Compositor. Pianista. Teatrólogo.
Descendente de família ilustre e de grande prestígio político. Transferiu-se para o Rio de Janeiro ainda muito jovem, tendo cursado a Escola Politécnica, formando-se como engenheiro civil em 1880. Não fez estudos regulares de música, tendo-se iniciado no piano tardiamente. Em sua fase de estudante, compôs polcas e valsas, publicadas pela Casa Bevilacqua.
Iniciou sua carreira artística como compositor teatral. Escrevia operetas e revistas representadas com sucesso nos teatros SantAna, Lucinda, Apolo, Fênix etc. Sua primeira obra, a opereta “Donzela Teodora”, com libreto de Arthur Azevedo, estreou em março de 1886 no Teatro SantAna. Musicou ainda as peças “A loteria do amor”, de Coelho Neto; “O bico do papagaio”, de Eduardo Garrido, e “A chave do inferno”, de Castro Lopes, todas com muito êxito. Embora não possuísse formação tradicional como compositor, escreveu a ópera “Primizie”, em um ato, com libreto de Heitor Malagutti, que estreou em 1904, no Rio de Janeiro, tendo sido novamente encenada em 1921, no Teatro Municipal.
Compôs ainda o “Hino da abolição”, a “Marcha da imprensa”, para orquestra e coros e ainda músicas sacras – missas, te-déums, ladainhas, etc, que eram geralmente executadas na igreja da Cruz dos Militares. Em 1916, substituiu o compositor Alberto Nepomuceno na direção da Escola Nacional de Música, cargo que exerceu até aposentar-se em 1922. Em sua gestão, foi terminada a construção do prédio da Rua do Passeio, tendo sido inaugurado em 1922 o Salão Leopoldo Miguez.
Além de partituras para operetas e revistas, compôs marchas, valsas, quadrilhas, lundus, entre outros gêneros populares. Em 1927, ano de sua morte, o barítono Roberto Vilmar gravou para a Odeon seu tango canção “Ai!…”.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.