
Compositor. Cantor. Maestro. Arranjador. Regente. Técnico de Som.
Aos cinco anos, acompanhado por uma orquestra de 80 músicos, apresentou-se pela primeira vez ao público, na ocasião, solou “Aquarela do Brasil” (Ary Barroso). Por essa época, residia com a família em Belo Horizonte, cidade na qual permaneceria até aos 12 anos de idade, quando retornou à Barreiras.
Ainda jovem recebeu da Revista Alterosa o título de “O Príncipe da Voz”. Ao retornar a sua cidade natal passou a se apresentar na Rádio Educadora e em shows no Cine Teatro Vitória.
Mudou-se para Salvador matriculando-se nos “Seminários Livres de Música”, mais tarde transformada na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia.
Estudou teoria, harmonia, instrumentação, regência e coral com o maestro Sérgio Magnani e regência coral e instrumental com Maestro Carlos Alberto.
Em 1962, prestou concurso público para o cargo de 2º Piston da Orquestra da UFBA, tornando-se integrante do quadro de servidores.
Durante dois anos atuou como Pesquisador de Músicas folclóricas e afro-brasileiras na Secretaria de Turismo de Salvador.
Multi-instrumentista, tocava bateria, piano, violão, piston, baixo, órgão, cavaquinho, harmônica de voca, trompete,sax e tabla indiana, entre outros instrumentos.
Como violonista criou cerca de 27 afinações diferentes para o instrumento.
Em 1979 fez o curso de Técnico de Som na UFBA.
Foi casado com a juíza Ruth Pondé Luz (Titular da Vara de Família de Feira de Santana).
Faleceu no Hospital Aliança, em Salvador.
Considerado um dos mais originais violonistas da Bahia.
Em Salvador formou vários conjuntos musicais, entre eles o Conjunto Universitário, do qual participaram Djalma Corrêa, Maria Creuza, Roni Cócegas e Carlos Veiga, entre outros. Com este conjunto apresentou-se em vários clubes da capital baiana: Baiano Tênis Clube, Clube Português e Associação Atlética, dentre outros. Por essa época integrava também o Conjunto de Sopro da Universidade Federal da Bahia.
Participou do show “Nós, por exemplo”, organizado por Roberto Santana, no qual foram lançados Maria Bethânia e Caetano Veloso.
Acompanhou Gilberto Gil ao violão na primeira gravação do artista.
Em 1966 o conjunto MPB4 gravou “É preciso perdoar” (c/ Carlos Coqueijo) no disco “I Festival Internacional da Canção Popular”. Esta composição acumularia outras gravações: Gaya e sua Orquestra no LP “O Grande Festival” (1967); “MPB4” (LP pela gravado pra Elenco, 1967); João Gilberto no LP de 1968; João Gilberto, Stan Getz e Miucha no disco “The best of two words”, de 1976; Arto Lindsay e Peter Scherer em 1990 no disco “Ambitions Lovers”; Cesária Évora e Caetano Veloso em 1996 no disco “Redhot + Rio” (em benifício da luta contra a AIDS); Cláudia Dulth em 1998 e ainda a cantora Isabella Paz no ano de 1999. Outra parceria sua com o poeta e músico Carlos Coqueijo, também de muito sucesso, foi a composição “Aioká”, interpertada pelo Quarteto em Cy no disco “Quarteto em Cy – Em Cy maior” e posteriormente, no ano de 1968, regravada pelo mesmo grupo no LP “4/4 avec le Quarteto em Cy”, lançado na França.
Em 1967 Alcyvando Luz gravou “O sim pelo não” (c/ Carlos Coqueijo) no LP “II Festival Internacional da Canção”, editado pela gravadora Codil. A música seria regravada, ainda neste mesmo ano, pelo conjunto MPB4 no disco “II Festival Internacional da Canção Popular”, desta vez, pela gravadora Philips e no ano seguinte, em 1968 em LP do mesmo grupo lançado pela gravadora Elenco. Uma quarta gravação de “O sim pelo não” seria de Agostinho dos Santos no disco “Música nossa”, editado pela gravadora Godil. Outra composição de sua autoria “Sou de Oxalá”, parceria com Carlos Coqueijo, foi incluída no LP “II Festival da Canção Popular” e contou com interpretação do Quarteto em Cy. No ano de 1968 sua composição “Maria é só você” (c/ Carlos Coqueijo) foi interpretada pelo grupo Agora X Quatro no disco “III Festival da Canção Popular” e no mesmo ano, incluído no disco “III Festival da Canção Popular volume II”, desta vez com interpretação de Maria Creuza.
No ano de 1969 Clara Nunes gravou “Ave Maria do retirante” (c/ Carlos Coqueijo) no disco “IV Festival Internacional da Canção Popular”, pela gravadora Odeon. Esta composição teria mais algumas regravações: Maysa, neste mesmo ano; Luiz Vieira em 1974, Quiteto Violado no LP “A feira”, neste mesmo ano de 1974 e Fafá de Belém, no ano de 1977 no disco “Água”.
Em 1970 defendeu como intérprete “Amor pra ficar” (c/ Carlos Coqueijo) no “5º Festival Internancional da Canção”.
Participou de vários festivais, entre eles “Festival do Nordeste”, promovido pela Rede Tupi de Televisão e no qual classificou-se em 2º lugar com a música “Chapeuzinho Vermelho” (c/ Jairo Simões) e ainda “Um minuto pra cantar o amor”, “Negro Malê” e “Catuleco de dendê”, todas em parceria com Jairo Simões, e classificadas no mesmo festival; classificou “O Brasil canta no Rio” (c/ Wilson Lins) no “Festival da TV Excélsior”, composição que defendeu em dueto com seu irmão Alcyone Pereira da Luz Filho.
Compôs a trilha sonora do filme “Bahia de Ouro e de Pedra, e a trilha da peça “As Aventuras de Ripió Lacraia”, de autoria de Francisco de Assis, com direção de Manoel Lopes Pontes.
Gravou um compacto com a música “Canto sentido” (c/ Júlio Barata) patrocinado pela Secretaria de Educação da Bahia.
Um de seus intérpetes, Luizinho Eça, gravou nos Estados Unidos o tema instrumental “Baiano”, de sua autoria.
O pianista Carlos Lacerda, no disco “Piano informal (e bossa)”, incluiu “Desintegração”, parceria sua com Djalma Corrêa e o poeta Ildásio Tavares.
Como publicitário trabalhou com jingles para diversas agências e clientes, para as quais compôs “Verde que te quero verde” (c/ Capinam), além de outros temas, muitos deles com interpretação de Zizi Possi e do próprio autor.
Com patrocínio da Fundação Cultural do Estado da Bahia gravou, em 1980, o LP “Fala moço”, disco no qual foram incluídas de sua autoria “Latomia do Rio São Francisco” (c/ Cardan Dantas e Wilson Lins), “Fala das águas” (c/ Juraci Dorea), “Só eu” (Djalma Corrêa e Ildásio Tavares), “Caipira” (c/ Capinam), “Pra que sofrer” (c/ Ruth Pondé Luz), “Somos” (c/ Antonio Luiz), “Colônia” (c/ Carlos Drummond de Andrade), “Tempo de amor” (c/ Carlos Coqueijo), “Aioká” (c/ Carlos Coqueijo), “Negro Malê” (c/ Jairo Simões) e “Marinheiro” (c/ Ricardo Pondé Luz).
Lançou o segundo disco “Bahia de Oxalá”. Neste trabalho contou com as participações de Caetano Veloso e Xangai.
Compôs e gravou o “Hino de Jequié”, recebendo na ocasião o título de Cidadão de Jequié, “Hino de Barreiras” e ainda o “Hino da Polícia Civil da Bahia”, este em parceria com o o letrista e delegado Geraldo.
Como técnico de som, foi responsável por inúmeros discos, entre os quais o disco do cantador “Elomar nas quadradas das águas perdidas”, considerado o melhor disco do ano pela revista Veja.
Entre seus vários intérpretes está sua ex-exposa, a cantora baiana Celeste que interpretou “Memória” (c/ Carlos Drummond de Andrade), música também gravada pelo Quarteto em Cy.
(vários)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
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AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
CALADO, Carlos. Tropicália – A história de uma revolução musical. São Paulo: Editora 34, 1997.
Grande Enciclopédia Delta La Rousse.1972.