
Maestro. Compositor. Arranjador. Pianista. Foi professor da Unicamp onde lecionou a disciplina orquestração. Foi casado com a cantora Esterzinha de Souza. Em 1936, foi matriculado no Liceu Salesiano Leão XIII de Artes e Ofícios. Lá foi coroinha e aprendeu os primeiros rudimentos musicais ensinados por um padre, que o ensinou as escalas de teclado. Depois uma pianista amiga da irmã Iva começou a orientá-lo ao piano. Entre 1948 e 1949, atuou como professor de alfabetização infantil no Liceu Salesiano Leão XIII de Artes e Ofícios. Em março de 1949, mudou-se para São Paulo. Faleceu pouco antes de completar 82 anos e seu corpo foi velado no Salão dos Atos, no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Iniciou a carreira artística na década de 1941, com apenas 12 anos de idade, tocando piano no teatro do colégio. Foi visto pelo violinista Cardeal, que o convidou para integrar uma orquestra de baile da qual fazia parte intitulada Jazz Botafogo. Em 1946, foi convidado por Hélio Nunes Guedes para integrar a Orquestra Nunes e Seus Rapazes. Em 1947, escreveu seu primeiro arranjo para orquestra. Em 1950, passou a atuar como pianista na boate do Hotel Excelsior, em São Paulo. No mesmo ano, passou a integrar o regional da Rádio Record. Por essa época tocou na boate Arpége onde acompanhou o iniciante Cauby Peixoto.
Em 1953, escreveu com o maestro Gabriel Migliori a trilha sonora do filme “O Cangaceiro”, de Lima Barreto, embora seu nome não contasse nos créditos. Nesse ano, passou a atuar como regente na Rádio Record regendo inicialmente a orquestra em programas de Almirante tais como “A história do carnaval”, “A vida de Noel Rosa”, “A vida de Cartola” e “A história do hino nacional”.
Em 1954, atuou como pianista na Boate Cabaré OK, na Avenida Ipiranga. Em 1956, passou a atuar no programa “O maestro veste a música”, na Rádio Record. Em 1957, recebeu o troféu Roquete Pinto como melhor orquestrador. Em 1958, passou atuar na TV Record.
Em 1961, fez os arranjos do LP “Histórias das malocas”, lançado pela cantora Esterzinha de Souza, pela Chantecler. Em 1963, foi premiado no concurso Ernesto Nazareth, no Rio de Janeiro, em homenagem ao centenário do compositor Ernesto Nazareth com a obra “Concerto para piano e orquestra em ré maior”, posteriormente rebatizada como “Fantasia para piano e orquestra”. Em 1965, passou a reger a orquestra do programa “O Fino da Bossa”, apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues na TV Record. Nesse ano, criou o que seria um novo ritmo, o jequibau, que seria um samba em compasso de cinco. Nesse ano foi lançado pelo Zimbo Trio um compacto com as músicas “Jequibau” e “Esperando o sol”, parcerias suas com Mário Albanese. Entre 1966 e 1969, atuou como maestro das orquestras nos festivais da Record acompanhando nomes como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jair Rodrigues e Roberto Carlos, entre outros. Em 1968, duas parcerias suas com Máro Albanese, “Gosto de ser como sou” e “Gamboa” foram gravadas pelo grupo Brazilian Octopus num raro disco de música instrumental brasileira. No mesmo ano, estreou no Thetro Municipal de São Paulo a sua obra “Sonatina para Zimbo Trio”, uma sonatina em três movimentos. Em 1972, participou do Festival Internacional Onda Nueva, em Caracas, Venezuela, fazendo os arranjos para a composição “Heróica”, de Adylson Godoy, que, defendida pela cantora Cláudia, ganhou o primeiro lugar. Recebeu o prêmio de melhor regente do festival em votação feita entre os músicos da orquestra. No mesmo ano, foi apresentada pela Filarmônica de Caracas sob a direção do maestro Aldemaro Romero a sua “Concertino para Zimbo Trio e orquestra”, adaptação da Sonatina para Zimbo Trio. Também no mesmo ano, fez os arranjos para o LP “Opus pop” lançado pelo Zimbo Trio. Em 1973, com a desativação do Departamento de Música da TV Record, deixou a emissora em meio a um litígio trabalhista. No mesmo ano, fez arranjos para o LP “Opus pop nº 2” do Zimbo Trio. Na década de 1970, tocou piano na orquestra de bailes de Sylvio Mazzucca e foi diretor musical dos Show Ducal, patrocinado pela loja de roupas. Tocou também na primeira das 12 turnês brasileiras do músico norte americano Ray Conniff. Na virada de 1976 para 1977, tocou durante três meses num navio que fazia o trajeto Mar del Plata-Manaus- Mar del Plata. Em 1977, foi contratado pela TV Tupi na qual atuou por três anos até a emissora fechar as portas. Em 1980, foi contratado pelo estúdio Avant Garde para fazer trilhas sonoras publicitárias substituindo o baterista argentino e seu amigo Jorge Miller que faleceu de câncer. Em 1988, abandonou o trabalho com publicidade. Em 1989, foi convidado por Arrigo Barnabé e Cássia Fragata para ser o regente da recém criada Orquestra Jazz Sinfônica. Em 1990, regeu a Jazz Sinfônica no Memorial da América Latina no concerto “Tom Jobim, Orquestra Jazz Sinfônica e Banda Nova”. Em 1991, apresentou-se com a Jazz Sinfônica no Festival de Inverno de Campos do Jordão. Em 1994, passou atuar como professor no Departamento de Música da Unicamp. Em 1995, seu “Concerto breve – sobre temas urbanos para violino e orquestra” foi apresentado pela Sinfônica de Campinas Benito Juarez. Em 1996, recebeu o prêmio Carlos Gomes na categoria Orquestra. Em 1997, em homenagem a seus 50 anos de carreira foi lançado o CD “Cyro Pereira – 50 anos de música”. Em 1999, ao completar 70 anos aposentou-se da Unicamp. Em 2004, com a Jazz Sinfônica e tendo a mulher Esterzinha de Souza como vocalista foi apresentado o espetáculo “História das malocas”. No mesmo ano, regeu a Orquestra Jazz Sinfônica em show com Lenine e Zélia Duncam. Em 2005, apresentou-se com a Jazz Sinfônica no Sesc Pinheiro, em São Paulo.