
Acordeonista. Pianista. Organista. Compositor. Professor. Arranjador. Começou a estudar acordeom com 12 anos de idade com a professora Maria Janete Guedes. Pouco depois, transferiu-se para a Academia do Maestro Joaquim Antônio Naegele concluindo o curso aos dezessete anos. Aperfeiçoou-se em diversos instrumentos, entre os quais saxofone, piano e órgão Hammond. Dentre seus mestres, destacaram-se Joaquim Naegele, Raquel Mendonça de Castro, Horst Schimid e Alencar Terra. No Conservatório Brasileiro de Música cursou harmonia. Com o Maestro Clélio Ribeiro especializou-se em arranjo, instrumentação e organologia. Atua como professor na Escola de Música in Concert, onde se dedica ao preparo de novos músicos.
Iniciou a carreira artística aos 13 anos quando formou o grupo Os Garotos do Ritmo que foi assistido por Ary Barroso, que então os encaminhou para apresentação no programa Clube do Guri, na Rádio Mayrink Veiga. Em seguida o grupo apresentou-se na TV Tupy onde foi dirigido por Samuel Rosemberg. Em 1955, profissionalizou o grupo e iniciou apresentações nos Clubes Sociais. Em 1957, juntamente com o guitarrista Dario Lopes fundou o Grupo Melódico Meia Noite que fez apresentações na TV Tupy, no Programa do Meio Dia, Rádio Mundial no Programa Samba do Telecoteco apresentado por Osvaldo Sargentelli, e Tv Continental no Programa Waldeck Magalhães. Em 1964, atuou com Carlos Frias, na TV Continental acompanhando vários artistas. Em 1966, Norival Reis, compositor e diretor artístico, criou o selo Atonal e o convidou a gravar um disco. Lançou então no mesmo ano o LP “Onda de nós” no qual já aparece com o nome artístico de Ararypê e Seu Conjunto. Nesse primeiro disco interpretou as músicas “Juanita Banana”, “João do Trem”, “No problem”, “Direito de amar”, “Mascarada”, “Aline”, “Capoeira de Oxalá”, “Day tripper”, “Balanço de nós dois”, “Momentos felizes”, “Cheer”, e “All my loving”. No selo Atonal passou a fazer arranjos para vários tipos de formações musicais, desde trios até arranjos orquestrais. Foi nesse momento, que, ao lado de José Messias, lançou a cantora Sônia Melo, produzindo e arranjando seu primeiro compacto, no qual foram gravadas músicas inéditas de sua autoria e de José Messias. Em 1967, lançou seu segundo LP, intitulado “É pra derreter” com músicas de Roberto Carlos, e sucessos daquele momento. No selo do disco aparece então com o nome de “Ararypê e The Killers”. Estão presentes nesse disco as músicas “Querem acabar comigo” e “Namoradinha de um amigo meu”, de Roberto Carlos, “Eu te darei o céu”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, “Negro gato” e “O gênio”, de Getúlio Cortes, “Chorão”, de Édson Mello e Luis Keller, e “Tijolinho”, de Wagner Thadeu Benatti, além de “Fly me to the moon”, de B. Howard, “Luar de Napoli”, de B. Kaempfert e S. Snyder, “Call me”, de T. Hatch, “The more I see you”, de Warren e Gordon, e “Monday Monday”, de J. Philips. Em 1968, lançou seu terceiro LP, “O atual – Ararypê e Seu Conjunto”, somente com músicas inéditas, no qual incluiu três composições de sua autoria: “Beleza da vida” e “A sambar com você”, com Saulo França, e “O tocador de guitarra”, com Marcus Vinicius, além de “Chora menina chora”, de Arthur Montenegro, “Balanço pra dois”, de Paulo Durães e Paulo Mattos, “Já não gosto de você”, de Jaime Alves, “Você balança o meu coração”, de José Messias e Anicio Bichara, “E verás assim”, de Hélcio Marques, “Olhar de gamação”, de Paulo Gesta e Jorge Smera, “Quando o samba voltar”, de Nilson Braga, “Esnobação do samba”, de Delamare, e “Tô naquela”, de José Carlos Medeiros. Em 1969, foi contratado pelo selo Avanço e lançou seu quarto LP, “Aqui tem vaga – Ararypê e Seu Conjunto”, cujo título refere-se ao samba inédito da dupla Edson Menezes e Alberto Paz, compositores da famosa música “deixa que digam, que pensem, que falem…”, gravada por Jair Rodrigues. Nesse LP incluiu de sua autoria a música “Vivo pra você”, com J. Cândido, e mais “Aqui tem vaga”, de Édson Menezes e Alberto Paz, “As borboletas”, de André Popp e P. Couk, “Esperança”, de Carlos Imperial e Euclides S. Lima, “Meia volta”, de Tibério Gaspar e Antônio Adolfo, “Everybody loves somebody”, de Taylor e Lane, e “Cantiga antiga”, de Silvio César, além das clássicas “Do Ré Mi”, de Fernando César, “Tuas mãos”, de Pernambuco e Antônio Maria, “Nem eu”, de Dorival Caymmi, “Canção de amor”, de Elano de Paula e Chocolate, e “Tudo passará”, de Nelson Ned. Em 1971, foi contratado pelo selo Itamaraty, e por ele lançou seu quinto LP, “Parada Rio-São Paulo – Ararypê e Seu Conjunto”, no qual gravou as músicas vencedoras do Festival Internacional da Canção (FIC), sucessos nacionais e internacionais: “Kiriê”, de Paulinho Soares e Marcello Silva, “Its too late”, de Carole King e T. Stern, “If”, de D. Gates, “Rainy days and mondays”, de P. Williams e R. Nichols, “Oh me Oh my”, de J. Doris, “Amada amante” e “De tanto amor”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, “Karani karanuê”, de Zé de Assis e Diana Camargo, “Quem mandou você errar”, de Cláudia Barroso, “Mas que doidice” e “Desacato”, de Antônio Carlos Marques e Jocafi, e “Y despues del amor”, de A. Castro e J. Arcon, em versão de Romeu Nunes. No mesmo ano, iniciou nova fase profissional atuando na noite do Rio de Janeiro como diretor musical da Casa Noturna “A Lapa” que tinha na direção geral o crítico José Fernandes, com Rosita Gonzales e Carlos Alberto, criando os arranjos e acompanhando grandes atrações, entre as quais Cauby Peixoto, Cláudia Barroso, o argentino Rubem ZáratiI, e Gregório Barrios, entre outros. Em 1972, com Jorge Goulart e Nora Ney, fundou a Boite “Feitiço da Vila”, em Botafogo. No ano seguinte, ao lado de Carlos Machado, Cauby Peixoto, Grande Otelo e outros, reinaugurou a Boite “Night and day”, no Hotel Serrador, com o Show “Cassino da Urca”. Neste mesmo ano, produziu e lançou o compacto duplo da cantora Rosita Gonzales, onde teve incluída sua música “Eu queria tanto tanto ter você”. Em 1973, sua composição “Sou do Rio”, com William Luna, foi incluída no LP “Welcome to sambaland” gravado na Tapecar pelo instrumentista José Menezes. Em 1974, ainda com Carlos Machado, apresentou o Show “Este Rio fantástico”, com Cauby Peixoto, Grande Otelo e Márcia de Windsor, para o qual compôs a música que deu nome ao Show, tendo criado os arranjos para a orquestra, regendo e se apresentando com grupo para dança. Neste ano, Grande Otelo o convidou para escrever os arranjos de seu compacto duplo, lançado pela Gravadora Copacabana. Foi também com Grande Otelo que participou do filme “Transas no turfe”. Com Carlos Machado reinaugurou a Boite do Copacabana Palace. Ainda em 1974, inaugurou a Boite “Papillon”, no Hotel Intercontinental. Atuou também no Bierklause, Colubandê, e Rincão Gaúcho, entre outras casas noturnas. Em 1981, ao lado do cantor italiano Vito Mariella, criou seu próprio Selo, onde lançou o compacto duplo intitulado “Música não tem pátria”, com participação de seu conjunto e de Vito Mariella. No ano seguinte, já tendo retornado aos bailes, montou o show “Itália amor e canções”, com Vito Mariella, tendo se apresentado em vários estados. Em 2003, ao lado do arranjador e pianista Mauro Henrique Salles, seu filho, produziu o CD “Recado e mim – Tainã Uarani”, no qual foram gravadas seis composições de sua parceria com Tainã Uarani: “Recado a mim”, “Corpo a menos”, “Aquém do íris”, “Cala”, “Desaguás” e “Dama de copas”. Em 26 de julho de 2008, criou os arranjos para o show “Candeias Jota Júnior – 84.9”, tendo como convidada a cantora Helena de Lima, onde atuou ao lado de seu Sexteto apresentado no Clube Militar do Rio de Janeiro. Atuou como arranjador e diretor musical da banda do cantor Miltinho, o rei do samba.