
Cantor.
Filho de pais italianos. Em 1912, chegou ao Brasil. Dedicou-se a cantar canções napolitanas, árias e operetas e viajou com companhias para vários estados brasileiros. Foi estudante de Medicina, carreira que abandonou para se dedicar à música.
Iniciou sua carreira artística em 1927, como “speaker”, atuando na Rádio Clube do Brasil (PRAB), período em que no Rio de Janeiro havia apenas mais uma emissora, a Rádio Sociedade de Difonia (PRAA).
No mesmo ano, gravou seu primeiro disco interpretando os tangos “Paraguayta”, de Marcelo Tupinambá e “Pecado”, de Joubert de Carvalho, pela Odeon. No ano seguinte, ingressou na Rádio Educadora, na qual trabalhou por muitos anos galgando cargos importantes, sem contudo abandonar a locução, atuando também como rádioator e cantor. Em 1929, transferiu-se para a Victor onde estreou com o choro “Meu bem”, de Rogério Guimarães. No ano seguinte, lançou a canção “Rancho abandonado”, de Pixinguinha e Cândido das Neves. No mesmo ano, gravou também um disco pela Parlophon com os tangos canção “A moreninha do meu bairro”, de Pachequinho e Augusto Santos e “No cabaret”, de Dario Ferreira. Em 1933, gravou a canção “Melhor amor”, de Joubert de Carvalho.
Em 1937, lançou na Odeon as valsas “Suave poema de amor” e “Se me falta o seu amor”, de Gastão Lamounier e Mário Rossi. No ano seguinte, voltou a gravar na Victor e registrou as valsas “Apoteose de estrelas” e “Quando o amor chega ao fim”, de Gastão Lamounier e Mário Rossi. No mesmo ano, prestou depoimento para a “Revista Carioca”, no número de 10/7, dizendo: “Eu era naquele tempo, estudante de Medicina. Mas com o trabalho dobrado na estação, os compêndios de anatomia e de clínica geral atrapalhavam. Perdeu-se um médico e ganhou-se um cantor. Prefiro cantar valsas e canções que constituem, aliás, quase todo o meu repertório”. Também nesse mesmo ano, gravou seu maior sucesso, a valsa “Se esses olhos falassem”, de Gastão Lamounier e Mário Rossi.
Manteve-se na Victor até 1940, gravando um total de 11 discos. Ficou sem gravar até 1946, quando lançou pela Continental a canção “NO outono da vida” e a valsa “Meu triste carnaval”, ambas de René Bittencourt. Depois, ficou sem gravar até os anos 1950. Em 1954, gravou pela Odeon as valsas “Tenho ciúme”, de S. Menendez e Mário Rossi e “Cansei de esperar”, de Gastão Lamounier e Clímaco César. No mesmo ano, gravou também a valsa “O amor é assim”, de Sivan Castelo Neto. No ano seguinte, lançou a valsa “E o destino desfolhou”, de Gastão Lamounier e Mário Rossi e o samba canção “Se amar fosse pecado”, de sua autoria e Ivo Lacerda.
Recebeu do locutor Saint-Clair Lopes, o slogan de “A voz cariciosa e bonita”. Fez um LP “Revendo o passado”, pela Itamarati, com repertório de valsas, depois de ter sido redescoberto, ao final dos anos 1960, começo de 1970, por Raul Maramaldo em seu programa na Rádio Rio de Janeiro.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.