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Nome Artístico
Andrea Ernest Dias
Nome verdadeiro
Andrea Ernest Dias
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Instrumentista (flautista).

Filha de Odette Ernest Dias. Formou-se pela Universidade de Brasília e completou sua pós-graduação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, defendendo a tese “A expressão da flauta popular brasileira – uma escola de interpretação”. Fez cursos de especialização em Paris e Siena. Estudou com Odette Ernest Dias, Pierre-Yves Artaud e Aurele Nicollet.

Dados artísticos

Atuando como solista e integrante de conjuntos de diferentes formações, apresentou-se, ao longo de sua carreira, pelo Brasil e no exterior (Portugal, França e Estados Unidos).

Em 1988 e 1991, participou do Free Jazz Festival, como integrante da Orquestra de Música Brasileira, de Roberto Gnattalli.

Em 2000, destacou-se no III Festival Internacional de Flautistas e apresentou-se, com o grupo Pife Muderno, no Festival Brasil, em Caracas, e novamente no Free Jazz.

Atuou em gravações com vários artistas como Caetano Veloso, Gal Costa, Zeca Pagodinho, Johnny Alf e Djavan, entre outros, e nos CDs “Orquestra Brasília”, “Orquestra Pixinguinha” e “Pixinguinha 100 anos”, os dois últimos indicados para Prêmio Sharp, em 1997 e 1998, respectivamente, nas categorias Melhor Grupo e Disco Instrumental.

Participou de várias trilhas sonoras para o cinema brasileiro, com destaque para os filmes “Tieta do Agreste”, “O Quatrilho”, “Pequeno Dicionário Amoroso” e “Quem Matou Pixote”.

Como solista, estreou e gravou, com a Orquestra Opus-Rio, o “Divertimento para Flauta em Sol e Cordas”, de Radamés Ganattalli.

A partir de pesquisa iniciada em 2007 sobre a obra de Moacir Santos, que gerou sua tese de doutorado, a flautista idealizou o Festival Moacir Santos, que teve lugar em Recife, no Teatro Santa Isabel, em 2013, com a participação de músicos brasileiros e estrangeiros tocando e debatendo o trabalho do compositor e arranjador falecido em 2006. Nas palavras da própria instrumentista, o evento representou uma “tradução sonora da tese, que reflete sobre a relação entre popular e erudito a partir da obra de Moacir Santos”.  O Maestro aparece representado em suas três fases: os choros da juventude, a sofisticação de seu trabalho a partir da chegada à Rádio Nacional (época em que estudou com Guerra-Peixe e Koellreuter, que o apresentou a estratégias dodecafônicas aplicadas em seu antológico LP “Coisas”, de 1965) e finalmente a fase que se inicia em 1967, quando o compositor se mudou para os Estados Unidos, onde trabalhou com artistas como Henry Mancini. O Festival contou com a participação de Mark Levine, que tocou com The Latin Tinge, da Banda Ouro Negro (integrada pela flautista, ao lado de Mario Adnet e outros músicos), do Quarteto Coisas, formado por Maurício Carrilho (violão), Marco Cesar (bandolim), Paulo Braga (piano) e a própria Andrea (fleauta), e da Clare Fischer Big Band. Os temas do debate foram “Moacir Santos: o Duke Ellington brasileiro?” e “O acervo Moacir Santos em perspectiva”. Ao fim de cada debate, houve apresentações da Banda Filarmônica Maestro Israel Gomes, composta por 20 jovens músicos de Carnaíba.

Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.