Cantor.
Exerceu várias profissões antes de se tornar cantor de sucesso. Desde bem jovem, gostava de imitar os cantores de sua preferência, como Cauby Peixoto, Anísio Siulva e Adilson Ramos. Nascido em família de poucos recursos, aos 9 anos já trabalhava para ajudar em casa, entregando malas na estação, engraxando sapatos, vendendo mangas ou, então, bolinhos e pastéis feitos pela mãe. Aos 12 anos, passou a trabalhar com o pai no DNER. Lá, exercia tarefas diversas, como cuidar da limpeza e servir comida no restaurante. Por essa época já gostava de cantar. Vencia todos os concursos promovidos pelos circos que chegavam à cidade, cantando e fazendo suceso. Mais tarde, após trabalhar na função de mecânico, já como funcionário do DNER, mudou-se para Governador Valadares, onde participou de todos os programas da rádio local, “Educadora Rio Doce”, principalmente em “Domingo É Dia de Folga”, comandado por João Dornelas, que acreditava no futuro do “Curió de Caratinga” – seu apelido na época.
Na década de 1960, trabalhando como motorista particular para o empresário e produtor Kléber Lisboa, conquistou a admiração da esposa de Kléber, a cantora Angela Maria, consagrada, na época, como a Rainha do Rádio, que passou a apoiar sua aspiração pela carreira artística.
Em 1982, candidatou-se a Deputado Federal, obtendo a maior votação daquele pleito. Em 1995, foi novamente eleito Deputado Federal, renunciando, em 1996, para concorrer e ser eleito Vereador da cidade do Rio de Janeiro (1997 a 2000). Em 2004, foi eleito verador na cidade de São Paulo. Faleceu de covid 19, no Hospital Casa São Bernardo, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde esteve internado por 17 dias.
Começou cantando em circos no interior de Minas Gerais. Após vários anos cantando sem grande repercussão, por volta de 1960, foi ouvido, num programa de rádio, em Belo Horizonte, por Anísio Silva, que estava no auge de sua carreira. Anísio o apresentou a seu empresário, Kléber Lisboa, que o aconselhou a ir ao Rio de Janeiro cantar no programa do César de Alencar, sucesso absoluto de audiência na época. Em 1960 mudou-se para o Rio de Janeiro. Sua carreira artística começou realmente a se concretizar quando foi levado por Jair de Taumaturgo para se apresentar no programa “Hoje é dia de rock”. Em 1964 gravou seu primeiro disco, um 78 rpm pelo selo Caravelle, interpretando o samba canção “Sábado no morro”, de Mário Russo e Sebastião Nunes e o rock balada “Cruel solidão”, de Renato Gaetani. Em 1965, gravou na Odeon seu primeiro LP “Surge um astro” com as músicas “Siga Em Paz (Warum Nur Warum)”, de Udo Jürgens e Don Black, versão de Fred Jorge, “A Casa de Irene (A Casa D’irene)”, de Francesco Maresca e Francesco Pagano, versão de Júlio Nagib, “O Princípio E O Fim (Ma Vie)”, de Alain Barrière, versão de Nazareno de Brito, “É Tão Triste Veneza (Que C’est Triste Venise)”, de Charles Aznavour e Dorin, versão de Maria Isabel, ” Se Choras, Se Ris (Se Piangi, Se Ridi)”, de Satti, Fermo Dante, Marchetti e Mogol, versão de Paulo Queiroz, “Começamos A Amar (Cominciamo Ad Amarci)”, de Gino Mescoli e Vito Pallavicini, versão de Maria Isabel, “Mamãe (La Mamma)”, de Charles Aznavour, Robert Gall e Black, versão de Nazareno de Brito, “A Casa do Sol Nascente (The House Of The Rising Sun)”, de Alan Price, versão de Fred Jorge, “Em Busca Do Amor (From Russia With Love)”, de Lionel Bart, versão de Nazareno de Brito, “Eu Que Não Vivo Sem Você (Io Che Non Vivo) (Senza Te)”, de Vito Pallavicini e Pino Donaggio, versão de J. K. Filho, ” Não Mereço Você (Non Son Degno Di Te)”, de Franco Migliacci e Bruno Zambrini, versão de Paulo Queiroz, e ” Amor Perdoa-me (Amore Scusami)”, de Vito Pallavicini e Gino Mescoli. Versão de Júlio Nagib. Desse disco fez grande sucesso a faixa “A casa do sol nascente”, de Alan Price, versão de Fred Jorge, destacando-se, desde então, como cantor popular romântico, com privilegiada voz e uma extensa discografia. No ano seguinte lançou “O astro do sucesso”, destacando-se “O último telefonema”, de Donaggio e Pallavicini, versão de Bourget, em disco que incluiu ainda as composições “Não Te Amo Mais (Je Ne T’Aime Plus)”, de Christophe, versão de Nazareno de Brito, “Ontem (Yesterday)” e “Michelle”, de John Lennon e Paul McCartney, versão de Rossini Pinto, ” Frio de Neve (Ária de Neve)”, de Endrigo, versão de Othon Russo, “A Praia (La Playa)”, de J. Van Wetter, versão de Bruno Silva, “Eu Te Darei Bem Mais (Io Ti Daró Di Piu)”, de Memo Remigi e Alberto Testa, versão de Nazareno de Brito, “Aline”, de Christophe, versão de Nazareno de Brito, ” Furacão (Thunderball)”, de Don Black e John Barry, versão de N. Bourget, “Eu Amo (J’aime)”, de Adamo, versão de Nazareno de Brito, “Cai a Neve (Tombe La Neige)”, de Salvatore Adamo e Nisa, versão de Romeo Nunes, e “Como Sinfonia (Come Sinfonia)”, de Pino Donaggio, versão de Romeo Nunes. Em 1967 lançou o LP “O sucesso é o astro”, destacando-se “Cartas de amor”, de Victor Young, versão de Oswaldo Santiago, num LP que teve ainda as músicas “Eu Sou Aquele (Yo Soy Aquel)”, de Manuel Alejandro, versão de Romeo Nunes, “Não (No)”, de Armando Manzanero, versão de Clóvis Mello, “Por Uma Mulher (Per Una Donna)”, de M. Martino, G. Perretta e C. Mantoni, versão de “Meu Amor É Uma Canção (This Is My Song)”, de Charles Chaplin, versão de Nazareno de Brito, ” Não É Maravilhoso (N’est Ce Pas Merveilleux )”, de Adamo, versão de Geraldo Figueiredo, ” Quem Será?”, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, “Longe de Você (En Bandouliere)”, de Adamo, versão de Rossini Pinto, “Foi Deus”, de Alberto Janes, “Eu Te Amo, Tu Me Amas (I Love You, You Love Me)”, de Harold Spina, versão de Geraldo Figueiredo, “Na Noite Que Se Vai (L’Amore Se Ne Va)”, de Alberto Morina, Pietro Melfa, Amedeo Tommasi ”Atmo” e Giulio D’Ercole, versão de Hamilton Di Giorgio, e “Esse Amor Que Eu Não Queria (A Whiter Shade Of Pale)”, de Gary Brooker e Keith Reid, versão de Geraldo Figueiredo. Em 1968 lançou “Obrigado, querida”, com o grande sucesso “Meu grito”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, que resultou em seiscentas mil cópias vendidas desse disco que apresentou ainda as composições ” Livre (Born Free)”, de Don Black e John Barry, versaõ de N. Bourget, “Não Pense Em Mim (Non Pensare A Me)”, de Eros Sciorilli e Alberto Testa, versão de Nazareno de Brito, “Se Tu Não Fosses Tão Linda (Se Tu Non Fossi Bella Come Sei)”, de G. Locatelli, Mogol e Pallavicini, versão de Lilian Knapp, “Creio Sim (Món Credo)”, de Paul Mauriat e André Pascal, versão de Geraldo Figueiredo, ” Junto a Ti Eu Terei Paz (Fais-la Rire)”, de Gerald/Bernet, versão de Bruno Silva, ” Mamãe Estou Tão Feliz (Mamma)”, de Cesare Andrea Bixio e Bruno Cherubini, versão de Geraldo Figueiredo, “Não Me Deixe Mais”, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, “Os Verdes Campos da Minha Terra (Green Green Grass Of Home)”, de Curly Putman, versão de Geraldo Figueiredo, “L’amour Toujours L’amour”, de Fauré e Mardel, versão de Romeo Nunes, “Obrigado Querida (Merci Chérie)”, de Udo Jürgens e Thomas Hörbiger, versão de Nazareno de Brito, e “Quando Não Me Quiseres Mais (Quando Vedró)”, de Rossi, versão de Nazareno de Brito. Ainda em 1968, lançou o LP “O sucesso é Agnaldo Timóteo” interpretando “Deixe-me Outro Dia, Menos Hoje”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, “Adoração”, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, “A Voz do Silêncio (La Voce Del Silenzio)”, de Elio Isola, Mogol e Paolo Limiti, versão de Nazareno de Brito, ” Quando Me Enamoro (Quando M’Innamoro)”, de Daniele Pace, Mario Panzeri e Roberto Livraghi, versão de Nazareno de Brito, ” Tem Que Ser Ela (Seul Sur Son Etoile) (It Must Be Him)”, de Gilbert Bécaud e Maurice Vidalin, versão de Nazareno de Brito, ” O Vale dos Sonhos (The From Valley Of The Dolls)”, de Dory Previn e André Previn, versão de Geraldo Figueiredo, “Piedade Amor”, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, “A Hora do Amor (L’ora Dell’amore)”, de Keith Reid, Pace e Gary Brooker, versão de Geraldo Figueiredo, ” O Meu Lugar (Il Posto Mio)”, de Tony Renis e Alberto Testa, versão de Geraldo Figueiredo, ” Cem Vezes Mais (Cent Fois Ma Vie)”, de Hubert Giraud e Jean Broussolle, versão de Silvino Neto, “A Música Chega Ao Fim (La Musica È Finita)”, de Umberto Bindi, Franco Califano e Nisa, versão de Geraldo Figueiredo, e “Canção (Canzone)”, de Don Backy e Detto Mariano, versão de Fred Jorge. Em 1969 foi a vez de “Comanda o sucesso”, destacando-se “Eu vou sair pra buscar você”, de Nelson Ned e Cláudio Fontana, em disco que teve ainda “O Mundo Me Esqueceu (The World I Threw Away)”, de Neil Sedaka e Howard Greenfield, versão de Geraldo Figueiredo, “Eu Já Me Habituei (Comme D’habitude) (My Way)”, de Claude François, Jacques Revaux, Gilles Thibault e Paul Anka, versão de Pedro Lopes, “O Amor É Tudo (Love Is All)”, de Les Reed e Barry Mason, versão de Romeo Nunes, “Um Dia, Uma Criança (Un Jour, Un Enfant)”, de Emil Stern e Eddy Marnay, versão de B. Filho, “Escuta Meu Amor”, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, “Palavras (Words)”, de Barry Gibb , Maurice Gibb e Robin Gibb, versão de Eduardo Luis, ” As Emoções”, de Santos Dumont, “Um Bom Lugar (A Time For Us) (Love Theme From Romeo And Juliet”, de Nino Rota, Larry Kusik e Eddie Snyder, versão de Alf Soares, “Quem Sabe”, de Antônio Carlos Gomes e F. L. Bittencourt Sampaio, “O Dia Que Eu Chegar (First Of May)”, de Barry Gibb, Maurice Gibb e Robin Gibb, versão de Tom Gomes, e ” A Caravana”, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia. Em 1970, lançou “O intérprete”, destacando-se “Que bom seria”, de Antônio Marcos e Mário Marcos, e ainda “Chega”, de Paulo Diniz e Odibar, “Minha Casa”, de Joubert de Carvalho, “Era Uma Vez (Once There Was a Love)”, de Feliciano e Jarrard, versão de Nazareno de Brito, “Onde Andará Você”, de Luiz Ayrão, “Bianca”, de Ângelo Antônio, “Eu Te Amo Cada Vez Mais (Sonata ao Luar)”, de Ludwig Van Beethoven, adaptação de Peruzzi, com letra de Ernâni Campos, “Simplesmente Adeus (La Lontananza)”, de Domenico Modugno e Bonaccorti, versão de Geraldo Figueiredo, “Adeus Meu Grande Amor (Adieu Jolie Candy)”, de Franck Hervel, M. Hursel e Raymond Jeannot, versão de Sebastião Ferreira da Silva, “Manhã de Primavera”, de José Thimóteo, e “O Dia Que Me Queiras (El Dia Que Me Quieras)”, de Carlos Gardel e Alfredo Le Pera, versão de Haroldo Barbosa. Em 1971, lançou a vez de “Sempre sucesso”, destacando-se “O último romântico”, de Donaggio e Pallavicini, versão de Marilena Amaral, em LP que ainda incluiu “Primeiro Degrau”, de Jacobina e Heloísa Serra, ” Nosso Amor Teve Fim”, de Luiz Fabiano, “Minhas Trovas de Amor”, de João Roberto Kelly e J. G. de Araújo Jorge, “A Verdade É Diferente”, de Nenéo, “All The Way”, de Jimmy Van Heusen e Sammy Cahn, “História de Amor (Theme From Love Story)”, de Carl Sigman e Francis Lai, versão de Marilena Amaral, “Vestido de Lágrimas”, de Sílvio Caldas e Orestes Barbosa, “Identificação”, de Elizabeth, “Uma Canção Pra Vera”, de Majó e Toni Tornado, “Não Fale Agora”, de Roberto Corrêa e Sylvio Son, e “Canción Para Una Mentira” de Amadeo Monges. Em 1973 lançou “Frustrações”, destacando-se a faixa-título, de autoria de Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Em 1974, lançou “Encontro de gerações”, destacando-se “Amor proibido”, de Dora Lopes e Clayton. Gravou ainda, entre outros, “Song by brazilian international famous Agnaldo Timóteo”, gravado no México, “The good voice of Brazil”, editado nos E.U.A e Inglaterra, e “Sonhar Contigo”. Apresentou-se em temporadas no norte e nordeste, acompanhado por um conjunto de Juiz de Fora (MG), liderado por Fernando Simões. Em 1978 obteve sucesso com “Eu pecador”. Em 1980 esteve nas paradas de sucesso com “Grito de alerta”, de Luiz Gonzaga Júnior. Em 1981, gravou ao vivo em show no Teatro João Caetano pelo Projeto Seis e Meia com a cantora Carmen Costa o LP “Agnaldo Timóteo & Carmen Costa – Na Galeria do Amor – Ao vivo no Teatro João Caetano”. Em 1983, gravou o Lp “Eu agradeço” interpretando “Eu Agradeço”, de Majó e Mita, ” Sabor de Pecado”, de Eduardo Lages e Carlos Colla, “Beijo Gelado”, de Rubens Machado, “O Espelho”, de Wagner Montanheiro e Carlos Colla, “E Agora (Et Maintenant)”, de Gilbert Bécaud e Pierre Delanoé, versão de Paulo Queiroz, “Duas Vidas”, de Antônio Marcos e Portinho, “Foi Por Amor”, de Majó e Mita, em faixa que contou com a participação de Tetê Espíndola, “Quem É Você”, de sua autoria, “De Joelhos (In Ginocchio Da Te)”, de Bruno Zambrini e Franco Migliacci, versão de Miguel, “Dançar Com Você (The Old Fashioned Way)”, (Les Plaisirs Démodés), de Charles Aznavour, Georges Garvarentz, Al Kasha e Joel Hirschhorn, versão de Carlos Colla, “O Que Será de Você”, de Nelson Ned, e “Lembranças”, de Niomar e José Augusto. Em 1997 lançou o CD “Ao Nelson com carinho”. Tendo desenvolvido grande amizade com Angela Maria, trabalhou ao lado da cantora várias vezes, ao vivo e em discos. O contato de Agnalto com a Sony viria, através de Angela em 1996. Neste ano, Agnaldo gravou a faixa “Tango pra Teresa” para o álbum Amigos, que rendeu à Angela Disco Duplo de Platina por suas mais de 500 mil cópias vendidas. Em 1997, lançou o CD “Ao Nelson com carinho”. Seu 45º disco, “Em nome do amor” é uma homenagem a Roberto Carlos. Nesse disco, Agnaldo reuniu 14 sucessos do Rei, emprestando notável interpretação a músicas como “Falando Sério”, “Como Vai Você”, “Seu Corpo”, “Fera Ferida”, “Emoções” e “Outra Vez”. Seu segundo lançamento pela Sony foi ” Angela & Agnaldo, Sucesso Sempre!”, de 1998, em que ele e sua ‘madrinha’ como a considera, prestam uma homenagem emocionada ao Dia das Mães. Sempre destacando a importância daquelas que dão à luz e dedicando especial atenção à sua mãe, nos tempos em que foi Deputado Federal, ficou célebre, entre os parlamentares e a população em geral, a expressão “Alô, mamãe!” com que abriu seu primeiro discurso no parlamento. São diversos os hits de sucesso de sua carreira em homenagem às mães e que estão presentes nesse disco: “Mamãe”, “Mãezinha Querida” e “Obrigado Mamãe”. Também incluídos no álbum clássicos como “Um Dia de Domingo”, “Cabecinha no Ombro”, “Você Vai Ver” e “Nuvem de Lágrimas”. Agnaldo e Angela receberam ainda o apoio de Fábio Jr. (“Alma Gêmea”), Chitãozinho & Xororó (“Índia”), Fagner (“Deslizes”) e Cauby Peixoto (“Ninguém é de Ninguém”/”A Noiva”). Em 1999 a Universal Music lançou o CD “A discoteca do Chacrinha”, no qual Agnaldo interpreta o sucesso “Sorria, sorria”, de Evaldo Braga e Carmen Lúcia. Em 2000 exerceu mandato de vereador, com notável votação, na Câmara de Vereadores do Município do Rio de Janeiro. Em 2001, apresentou na sala Baden Powell, no Rio de Janeiro, o show “Feitiço do Rio”, com direção de Mauro Rasi, no qual interpretou, entre outras, “Samba do avião”, “Copacabana”, “Feitiço da Vila” e “Valsa de uma cidade”. O espetáculo ficou registrado no CD homônimo. A partir de 2002, passou a divulgar e comercializar seus próprios discos, colocando em prática o projeto “Espaço Musical CD Rua” incluído na lei municipal de sua própria autoria, quando vereador da cidade do Rio de Janeiro. O projeto é pioneiro e tem por objeto o combate da pirataria fonográfica e a facilitação ao artista para distribuir o seu produto musical, além de dar oportunidade ao contato direto com seu público, nas ruas da cidade. Em 2006, lançou o CD “Feitiço do Rio”. O disco é uma homenagem de Timóteo ao Rio de Janeiro, apresentando 13 canções que constituem clássicos de louvor à cidade. O repertório traz compositores como Tom Jobim (“Samba do Avião”), Vinícius de Moraes, com Tom (“Garota de Ipanema”), Noel Rosa (“Feitiço da Vila”), Herivelto Martins em rara parceria com Grande Otelo (“Praça Onze”), João Roberto Kelly, com Chico Anísio ( Rancho da Praça Onze”), Braguinha com Alberto Ribeiro (Fim de semana em Paquetá”) e Antônio Maria e Ismael Neto (“Valsa de uma cidade”), entre outros. Em 2012, gravou o CD “Minha oração”, pelo selo Edições Musicais 2001 interpretando “Minha Oração (My Prayer)”, de Georges Boulanger, versão de Cauby de Brito, “Luz Divina”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, “Oração de Um Jovem Triste”, de Alberto Luiz, “Vai Dar Tudo Certo”, de Valdeci da Silva Aguiar, “Se Eu Quiser Falar Com Deus”, de Gilberto Gil, “Aleluia”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, “Se Eu Pudesse Conversar Com Deus”, de Nelson Ned, “Queremos Deus”, tema tradicional, “Noites Traiçoeiras”, de Carlos Papae, “Súplica Cearense”, de Gordurinha e Nelinho, “Rastros Na Areia”, de José Spera. Adaptação de Manoelito Nunes e Mizael, e “Noite Feliz (Silent Night)”, de Franz Gruber. Em 2015, participou ao lado de Luiz Vieira da série “MPB na ABL”, apresentado por Ricardo Cravo Albin, no Teatro R. Magalhães Jr., da Academia Brasileira de Letras. Intitulou-se o recital “A alma romântica do Rio, 450 anos da cidade”, e ele cantou sucessos românticos da música popular brasileira, “principalmente peças de Lamartine Babo e Ary Barroso”, conforme o folder de divulgação. No mesmo ano, em comemoração a seus 50 anos de carreira, foi lançado, dentro da “Coleção Canal Brasil” o CD/DVD “50 anos de estrada”, com a gravação ao vivo em que rememora seus grandes sucessos, tais como “Meu grito” e “Os brutos também amam”, além duetos com Alcione, na música “Garoto maroto”, e Martinha, na balada “Eu daria minha vida”. Em 2017, apresentou-se no Teatro Net Rio, em Copacabana, dentro do projeto “Jovens Tardes” interpretando o repertório do CD comemorativo aos 50 anos de carreira “50 anos de estrada asfaltada”. No mesmo ano, lançou no Teatro Net Rio o CD “Obrigado Cauby”, no qual interpretou clássicos do cantor Cauby Peixoto, entre os quais, “Conceição”, “Bastidores” e “Ninguém é de ninguém”. Em 2018, participou dos espetáculos “100 anos de Dalva de Oliveira”, realizados nos teatros Imperator e Riachuelo, produzido por Thiago Luz, com roteiro e apresentação de Ricardo Cravo Albin. Foram duas noites em benefício do Instituto Cultural Cravo Albin, e que foram lançados em CD duplo. Em 2019, participou no Circo Voador do ato “Lula abraça a cultura” que contou com as participações de diferentes artistas. Em março de 2020, filiou-se ao PT, Partido dos Trabalhadores. Foi um das vozes que se ergueram em defesa da liberdade do ex-presidente Lula. TIMÓTEO, O MAIS CONTROVERSO DENTRE OS GRANDES CANTORES DO BRASIL
A personalidade do cantor que acaba de morrer há poucos minutos foi uma das marcas de um brasileiro muito célebre.
Não importa que eu fique aqui a enumerar as grandes controvérsias que ele provocou. Pergunto, o que vale ele ser considerado o mais brigão dentre todos?
O que vale ele ter sido considerado um político de direita?
O que vale ele ser considerado brega?
O que vale ele ter sido político.por tantos anos, uma profissão tão execrada pelo público hoje?
Para mim, cabe ressaltar alguns lados luminosos de sua carreira como cantor, além de ter sido um homem de bom coração, porque abrigou e ajudou muita gente necessitada.
Isso de fato é menor do que um dado essencial para mim, o ter sido amado por conta da magia de sua voz e de sua energia muito forte. A parceria que ele fez com Ângela Maria é um dado histórico na MPB. Talvez todos saibam que Timóteo devotava grande amizade por Ângela, até porque foi motorista da grande estrela ao começo de vida.
Acodem-me várias recordações que preservo de Timóteo. A principal das quais foi o show na Academia Brasileira de Letras dentro do Projeto MPB na ABL. Ali ele repartiu o palco acadêmico com outro amigo querido meu e dele, Luiz Vieira, o eterno Menino Passarinho. Ao longo de duas horas os dois cantores se debateram em duelo vocal inesquecível. Ambos relembraram suas fontes familiares e sociais, a pobreza que circundou suas famílias e, finalmente, o triunfo no Brasil exclusivamente pelo talento e pela força da arte.
Portanto, creio ser justo declarar -se aqui que Agnaldo Timóteo, mesmo tão controverso, terá um lugar no coração da memória brasileira.
Ricardo Cravo Albin
(Coletâneas:)
(Coletâneas:)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.