
Cantador. Cordelista. Poeta. Repentista. Pesquisador de cultura popular. Nasceu na fazenda Pedro Paulo, de propriedade dos pais e que na época pertencia ao município de Picuí, Paraíba. Como o pai não aceitava que ele se tornasse cantador resolveu sair de casa aos 15 anos de idade. Em 1959, chegou a parder a voz devido a problemas nas cordas vocais recuperando-se um tempo depois. Faleceu de câncer aos 90 anos na cidade de Campina Grande, na qual constumava visitar sempre a feira livre.
Começou a carreira artística com apenas 13 anos de idade cantando em sua região natal acompanhado de uma violinha construída por ele mesmo com caixas de charuto. Nessa época, foi muito repreendido pelo pai que não queria que ele seguisse a carreira de cantador e que, por isso, chegou a quebrar uma viola em sua cabeça. Por causa disso, teve que adotar o nome artístico de José Alves Sobrinho para que não causasse constrangimento à família. Em 1938, escreveu seu primeiro folheto intitulado “Quem matou também morreu”, falando sobre a morte do cangaceiro Lampião ocorrida um pouco antes. Duarante vários anos, teve programas em rádios nordestinas como a Rádio Clube de Pernambuco e a Rádio Tabajara, da Paraíba. Publicou diversas obras, entre as quais, “Glossário da Poesia Popular”; “Sabedoria de caboco”; “História de Campina Grande em Versos”; “Matulão de um Andarilho”, e “Cantadores e Repentistas e Poetas Populares”. Foi um sócios fundadores Associação de Poetas e Folcloristas do Brasil. Em 1977, convidado pelo professor Átila Almeida entrou para Universidade Federal da Paraíba como pesquisador. Recebeu diversos prêmios, entre os quais, o de “Cidadão da Poesia”, dado pela Ordem Brasileira de Literatura de Cordel, em 1978. No mesmo ano, publicou em parceria com o professor Átila Aleida, o “Dicionário Bio-bibliográfico de Repentista e Poetas de Bancada”, pela Editora da UFPB, considerado como uma obra de referência no que diz respeito à pesquisa sobre o cordel e a cantoria. Em 2004, recebeu a Medalha Honra ao Mérito Cel. Elísio Sobreira. Em 2006, assumiu a cadeira número 1 da Academia Paraibana de Literatura de Cordel. Entre os inúmeros folhetos que escreveu estão “História de João Luís e Luís João entre amor, traição e vingança” e “Vida, obra, glória e morte do Dr. Osvaldo Cruz”.
Amancio, Geraldo e Pereira, Vanderley. De repente cantoria – Fortateza, Prêmius Editora, 2013.