
Violeiro. Compositor.
Criado na região de Echaporã, interior de São Paulo.
Um dos principais representantes da nova safra de músicos que se destacam na primeira década dos anos 2000 como virtuose da cultura da viola. Iniciou tocando violão aos oito anos de idade, ouvindo os ritmos e participando das festas, bailes e rodas de cantoria de sua família e amigos nas fazendas e na cidade. Assim desenvolveu toda familiaridade com a música caipira e suas peculiaridades. Aos doze anos, teve seu primeiro contato com a viola na cidade de Marília, quando, numa noite, visitou seu tio, Tião Alexandre, que tocava violão e cantava com seu pai Arnaldo Soares de Freitas e que havia ganho uma viola em uma rifa. Quando seu tio trouxe a viola para sala e simplesmente passou a mão nas cordas, Arnaldo teve a certeza do que queria para o resto de sua vida. Aos treze anos ganhou de seus pais sua primeira viola, comprada de um pintor que foi trabalhar na fazenda onde morava. Autodidata, teve como principal influência os arranjos de Tião Carreiro, Bambico e demais valores da música caipira, e também de diferentes universos, tal como Paco de Lucia, Andrès Segovia, entre outros. Teve suas primeiras apresentações através de Euclides Lima, professor de violão clássico no Senac de Marília, que, impressionado com sua intimidade técnica com o instrumento, encaminhou-o para as principais TVs, rádio e jornais locais. Em 2003, mudou-se para São Paulo, capital, a convite do amigo Laércio Rabassi, e começou a se destacar solo e ao lado de consideradas figuras da música caipira e MPB, como Cacique & Pajé, Célia & Celma, Liu & Léo, Pedro Bento & Zé da Estrada, Téo Azevedo, Jair Rodrigues, entre outros. Em seguida, a convite do Maestro Rui Torneze, integrou o naipe de solo da Orquestra Paulistana de Viola Caipira. Estudou na ULM-SP (Universidade Livre de Música Tom Jobim).
Desde 2006, atua fixo no quarteto Regional do programa “Viola Minha Viola”, apresentado por Inezita Barroso, na TV Cultura, a quem acompanha em shows por todo Brasil. Em 2009, lançou seu primeiro CD “Divisas das águas”, pelo selo Estação, gravando as músicas “Divisa das Águas”; “Prelúdio em A Menor”; “Na Soleira da Porta”; “Rio Fortuna”; “Duas Rosas”; “Compadres”; “Rosa Morena”; “Estradão” e “Mehinaku”, todas de composição própria; além das parcerias “Vem Comigo” (com Índio Cachoeira)e “Filhas de Mato Grosso” (com Oswaldo Galhiardi); “Função de Violeiro” (Bambico); “Minueto em B Maior” (J. S. Back); “Minueto em E Menor” (J. S. Back); “Bourrée” (J. S. Back) e “Odeon” (Ernesto Nazaret).
Em 2010, fez turnê por Portugal. No final do mesmo ano, realizou três shows na Alemanha, nas cidades de Colonia, Dusseldorf e Berlim, integrando o festival “Filme conta música”, mostrando a viola caipira aos alemães, após as apresentações do documentário “Violeiros do Brasil”.
Ainda em dezembro do mesmo ano, foi eleito, por unanimidade de jurados, especialistas no assunto, o melhor instrumentista de viola caipira do Brasil. A eleição aconteceu no festival nacional “Voa viola”, ocorrido em Brasília e que contou com cerca de 400 artistas inscritos concorrentes. No ocasião das finais do festival, os curadores do evento Roberto Corrêa e Paulo Freire escreveram a seguinte nota: “Arnaldo Freitas é mais conhecido como o violeiro do regional que acompanha Inezita Barroso no programa “Viola minha Viola”. Quem conhece Inezita Barroso sabe que não é qualquer um que ocupa este posto. Mas ele vai além. É um virtuose no instrumento e um compositor que aponta para rumos inusitados. É apontado por especialistas e críticos no assunto como grande revelação no gênero da viola caipira instrumental.
Seu show “Divisa das águas”, resultado do CD homônimo, traz no repertório arranjos para sucessos de compositores clássicos do universo caipira como Tião Carreiro, Teddy Vieira, Bambico, José Fortuna, Goiá, Mário Zan, além de Ernesto Nazareth, entre outros. Seu disco trás também obras autorais, além de releituras para clássicos de Bach, estabelecendo uma ponte entre a música erudita, a musica caipira, o choro e o flamenco. Em 2012, apresentou-se de forma solo, como uma das atrações do programa “Viola, minha viola”, tocando, em solos de viola, as músicas “Amanara”, de sua autoria, e “Tristeza do Jeca”, de Angelino de Oliveira.