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Nome artístico
Maria Augusta
Nome verdadeiro
Maria Augusta Rodrigues
Data de nascimento
23/1/1942
Local de nascimento
São João da Barra, RJ
Data de morte
11/7/2025
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Carnavalesca.

Nascida no Norte Fluminense, o pai era gerente de usina e a mãe folclorista, foi criada nas proximidades da histórica usina de açúcar Barcelos, região de efervescência cultural, logo cedo teve contato com os bois de carnaval Pintadinho e Jaraguá. Segundo a carnavalesca, em entrevista a Pedro Migão, no canal Ouro de Tolo:

“O carnaval entrou em minha vida, nas estradas empoeiradas do norte do estado do Rio.”

Estudou na Escola de Belas Artes (EBA) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), sendo aluna do carnavalesco Fernando Pamplona.

Professora de “Teoria da Cor” na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Dados Atividade Específica

No ano de 1969 o carnavalesco Fernando Pamplona a convidou para auxiliá-lo na decoração do “Baile de Carnaval do Copacabana Palace”. Neste mesmo ano estreou no carnaval carioca, quando foi levada para a Escola Acadêmicos do Salgueiro por Arlindo Rodrigues, para ser sua ajudante na decoração dos carros alegóricos. Ainda em 1969 foi campeã do Carnaval carioca (Grupo I) com o enredo “Bahia de Todos os Deuses”. Dois anos depois, em 1971, com enredo de sua autoria a Acadêmicos do Salgueiro tornou-se campeã no Grupo I com o enredo “Festa para um Rei Negro”.

No carnaval de 1972, na Escola de Samba União da Ilha, a carnavalesca criou a Ala das Burrinhas, marcando visualmente o desfile da agremiação. No ano seguinte, de 1973, retorna à Acadêmicos do Salgueiro.

No ano de 1974 a Escola Acadêmicos do Salgueiro sagrou-se campeã, do Grupo I, com o enredo, de sua autoria em parceria com o carnavalesco Joãosinho Trinta, “O Rei da França na Ilha de Assombração”.

Transferiu-se para Escola de Samba União da Ilha, na qual o seu enredo inspirou a composição de dois sambas antológicos: “Domingo”, de 1977 (3º lugar do Grupo I), e “O Amanhã”, em 1978 (4º lugar do Grupo I).

Trabalhou na Escola de Samba Paraíso do Tuiuti em 1980: Campeã Grupo 2-B com o enredo “É a sorte”; em 1981: 9º lugar do Grupo 2-A, com o enredo “Exaltação a Vinícius de Moraes”; em 1982: Vice-campeã do Grupo 2-A, com o enredo “Alegria” e em 1983 classificou-se em 8º lugar do Grupo 1-B, com o enredo “Vamos falar de amor”.

Atuou como carnavalesca na Escola de Samba Tradição em 1985, sagrando-se campeã do Grupo 2-B, com o enredo “Xingu, o pássaro guerreiro”, em 1986, de novo campeã do Grupo 2-A com o enredo “Rei Sinhô, Rei Zumbi, Rei Nagô – Eu também tô aí, tô aí sim sinhô” e em 1987 tornou-se vice-campeã do Grupo 2 com o enredo “Sonhos de Natal”.

Para a Escola de Samba Beija-Flor, em 1993, desenvolveu o enredo “Uni-duni-tê, a Beija-flor escolheu: é você”, classificando a agremiação em 3º lugar do Grupo Especial no desfile do carnaval carioca.

No ano de 1996 a Escola de Samba Unidos da Vila Santa Teresa classificou-se em 5º lugar, no Grupo D do Carnaval carioca com o enredo, em sua homenagem, “Maria Augusta, é mestra, é sorte, é carnaval”.

Em 2004 a agremiação Arranco do Engenho de Dentro desfilou com o enredo “Maria Augusta, o sonho nas estrelas”, alcançando o 8º lugar no Grupo B do desfile do Rio de Janeiro.

No ano de 2014, com o enredo “Uni, Duni, Tê – Maria Augusta, a escolhida é você, a Academia de Ritmos Onça no Samba, classificou em 5º lugar – Grupo Especial de Campos.

No ano de 2022 foi homenageada pelo conjunto da obra pelo “Prêmio Estandarte de Ouro”. Três anos depois, em 2025, a Escola Mirim Apre4ndizes do Salgueiro, levou para o sambódromo o enredo “Uni-duni-tê, o Aprendizes escolheu você!”, em sua homenagem.

Atuou como Comentarista e Jurada do “Prêmio Estandarte de Ouro”, do jornal O Globo.

“Maria Augusta é uma das poucas mulheres com nome gravado no panteão dos grandes criadores do carnaval, ambiente dominado por homens, com doses de misoginia.”, afirma a jornalista Flávia Oliveira no capítulo sobre “A Artista da Cor” do livro “Pra Tudo se Acabar na Quarta-feira”, sobre os criadores do Carnaval e lançado no ano de 2025.

De acordo com a mídia especializada em carnaval, a carnavalesca ganhou o epíteto “Luxo da Cor”.

Atuou como comentarista, apresentadora e jurada de carnaval para as emissora de televisão Globo, Bandeirantes, Manchete e CNT.

Faleceu em decorrência de um câncer, sendo sepultada no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro.

 

BIBLIOGRAFIA CRÍTICA:

ARAÚJO, Hiram. Carnaval – Seis milênios de história. Rio de Janeiro: Editora Gryphus, 2000.