Gabi Buarque

No ano de 2010 passou a integrar o grupo carioca Mulheres de Chico, com o qual, no decorrer de três anos, apresentou-se em diversos lugares, entre eles Praia do Leblon, Praia do Leme, Rio Scenarium, Sala Municipal Baden Powell, projeto “Viradão Carioca”, Circo Voador, Teatro Rival BR, Bar do Tom, além de turnês pelo país. Neste mesmo ano, de 2010, com a composição “Sofro, sim” foi a vencedora do prêmio “Melhor Intérprete”, do “Festival das Rádios Públicas do Brasil”. 

Em 2011 lançou o CD “Deixo-me acontecer”, distribuído pela Tratore, no qual interpretou as composições próprias “Prosa em lá” (c/ Kalu Coelho); “Canto do breu” (c/ Marcelo Noronha); “Sofro, sim!”; “Eu sei”; “Vento”; “Roda de coco”; “Bênção, Nanã” e “Mulato do samba”, as seis somente de sua autoria, além de incluir a faixa “Maranduva”, de Marcelo Noronha e João Sholl. No disco contou com as participações dos músicos Ana Carolina D’Ávilla (flautas), Kalu Coelho (violão de 6 cordas e arranjo), Miguel Martins (violão de 7 cordas, violão de 6 cordas, guitarra, percussão e arranjos), Joana Queiroz (clarineta), Ajurinã Zwarg (pandeiro), Rodrigo Ferreira (baixo elétrico e acústico), Helbe Machado (bateria e percussão), Marcelo Noronha (violão), Patrick Ângello (violão de 7 cordas), Alfredo Alves (pandeiro) e própria compositora na voz e no cavaquinho, além das palmas e coro de Alan Rocha, Carol D’Ávilla, João Sholl, Letícia Soares e Renata Macedo. 

Sobre o trabalho escreveu, na contracapa, o poeta-letrista Sérgio Natureza:

“Ela traduz com frescor e talento, o que é raro numa artista nova: compõe letra e música, escreve só a letra, interpreta outros, tudo com a maturidade de quem já chega pronta.”

O poeta Hermínio Bello de Carvalho também declarou na contracapa:

“Tudo o que faz, faz bonito: canta, compõe, toca violão e cavaquinho, e ainda por cima pensamenteia.”, 

Neste mesmo ano, de 2011, fez show de lançamento do CD no Centro Municipal de Referência da Música Carioca Artur da Távola, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, assim como em Juiz de Fora, em Minas Gerais e no SESI Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. No ano seguinte, em 2012, apresentou-se na Livraria da Cultura , em Recife (PE) e no espaço Tacacá da Bossa, na cidade de Manaus (AM). No ano posterior, em 2013, fez show de lançamento do disco “Deixo-me acontecer” na Casa de Teresa, em Salvador, Bahia e no Tacacá da Bossa, em Manaus. Ainda em 2013 afastou-se do grupo Mulheres de Chico e classificou-se em segundo lugar no “Festival Samba e Petiscos de Miraí” (MG) com “Alguidar”, em parceria com Renata Macedo. Apresentou-se no Teatro SESI Macaé, e no SESC Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

No ano de 2014 ganhou o “Prêmio Grão de Música” com sua composição “Roda de coco” e classificou-se em 2º lugar, com a composição “Gafieiríssima”, em parceria com Vidal Assis, no “Festival Samba e Petiscos de Miraí”, em Minas Gerais. Neste ano de 2014 lançou o CD “Fiandeira”, no qual interpretou somente de sua autoria “Outono”, “Lea” e “Palavra som”, sendo incluídas as composições em parcerias “Alguidar” (c/ Renata Macedo); “Rio Grande” e “Sá Dona Fiandeira”, ambas com Iara Ferreira; “Gafieiríssima” (c/ Vidal Assis); “Finta” (c/ Marcelo Noronha), com participação especial do cantor Marcos Sacramento, e “O gosto do sonho”, em parceria com Socorro Lira, que fez participação especial na gravação, além da faixa “Rosa dos Ventos” (c/ Iara Ferreira) na qual contou com a participação especial de Jacques Morelenbaum no violoncelo. No disco atuaram Luis Barcelos (arranjo, bandolim, cavaquinho e violão), Lucas Porto (violão), Kiko Horta (acordeom), Marcus Thadeu (bateria e percussão), Aline Gonçalves (flautas e clarineta), Chico Chagas (acordeom), Pedro Aune (baixo acústico e elétrico), Carol Panesi (violino), Gabriel Leite (sino), Fernando Leitzke (piano), Denize Rodrigues (flauta), Yuri Villar (flauta), Marcelo Müller (baixo acústico), Antonio Rocha (flauta), Rui Alvim (clarineta), Osmário Estevam Jr. (trombone), Tom Ashe (trompete), Marcelo Cebukin (sax tenor), Pedro Franco (guitarra acústica) e ainda Anna Paes, Julieta Brandão, Luciana Coló e Nina Wirtti no coro.

Na ocasião, de lançamento deste trabalho, o jornalista e crítico musical Silvio Essinger publicou no jornal O Globo:

“De cara, surpreende a extrema delicadeza que Gabi Buarque teve com suas canções. Poesia, afinação, sofisticação nos arranjos, está tudo lá, junto com aquele bom cheirinho de terra. Quando esses elementos se encontram com a inspiração, como em Lea, é pra parar tudo e ouvir.”

O disco recebeu crítica favorável de Daniel Brazil na Revista da Música Brasileira, assim como nas revistas japonesas “Latino” e “Fígaro”, nas quais integrou a lista de “Melhores CDs de 2015”, ano em que sua composição “Lea” foi incluída na trilha sonora do filme “Ibiti, o quê?”, dirigido por Fabiano Cafure. Ainda em 2015, ao lado do pianista Tomás Improta, montou show homenageando Maria Bethânia no SESC Tijuca, no Teatro das Artes (em Niterói) e na Livraria Arlequim, no Centro do Rio de Janeiro. No ano posterior, em 2016, participou do projeto “RIO 2016: Casa do Japão” e do programa “Sr. Brasil”, da TV Cultura, em São Paulo, comandado por Rolando Boldrin. Sua composição “Samba rezadeiro”, em parceria com Roberto Didio, foi a vencedora do “Prêmio Grão de Música”. Ainda em 2016, em dupla com o cantor e compositor Vidal Assis, montou o espetáculo “Hermínio Bello de Carvalho, aos 80 – Uma Rosa para o Poeta”, apresentado no Centro Cultural dos Correios e na Casa do Choro, no Centro do Rio de Janeiro.

Em 2017 idealizou e roteirizou o espetáculo “Terra Estrangeira”, composto por músicas, fotografias e poesias a partir da exposição “Na Rota dos Refugiados”, de Elisabete Maisão, fotógrafa portuguesa que percorreu os campos de refugiados da Europa e Oriente Médio retratando o dia a dia destas pessoas. O show foi integrado por composições como “Deus lhe pague” (Chico Buarque), “Tanto” (Aline Frazão) e “Labirinto” (Edu Lobo e Vinicius de Moraes), além de poesias de Adonis, Mahmoud Darwish, Ferreira Gullar e Socorro Lira, apresentado no Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas e na Casa Rio (ambos no Rio de Janeiro) por Gabi Buarque (voz e violão) e Lula Washingnton (violão). Neste mesmo ano, de 2017, fez turnê por várias cidades da Europa, entre as quais Porto (Chiado Café),”Festival de Verão de Tavira”, Armazém 8, em Évora (Portugal); Casa das Crechas, em Santiago de Compostela (GAL) dividindo o palco com o pianista Pedro, e na La Bellevilloise, em Paris (França).

No ano de 2019, com Shen Ribeiro e Tatsuro Murakami, participou do projeto musical “Conexão Brasil-Japão”, no Centro Cultural dos Correios, do Rio de Janeiro.

Em 2020 lançou o disco “Mar de gente”, com faixa-título interpretada com as convidadas Áurea Martins, Mariana Baltar, Nina Wirtti, Silvia Duffrayer e Thaís Macedo. Também na composição “Concha” (c/ Angélica Duarte) contou com as participações especiais de Áurea Martins (voz) e Cristóvão Bastos (piano). Foram incluídas no CD as músicas autorais “Samba rezadeiro” (c/ Roberto Didio); “Morena do mar” (c/ Silvia Duffrayer), cantada em dueto com a parceira; “Gente é pedra”, “É”, “Os muros” e “Se cesse”, todas em parceria com Socorro Lira; como também “Quantos” e “Penha”, ambas apenas de sua autoria, além de sua gravação do poema “Pulso aberto”, da poeta Maria Rezende. Participaram do disco os músicos Luis Barcelos (arranjo, bandolim, guitarra, cavaquinho, palmas e violões), Kiko Horta (acordeom), Marcus Thadeu (djembê, agogô, cuíca, ganzá), Diogo Sili (violão de aço, guitarras e viola caipira), Aquiles Moraes (trompete com surdina), Pedro Aune (baixo acústico), Antônio Neves (bateria), Glauber Seixas (violão), Rafael Mallmith (violão 7 cordas), Bianca Calcagni (tantã, pandeiro de nylon, ganzá, prato, repique de anel, tamborim e faca e palmas), Magno Júlio (pandeiro couro, atabaque, agogô, caxixi, reco-reco, surdo e palmas), Marfa Kourakina (baixo elétrico), Flora Milito (bateria), Lucas Videla (pandeiro e percussão), Aline Gonçalves (flauta) e Pedro Aune (baixo acústico).

Sobre o disco declarou o jornalista Daniel Brazil, na Revista da Música Brasileira:

“O novo CD de Gabi Buarque é de uma beleza desconcertante. Cantora de belo timbre alcança a plenitude interpretativa explorando com sabedoria as nuances sugeridas pelos versos. Gabi mostra maturidade também como compositora. Autora ou coautora de todas as faixas explora ritmos, sonoridades e andamentos com sabedoria e clareza. Neste conturbado e triste ano de 2020, é bom saber que coisas bonitas continuam sendo produzidas e nos fazem acreditar que a vida pode ser melhor. Mar de Gente é, desde já, um dos melhores discos do ano. Obrigado, Gabi Buarque.”

Durante a carreira fez turnês pelo Japão, Portugal, Espanha, França e por várias cidades do Brasil.