2.001
Nome Artístico
Anacleto Rosas Jr.
Nome verdadeiro
Anacleto Rosas Jr.
Data de nascimento
18/7/1911
Local de nascimento
Mogi das Cruzes, SP
Data de morte
4/2/1978
Local de morte
Taubaté, SP
Dados biográficos

Compositor.

Em 1923, mudou-se para Poá, em São Paulo, pois o pai possuía ali um comércio. Ainda criança já costumava cantar modas-de-viola e desafios. Casou-se em 1934 e em 1937, mudou-se para a cidade de São Paulo em busca de espaço para divulgar suas composições.

Dados artísticos

Na capital paulista conheceu em 1942, o já famoso cantor e compositor Capitão Furtado, que se interessou por suas composições e o apresentou à dupla Palmeira e Piraci. Em 1944, esta dupla gravou pela Continental sua primeira composição, a toada “Promessa de caboclo”. Em 1946, Brinquinho e Brioso gravaram a moda de viola “Caboclo de azar”,  o recortado “Fartura” e a toada “Linda serrana”. No mesmo ano, Tonico e Tinoco gravaram a valsa “Cortando estradão” e Palmeira e Luizinho  as modas- campeiras “Cavalo preto”, regravada nos anos 1970 por Sérgio Reis, e “Boiadeiro bão”, em parceria com Arlindo Pinto. Suas composições foram gravadas por diversos intérpretes, sendo Tonico e Tinoco os mais constantes. A dupla  gravou  “A cruz do caminho”, a moda-de-viola “Rancho vazio” e “Adeus Rio Grande”, todas em 1949 e o cururu “Exemplo de fé”, em 1957. Nhô Pai e Nhô Fio gravaram a guarânia “Brasil” em 1949, que seria regravada em 1952, por Cascatinha e Inhana. Com Ado Benatti e Serrinha compôs as modas- de-viola “Os crimes do Dioguinho” e “A morte do Dioguinho”, gravadas em 1950 por Serrinha e Caboclinho. No mesmo ano, Brinquinho e Brioso gravaram a moda de viola “Etelvina”, parceria com Brioso. Em 1951, Tonico e Tinoco gravaram o cururu “Aparecida do Norte”, parceria com Tonico. Em 1952, a dupla “Coração do Brasil” gravou  a moda-de-viola “Casinha branca”, outra parceria com Tinoco. Em 1954, a dupla gravou  a moda-de-viola “Recado”. No mesmo ano, teria duas de suas composições com Arlindo Pinto gravadas por Vieira e Vieirinha, a moda-de-viola “Desprezo” e a congada “Coroa de rei”. Outra dupla que gravou várias de suas composições foi Luisinho e Limeira:  as modas-de-viola “Mil e quinhentas cabeças” e “Zé Valente” e o valseado “Peito magoado” em 1953. No ano seguinte, gravaram o galope “Querência amada” e a moda “Solteiro é mió”. Em 1955, gravaram  a toada “Não sou gaúcho”. No mesmo ano, Nenete e Dorinho  gravaram a valsa “Seu aniversário”. Em 1958, Zé Tapera e Chiquinho gravaram o cururu “Santo Glorioso”. Em 1962, a composição “Romaria” foi gravada por Luisinho e Limeira e por Vádeo e Vídeo. Segundo a Revista Sertaneja de dezembro de 1959, possuía cerca de 430 composições, entre elas, 60 feitas para a dupla Tonico e Tinoco. Em 1960 foi convidado para ser diretor artístico do selo Sabiá/Copacabana. Em 1964, “Mestiça”, “Resposta da mestiça”, “Último pedido” e “Meu prazer” foram gravadas pelo Trio Turuna, que em 1970, gravou “Na ponta do reio” e em 1975, “Juntinho de ti”. Foram seus parceiros, entre outros, Tonico, Serrinha, Ado Benatti e Brioso. Arlindo Pinto, foi seu maior parceiro, com o qual produziu mais de 20 composições. Diversos artistas fizeram registro de suas composições, entre os quais, além dos já citados, as duplas, Souza e Monteiro, Silveira e Barrinha, Charanga e Chará, Zé Catira e Dito Catireiro, Canário e Canarinho o Duo Batuíra, o Trio Sul a Norte e os cantores Antônio Marchi e Tino Reis. Um de seus maiores sucessos, foi o valseado “Três boiadeiros”, que se tornou um clássico, contando a longa viagem dos amigos tocando a boiada e dos percalços sofridos, e gravada por Pedro Bento e Zé da Estrada, em 1961. Em 1993, Renato Teixeira gravou “Mestiça” e “Flor Mato-grossense”. Teve um programa de rádio que iniciava invariavelmente da seguinte maneira, “Acoooooorda muierada! Vão prepará o leite do marido que ele tem que trabaiá! Bota a garrafa pra fora que o caminhão vai passá!”. Deixou mais de 50 composições gravadas. Em 2000 a Som Livre relançou em CD o disco “Rancho vazio – Relembrando Anacleto Rosas Jr.”, no qual Tonico e Tinoco interpretam 12 composições de sua autoria, entre as quais, “Triste despedida”, “Filho de Mato Grosso”, “Cavalo preto” e a música que dá título ao disco. Anacleto Rosas Jr. seria, segundo o pesquisador Ayrton Mugnmaini Jr., o pioneiro do gênero moda campeira, tipo de canção que se tornou comum no sul e sudeste do país, semelhante à moda-de-viola e cujo ritmo lembra a guarânia ou o rasqueado, mas com um andamento mais lento.

Obras
A cruz de ferro I (c/ Elpídio dos Santos)
A cruz de ferro II (c/ Geraldo Braz de Souza)
A cruz do caminho (c/ Arlindo Pinto)
A morte do canoeiro (c/ Patativa)
A muié do canoeiro (c/ Elpídio dos Santos)
A volta do canoeiro
A última trucada (c/ Palmeira)
Adeus Rio Grande (c/ Arlindo Pinto)
Alma revoltada (c/ Arlindo Pinto)
Amor impossível
Amor proibido
Aparecida do Norte (c/ Tinoco)
Baldrana macia (c/ Arlindo Pinto)
Belo Horizonte (c/ Arlindo Pinto)
Boi de carro (c/ Tinoco)
Boi penacho
Boiadeiro bão (c/ Arlindo Pinto)
Brasil (c/ Arlindo Pinto)
Burro picaço (c/ Geraldo Costa)
Caboclo (c/ Capitão Balduíno)
Caboclo de azar
Casinha branca (c/ Tinoco)
Cavalo preto
Coroa do rei (c/ Arlindo Pinto)
Corpo morto (c/ Arlindo Pinto)
Cortando estradão
De São Paulo ao Rio Grande
Desprezo (c/ Arlindo Pinto)
Duas verdades (c/ Luiz Rosas Sobrinho)
Encontro fatal
Envergonhado (c/ Luiz Rosas Sobrinho)
Errei (c/ Pirassununga)
Espinhos da vida (c/ Valter Amaral)
Etelvina (c/ Brioso)
Exemplo de fé (c/ Tonico)
Falsidade (c/ Tonico e Zé Tapera)
Fartura
Filho de Mato Grosso
Flor Mato-grossense
Flor cobiçada (c/ Sulino)
Gaúcho guapo (c/ Manito)
Juntinho de ti
Linda serrana
Londrina rainha
Lua cheia (c/ Luiz Rosas Sobrinho)
Luar de Aquidauana (c/ Zacarias Mourão)
Madeira sonora
Maria é um nome bonito
Mariposa
Mestiça
Meu amor me abandonou (c/ Arlindo Pinto)
Meu prazer
Mexicanita
Mil e quinhentas cabeças
Minha caboquinha
Minha sanfona (c/ Arlindo Pinto)
Moda do pescador (c/ Serrinha)
Morte do Dioguinho (c/ Ado Benatti e Serrinha)
Mágoa escondida (c/ Arlindo Pinto)
Na ponta do reio
No céu não tem correio (c/ Valdomiro Lobo)
Noite de lua (c/ Zé Cocão)
Não mexa comigo (c/ Arlindo Pinto)
Não sinto saudade (c/ Patativa)
Não sou gaúcho (c/ Tonico)
O nome manchado (c/ Arlindo Pinto)
Olhar feiticeiro (c/ Arlindo Pinto)
Os crimes do Dioguinho (c/ Ado Benatti e Serrinha)
Paixão
Peito magoado
Peão de Minas (c/ Zé Claudino)
Peão sem sorte (c/ Arlindo Pinto)
Ponteio (c/ Patativa)
Pra lá da fronteira
Promessa de caboclo
Quando a saudade se for (c/ J. Portela)
Quatro coisas (c/ Zulmiro)
Que importa
Queixas de um coração (c/ Tivas Reis)
Querência amada (c/ Luisinho)
Rancheirando em oito baixos
Ranchinho da baixada (c/ Arlindo Pinto)
Rancho triste
Rancho vazio (c/ Arlindo Pinto)
Recado (c/ Arlindo Pinto)
Rei da guasca (c/ Tonico)
Remorso (c/ Arlindo Pinto)
Resposta da mestiça
Rio Paraguai (c/ Luisinho)
Riograndense
Romaria (c/ Luiz Rosas Sobrinho e Anaiel Teodoro do Prado)
Romaria trágica (c/ Luiz Rosas Sobrinho)
Sabugo de milho
Santo glorioso (c/ Ivo Signorine)
Saudades de alguém
Se eu sou rei (c/ Ivo Signorine)
Se eu soubesse (c/ Tivas Reis)
Seu aniversário
Sofrendo por ti
Solteiro é mió
Terras do Paraná
Trucada (c/ Limeira)
Três boiadeiros
Vaca mestiça
Vaqueiro de verdade (c/ Arlindo Pinto)
Violeiro afamado (c/ Sebastião Vitor)
Violão de luto (c/ Arlindo Pinto)
Zé Cardoso
Zé Tartuiano
Zé Valente
Zé Valente
Último pedido (c/ Luiz Rosas Sobrinho)
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

LUNA, Paulo. “Dos braços dessa viola à dissonância de uma guitarra: A tensão entre tradição e modernidade na música caipira e sertaneja”. Dissertação de Mestrado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2005.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

NEPOMUCENO, Rosa. Música Caipira – Da roça ao rodeio. São Paulo: Editora 34, 1999.