0.000
Nome Artístico
Antonio Rago
Nome verdadeiro
Antonio Rago
Data de nascimento
2/7/1916
Local de nascimento
São Paulo, SP
Dados biográficos

Instrumentista (Violononista). Compositor.

Seus pais eram italianos e imigraram para o Brasil no início do século passado. Desde criança interessou-se por música, ouvindo o sapateiro Rafael Fezza, que era um conceituado violonista no bairro paulista do Bixiga. Começou a tocar violão com 14 anos. Em 1933, iniciou seus estudos de violão clássico com o professor Melo.

Dados artísticos

Em 1936, iniciou a carreira artística fazendo parte do Regional de Armandinho, com o qual, e mais Zezinho, mais tarde conhecido como Zé Carioca, formou o trio de violões. Atuou com sucesso na Rádio Record. Recebeu convite para apresentar-se na Rádio Belgrano de Buenos Aires, acompanhando o cantor Arnaldo Pescuma em excursão que se estendeu até o Uruguai. Em 1937, retornou ao Brasil e foi trabalhar na Rádio Tupi de São Paulo com Zezinho e Seu Conjunto. Nesse mesmo ano passou a acompanhar o cantor Francisco Alves, com quem esteve até 1940. Por essa época, teve algumas de suas composições incluídas na peça “Nós temos balangandãs”, de Costa Lima. Em 1942, fez sua primeira gravação interprestando ao violão duas de suas composições, o choro “Chorando” e a valsa “Velhos tempos”. Na mesma época passou a dirigir o regional da Rádio Tupi de São Paulo. Em 1945, gravou pela Continental o choro “Extasiado” e a valsa “Sonhadora”, ambas de sua autoria. Em 1946, Francisco Alves gravou de sua autoria e Raimundo Lopes a canção “Deslumbramento”. No mesmo ano, fez a primeira gravação com seu Conjunto, utilizando a denominação que seria sua marca, Rago e Seu conjunto, interpretando o bolero “Jamais te esquecerei” e o choro “Mentiroso”. Feito em parceria com seu irmão Juraci Rago, o bolero “Jamais te esquecerei”, conheceu grande sucesso dois anos depois de lançado, permanecendo por quase um ano nas paradas de sucessos, tornando-se um fenômeno de popularidade. Em 1948, gravou com seu conjunto o bolero “Que importa…” e o choro “Delicioso”. Em 1949, teve sua composição “Jamais te esquecerei” incluída no filme “Quase no céu” dirigido por Oduvaldo Viana. Em 1950, entre outras composições, gravou a valsa “Noite triste” e o choro “Estranho”. No mesmo ano recebeu com seu regional o troféu Roquette-Pinto como o melhor conjunto regional do ano. Na ocasião, o regional era formado por ele ao violão solo, Orlando Silveira ao acordeom, Siles na clarineta, Petit e Carlinhos nos violões, Esmeraldino no cavaquinho, Correia no contra-baixo e Zequinha no pandeiro. Em 1951, gravou com seu conjunto o bolero “Por toda a vida” e a quaracha “Motivo cubano”. No mesmo ano gravou de Stefana de Macedo o baião “História triste de uma praieira”. Em 1952 gravou de sua autoria o bolero “Desespero” e o tango choro “Gostozinho”, de Eduardo Souto, o bolero “Despertar da montanha”, e de Paraguassu o baião “Saudades de alguém”. No mesmo ano, gravou a “Valsa do adeus”, de Chopin, para a qual fez um arranjo em ritmo de choro. Ainda em 1952, acompanhou o cantor Francisco Alves em sua última apresentação em programa de rádio, na Nacional de São Paulo em gravação lançada posteriormente no LP “O rei da voz”, lançado em 1975 pela Odeon. Nesse período, passou a atuar na Rádio Paulista e no programa Ronda dos Bairros, na Rádio Nacional em São Paulo. Em 1953 gravou, de José Menezes e Moreira Filho, o baião “Baião do Ceará”. Em 1954, compôs com Mário Vieira o bailarico “Festa portuguesa”, gravada no mesmo ano com seu conjunto. Em 1955, entre outras composições apresentadas com seu conjunto, lançou o choro batucada “O barão na dança”, parceria com Mário Vieira e o baião “Jerimum” em parceria com Hortêncio Carvalho. Em 1956 gravou o tango “Amargurado” de sua autoria e o baião “Castanholas”, parceria com Mário Vieira. No mesmo ano compôs com João Pacífico o bolero “Lágrimas de amor” e a marcha “Meu São João”, ambas gravadas por Solon Sales, e o samba-choro “Não convém”, gravado pela cantora Juanita Cavalcanti. Ainda em 1956, o cantor Ciro Monteiro lançou o choro “O barão na dança”. Em 1958 apresentou de Lamartine Babo o samba “Passarinho, passarinho”. Em 1960 gravou de sua autoria e de João Pacífico o samba “Vai com Deus”. Participou da televisão brasileira desde o seu nascimento com a inauguração da TV Tupi, tendo dirigido um programa, além de atuar no acompanhamento de diversos artistas, entre os quais Isaura Garcia, Linda Batista e Silvio Caldas. No rádio atuou no programa A Brigada da Alegria, na Rádio Tupi de São Paulo. Em 1962 gravou na Continental o LP “Recital de violão”, atuando como solista, no qual lançou de suas obras eruditas “Flor triana” e “Sonatina em lá menor”. Em meados dos anos 60 seu regional se desfez e passou a produzir programas de rádio em diversas cidades paulistas entre as quais Santos e Campinas. Passou também a lecionar violão. Lançou cerca de dez LPs, entre os quais “Especialmente para você” e “Solos de violão”.

Discografias
1992 Projeto memória brasileira CD Violões
1986 3M LP Solos de violão
1978 Continental LP Rago
1974 Chantecler LP Especialmente para você
1962 Continental LP Recital de violão
1960 Continental 78 Balada do teu passo/Vai com Deus
1958 Continental 78 Passarinho, passarinho/Índia morena
1957 Continental 78 Boneca japonesa/Encantamento
1956 Continental 78 Amargurado/Castanholas
1956 Continental 78 Mi noches sin ti/Mambo na Glória
1955 Continental 78 O barão na dança/Jerimum
1955 Continental 78 Santista/Lágrimas de amor
1954 Continental 78 De braços abertos/Festa portuguesa
1954 Continental 78 O grande centenário/Folhinha
1953 Continental 78 Baião do Ceará/Na granja do Lacerda
1953 Continental 78 Dois bailarinos/Arrependida
1952 Continental 78 Desespero/Gostozinho
1952 Continental 78 Saudades de alguém/Despertar da montanha
1952 Continental 78 Valsa do adeus/Voltarás a mim
1951 Continental 78 História triste de uma praieira/Minha homenagem
1951 Continental 78 Ni una palabra/Um guarda-chuva na sombra
1951 Continental 78 Por toda a vida/Motivo cubano
1950 Continental 78 Em tuas mãos/Grande amigo
1950 Continental 78 Noite triste/Estranho
1949 Continental 78 Dos almas/Pelo teu amor
1948 Continental 78 Que importa.../Delicioso
1947 Continental 78 Jamais te esquecerei/Mentiroso
1946 Continental 78 Extasiado/Sonhadora
1942 Colúmbia 78 Chorando/Velhos tempos
Obras
A pequena Elisabeth (c/ Orlando Silveira)
Alecrim da beira d'água (c/ J. M. Alves)
Amargurado
Arrependida
Balada do teu passo (c/ Ari Machado)
Bilhetinho de amor
Boneca japonesa (c/ Mário Vieira)
Boogie no samba
Castanholas (c/ Mário Vieira)
Chegou o fim (c/ Mário Vieira)
Chorando
Custou pra arranjar (c/ João Pacífico)
De braços abertos
Delicioso
Desapareceu (c/ Hélio Sindô)
Desespero
Deslumbramento
Dois bailarinos
Duas lágrimas (c/ Ribeiro Filho)
Em tuas mãos (c/ Ribeiro Filho)
Encantamento (c/ Conde)
Este é o choro
Extasiado
Festa portuguesa (c/ Mário Vieira)
Flor triana
Folinha
Gostozinho
Grande amigo
Jamais te esquecerei
Jerimum (c/ Hortêncio Carvalho)
Joquei clube (c/ João Pacífico)
Lágrimas de amor (c/ João Pacífico)
Mambo na Glória
Mentiroso
Meu São João (c/ João Pacífico)
Meu querido amor (c/ Mário Vieira)
Minha homenagem
Motivo cubano
Na granja do Lacerda
Não convém (c/ João Pacífico)
O barão na dança (c/ Mário Vieira)
O grande centenário
Pelo teu amor (c/ Nélson Novais)
Por toda vida
Que importa (c/ Ribeiro Filho)
Santista
Sonatina em lá menor
Sonhadora
Um guarda-chuva na sombra
Vai com Deus (c/ João Pacífico)
Valsa do adeus
Veja você (c/ Tutu)
Velhos tempos
Voltarás a mim
Índia morena (c/ Guia Jr. )
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.