
Compositor. Cantor. Violonista.
Estudou música com Roberto Héguert e Elsa Tiefk, ainda em Porto Alegre. No final da década de 1930, transferiu-se para o Rio de Janeiro.
Compôs vários sucessos com o parceiro e conterrâneo Lupicínio Rodrigues. Iniciou sua carreira na Rádio Farroupilha, na capital gaúcha. Em 1935, venceu o concurso promovido pela prefeitura de Porto Alegre, em comemoração aos 100 anos da Revolução Farroupilha, com o samba “Triste história”, em parceria com Lupicínio. Essa foi sua primeira composição gravada em 1936, pelo próprio parceiro, que trazia no outro lado do disco outra música dos dois: “Pergunte aos meus tamancos” . Em 1939, já atuava como músico na Rádio Nacional. Em 1942, compôs com Ataulfo Alves o samba “Chorar pra quê?”, gravado com sucesso pelo parceiro e sua “Academia”, na Odeon. Trabalhou na orquestra de Simon Bountman, com Radamés Gnattali, atuando em shows do Copacabana Palace Hotel. Integrou vários conjuntos e orquestras da época. Em 1948, compôs com Lupicínio o samba “Quem há de dizer”, gravado por Francisco Alves na Odeon. No ano seguinte, compôs com o parceiro o samba “Cadeira vazia”, lançado em 1950 por Francisco Alves pela Odeon, mas seu nome não apareceu no selo do disco. Este incidente foi motivo para uma breve briga entre os dois parceiros. Ainda em 1950, Francisco Alves gravou seu grande sucesso em parceria com Lupicínio, o samba “Maria Rosa”. Em 1952, compôs a valsa “Jardim da saudade”, também com Lupicínio, lançada por Luiz Gonzaga na RCA Victor. Em 1953, novamente com Lupicínio, compôs o samba “Castigo”, lançado por Gilberto Milfont na RCA Victor. Além de compositor e instrumentista, atuou como cantor em temporada na Rádio El Mundo, de Buenos Aires, Argentina. Em 1977, dentro da série Destaque as gravadora Continental lançou o LP “Cadeira vazia – Série Destaque nº 7” interpretando os sambas-canção “Cadeira vazia”, “Pergunte aos meus tamancos”, “Quem há de dizer”, “Castigo” e “Maria Rosa”, todas com Lupicínio Rodrigues; “Divisão” e “Se ela soubesse”, com Leduvy de Pina, e “Samba cinquentão” e “Adolescente”, com Flávio P. Soares; “Mendigos”, com Ciro Galvão, além de “Minha seresta” e “Cachimbo da paz” somente de sua autoria.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 1. Editora 34. São Paulo, 1997.