogueira do coração”, parceria com Torres Homem, e o samba “Mártir do amor”, com David Nasser. No mesmo ano, passou a gravar com Suas Pastoras na Victor, onde estreou com os sambas “Boêmio”, parceria com J. Pereira e “O negro e o café”, parceria com Orestes Barbosa.

Em 1946, gravou com Suas Pastoras os sambas “Nunca mais”, de Nelson Lucena e Sebastião Cirino, “Boêmio sofre mais”, de sua parceria com Floriano Belham, e “Para que mais felicidade”, outra parceria com Mário Lago. Em 1947 lançou com Suas Pastoras, de Sebastião Cirino e J. Portela, o samba “Audiência ao prefeito”, e de sua autoria, o samba “Sonhei com ela”. No mesmo ano, lançou com Suas Pastoras seu samba “Infidelidade”, com Américo Seixas, que também foi gravado pelo cantor Déo na Continental no ano seguinte.

Em 1948 gravou com Seu Estado Maior a marcha “Boca de fogo”, parceria com José Batista e o samba “O castigo que te dei”, parceria com Geraldo Queiroz. No ano seguinte gravou os sambas “Vida da minha vida”, de sua autoria, e “Banco de réu”, de Djalma Mafra. A década de 1950 foi marcada por composições cuja temática era a fossa, a “dor-de-cotovelo”. Sua música encaixava-se dentro desse espírito. “Nas viagens que faço pelo Brasil, ouvindo cantigas da roça, às vezes ouço alguma que de certo jeito parece com um samba meu; acho que guardei na memória, sem saber, muita toada da roça e isso tem influência no meu samba; é por isso que ele é assim triste”, dizia ele.

Em 1950, Dalva de Oliveira gravou com sucesso o samba “Errei sim”, que participou literariamente da polêmica Dalva versus Herivelto. Em 1953, gravou com Linda Batista o samba “Balança, mas não cai”, de sua autoria. No mesmo ano, Dalva de Oliveira gravou o samba “Fim de comédia”, também inserida, embora tardiamente, na polêmica pública motivada pelo desquite de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins. Em 1954, participou do show “O samba nasce do coração”, realizado na Boate Casablanca, Urca, bairro do Rio de Janeiro. O show foi realizado com a preocupação de revitalizar o samba, desbancado pela invasão da música estrangeira. Nesse espetáculo, lançou um de seus maiores sucessos, “Pois é”, que motivou o pintor José Pancetti a pintar um quadro inspirado no samba. O pintor ofereceu a obra ao autor que, em gratidão, compôs “Lagoa serena”, com J. Batista. Pancetti, comovido, pintou então um quadro com esse título, comunicando por carta que a tela por direito e justiça pertencia também ao sambista . Foi o início de uma grande amizade. Ainda em 1954, gravou pela Copacabana os sambas “É hoje”, parceria com Valdemar de Abreu e “Doeu”, de Ricardo Galeno.

Em 1955, gravou com Suas Pastoras o samba “Pois é”, pela Sinter, em LP que recebeu o seguinte título: “Ataulfo Alves, suas pastoras e seus sucessos” e que incluiu ainda os sambas “Ai que saudades da Amélia” e “Atire a primeira pedra”, com Mário Lago, “Vida de minha vida”, “Pai Joaquim de Angola”, e “Leva meu samba”, de sua autoria, “Infidelidade”, com Américo Seixas, e “Vai na paz de Deus”, com Antônio Domingues. Também do mesmo ano foi o LP “Ataulfo Alves e suas Pastoras”, também da Sinter incluindo oito sambas, três apenas de sua autoria: “Você não quer nem eu”, “Rainha do samba”, e “Sai do meu caminho”, além de “Se a saudade me apertar”, com Jorge de Castro, “É hoje”, com Dunga, “Endereço”, com Mário Lago, “Castelo de Mangueira”, com Roberto Martins, e “Fala mulato”, com Alcebíades Nogueira. Nesse ano, seu samba “É hoje” foi escolhido por um júri reunido no Teatro João Caetano como um dos dez mais populares do carnaval daquele ano. Ainda em 1955, foi escolhida pelo crítico Silvio Túlio Cardoso através da coluna “Discos populares” escrita por ele para o jornal O Globo como o “melhor compositor do ano” recebendo como prêmio um “disco de ouro” entregue em cerimônia no Goldem Room do Copacabana Palace. Ainda em 1955, seu samba “Se a saudade me apertar”, com Jorge de Castro, foi escolhido pela Comissão Julgadora do Departamento de Turismo e Certames da Prefeitura do Distrito Federal, em concurso organizado pelo Sindicato dos Compositores e, realizado no Teatro João Caetano, como a “Melhor Melodia”. Em 1956, gravou com Suas Pastoras dois sambas de sucesso, ambos de sua autoria, “Atire a primeira pedra” e “Leva meu samba”. Na Sinter, lançou ainda em 1956, mais dois LPs. O primeiro foi “8 sucessos de Ataulfo Alves e Suas Pastoras, sendo sete apenas de sua autoria: “Saudade do meu barracão”, “Mulata assanhada”, “Um retrato de Minas”, “Meus tempos de criança”, “Saudade dela”, ” Quem me deve me paga”, e “O mais triste dos mortais”, além de “Sei que é covardia”, com Claudionor Cruz. Nesse disco destacou-se o nostálgico samba “Meus tempos  de criança”, com lembranças de sua infância feliz em Miraí. O outro LP lançado no mesmo ano pela Sinter se chamou “Ouvindo Ataulfo Alves e Suas Pastoras” incluindo sambas de sua autoria solo como “Nego tá se acabando”, “Samba de Bangú”, e ” Vento que venta lá”, mais três em parcerias diversas: “Lagoa serena”, com José Batista, “Pela luz divina”, com Mário Travassos, e “Meu lamento”, com Jacob do Bandolim, além de “Eu e o meu amor”, de Vinicius de Moraes, e “Melodia de morro”, de Luis de França e Nelson Bastos.  Em 1957, voltou às paradas de sucesso com o samba “Vai, vai mesmo”, que se tornou um dos sambas mais cantados do carnaval de 1958 e uma das raras músicas carnavalescas de Nora Ney.  Ainda em 1957, compôs com Claudionor Cruz o samba “Sei que é covardia”. Também no mesmo ano, participou com suas pastoras do programa “Clube do samba” na Rádio Nacional. Na ocasião, a coluna “Nós, os ouvintes” do jornal O Globo sobre rádio e TV assim comentou essa participação: “De Ataulfo ouvimos, além de “Mulata assanhada”, que é dos melhores sambas do carnaval do corrente ano, um outro samba que diz “Adeus Grajaú, vou sambar lá em Bangu”. Também em 1957, foi lançado pela Sinter o LP “Ataulfo Alves e Suas Pastoras no Clube do Samba” que trazia oito sambas apenas de sua autoria, “Caminhando”, “Saudade da mulata”, “Maria da Conceição”, “Rainha do mar”, “Devagar morena”, “Brado de alertar”, “Quando eu morrer” e “Bem que me diziam”, além de “Mentira pura”, com Jair Silva, “Lar antigo”, com Conde, “Martir no amor”, com David Nasser, e “Não choro mais”, com Vargas Jr. Em 1958, gravou na Odeon os sambas ” Vai, mas vai mesmo”, de sua autoria e “Chorei, penei”, de Agenor Lourenço e Geraldo Barbosa. Em 1959, também pela Odeon lançou o LP “Ataulfo Alves e Suas Pastoras” com os sambas “Mensageiro da dor”, “De janeiro a janeiro”, “Mais um samba popular”, “Jubileu”, “Intriga”, e “Bom crioulo”, todos de sua autoria, além de “Sei que é covardia”, com Claudionor Cruz, “Meu pranto ninguém vê”, com Zé da Zilda, os clássicos “Bonde de São Januário” e “Ó Seu Oscar”, com Wilson Batista, “Geme negro”, com Sinval Silva, e “Casa 33”, de Adelino Alves e Vargas Jr. Em 1961, participou da caravana organizada por Humberto Teixeira para divulgar a música brasileira na Europa. “Numa boate em Estocolmo entrei em cena sozinho, como estava ensaiado. Antes que começasse a falar, algumas vozes começaram a cantar: “nunca vi fazer tanta exigência…”. Senti um nó na garganta, sem saber o que fazer. Aí lembrei-me do Chico Alves, que me dizia que nessas horas era bom se contrair todo e fazer figa. Assim que pude, peguei o violão e comecei a cantar “Amélia”, com todos me acompanhando. Quando saí do palco, chorei de emoção”. Na volta da excursão, fundou sua própria editora, a ATA (Ataulfo Alves Edições), passando a editar suas próprias composições. Nessa época, resolveu passar a se apresentar sozinho, sem suas pastoras (cuja formação então era Nadir, Antonina, Geralda e Geraldina). Ainda em 1961, foi lançado pela gravadora Copacabana o LP “É bossa mesmo” que incluiu antigos sucessos e novas composições. Estão presentes nesse disco os sambas “Meus tempos de criança”, “Mais amor para você”, “Desafôro eu não carrego”, “Quem quiser que se aborreça”, “Vai mas vai mesmo”, “Malvada”, “É verdade”, “Você nasceu para o mal”, “O ódio não destrói o ódio”, e “Vida da minha vida”, todas de sua autoria, além de “Até breve”, com Cristóvão de Alencar, “Vestiu saia tá pra mim”, com José Batista. Em 1962, gravou “Na cadência do samba”, com Paulo Gesta, outro grande sucesso. Esse samba saiu no LP “Meu samba… Minha vida” lançado pela gravadora Philips e que incluiu ainda as composições “Dá licença”, “Vai mas vai mesmo”, “Se você não vai eu vou”, “O que que há”, “Corda e caçamba”, “Leva meu samba”, “Não tenho pressa”, “E o Duque não morreu”, “Reta final”, e “Minha infância”, de sua autoria, e “Se a saudade me apertar”, com J. de Castro, além dos clássicos sambas “Ai que saudades da Amélia”, e “Atire a primeira pedra”, com Mário Lago. Em 1964, lançou pela Philips o LP “Na ginga do samba” no qual além da música título incluiu também de sua autoria os sambas ” Macumbê macumbá”, “Livro aberto”, “O seu pranto”, “É mentira”, “Meus tempos de criança”, “Minha infância”, “Como a vida me bate”, “As árvores morrem de pé”, “O mundo está errado”, e “Protesto”, além de “Fênix”, com Aldo Cabral, “Se eu fosse pintor”, com Wilson Batista, e “Casa 33”, de Adelino Alves e Vargas Jr. Nesse ano, depois de realizar temporada de shows no Top Club, no Rio de Janeiro, sentiu-se mal de sua úlcera no duodeno. Em 1965, durante show na Boate Casablanca, decidiu passar para o filho Ataulfo Júnior o título de “General do Samba” e seu simbólico lenço branco. Em 1966, viajou para a África a fim de representar o Brasil no 1º Festival Internacional de Arte Negra, em Dakar, no Senegal. Prestou, nesse ano, um histórico depoimento para o Museu da Imagem e do Som – MIS, do qual resultou um LP biográfico, editado pelo museu, em 1969, logo depois de sua morte. No depoimento, coordenado pessoalmente pelo diretor do MIS, R. C. Albin, o compositor apresentava dois sambas ainda inéditos: “Laranja madura”, que logo se tornaria sucesso e “Nem que chova canivete”.

Em 1967, voltou a aparecer com várias gravações do samba “Laranja madura”. Nesse ano, gravou pela Polydor o LP “Eternamente samba” interpretando os sambas “Polêmica Ataulfo Alves X Carmen Costa”, que contou com a participação da cantora Carmen Costa cantando com ele “Pois é”, “Sai do meu caminho”, “Duro com duro”, “O vento que venta lá” e “Na ginga do samba”, todos de sua atoria, “A morena sou eu”, de Mirabeau e Milton de Oliveira, e “Conte o caso direito”, de Valdemir e Nilton Carudo. Nas outras faixas do disco interpretou sozinho os sambas “Vassalo do samba”, “Gente bem” e “Laranja madura”, de sua autoria; “Quantos projetos”, com Antônio Domingues; “Madame Fulano de Tal”, de Cyro Monteiro e Dias da Cruz; “Caco velho”, de Ary Barroso, e “Favela”, de Hekel Tavares e Joraci Camargo, além dos sambas “Lenço branco”, de Adelino Alves e Vargas Jr. e “Destino da madeira”, de sua autoria,  que foram interpretados por seu filho Ataulfo Júnior. O mesmo MIS, aliás, editaria, também em 1969,mais uma homenagem a Mestre Ataulfo, o LP gravado ao vivo na Boate Drink, em que Helena de Lima, Adeílton Alves e Luperce Miranda registraram mais de 40 composições do sambista, disco idealizado por R. C. Albin e produzido por Ary Vasconcelos.

A década de 1960 trouxe o impacto do iê-iê-iê e da bossa nova. Gostava dos novos movimentos, assim como os jovens gostavam de sua música. O próprio Rei do iê-iê-iê, Roberto Carlos, gravou na época “Ai que saudades da Amélia”. Antes de falecer, compôs ainda, com Carlos Imperial, os sambas “Você passa eu acho graça”, “Você não é como as flores” e sua última música, “Mandinga”, concluída pelo parceiro e gravada por Clara Nunes, pela Odeon. Seu parceiro, Mário Lago, declarou certa vez: “O samba de Ataulfo tem um negócio qualquer. Parece mineiro andando no meio da estrada, meio fingindo que não quer ir, e indo. Tem um balancinho gozado, diferente, como mineiro na estrada”.

Em depoimento a Rádio Eldorado, no final da década de 1980, Chico Buarque diria que seu samba “Quem te viu, quem te vê” fora influenciado pelo ritmo de Ataulfo Alves. A Som Livre, também ao final da década de1980, começo de 1990, lhe dedicou todo um LP cantado por grandes intérpretes de então.

Em 1995, comprovando a perenidade da obra do sambista mineiro,  o cantor e compositor paranaense Itamar Assumpção gravou o CD “Ataulfo Alves por Itamar Assumpção – pra sempre agora”. Em 1999, por ocasião dos 90 anos de seu nascimento, foi homenageado com uma série de quatro shows realizados no Centro Cultural Banco do Brasil. Dividido em quatro sessões temáticas: “Meus tempos de criança”, “Ataulfo, um Rei dos carnavais”, “Meu drama” e “Na cadência do samba”. O primeiro show, “Meus tempos de criança”, foi com Ataulfo Alves Júnior e Áurea Martins e contou com instrumental de Marcello Gonçalves, Henrique Cazes, Beto Cazes e Paulino Dias. Já “Ataulfo, um Rei dos carnavais”, contou com Monarco e o grupo vocal As Gatas, com o mesmos quatro  acompanhantes do show anterior. O terceiro show, “Meu drama”, foi cantado por Zezé Gonzaga e José Luiz Mazziotti, com acompanhamento de Itamar Assiere, Omar Cavalheiro e Oscar Bolão. O quarto show, “Na cadência do samba”, contou com Elza Soares e Roberto Silva acompanhados por Marcello Gonçalves, Haroldo Cazes, Oscar Bolão e Humberto Araújo. Em 2003, teve o samba “Você passa eu acho graça” regravado por Martinho da Vila. Em 2009, foi homenageado pela Academia Brasileira de Letras no projeto “MPB na ABL” apresentado no Teatro R. Magalhães Jr., daquela entidade, com o show “Ai, que saudades de Ataulfo” apresentado por seu filho Ataulfo Alves Jr. No mesmo ano, em comemoração ao centenário de seu nascimento foi lançado pelo pesquisador Sérgio cabral, pela Editora Lazuli, o livro “Ataulfo Alves: Vida e obra”. Foi também lançado pela Lua Music o CD duplo “Ataulfo 100 Anos”, com diferentes artistas interpretando seus principais sucessos, tais como: “Na Cadência do Samba”, com Paulo Gesta, por Elza Soares; “Mulata Assanhada”, por Elba Ramalho; “Você Passa Eu Acho Graça”, com Carlos Imperial, por Virgínia Rosa; “Fim de Comédia”, por Ângela Ro Ro; “Solitário”, por Ataulfo Júnior; “Cabe na Palma da Mão”, com Vargas Jr., na voz de Zezé Motta; “Meus Tempos de Criança”, na  de Ná Ozzetti; “Errei Sim”, com Fafá de Belém; “Infidelidade”, com Américo Seixas, interpretada por Aaíde Costa e André Mehmari; “A Você”, com Aldo Cabral, interpretada por Amelinha; “Lagoa Serena”, com José Batista, na voz de Milena; “Pois É”, na de Germano Mathias e Grupo Ó do Borogodó; “Atire A Primeira Pedra”, com Mário Lago, na de Marília Medalha; “Nunca Mais”, interpretada por Adeílton Alves; “Fênix”, com Aldo Cabral, por Edith Veiga; “Amor de Outono”, com Vargas Jr., cantada por Luiz Ayrão; “Desaforo Eu Não Carrego”, pelo grupo Língua de Trapo; “Leva Meu Samba”, interpretado por Luana Carvalho, Beth Carvalho e Quinteto Em Branco E Preto; “Vai, Mas Vai Mesmo”, por Fabiana Cozza; “Laranja Madura”, por Simoninha; “Bom Crioulo”, por Anelis Assumpção; “Ai Que Saudades da Amélia”, com Mário Lago, na voz de Márcia Castro; “Errei Erramos”, interpretada pela Banda Dona Zica e Luiz Melodia; “Pavio da Verdade”, com Américo Seixas, por Verônica Ferriani; “Meu Pranto Ninguém Vê”, com Zé da Zilda, interpretado por Marcos Sacramento e Grupo Ó do Borogodó; “Meu Lamento”, com Jacob do Bandolim, sob interpretação de Mateus Sartori e Alessandro Penezzi; “Na Ginga do Samba”, interpretado pelo Quinteto Em Branco E Preto; “Faz Como Eu”, com Mário Lago; catado por Edu Krieger; “Sei Que É Covardia”, com Claudionor Cruz, por Rômulo Fróes; “Lírios do Campo”, com Peterpan, por Silvia Machete; “Corda e Caçamba”, na voz de Moisés Santana e Futricando; “O Homem E O Cão”, com Artur Vargas Jr., com o duo 2ois; “Ó Seu Oscar”, com Wilson Batista, interpretado por Wado e Érika Machado, e “O Que Que Há”, na interpretação do grupo Cérebro Eletrônico e da cantora Maria Alcina. Além de homenagens em programas de Rádio e Tvforam realizados concertos pela Orquestra Petrobras no Canecão, Rio de Janeiro, e Sesc-Pinheiros, em São Paulo, com interpretação de suas músicas. Em 2011, foi lançado pelo selo Discobertas em convênio com o ICCA – Instituto Cultural Cravo Albin a caixa “100 anos de música popular brasileira” com a reedição em 4 CDs duplos dos oito LPs lançados com as gravações dos programas realizados pelo radialista e produtor Ricardo Cravo Albin na Rádio MEC em 1974 e 1975. No volume 3 estão incluídos seus sambas “Atire a primeira pedra”, com Mário Lago, e “Leva meu samba” na interpretação de Zezé Gonzaga e As Gatas; “Ai que saudades da Amélia”, com Mário Lago, e “Oh, Seu Oscar” e “O bonde de São Januário”, com Wilson Batista, na interpretação de Gilberto Milfont e As Gatas. No mesmo ano, foi lançado pelo selo Revivendo o primeiro de uma série de cinco CDs com gravações do cantor e compositor, incluindo obras próprias e de autores como Ary Barroso, Noel Rosa, Cyro Monteiro e Vinícius de Moraes. Fazem parte do primeiro volume as músicas “Cabe na palma da mão”, “Saudade da saudade”, e “O homem e o cão”, as três com Vargas JR; “Você passa e eu acho graça”, com Carlos Imperial; “O requebrado da mulata”; “Miraí”; “Nem que chova canivete”; “Caminhando”; “Gente bem também samba”; “Bom crioulo”; “Pago pra ver”; “Vestido de noiva”; “Não posso acreditar”; “Me queira agora”; “Mentira do povo”; “Vai Madalena”; “Deixa o toró desabar” e “Você não é como as flores”, todas de sua autoria, além de “Favela”, de Hekel Tavares e Joracy Camargo, e “Quando o samba acabou”, de Noel Rosa. Em 2015, foi homenageado no espetáculo “Ataulfo Alves – O Bom Crioulo”, de Enéas Carlos Pereira e Edu Salemi, com direção geral de Luiz Antonio Pilar, e direção musical de Alexandre Elias, e com o ator Wladimir Pinheiro no papel do cantor e compositor. Neste espetáculo, que cantou e contou a vida de um dos maiores compositores do Brasil, foram interpretadas 21 composições suas, entre as quais, “Bom Crioulo”, “Miraí”, “Meus Tempos de Criança”, “Mulata Assanhada”, “Malvada”, “Pois é”, e “Laranja Madura”, todas apenas de sua autoria, além de “Oh, Seu Oscar” e “O Bonde de São Januário”, com Wilson Batista, e “Ai que saudades da Amélia” e “Atire a Primeira Pedra”, com Mário Lago, além de seu último sucesso “Você passa eu acho graça”, com Carlos Imperial.

Discografias
2000 EMI BRASIL CD Raízes do samba - Ataulfo Alves
1999 Revivendo CD Saudade da professorinha - Ataulfo Alves
1996 Revivendo CD A você - Ataulfo Alves - vol. 2
1989 Som Livre LP Leva meu samba...Ataulfo Alves
1969 MIS/Polydor LP Eu, Ataulfo Alves
1969 Continental LP Revivendo o mestre Ataulfo - Noite Ilustrada
1968 MIS/Polydor LP Ataulfo Alves e muito samba
1967 Polydor LP Ataulfo tradição
1966 Polydor LP Eternamente samba
1963 Philips 78 Na cadência do samba/Ai? Aurora
1963 Philips 78 Você nasceu pra titia/Nunca mais
1962 Copacabana 78 Malvada/Você nasceu para o mal
1962 Philips LP Meu samba... Minha vida
1962 Copacabana 78 Miraí/Primeiro de maio
1962 Philips 78 Na cadência do samba/O que é que há
1962 Philips 78 Não tenho pressa/Me dá meu chapéu
1961 Copacabana 78 Quantos projetos/Vanguardeiros do rei
1961 Copacabana LP É bossa mesmo
1960 Todamérica 78 A pedida é essa/De onde veio a Eva

(Com Suas Pastoras)

1959 Odeon 78 Casa 33/Jubileu

(Com Suas Pastoras)

1959 Todamérica 78 Gastei tudo num dia/Semeia mas não cresce

(Com Suas Pastoras)

1958 Todamérica 78 A carta/Talento não tem idade

(Com Suas Pastoras)

1958 Odeon 78 Vai, mas vai mesmo/Chorei, penei
1957 Sinter 78 Agradeça a sua amiga/Sei que é covardia

(Com Suas Pastoras)

1957 Sinter 78 Caminhando/Rainha do mar

(Com Suas Pastoras)

1957 Sinter 78 Devagar morena/Maria da Conceição

(Com Suas Pastoras)

1957 Sinter 78 Juvenal/Como doi

(Com Suas Pastoras)

1957 Sinter 78 Minha mãezinha/Sim voltei

(Com Suas Pastoras)

1957 Sinter 78 O vento que venta lá

(Com Suas Pastoras)

1957 Sinter LP Ouvindo Ataulfo Alves e Suas Pastoras
1956 Sinter LP 8 sucessos de Ataulfo Alves
1956 Sinter 78 Endereço/Eu e o meu amor

(Com Suas Pastoras)

1956 Sinter 78 Infidelidade/Atire a primeira pedra

(Com Suas Pastoras)

1956 Sinter 78 Lar antigo/Mentira pura

(Com Suas Pastoras)

1956 Sinter 78 Leva meu samba/Herança do desgosto

(Com Suas Pastoras)

1956 Sinter 78 Meu tempo de criança/Quem me deve, me paga

(Com Suas Pastoras)

1956 Sinter 78 Samba de Bangu/Mulata assanhada

(Com Suas Pastoras)

1956 Sinter 78 Um retrato de Minas/Santos Dumont

(Com Suas Pastoras)

1955 Sinter 78 Ai que saudades da Amélia/Ago-iê

(Com Suas Pastoras)

1955 Sinter 78 Fala, mulato/Castelo de Mangueira

(Com Suas Pastoras)

1955 Sinter 78 Pai Joaquim d'Angola/Pois é...

(Com Suas Pastoras)

1955 Sinter 78 Rainha do samba/Vida da minha vida

(Com Suas Pastoras)

1955 Sinter 78 Sai do meu caminho (Aguenta Felipe)/Melodia de morro

(Com Suas Pastoras)

1955 Copacabana 78 Vida da minha vida/Banco de réu
1954 Todamérica 78 Rabo de saia/Zé da Zilda

(Com Suas Pastoras)

1954 Copacabana 78 É hoje/Doeu
1953 Copacabana 78 Conceição/A cara me cai

(Com Seu estado Maior)

1952 RCA Victor 78 Deixa essa mulher pra lá/Balança, mas não cai(Com Linda Batista)
1952 Star 78 Vestiu saia, tá pra mim/Minhas lágrimas
1951 Carnaval 78 Agradeço a Deus/Mentira do povo
1949 Star 78 Eu também sou general/Madame garnizé
1949 Star 78 O coração não envelheceu/Ela, sempre ela

(Com seu Estado Maior)

1949 Star 78 Vida da minha vida/Banco de réu
1948 Star 78 Boca de fogo/O castigo que te dei

(Com seu Estado Maior)

1947 Victor 78 Atraso de vida/O que é que eu vou dizer em casa

(Com Suas Pastoras)

1947 Victor 78 Infidelidade/Exemplo

(Com Suas Pastoras)

1946 Victor 78 Audiência ao prefeito/Sonhei com ela

(Com Suas Pastoras)

1946 Victor 78 Dulcineia/Fala Pedro

(Com Suas Pastoras)

1946 Victor 78 Geme negro/Alodê

(Com Suas Pastoras)

1946 Victor 78 Solitário/Na hora da partida

(Com Suas Pastoras)

1946 Victor 78 Índia do Brasil/Rosário de lágrimas

(Com Suas Pastoras)

1945 Victor 78 Ana/Todo o mundo enlouqueceu

(Com Suas Pastoras)

1945 Victor 78 Boêmio/O negro e o café

(Com Suas Pastoras)

1945 Odeon 78 Fogueira do coração/Martir no amor

(Com Suas Pastoras)

1945 Victor 78 Isto é que nós queremos/Perpétua

(Com Suas Pastoras)

1945 Victor 78 Nunca mais/Boêmio sofre mais

(Com Suas Pastoras)

1945 Odeon 78 Olha a saúde rapaz!/Malvado

(Com Suas Pastoras)

1945 Victor 78 Pela luz divina/Meu papel

(Com Suas Pastoras)

1945 Victor 78 Vá baixar em outro terreiro/Capacho

(Com Suas Pastoras)

1944 Odeon 78 Brasil/Batuca no chão

(Com Suas Pastoras)

1944 Odeon 78 Diz o teu nome/Trabalho

(Com Suas Pastoras)

1944 Odeon 78 Escravo da saudade/Meu protetor

(Com Suas Pastoras)

1944 Odeon 78 Laura/Não irei lhe buscar

(Com Suas Pastoras)

1943 Odeon 78 Abaixa o braço/Ela não quis...

(Com Sua Academia de Samba)

1943 Odeon 78 Alma perdida/Dinheiro pra festa

(Com Sua Academia de Samba)

1943 Odeon 78 Desta vez não!/Isto é de doer

(Com Sua Academia de Samba)

1943 Odeon 78 Salve a Bahia/Leonor

(Com Sua Academia de Samba)

1943 Odeon 78 Três palhaços na berlinda/Me deixa sambar

(Com Sua Academia de Samba)

1942 Odeon 78 Ai! Que saudades da Amélia/Chorar pra quê

(Com Sua Academia de Samba)

1942 Odeon 78 Ai! Que saudades da Amélia/Não posso viver sem ela

(Com Sua Academia de Samba)

1942 Odeon 78 Deus me ajude/Sim, foi ela

(Com Sua Academia de Samba)

1942 Odeon 78 Foi covardia/A nova aurora raiou

(Com Sua Academia de Samba)

1942 Odeon 78 Nós das Américas/Quem mandou iaiá

(Com Sua Academia de Samba)

1942 Odeon 78 Represária/Ela é boa mas é minha

(Com Sua Academia de Samba)

1941 Odeon 78 É negócio casas/Lá na quebrada do monte
Obras
A cara me cai (c/ Alberto Jesus)
A carta
A mulher dos sonhos meus (c/ Orlando Monello)
A mulher fez o homem (c/ Roberto Martins)
A pedida é essa
A você (c/ Aldo Cabral)
Aconteça o que acontecer (c/ Felisberto Martins)
Ago-iê
Agradeça a sua amiga
Agradeço a Deus
Ai amor
Ai, Aurora
Ai, ai, meu Deus (c/ Wilson Batista)
Ai, que dor
Ai, que saudades de Amélia (c/ Mário Lago)
Ainda sei perdoar
Alegria na casa de pobre (c/ Abel Neto)
Alma perdida (c/ Elpídio Viana)
Amor de outono (c/ Artur Vargas Júnior)
Amor é mais amor... depois da separação
Amor-perfeito (c/ Wilson Batista)
Ana (c/ Orlando Monelo e Antônio Elias)
Antes só do que mal acompanhado (c/ Benedito Lacerda)
Aproveita a mocidade
Arrasta o pé moçada (c/ Maria Elisa)
As árvores morrem de pé
Assunto velho (c/ Wilson Falcão)
Atire a primeira pedra (c/ Mário Lago)
Atraso de vida
Até Jesus (c/ Wilson Batista)
Até breve (c/ Cristóvão de Alencar)
Até ela
Balança mas não cai
Batuca no chão (c/ Assis Valente)
Bem que me dizem
Boca de fogo (c/J. Batista)
Boêmio (c/ J. Pereira)
Boêmio sofre mais (c/ Floriano Belham)
Brado de alerta
Cabe na palma da mão (c/ Artur Vargas Júnior)
Cadê Dalila
Calado venci (c/ Herivelto Martins)
Caminhando
Cansei
Canção do nosso amor
Capacho (c/ Mário Lago)
Capital de Noel
Castelo de Mangueira (c/ Roberto Martins)
Cheque ao portador (c/ J. Barcelos)
Chorar pra quê? (c/ Alcides Gonçalves)
Choro (c/ Roberto Martins)
Colombina do amor (c/ Alberto Ribeiro)
Com o pensamento em ti (c/ Ari Monteiro)
Como a vida me bate
Como é seu nome? (c/ Marino Quintanilha)
Conceição (c/ Ari Monteiro)
Continua (c/ Marino Pinto)
Covardia (c/ Mário Lago)
Cuidado com essa mulher (c/ Antônio Almeida)
De janeiro a janeiro
De onde veio a Eva? (c/ Rogério Nascimento)
Deixa essa mulher pra lá
Deixa o toró desabar
Desaforo eu não carrego
Desta vez não (c/ Alcides Gonçalves)
Devagar, morena
Dia final
Diga-me com quem andas
Dilema (c/ Aldo Cabral)
Dinheiro pra festa (c/ Marino Quintanilha)
Diz o teu nome (c/ José Gonçalves)
Dizem
Dulcinéia (c/ Antônio Almeida)
Ela não quis
Ela é boa mas é minha (c/ Roberto Roberti e Arlindo Marques Júnior)
Ela, sempre ela (c/ César Brasil)
Endereço (c/ Mário Lago)
Errei (c/ Claudionor Cruz)
Errei, erramos
Errei, sim
Escravo da saudade
Está tudo errado Voltei ao que era
Eu conheço você (c/ Roberto Martins)
Eu não sabia (c/ Jorge de Castro)
Eu não sei (c/ Sílvio Caldas)
Eu não sei por que é (c/ Zé Pretinho)
Eu não sou daqui (c/ Wilson Batista)
Eu que não quero
Eu sou de Niterói (c/ Wilson Batista)
Eu também sou general
Exaltação a cor (c/ J. Audi)
Fala, Pedro
Fala, mulato (c/ Alcibíades Nogueira)
Falei demais Errei (c/ Claudionor Cruz)
Falem mal, mas falem de mim (c/ Marino Pinto)
Faz um homem enlouquecer (c/ Wilson Batista)
Fidalgo
Fim de comédia
Fogueira do coração (c/ Torres Homem)
Foi covardia
Foi você (c/ Roberto Martins)
Félix (c/ Aldo Cabral)
Gastei tudo num dia (c/ Jorge Murad)
Geme, negro (c/ Synval Silva)
Gente
Gente bem também samba
Guarda essa arma (c/ Roberto Martins)
Hei de me vingar (c/ Osvaldo Guedes)
Herança do desgosto
Infidelidade (c/ Américo Seixas)
Inimigo do samba (c/ Jorge de Castro)
Intriga
Irajá
Ironia (c/ Bide e Mário Nielsen)
Isto é que nós queremos
João pouca roupa (c/ Arlindo Marques Júnior, Roberto Roberti, Haroldo Lobo e Nássara)
Jubileu
Juvenal
Já sei sorrir (c/ Claudionor Cruz)
Lagoa serena (c/ J. Batista)
Lar antigo (c/ Conde)
Laranja madura
Larga meu pé
Laura
Lenço branco
Leonor (c/ Djalma Mafra)
Leva meu samba...
Livro aberto
Lá na quebrada do monte (c/ Felisberto Martins)
Lírios do campo (c/ Peterpan)
Macumbê-macumba
Madalena (c/ Adeilton Alves de Sousa)
Madame Garnizé (c/ Américo Seixas)
Mais amor pra você
Mal de raiz (c/ Américo Seixas)
Mal-agradecida (c/ Jardel Noronha)
Malvada
Mamãe Eva
Mandinga (c/ Carlos Imperial)
Maneiroso
Mania da falecida (c/ Wilson Batista)
Marcha da noiva (c/ Aldo Cabral)
Marcha pro Oriente (c/ Lamartine Babo)
Maria Nazaré (c/ José Inácio de Castro)
Maria da Conceição
Mas que prazer (c/ Felisberto Martins)
Me deixa sambar (c/ Nelson Trigueiro)
Me dá meu chapéu
Me dá meu paletó (c/ José Bispo dos Santos)
Me queira agora
Menina que pinta o sete (c/ Roberto Martins)
Mensageiro da dor
Mensageiro da saudade (c/ J. Batista)
Mentira do povo (c/ Elpídio Viana)
Mentira pura
Mentira só
Meu drama
Meu lamento (c/ Jacob do Bandolim)
, Meu papel (c/ Osvaldo França)
Meu pranto ninguém vê (c/ José Gonçalves)
Meu protetor (c/ Odilon Noronha)
Meus tempos de criança
Mil corações (c/ Jorge Faraj)
Minha infância
Minha mãezinha
Minha sombra (c/ David Nasser)
Minhas lágrimas (c/ Conde)
Miraí
Morena faceira
Mulata assanhada
Mulher do seu Oscar (c/ Wilson Batista)
Mulher fingida (c/ Bide)
Mulher, toma juízo (c/ Roberto Cunha)
Mártir no amor (c/ David Nasser)
Na cadência do samba (c/ Paulo Gesta)
Na ginga do samba
Na hora da partida (c/ Alberto Montalvão)
Nego tá se acabando (c/ Vitor Bacelar)
Nem que chova canivete
Nessa rua (c/ J. Pereira)
No apartamento discreto (c/ Arlindo Marques Júnior)
No meu sertão
Noutros tempos era eu
Nunca mais
Não amou, não sofreu, não viveu (c/ Luís Bandeira)
Não irei lhe buscar
Não mando em mim (c/ Bide)
Não posso acreditar
Não posso crer
Não posso resistir
Não quero opinião de mullher (c/ Newton Teixeira)
Não sei dar adeus (c/ Wilson Batista)
Não tenho pressa
Não vai, Zezé
Não volto mais (c/ Bide)
Nós das Américas
O Catete vai passar
O bonde de São Januário (c/Wilson Batista)
O castigo que te dei (c/ Geraldo Queirós)
O coração não envelheceu
O homem e o cão (c/ Artur Vargas Júnior)
O mais triste dos mortais
O mundo está errado
O negro e o café (c/ Orestes Barbosa)
O pavio da verdade (c/ Américo Seixas)
O prazer é todo meu (c/ Claudionor Cruz)
O que que há
O que é que eu vou dizer em casa? (c/ Miguel Gustavo)
O teu pranto é mentira
O vento que venta lá
O ódio não destrói o ódio
Oh!, seu Oscar (c/ Wilson Batista)
Olha a saúde, rapaz (c/ Roberto Roberti)
Ordem do rei
Pago pra ver
Pai Joaquim de Angola
Palavra do rei
Papai Noel (c/ Bide)
Papai não vai (c/ Wilson Batista)
Pela luz divina (c/ Mário Travassos)
Pelo amor de Deus (c/ Luís de França)
Pelo amor que eu tenho a ela (c/ Antônio Almeida)
Perdi a confiança (c/ Rubens Soares)
Pico a mula (c/ José Batista)
Pois é...
Por amor ao meu amor
Positivamente não (c/ Marino Pinto)
Pra esquecer uma mulher (c/ Claudionor Cruz)
Pra que mais felicidade (c/ Mário Lago)
Primeiro de maio
Primeiro nós (c/ Peterpan)
Protesto
Quando dei adeus (c/ Wilson Batista)
Quando eu morrer
Quanta tristeza (c/ André Filho)
Quantos projetos (c/ Antônio Domingues)
Quem bate? (c/ Max Bulhões)
Quem mandou Iaiá (c/ Roberto Martins)
Quem mandou você errar (c/ Augusto Garcez)
Quem me deve me paga
Quem não quer sou eu (c/ Edvaldo Vieira)
Quem quiser que se aborreça
Quem é que não sente? (c/ Afonso Teixeira)
Quem é você (c/ Dunga)
Quero o meu pandeiro (c/ Mário Lago)
Quinta raça (c/ Antônio Domingues)
Rabo-de-saia (c/ Jorge de Castro)
Rainha da beleza (c/ Jorge Faraj)
Rainha do mar
Rainha do samba
Receita (c/ João Bastos Filho)
Rei vagabundo (c/ Roberto Martins)
Reminiscências
Represália
Requebrado da mulata
Retrato do Rio
Rio, cidade bendita (c/ Francisco Caldas)
Réu confesso
Sai do meu caminho
Salve a Bahia (c/ Nelson Trigueiro)
Salve ela (c/ Alberto Ribeiro)
Samba de Bangu
Samba em Brasília
Samba, Brasil (c/ Aldo Cabral)
Sambou de pé no chão (c/ Augusto Garcez)
Santos Dumont (c/ Aldo Cabral)
Saudade da saudade
Saudade dela
Saudades da mulata
Saudades do meu barracão
Se a saudade me apertar (c/ Jorge de Castro)
Se eu fosse pintor (c/ Wilson Batista)
Sei que é covardia mas... (c/ Claudionor Cruz)
Semeia mas não cresce
Seresta
Será... (c/ Wilson Batista)
Sexta-feira
Sim, foi ela (c/ Darci de Oliveira)
Sim, sou eu
Sim, voltei
Sinhá Maria Rosa (c/ Roberto Martins)
Sinto-me bem
Solidão (c/ Aldo Cabral)
Solitário
Sonhei com ela
Sonho
Só me falta uma mulher (c/ Felisberto Martins)
Talento não tem idade
Tempo perdido
Tenho prazer
Terra boa (c/ Wilson Batista)
Teus olhos (c/ Roberto Martins)
Todo mundo enlouqueceu (c/ Jorge de Castro)
Trovador não tem data (c/ Wilson Falcão)
Tu és esta canção
Tô ficando velho
Um motivo
Um retrato de Minas
Vai Madalena
Vai levando (c/ José Batista)
Vai na paz de Deus (c/ Antônio Domingues)
Vai, mas vai mesmo
Vassalo do samba
Velha Guarda
Vem amor (c/ Raul Longras)
Vestiu saia tá pra mim (c/ José Batista)
Vida da minha vida
Você me deixou (c/ Arnaldo Vieira Marçal)
Você nasceu pro mal
Você não nasceu pra titia
Você não quer, nem eu
Você não sabe, amor (c/ Bide)
Você não tem palavra (c/ Newton Teixeira)
Você não é como as flores (c/ Carlos Imperial)
Você passa e eu acho graça (c/ Carlos Imperial)
Você é o meu xodó (c/ Wilson Batista)
Vou buscar minha Maria (c/ Claudionor Cruz)
Vou tirara meu pé do lodo (c/ Conde)
Vá baixar noutro terreiro (c/ Raul Marques)
Zé da Zilda
É hoje (c/ Dunga)
É negócio casar (c/ Felisberto Martins)
É um quê que a gente tem (c/ Torres Homem)
É verdade
É você (c/ Aldo Cabral)
Índia do Brasil (c/ Aldo Cabral)
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

ALBIN, Ricardo Cravo. MPB: A História de um século. Editora: Funarte. Rio de Janeiro, 1997.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.

EFEGÊ, Jota. Figuras e coisas da Música Popular Brasileira. Editora: MEC/FUNARTE. Rio de Janeiro, 1978.

EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho.Editora: Instituto Nacional do Livro. Rio de Janeiro, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

MARIZ, Vasco. A canção brasileira. Editora: Francisco Alves. Rio de Janeiro, 2000.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 1. Editora 34. São Paulo, 1997.

VASCONCELOS, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira. Vol. 2. Editora: Martins. Rio de Janeiro, 1965.

Crítica

Ataulfo Alves pertence à elite de uma geração de compositores que fixou o samba como gênero musical, liberando-o herança do maxixe. A essa geração, que sucedeu a dos pioneiros Sinhô, Caninha e Donga, pertencem ainda figuras como Ismael Silva, Wilson Batista, a dupla Bide e Marçal e outros bambas.

A diferença entre o samba de Ataulfo e o desses compositores é que, oriundo do sertão mineiro e descendente de um violeiro cantador, ele incorporou à sua música influências da toada rural, daí resultando a cadência arrastada e um certo jeito dolente e melancólico que a caracterizam.

Sem trair jamais o seu estilo, a produção de Ataulfo Alves pode ser dividida em três fases distintas: a primeira, nos anos 30, em que compõe para outros cantarem e que, além de muitos sambas, inclui algumas valsas românticas – como “A você” e “Canção do nosso amor” – de real sucesso; em seguida vem a fase mais importante, em que ele alcança o auge da carreira e se torna o grande intérprete de suas canções. São os anos 40, nos quais mescla suas criações de meio de ano com memoráveis clássicos carnavalescos como “Ai que saudades da Amélia”, “Atire a primeira pedra” e “O bonde de São Januário”; finalmente, chega à terceira, que é a fase da maturidade, síntese refinada do que criou anteriormente e na qual, consagrado, lança obras-primas como “Mulata assanhada” e o nostálgico “Meus tempos de criança”.

Pródigo autor de letras e melodias, parceiro de nomes ilustres – Mário Lago, Wilson Batista, Roberto Martins –, Ataulfo Alves está entre os compositores brasileiros de obra mais extensa, tendo deixado cerca de 400 músicas gravadas.

Jairo Severiano