
Pianista. Organista. Líder de conjunto. Compositor.
Iniciou a carreira artística em 1952, tocando no conjunto de Moacyr Silva na boate Vogue. Em 1954, passou a tocar na boate Drink dirigindo seu próprio conjunto. Em 1956, passou a atuar na boate Arpége. Em 1957, contratado pela gravadora Continental lançou seu primeiro LP intitulado “Ritmos de dança – Zé Maria – Volume I” no qual, acompanhado por seu conjunto, interpretou as músicas “Exaltação à Bahia”, de Vicente Paiva e Chianca de Garcia, “Flamingo”, de Flanklin e Marks, “Brasil Moreno”, de Ary Barroso e Luis Peixoto, “Embraceable You”, de George Gershwin e Ira Gershwin, “In a Little Spanish Town”, de M. Wayne, S. Lewis e J. Young, “Rouxinol”, de E. Gloz, “Tumba Lê Lê”, de Francisco Neto, Nilton Neves e Jarbas Reis, “Meu Sertão” e “Chorinho de Boite”, de sua autoria, ” Manhattan”, de Richard Rodgers e Lorenz Hart, e ainda um pot-pourri com “Mr. Wonderful”, de Jerry Bock, Larry Holofeener e George David Weiss, “Cest Magnifique”, “Just One Of Those Things” e “I Love Paris”, de Cole Porter, e “Aint She Sweet”, de Milton Agere e Jack Yellen. No mesmo ano, gravou o LP “Ritmos de dança com Zé Maria” com as músicas “Onde O Céu Azul É Mais Azul”, de Alcyr Pires Vermelho, Alberto Ribeiro e João de Barro, “Stella By Starlight”, de Ned Washington e Victor Young, “Siboney”, de Ernesto Lecuona, “Moonglow”, de Will Hudson, Eddie de Lange e Irving Mills, e “All The Things You Are”, de Jerome Kern e Oscar Hammerstein II, entre outras. Neste disco, seu conjunto era integrado por ele ao piano, Doum, na bateria, Neco, na guitarra, Radamanto, no ritmo, e Marinho, no contrabaixo. Em 1958, lançou o LP “Zé Maria e seu piano de prata” no qual interpretou, entre outas as composições “Abc do Mope”, de Waldomiro Brito, “An Affair To Remember”, de Harry Warren, Harold Adamson e Leo McCarey, “Mambo Azul”, de P. Castillo, “Concerto Dautunno”, de Camillo Bargoni e Danpa, “Velho Flamboyant”, de João de Barro, e Alcyr Pires Vermelho, ” Vai Com Jeito”, de João de Barro, e “Cheek To Cheek”, de Irving Berlin. Ainda em 1958, passou a atuar na boate Au Bnm Gourmet. Em 1959, ingressou no selo Internacional e lançou dois LPs. O primeiro foi “Você quer dançar?” no qual interpretou, entre outras “Você Passou”, de Nazareno de Brito e Alcyr Pires Vermelho, “Fantasia Impromptu (Op 66)”, de Frédéric Chopin, “Sabrás Que Te Quiero”, de Teddy Fregoso, “Paraíba”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, “Jura”, de Zé da Zilda, Marcelino Ramos e Adolfo Macedo, e “Improviso Em Mambo”, de sua autoria. Já o segundo LP foi “Presente musical” que incluiu “É Bom Parar”, de Rubens Soares e Noel Rosa, “A Felicidade”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, “Hô-Bá-Lá-Lá”, de João Gilberto, “Eu Sei Que Vou Te Amar”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, “Rosa Morena”, de Dorival Caymmi, e “Desafinado”, de Tom Jobim e Newton Mendonça, além de alguns sucessos internacionais. No período de 1960 a 1965, atuou no Litte Club. Em 1961, gravou pelo selo Tiger o LP “Chá-Chá-Chá & Companhia – Zé Maria e Seu Conjunto” com a interpretação das músicas “La Classe de Chá-chá-chá”, de Ramon Marquez e Sergio Marmolejo, “Blues Noturne”, de sua autoria, “Céu E Mar”, de Johnny Alf, “I Got Rhythm”, de George Gershwin e Ira Gershwin, “Lago dos Cisnes”, de Tchaikovsky, e “Samba de Uma Nota Só”, de Tom Jobim e Newton Mendonça, entre outras. Neste disco seu conjunto era intregrado por ele ao piano, Jorge (Bateria), Ari (Baixo), Papão (Bongô), Helinho (Guitarra). Em 1963, retornou para a Continental e gravou o LP “Tudo azul – Bossa e balanço – Zé Maria e seu órgão” com as músicas “Tudo Azul”, de João de Barro e Alcyr Pires Vermelho, ” Samba do Avião”, de Tom Jobim, “Japoninho”, de Orlandivo e Roberto Jorge, “Só Danço Samba”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, “João Sem Vintém”, de sua autoria, “Influência do Jazz”, de Carlos Lyra, “A Vida do Negro”, de Orlandivo e Amaury Tristão, “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, “Deixa Eu Ficar”, de Esther Delamare, e ” Gostoso É Sambar”, de João Mello. Neste disco, contou com a participação especial do então iniciante Jorge Ben na interpretação dos sambas “Mas Que Nada” e “Por Causa De Você Menina”, ambos do próprio Jorge Ben. Em 1964, gravou o LP “Esquema 64 – Bossa e balanço – Zé Maria, seu órgão e Seu Conjunto”, com as músicas “Carnaval Triste”, de Sérgio Carvalho e Paulo Bruce, ” É Pra Quebrar”, de Arnaldo Bricio e Ayr Moreira, ” Dabliú de Blibloque”, de Bob Nelson e Almeida Rego, ” O Sapo”, de Jaime Silva e Neuza Teixeira, “Na Base da Confirmação”, de Jorge Santos, “As-as-ruê”, de Marino Pinto e Pernambuco, ” Berimbau”, de Baden Powell e Vinicius de Moraes, “Vai Que Eu Vou”, de Jair Amorim e Carlos Cruz, “Balanço do Gordo”, de Sérgio Carvalho e Paulo Bruce, “Chora Menina”, de sua autoria, “O Mar”, de Wanda A. Maia e Jorge Autuori, e “Parabéns”, de Paulo Gesta e Aires Viana. Neste disco seu conjunto era formado por ele ao Órgão e piano, Geraldinho, no violão, Jorge, na bateria, Egidio, no contrabaixo, e Nelsinho e Darci, no ritmo. Em 1965, gravou seu último LP pela gravadora Continental, “Bossa & Balanço S. A. – Zé Maria, Seu Órgão e Seu Conjunto”, interpretando “Satanás”, de Haroldo Barbosa e Carlos Cruz, “Suzana Perereca”, de Carlos Cruz e Almeida Rego, “Bom Mesmo É o Papai”, de Sérgio Carvalho e Paulo Bruce “Balanço do Ganso”, de Bob Nelson e Almeida Rego, “Bossa Triste”, de Jorge Autuori e Pedrotti, “Tudo Balança”, de Osmar Paschoal, “Metade de Um Beijo”, de Norival Reis e Jorge Duarte, “Nego Velho”, de Hélton Menezes, ” Diz Que Fui Por Aí”, de Zé Keti e Hortêncio Rocha, “Show de Balanço”, de Arnaldo Bricio e Ari Moreira, “Samba do Relógio”, de Carlos Cruz e Almeida Rego, e ” Pra Que Tanta Pressa”, de Paulo Gesta e Raimundo Olavo. No mesmo ano, transferiu-se para a RCA Victor e gravou o LP “Nova Onda – Zé Maria, Seu Órgão e Seu Conjunto” interpretando “Nova Onda”, com Gaguinho, “Meu Veneno”, de José Bezerra, Jackson do Pandeiro e Mergulhão, ” Neste Mundo Só Você”, de Jorge Smera e Paulo Gesta, “Um Brasileiro nos States”, de Rildo Hora e Marcos André, “Neurastênico”, de Betinho e Nazareno de Brito, “Nega Quatrocentão”, de Almeida Rego e Carlos Cruz, ” Nova Onda do Strip-tease”, de Hélton Menezes, “Na Batucada do Zé”, de João Roberto Kelly e Aloísio Silva, “Valente Morre Mais Cedo”, de Padeirinho, “Catolé”, de Murillo Latini e Bob Nelson, “Mamãe Ele Está De Olho Em Mim (Ma Hes Making Eyes At Me)”, de C. Conrad e Sidney Clare, e “Perpétuum”, de sua autoria. Neste LP, que contou com arranjos seus, o conjunto contou com ele mesmo ao órgão, Jorge Autuori, na bateria, Egídio, no contrabaixo, Sombra, no piston, Pedrotte, no trombone, e Geraldo, no violão, além da participação dos vocalistas Gaguinho, nas faixas 1 e 8, Jorginho, nas faixas 2 e 9, Daniel Gonzalez, na faixa 5 e Selma Só, na faixa 11. Em 1966, gravou o LP “Ritmo quente”, interpretando, entre outras, “Ritmo Quente”, de Hélton Menezes e Wilson Melo, “Jambete”, de Hélton Menezes, “O Teu Cabelo Não Nega”, de Raul Valença, João Valença e Lamartine Babo, ” Na Roda do Samba”, de Orlandivo e Hélton Menezes, “Vem Chegando A Madrugada”, de Noel Rosa de Oliveira e Zuzuca, “Tristeza”, de Haroldo Lobo e Niltinho Tristeza, “Eu Não Tenho Ninguém”, de Francisco Neto e Carvalhinho, “Canto de Ossanha”, de Baden Powell e Vinicius de Moraes, ” Sonho de Um Carnaval”, de Chico Buarque, “De Janeiro a Dezembro”, de Edgardo Luis e Sérgio Carvalho, “Gatinha”, de Relton, ” Mamãe Passou Açúcar Em Mim”, de Carlos Imperial, e “A Dança da Pulga”, de Oswaldo Nunes e Pernambuco. Ainda na década de
1960, utilizando o pseudônimo de Joe Hammond gravou na Philips o LP “Um solovox espetacular”. No começo dos anos 1970, passou a atuar na Churrascaria Forno & Fogão. Em 1972, segundo relato do jornalista Artur Xexéo, em sua coluna no jornal O Globo, resolveu participar de uma maratona de piano na qual pretendia quebrar o record de um alemão e tocar 48 horas seguidas. O evento ocorreu no Teatro “O Cachimbo da Paz”, em Ipanema. Na realidade não era exatamente um teatro mas um auditório na Igreja Nossa Senhora da Paz. Para a ocasião, selecionou 1.500 músicas, mas, segundo ele mesmo deveria tocar entre 1.000 e 1.100. A maratona deveria ser vencida utilizando dois pianos e com o artista ingerindo apenas líquido. Não conseguiu cumprir a maratona, iniciada numa quinta -feira às 12h25, com o pianista tocando “Emblaceable you”, de Ira e George Gertshwin, e terminando no sábado às 2h50 da madrugada, 38 horas e 25 minutos depois de iniciada. Foi o suficiente para que conseguisse quebrar o recorde do alemão. Ainda segundo Artur Xexéo: “Ganhou uma faixa, na qual se lia “O Rei do Piano”, um aparelho de TV a cores (a sensação do comércio naqueles tempos) e… Um piano, que mal cabia no seu apartamento da Bulhões de Carvalho. Mas tornou-se, para sempre, um personagem marcante de uma cidade que já foi mais feliz”. Em 1973, gravou o LP “Zé Maria no Forno & Fogão” apresentando pot-pourris e sucessos internacionais e nacionais como “Carinhoso”, de Pixinguinha e João de Barro, e “Pra Você”, de Silvio César, além de composições próprias como “O Estranho”, com Paulo Gesta, e “Um Só Coração”, com Ana Gloz.