
Cantor. Compositor. Letrista.
Ainda na infância, transferiu-se para Portugal, onde adquiriu o sotaque lusitano que o caracterizava. Estudou na Universidade de Coimbra, não se sabendo ao certo se concluiu seu curso. Em 1906, aos 22 anos de idade estava de volta ao Rio de Janeiro, onde ingressou no teatro musicado. Era freqüentador da casa da Tia Ciata, onde costumavam se reunir os pioneiros do samba.
Um dos grandes cançonetistas brasileiros de todos os tempos.Sua versão para o one-step americano “Caraboo”, foi gravada inicialmente em 1913 pela cantora Júlia Martins e pelo cantor Roberto Roldan, teve grande repercussão no carnaval do ano seguinte, rivalizando com a toada “Cabocla do Caxangá”, de Catulo da Paixão Cearense. “Caraboo” iria tornar-se, também, um dos números de maior êxito da dupla Os Geraldos, integrada pelos gaúchos Geraldo de Magalhães e Nina Teixeira. Em 1928 gravou pela Odeon, de sua autoria, a cançoneta “Tralalá”, a canção cômica “A mulher chic de Paris” e o couplet “Esperança”. No ano seguinte registrou de sua autoria a imitação cômica “O fado em Lisboa” e o couplet cômico “Não me óia”, de Heitor dos Prazeres a marcha “Margarida” e de Donga e De Chocolat a canção “Miss Brasil”. Ainda no mesmo ano, gravou na Parlophon o samba “Olha ele, cuidado”, de Heitor dos Prazeres, que segundo o pesquisador Ary Vasconcels, fazia alusão em sua letra ao pianista e compositor Sinhô. Em 1930 gravou de Ari Kerner e V. de Castro a cançoneta choro “Quem vê cara não vê o resto” e o samba “Tanta morena bonita”. No mesmo ano gravou com Pinto Filho na Parlophon as cenas cômicas “O casamento do Barradas” e “Sou do circo”, de Pinto Filho. Em 1932 gravou de sua autoria a cançoneta “Madalena?” e o cômico “Agora caso mesmo”. No ano seguinte lançou o humorismo “O pesadelo da sogra” e a cançoneta “Oh! Conceição”, de sua autoria. Noventa e duas de suas obras, entre as quais cançonetas, valsas e monólogos estão registradas pela SBAT. Nos palcos, além do repertório brasileiro, cantava também musicas italianas, francesas e espanholas. Viveu por algum tempo em Belém do Pará, onde foi diretor artístico do Teatro Bar Paraense. Segundo Vicente Sales, “Alfredo Albuquerque deu notável contribuição ao teatro popular paraense”, acrescentando, ainda, que “deve a capital paraense à vivacidade de seu espírito um trabalho extraordinário e fecundo”. Em 1951, Sílvio Vieira gravou na Victor a valsa “Ave Maria”. Apesar de ser o autor da conhecida valsa “Ave-Maria”, a maior parte de sua obra, é, no entanto, ignorada pelas novas gerações.
BARBOSA, Orestes – Samba – sua história, seus poetas, seus músicos e seus cantores. Editora: Educadora. Rio de Janeiro, 1933.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
SALLES, Vicente – Música e músicos do Pará. Conselho Estadual de Cultura. Rio de Janeiro, 1970.
VASCONCELOS, Ary – A nova música da República velha. Edição do autor. Rio de Janeiro, 1985.