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Nome Artístico
Cacá Diegues
Nome verdadeiro
Carlos Diegues
Data de nascimento
19/5/1940
Local de nascimento
Maceió, AL
Data de morte
14/2/2025
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Cineasta. Escritor. Jornalista. Letrista.

Filho do antropólogo Manuel Diegues Júnior.

Aos seis anos de idade, sua família transferiu-se para o bairro de Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Trabalhou como jornalista em diferentes publicações, no Brasil e no exterior, para as quais escreveu críticas e ensaios sobre cinema.

Considerado, ao lado de Nélson Pereira dos Santos, Glauber Rocha, Leon Hirszman, Marcos Farias, Miguel Borges, Paulo Cesar Saraceni, David Neves, Arnaldo Jabor e Joaquim Pedro de Andrade, um dos fundadores do movimento brasileiro cinematográfico “Cinema Novo”.

Entre seus filmes iniciais, mas muito reconhecidos, destacam-se “Escola de Samba Alegria de Viver”, um dos cinco episódios do longa-metragem “Cinco Vezes Favela” (1962); “Ganga Zumba” (1964); “A Grande Cidade” (1966); “Os Herdeiros”, de 1969.

Sua obra cinematográfica está muitas vezes ligada à MPB, como por exemplo, “Quando o Carnaval Chegar”, com trilha sonora composta por Chico Buarque (1972); “Joanna Francesa”, com músicas compostas por Chico Buarque e Fagner (1973) e seu maior sucesso popular, o longa-metragem “Xica da Silva”, estrelado por Zezé Motta, com música-tema composta por Jorge Benjor, além de “Chuvas de Verão” (1978); “Bye Bye Brasil”, com tema composto para a trilha sonora por Roberto Menescal e Chico Buarque (1979) e o épico “Quilombo”, de 1984, com trilha de Gilberto Gil, e ainda, “Um Trem para as Estrelas”, com trilha composta por Gilberto Gil e Cazuza, (1987) e “Dias Melhores Virão” (1989).

Também dirigiu filmes ligados essencialmente à música popular brasileira como “Veja esta Canção”, de 1994.

No ano de 2018 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, na cadeira de nº 7, sucedendo o cineasta Nelson Pereira dos Santos, tendo também como antecessores, na mesma cadeira, o escritor Euclides da Cunha e Valentim Magalhães, um dos fundadores da ABL.

Faleceu no ano de 2025 em decorrência de complicações na próstata. Seu corpo foi velado na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro. Foi casado, por 43 anos, com a produtora de cinema Renata Almeida Magalhães (Presidente da Academia Brasileira de Cinema), com quem teve duas filhas Flora e Júlia.

Seu último filme, em fase de finalização em 2025, foi “Deus Ainda é Brasileiro”, com música de Gilberto Gil e com produção de Lucy Barreto.

Ainda em 2025 estreou o documentário “Para Vigo Me Voy”, com 40 minutos, com entrevistas com o cineasta e cenas de bastidores de alguns de seus filmes como “Bye, Bye, Brasil” e “Nós No Morro”.

Seu acervo – fotos, cartas, roteiros anotados etc – foi transladado para a Academia Brasileira de Letras, onde terá exposição permanente para consulta.

Dados artísticos

Em 1973 dirigiu o longa-metragem “Joanna Francesa”, para o qual compôs parte da trilha sonora em parceria com Raimundo Fagner. Dois anos depois, em 1975 sua composição, “Ave noturna”, em parceria com Fagner, foi incluída e deu título ao disco do cantor, lançado pela gravadora Continental.

Compôs com Sérgio Ricardo “Pregão”.

Em 2016, recebeu a homenagem da escola de samba Inocentes de Belford Roxo, que desfilou pelo grupo de acesso A, com o enredo “Cacá Diegues – Retratos de Um Brasil em Cena”.

Obras
Ave noturna (c/ Fagner)
Pregão (c/ Sérgio Ricardo)
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

BAHIANA, Ana Maria Almanaque Anos 70. “Patrulha”. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.

CASTRO, Ruy. Ela é carioca – Uma enciclopédia de Ipanema. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.