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Nome Artístico
Artur Azevedo
Nome verdadeiro
Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo
Data de nascimento
7/7/1855
Local de nascimento
São Luís, MA
Data de morte
22/10/1908
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Revistógrafo. Poeta. Jornalista. Letrista.

Começou a trabalhar ainda muito jovem como caixeiro, em São Luís. Era irmão do escritor Aluísio Azevedo e do teatrólogo Américo Azevedo. Ainda em São Luís, foi funcionário da Secretaria de Governo do Estado do Maranhão, entre os anos de 1870 e 1873. Neste ano transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde passou a dar aulas e trabalhou como revisor em jornais. Em 1875, passou a trabalhar na Secretaria de Agricultura, Indústria, Comércio e Obras, no cargo de auxiliar. Posteriormente, foi promovido a amanuense (escrevente). Foi fundador e colaborador de vários jornais e revistas.

Dados artísticos

Figura de destaque do teatro de revista no Brasil. Começou com adaptações de operetas, comédias, dramas, burletas e revistas musicais. Seus temas traziam à tona problemas e fatos da sociedade brasileira do final do século XIX, sempre tratados em tom de sátira (dentro do modelo que consagrou o teatrólogo Martins Pena), o que lhe garantiu sucesso e notoriedade. Escreveu inúmeras revistas musicais, contribuindo assim para a subsistência de muitos compositores da época que tinham no teatro de revista um efetivo meio de expressão artística. Entre as suas revistas mais famosas podemos citar:

“Cocota”, em parceria com Moreira Sampaio, encenada no Teatro Santana em 1885, com música de Cavalier Darbilly; “O bilontra”, outra parceria com Moreira Sampaio, encenada no Teatro Lucinda, com música de Gomes Cardim; “A República”, em parceria com o irmão Aluísio Azevedo, encenada no Teatro Variedades Dramáticas em 1890, que trazia a primeira composição inteiramente brasileira lançada pelo teatro de revista, o tango “As laranjas de Sabina”. A letra deste tango satirizava um episódio ocorrido em 1888, quando a monarquia proibiu que uma negra baiana chamada Sabina vendesse laranjas aos estudantes da Faculdade de Medicina. Os estudantes republicanos haviam dias antes atirado laranjas no coche da princesa regente quando esta passava em frente à faculdade, fato que acabou atingindo a pobre vendedora de laranjas. Este tango foi uma das primeiras músicas gravadas no Brasil pelo cantor Baiano1902. Encenou outras revistas: “O tribofe”, encenada no Teatro Apolo em 1892, com música de Assis Pacheco; “A fantasia”, encenada em 1896, no teatro Éden Lavradio, com música de Assis Pacheco; “A capital federal”, encenada no teatro Recreio Dramático em 1897, com músicas de Nicolino Milano, Assis Pacheco e Luís Moreira, alcançando enorme sucesso, contando com as presenças de Pepa Ruiz, Brandão e Clélia de Araújo. Esta última revista, teve remontagens na década de 1960 e 1970 do século XX, com muito êxito. Em 1898, escreveu com sucesso a revista “O jagunço”, baseada nos acontecimentos de Canudos, com música de Paulino Sacramento e que foi apresentada no Teatro Recreio. Escreveu ainda as revistas “O Gavroche”, em 1899, “Come!”, em 1902, “O cordão”, em 1903 e “Guanabarina”, em 1906, esta última, em colaboração com Gastão Bousquet. Pode ser considerado um dos primeiros letristas de nossa música popular, já que teve parcerias com Xisto Bahia, Nicolino Milano e outros compositores.

Obras
As laranjas de Sabina
O jagunço (c/ Paulino Sacramento)
O pescador (c/ Xisto Bahia)
Bibliografia Crítica

AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.